O público de 7.041 pessoas no Clássico dos Clássicos chamou a atenção negativamente, ajudando a manter baixíssima a média do Campeonato Pernambucano de 2016. Com 78% dos jogos realizados, incluindo quatro clássicos, nenhum chegou a 15 mil espectadores, o que ajuda a explica a média atual de 1.739 pessoas, que seria a primeira da história abaixo de 2 mil – desde que a FPF passou a levantar os dados do borderô, em 1990.
A favor do torneio para um cenário um pouco melhor, o fato de ter terminado o hexagonal da permanência, cujo público total, em 30 partidas, foi 7.135, gerando um índice de 237. Os vinte jogos restantes do Estadual serão todos pelo hexagonal do título, incluindo dois clássicos, e pelo mata-mata.
No “campeonato das multidões”, cujo apelido ainda não faz tanto sentido nesta temporada, a liderança segue com o Sport, o único com média acima de 10 mil torcedores. Entretanto, o clube já disputou dois clássicos como mandante. Já em relação à arrecadação, com R$ 1,9 milhão, a FPF já recolheu R$ 155.121, fazendo valer a taxa de 8% sobre todas as bilheterias.
Dados atualizados até 7 de março, com a 6ª rodada do hexagonal do título e a 10ª rodada do hexagonal da permanência.
1º) Sport (3 jogos como mandante, na Ilha do Retiro) Público: 31.889 torcedores Média de 10.633 Taxa de ocupação: 38.75% Renda: R$ 679.217 Média: R$ 226.405
Presença contra intermediários (1 jogo): T: 2.786 / M: 2.786
2º) Santa Cruz (3 jogos como mandante, no Arruda) Público: 20.741 torcedores Média de 6.913 Taxa de ocupação: 13,68% Renda: R$ 205.030 Média de R$ 68.343 Presença contra intermediários (3 jogos): T: 20.741 / M: 6.913
3º) Náutico (3 jogos como mandante, na Arena) Público: 19.230 torcedores Média de 6.410 Taxa de ocupação: 13,98% Renda: R$ 482.845 Média de R$ 160.948
Presença contra intermediários (1 jogo): T: 2.893 / M: 2.893
4º) Salgueiro (3 jogos como mandante, no Cornélio de Barros) Público: 10.640 torcedores Média de 3.546 Taxa de ocupação: 29,38% Renda: R$ 32.972 Média: R$ 10.990
5º) Central (6 jogos como mandante, no Lacerdão) Público: 17.017 torcedores Média de 2.836 Taxa de ocupação: 14,18% Renda: R$ 333.675 Média de R$ 55.612
6º) América (5 jogos como mandante, sendo 3 no Ademir, 1 na Ilha e 1 no Arruda*) Público: 4.581 torcedores
Média de 916 Taxa de ocupação: 3,96% Renda: R$ 80.290 Média de R$ 16.058 * Ainda houve mais um jogo de portões fechados
Geral – 71 jogos (1ª fase, hexagonais do título e da permanência e mata-mata)*
Público total: 123.477
Média: 1.739 pessoas
Arrecadação: R$ 1.939.019
Média: R$ 27.310 * Foram realizadas 72 partidas, mas 1 jogo ocorreu de portões fechados.
Fase principal – 18 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 96.617
Média: 5.367 pessoas
Arrecadação: R$ 1.715.539
Média: R$ 95.307
As médias das fases principais anteriores (hexagonal do título e mata-mata): 2015 – 10.122 pessoas (38 jogos)
2014 – 11.859 pessoas (38 jogos)
A 6ª rodada do Estadual movimentou bastante os rankings de pênaltis e cartões vermelhos registrados na fase principal do torneio, o hexagonal do título. Se o jogo entre Santa e Central passou em branco (literalmente), nos outros dois ocorreram duas penalidades e duas expulsões. Com a marcação na arena, convertida por Ronaldo Alves (o zagueiro é o artilheiro), o Alvirrubro assumiu a lista de marcações a favor. No Sertão, o Mequinha seguiu a sina, cometendo a terceira infração na grande área. O goleiro Delone havia defendido as anteriores, mas desta vez não deu, com Nilson fechando o placar para o Carcará. Ainda entram na conta as expulsões do alvirrubro Gastón (injusta) e do alviverde Ewerton (segundo amarelo). Na média, um pênalti e uma expulsão por rodada…
Confira a atualização do blog após a 6ª rodada do Pernambucano 2016:
Pênaltis a favor (6) 3 pênaltis – Náutico
2 pênaltis – Salgueiro
1 pênalti – Santa Cruz Sem penalidade – Sport, Central e América
Salgueiro desperdiçou um pênalti
Santa Cruz desperdiçou um pênalti Náutico evitou uma penalidade e desperdiçou outra
América evitou duas penalidades
Pênaltis cometidos (6) 3 pênaltis – América
1 pênalti – Santa Cruz, Náutico e Sport Sem penalidade – Salgueiro e Central
Os 3.345 torcedores que foram ao Cornélio de Barros, no ensolarado domingo no Sertão, viram o Salgueiro golear o Mequinha e assumir a liderança do hexagonal, virtualmente classificado a mais uma semifinal do Pernambucano. Ultrapassou o Náutico pelo saldo (6 x 4), beneficiado pelo empate no Clássico dos Clássicos, com apenas 7.041 espectadores. Aliás, um público decepcionante na arena, mesmo com transmissão na tevê aberta. O borderô foi inferior, inclusive, ao insosso empate entre Santa e Central, com 9.116 torcedores no Arruda. O fim de semana também marcou o desfecho do hexagonal da permanência, com o rebaixamento do Porto, vice-campeão em 1997 e 1998, e do Pesqueira, que cai sem receber jogos de Santa e Sport.
Hoje, as semifinais seriam Salgueiro x Santa Cruz e Náutico x Sport.
Em 18 jogos nesta fase do #PE2016 saíram 38 gols, com média de 2,11. Em relação à artilharia, que a FPF considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, Ronaldo Alves (Náutico) e Jhon (Salgueiro) lideram com 3 gols.
Santa Cruz 0 x 0 Central – Se no fim da Série B o Tricolor jogava “decisões”, o (mesmo) time agora atuar em “amistosos”. Sem pressa, sem objetividade.
Náutico 1 x 1 Sport – O resultado foi justo, com os dois times mostrando muita vontade. Tecnicamente, o clássico ficou devendo um pouco.
Salgueiro 3 x 0 América – Atual vice-campeão, o time sertanejo segue mostrando força no torneio local, liderando após 60% do hexagonal.
Destaque – Jhon. O centroavante revelado no Náutico marcou duas vezes, assumiu a artilharia e ajudou o Salgueiro a chegar na liderança.
Carcaça – José Woshington. Entrou na arena com a pressão natural de uma estreia em clássicos. Disciplinarmente, comprometeu a partida.
Próxima rodada 12/03 (17h00) – Sport x Central, Arena Pernambuco 13/03 (16h00) – Salgueiro x Santa Cruz, Cornélio de Barros 14/03 (20h30) – Náutico x América, Arena Pernambuco
A classificação atualizada do hexagonal do título após a 6ª rodada.
A classificação final do hexagonal da permanência após 10 rodadas.
O segundo Clássico dos Clássicos no ano foi bem mais disputado. Desta vez com dois times vivos numa partida franca na arena, sem tanta importância para a classificação de ambos, mas com a rivalidade presente. Se o Leão buscava a sexta vitória seguida no confronto, o Timbu queria recuperar a confiança da torcida, após a última apresentação. Tecnicamente, o jogo teve limitações, mas o destaque negativo ficou mesmo para o árbitro José Woshington. Estreante em clássicos, o carpinense de 27 anos fez apenas o seu quarto jogo no torneio. O juiz não agradou a ninguém no 1 x 1, sobretudo disciplinarmente.
No primeiro tempo, não quis conversa, tratando qualquer lance mais duro com cartão amarelo – se bem que o primeiro foi justo, com Lenis tentando simular um pênalti. No segundo, assinalou uma penalidade bem duvidosa de Matheus Ferraz em Caíque Valdívia, caindo antes do contato – na visão do blog. No fim, com os jogadores nervosos, já pela falta de critério nas faltas, Woshington encerrou a sua jornada dando um vermelho direto para Gastón, pra lá de injusto. Ele se enroscou com Samuel Xavier numa disputa de bola na lateral.
Voltando ao “jogo”, o Sport entrou com os seus três volantes, com Rithely, recuperado, sendo a surpresa. Se no primeiro duelo o trio dominou, desta vez foi diferente. Havia uma peça-chave de volta, Rodrigo Souza, que fortaleceu a marcação timbu e a saída de bola. Ainda assim o visitante começou se impondo e desperdiçando uma chance incrível. Após troca de passes, um cruzamento de Xavier para Xavier. De Samuel para Gabriel, livre, bater por cima. A partir daí, o Alvirrubro equilibrou e levou perigo à meta de Danilo Fernandes, sobretudo pela direita, com Walber (no lugar do improvisado, e machucado, Rafael) e Rony.
Apesar da intensidade, faltava espaço, com faltas, cartões e reclamações em interpretações distintas. Na segunda etapa, os gols. Aos 9, Ronaldo Alves se manteve 100% em pênaltis no ano, mandando no cantinho. Porém, a vantagem só durou cinco minutos, com Niel marcando contra – e o árbitro deu o gol a Rithely, que sequer estava no lance. Após a igualdade, o Sport se mostrou satisfeito, tentando encaixar contragolpes e evitando desgaste na maratona. Se o Náutico não chegou ao gol, ao menos mereceu os aplausos de sua torcida. Clássico dos Clássicos em 2016, agora, só num possível mata-mata…
Com 46.214 lugares, a Arena Pernambuco ainda não estabeleceu uma boa média de público nos jogos de clubes. Nos três primeiros anos de operação, o índice chegou a 1/4 da capacidade. Menos gente, menos receita e mais dificuldades para ao menos cobrir os custos de um empreendimento de alto nível. O relatório da Fundação Getúlio Vargas sobre o estádio, encomendado pelo governo do estado, traz projeções de público nas próximas décadas.
“O cenário base, que se estima possa ser obtido no futuro, partindo da observação passada dos dois anos de operação e da situação atual de realização de jogos e de receitas da Arena, além da consideração de alguns fatos trazidos à discussão pela Concessionária, e das possibilidades de desenvolvimento da região, resume-se a:”
Tido como provável, o “cenário base” foi dividido em três períodos, 2015-2019, 2019-2029 e a partir de 2029, sempre evoluindo, tanto no número partidas quanto no público. Se atualmente a FGV prevê, num ano, no máximo 8 jogos acima de 22 mil espectadores, no último quadro poderá chegar a 20. Para isso, espera-se soluções na mobilidade, também apresentadas no documento.
Outra análise interessante é a importância dos “season tickets”, com a compra de todos os jogos da temporada (de um clube mandante, no caso). Sairia de 1%, o dado atual quase desprezível, para 60% em dez anos e 90% em quinze. Será? Isso estaria atrelado a uma mudança de comportamento (e poder aquisitivo) do consumidor/torcedor. Claro, também há o cenário pessimista. Neste caso, o empreendimento continuaria recebendo no máximo 40 jogos por ano – o que resultaria num impacto considerável no faturamento.
Os três primeiros anos de futebol em São Lourenço tiveram como parceiro regular apenas o Náutico, com jogos esporádicos de Santa Cruz e Sport. Com uma estimativa futura de 60 partidas, espera-se o cenário imaginado já para o primeiro ano da operação, com as 20 principais partidas do Trio de Ferro.
Diante de uma adversário quase sem aspirações, com cinco derrotas seguidas, o Santa fez um primeiro tempo fraquíssimo no Arruda. Na verdade, o tricolores vinham de duas vitórias seguidas sem um futebol convincente. Essa desorganização tática, somada a uma certa apatia, acabou equilibrando um jogo sem perigo algum. Pior. Em alguns momentos a defesa coral se viu pressionada pelo trio de atacantes do Central, com mais de 100 anos somados. Após 45 minutos em branco, uma merecida vaia dos nove mil torcedores presentes.
O jogo, sofrível até então, melhorou um pouquinho na volta, mas os corais continuaram errando bastante. Um passo a mais, uma canelada, um posicionamento distante. Na beira do campo, a voz de Martelotte se perdia diante de tanta irritação na arquibancada. Ainda que o time tenha criado duas chances, ambas com Grafite, com uma boa defesa do goleiro e uma cabeçada na trave, nos descontos a espinha gelou, com o camisa 9 do patativa recebendo um ótimo passe de Araújo. Lourival ficou livre para marcar, mas furou.
Com o 0 x 0 mantido, mais vaias. Ok, foi o terceiro jogo seguido sem sofrer gols, mas a competitividade passa pelo balanço, com a criação agora opaca. Essa regularidade será necessária já na terça, pelo Nordestão, contra o Confiança.
A equipe técnica da Fundação Getúlio Vargas, contratada pelo governo do estado, passou quatro meses levantando todos os dados econômicos da Arena Pernambuco relacionados à sua operação, cujo contrato original (rompido) apontava 30 anos junto ao consórcio liderado pela Odebrecht. Finalizado pela FGV em 23 de dezembro, só agora, em 5 de março de 2016, foi publicado no Portal da Transparência. Trata-se de um calhamaço de 225 páginas.
O relatório econômico aponta um faturamento muito abaixo do previsto em contrato. Nos dois primeiros anos, apenas 20%, mostrando o quanto foi danoso o acordo na parceria público-privada. De julho de 2013 a junho de 2015, a receita projetada foi de R$ 226 milhões, com a receita obtida chegando a R$ 47 milhões.
A parceria público-privada (PPP) entre o governo do estado e o consórcio Arena Pernambuco Negócios e Participações, formado por duas empresas da Odebrecht, foi assinado em 15 de junho de 2010. Três meses depois o BNDES aprovou o crédito de R$ 400 milhões para financiar a construção do estádio. O gasto seria bem maior, as obras de mobilidade não seriam finalizadas, a Cidade da Copa ficaria no papel, o contrato de operação seria bem dispendioso (com balanços negativos de R$ 29,7 milhões em 2013 e R$ 24,4 milhões em 2014), além do claro esvaziamento nas partidas, com taxa de ocupação abaixo de 25%. Esse mesmo empreendimento ficou sob a mira da Polícia Federal, que apontou a construção como resultado de uma “organização criminosa”.
Pois é, bronca acumulada. Cinco anos e nove meses depois, o distrato. Em nota, o governador Paulo Câmara (secretário de planejamento na gestão de Eduardo Campos, o idealizador da arena) anunciou a rescisão, justificada em nove pontos, após o parecer da Fundação Getúlio Vargas, sugerindo a revisão, e do Tribunal de Contas do Estado, que apontou 21 irregularidades. Assim, foi encerrado um contrato previsto para 33 anos, entre construção e operação.
Obviamente, o caso irá à justiça. E será mais um entre governo e construtora, pois até o custo final da obra segue em discussão (502 mi x 743 mi). E o Náutico nessa situação? Há uma cláusula de extensão, que garante a continuidade do clube durante um período. Mas o contrato deve sair de cena, com o alvirrubro ficando atento às cláusulas rescisórias (com as indenizações).
Em negrito, observações do blog sobre a nota oficial do governo:
1) A Arena Pernambuco foi entregue em junho de 2013 e custou R$ 479.000.000,00 (base maio de 2009), tendo 75% da sua construção financiada pelo BNDES e sendo a mais barata entre as arenas construídas no Brasil, levando em conta a capacidade instalada; A mais barata numa visão sui generis… Na prática, o estádio segue sem valor, pois foi preciso antecipar a abertura em oito meses, o que encareceu a obra – a empreiteira alega um aumento de R$ 264 milhões, com o governo admitindo ao menos R$ 23 milhões. Uma câmara de arbitragem decidirá o valor final. Aí sim, saberemos se foi “a mais barata”.
2) Após a realização da Copa das Confederações, a Arena começou a ser operada pela concessionária Arena Pernambuco Negócios e Participações, a quem cabe a obrigação de explorar economicamente o empreendimento; Na ocasião, a Radial da Copa (acesso viário mais curto) não estava pronta, dificultando o acesso e, consequentemente, a exploração comercial.
3) Nesse período de exploração da Arena, o Governo do Estado de Pernambuco constatou que as receitas projetadas pela Concessionária não se confirmaram; Essa falha também é do estado, pois já na concepção parecia claro, uma vez que o governo atrelou o contrato à presença dos três clubes, com os 20 principais jogos de cada um. Como só o Náutico assinou, foi preciso fazer um aditivo, garantindo um faturamento mínimo de R$ 73 milhões por ano. Caso não fosse alcançado, o estado completaria. Ou seja, um contrato excepcional para o consórcio, com receita mínima garantida.
4) Diante da diferença entre as receitas estimadas e as realizadas, o Governo do Estado decidiu fazer uso do mecanismo de revisão contratual e encomendou à Fundação Getúlio Vargas (FGV) a análise do aspecto econômico do contrato, seus custos, suas receitas, apontando caminhos para a execução ou rescisão contratual, sempre com vistas a se obter a solução mais vantajosa ao interesse público; Ao mesmo tempo, o governo suspendeu o Todos com a Nota, que era uma das bases de faturamento da arena, tendo inclusive uma lei estadual obrigando os grandes clubes a atuar lá para seguir no programa.
5) O estudo da FGV sinalizou o que a equipe técnica do Governo do Estado já tinha constatado: que a frustração de receitas decorreu da subutilização do equipamento. Diante disso, o Governo decidiu rescindir o contrato; Pela lei, o contratado deve ser ressarcido do saldo devedor da obra, uma vez que o equipamento foi efetivamente construído, está em funcionamento e pertence a Pernambuco; A subutilização do equipamento também passa pela infraestrutura oferecida, muito aquém da anunciada. Em vez de ter uma estação de metrô a 700 metros, ficou a 2,5 km, sem volta nos jogos de meia noite. Três anos após a conclusão, os clubes seguem sem o BRT até a arena.
6) No entanto, enquanto não houver uma decisão definitiva dos órgãos de controle quanto ao valor total da obra, o Governo do Estado não efetuará nenhum pagamento; É o único estádio da Copa 2014 com valor total ainda desconhecido…
7) O Governo do Estado abrirá uma concorrência internacional para contratar uma nova empresa para a operação da Arena Pernambuco; Em coletiva, o presidente do Sport, João Humberto Martorelli, revelou em fevereiro de 2016 que um grupo holandês, que conversou com o clube, também estaria de olho no possível fim do contrato da arena.
8) Importante destacar que o contrato de concessão foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), na decisão de n.o 0101011/2011; Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e BNDES; Ou seja, passou pelo crivo de muita gente sem que ninguém se desse conta do tamanho da despesa que o estado teria na operação…
9) A análise encomendada pelo Governo do Estado de Pernambuco à Fundação Getúlio Vargas está disponível no Portal da Transparência.
Atualização. O consórcio divulgou uma nota sucinta (como sempre):
“A Arena Pernambuco esclarece que até o momento não recebeu qualquer notificação do Governo do Estado de Pernambuco formalizando a decisão de rescindir o contrato de concessão. Há uma arbitragem e uma negociação em curso com o poder concedente para a revisão dos termos do contrato. A concessionária esclarece que não tomou conhecimento do relatório final da Fundação Getúlio Vargas.”
A papelada sobre o recurso do Flamengo no Supremo Tribunal Federal estava nas mãos do ministro Marco Aurélio Mello desde 12 de maio de 2015. Caberia ao magistrado decidir se o processo sobre a divisão do título brasileiro de 1987 poderia ser julgado no STF, num “juízo de admissibilidade de prequestionamento e repercussão geral”, após o repasse do Superior Tribunal de Justiça, onde o Sport ganhou a causa como único campeão. Dez meses depois, o recurso extraordinário 881864 finalmente foi analisado. E o ministro, declaradamente torcedor do clube carioca, manteve a causa a favor dos pernambucanos, negando seguimento ao caso na maior instância do poder judiciário do país.
Eis a íntegra da decisão.
“Em 1/3/2016: A coisa julgada possui envergadura maior, não assumindo a posição de instituto a envolver simples interpretação de normas ordinárias. Trata-se de garantia inerente a cláusula do Estado Democrático de Direito, a revelá-la ato perfeito por excelência, porquanto decorre de pronunciamento do Judiciário. Ocorre que o título executivo judicial implicou a proclamação do Sport Clube como campeão do torneio brasileiro de 1987. Resolução da Confederação Brasileira de Futebol não podia dispor em sentido diverso, sob pena de ganhar, nos campos administrativo, cível e desportivo, contornos de rescisória. O acórdão do Superior Tribunal de Justiça impugnado é nesse sentido. Ante o quadro, nego seguimento ao recurso.”
Transitado em julgado em abril de 2001, o caso foi “reaberto” após o ato administrativo da CBF, em 2011, declarando os dois clubes rubro-negros como campeões, de campeonatos paralelos, à parte da coisa julgada. O Sport, claro, recorreu, uma vez que na decisão favorável ao clube o Fla foi, na verdade, o terceiro colocado do Brasileiro. Ganhou rapidamente e obrigou a entidade a desfazer o ato, com o rival se mexendo na justiça para reverter a decisão.
No fim das contas, Mello fez o óbvio, num caso decidido na Justiça Federal, com recursos no Tribunal Regional Federal e no Superior Tribunal de Justiça, sempre com o mesmo resultado. Para decidir algo diferente, só rasgando o caso.
Com o despacho, esperava-se o fim do caso mais polêmico do futebol nacional. O Fla, no seu papel, acha que não e informou que irá recorrer…
Apontado há décadas como dono da maior torcida do Brasil, o Flamengo teria 32 milhões de torcedores segundo o estudo mais recente do Ibope, realizado em 2014. Isso se reflete diretamente em audiência e compra de produtos, entre outras vertentes. Para tornar esse número mais concreto, o clube criou o Censo Rubro-Negro, para mapear a sua torcida nos 27 estados, à parte do quadro de sócios. No formato, basta cadastrar o CPF no site oficial, meio válido, pois a internet já conta com 100 milhões de brasileiros conectados.
Promovido pela empresa Golden Goal Gestão Esportiva, o cadastro será feito de 1º de março a 28 de abril. Em quatro dias o número chegou a 30 mil pessoas, com o público masculino correspondendo a 80%, já sendo possível conferir os percentuais absolutos por estado. Tema em outras oportunidades no blog, vamos à influência do Fla no Nordeste. Sem surpresa, Pernambuco apresenta o menor percentual, o único abaixo de 1% – algo tratado como orgulho local. O índice é ainda mais relevante ao considerar que o estado tem a segunda maior população da região (9,2 milhões), abaixo só da Bahia (15,1 mi).
Percentual absoluto do Censo Rubro-Negro (até 04/03/2016) 4,50% – Bahia (1.350) 2,30% – Maranhão (690) 2,00% – Ceará (600) 1,90% – Paraíba (570) 1,70% – Rio Grande do Norte (510) 1,50% – Piauí (450) 1,40% – Sergipe (420) 1,30% – Alagoas (390) 0,89% – Pernambuco (267)
Indo além da quantidade de torcedores do Flamengo, é válido ressaltar a ideia, que dará ao clube condições de estreitar o relacionamento com os seus seguidores. Seja em campanhas de marketing, lançamento de produtos, transmissões etc. Algo que poderia ser copiado por Náutico, Santa e Sport, que hoje têm em suas páginas oficiais no facebook o único meio de análise geral.