Havia gente demais na Ilha, com o borderô informando 23.390 pessoas. Todas conscientes do mau futebol apresentado pelo Sport, desorganizado taticamente. Não que tenha feito grandes jogos em 2016, mas foi muito abaixo. O hiato entre a zaga e o ataque era enorme. O próprio Diego Souza, esperado para armar, estava lá na frente, de costas, como um pivô. Na criação, a bola insistia em passar nos pés do volante Serginho, incapaz de um passe vertical certeiro. Quando cansou de errar, fez o feijão e arroz de sempre, tocando de lado.
E aí, outro problema, com os dois zagueiros, Durval e Henríquez, saindo no aperto nas laterais, quase sempre sem sucesso. Com o mandante totalmente travado pela bem postada equipe do Campinense, o capitão leonino se arriscou nos lançamentos. Outra arma ineficaz, do começou ao fim – inclusive gerando perigosos contragolpes, desperdiçados pelos paraibanos. E o apoio da torcida, ainda na rua, na chegada do ônibus com a delegação, foi virando apreensão.
Como o jogo só fazia piorar, o sentimento virou revolta. Misto de vaias e aplausos nas duas primeiras substituições, vaias elevadas na terceira (pela saída de Lenis e pela entrada de Maicon) e xingamentos de “burro” para Falcão. Atmosfera preocupante na semifinal. Na base do “6-0-4”, os lançamentos iam sendo brecados. Com a bola no chão, passes curtos, com uma barreira branca à frente. O Sport entrou poucas vezes na área de Glédson – quando conseguiu, foi através de toques rápidos, algo esperado durante toda a noite.
Já nos descontos, a placa com cinco minutos de acréscimo. Muito? Seis substituições, carro-maca acionado três vezes para jogadores do Campinense e jogo parado por mais dois minutos com o goleiro, em dois lances seguidos. Cera. Mas, francamente, faltava futebol mesmo. A ponto de a vitória, aos 49 minutos, sair com um centroavante improvável, por mais eficiente que seja no fundamento. De Maicon, que ainda não havia jogado bem uma vez sequer, para Durval, 1 x 0. Vantagem no apagar das luzes. Na comemoração, um desabafo geral. Está certo o camisa 4. Time e torcida precisam jogar juntos, até o fim.