A missão do Salgueiro contra o Flamengo era sobreviver. Ou seja, levar o confronto ao segundo jogo, ao Maracanã. Sem dúvida, conhecer o palco mais lendário do futebol mundial seria um passo enorme na história do Carcará, mas, em termos de finanças, não cair no jogo ida valeria muita coisa.
No regulamento da Copa do Brasil, em confrontos definidos em apenas uma partida, possíveis nas duas primeiras fases, a arrecadação é dividida, com 60% para o time classificado e 40% para o eliminado.
Com ingressos a R$ 100, a renda no Cornélio de Barros foi de R$ 570.200. Logo, o clube pernambucano ficaria com 40% (R$ 228 mil) ou 100%. Pois é.
Infelizmente, faltou futebol para abocanhar toda a bilheteria. Claro, a diferença técnica era enorme, do tamanho da distância entre as receitas dos clubes.
Contra o Sport, pela semifinal estadual, o Salgueiro ganhou tendo apenas 30% de posse de bola. Não parece a tática ideal ceder a bola durante tanto tempo ao adversário. Diante de um time com mais vontade que o Leão, o Carcará se encolheu em seu reduto, levando o bote do Urubu.
No finzinho do primeiro tempo (Arthur Maia) e no primeiro lance do segundo (Cirino), o Fla fez 2 x 0 e avançou de forma antecipada. Cabia mais.
Aos torcedores sertanejos, valeu conferir um duelo tão aleatório no interior. Mas no fim, ao Salgueiro, nada de Maracanã na rota. E nem de renda.