Dois gols de Grafite. O primeiro de pênalti, após uma arrancada sensacional, no alto de seus 37 anos. O segundo com extrema categoria, tocando por cima de Fábio. Um de cabeça de Arthur, com cruzamento de Keno. E outro do próprio Keno, correndo nos descontos para decretar a goleada do Santa Cruz sobre o Cruzeiro no Arruda, 4 x 1. O mesmo placar do último confronto, há dez anos. O momento atual, porém, é muito melhor, com o time mantendo a liderança do Brasileirão. São dez gols em três apresentações, nove deles anotados pelo trio de atacantes, decisivos desde as conquistas do Nordestão e do Pernambucano.
O jogo contra o time mineiro prometia ser dos mais difíceis. Apesar da fase inconstante, tem qualidade. E dinheiro para bancar valores. No último ano, faturou R$ 363 milhões, contra R$ 15 milhões dos corais. Em campo, diferença inexistente. Nos primeiros minutos, a impressão era a de sempre, com o adversário com posse e atacando mais. Depois de dois meses, já com a cara de Milton Mendes, dá pra saber que trata-se do cenário aguardado pelo próprio tricolor, armado para contragolpear. A ponto de o próprio rival achar que está dominando. A bola vinha rondando a meta de Tiago Cardoso até os 19, no primeiro lance de perigo do mandante. Grafite correu para ser derrubado pelo goleiro na área. Certeiro, abriu a conta, num cenário ainda mais propício.
É verdade que Arrascaeta empatou no segundo tempo, numa bela cobrança de falta, mas o time, já com João Paulo, não perde a coletividade. Sobretudo por ter lá na frente um jogador de técnica refinada na conclusão. Achou um espaço, guarda. Ao marcar novamente, Grafa chegou a 6 gols, artilheiro. Em apenas três jogos passou de 1/3 da meta de 15 gols. Pelo visto, a meta será ampliada já já. Com o Cruzeiro se expondo, conforme esperado, o Santa matou, com Arthur e Keno definindo uma daquelas vitórias que faz valer o tempo de espera, dando a sensação de que outras atuações do tipo estão à caminho. Ataque, tem.