Ariano Suassuna de volta à Ilha do Retiro, como estátua e referencial turístico

Estátua de Ariano Suassuna exposta nas sociais da Ilha do Retiro. Foto: Gustavo Gusmão/twitter)

No Recife, existem doze estátuas de escritores famosos espalhadas em pontos turístico da capital, em tamanhos semelhantes aos seus personagens. O passeio é conhecido como Circuito da Poesia. Emulando a ideia, o Sport expôs na Ilha do Retiro, de forma pontual, uma escultura do dramaturgo paraibano e torcedor leonino Ariano Suassuna. O jogo era propício, em sua homenagem.

A peça, feita por Mestre Nildo em um tronco de madeira e apresentada na Fenearte, foi colocada setor das sociais, como um legítimo rubro-negro presente na partida contra o Argentinos Juniors em 2016. Sentado, de olho para o campo.

Estátuas de Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Capiba e Carlos Pena Filho no Recife. Fotos: Diario de Pernambuco e Prefeitura do Recife

Ideia simples, mas suficiente para eternizar Ariano em sua segunda casa, como no restante da cidade com Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Capiba, Carlos Pena Filho, entre outros nomes enraizados em Pernambuco.

Voltando ao futebol, há um exemplo de longevidade nas arquibancadas, com a estátua de Carlos Gardel no Parque Central, o estádio do Nacional do Montevidéu. Inaugurada em outubro de 2013, a reprodução do mais famoso cantor de tango, em sua primeira passagem na cancha, tornou-se referência turística. Como não imaginar o mesmo na Ilha, com o traje Sport Fino de Ariano?

Estátua de Carlos Gardel no estádio do Nacional, no Uruguai. Foto: ferplei.com

Com autoridade, Santa Cruz vira sobre o Flamengo e ergue o Troféu Chico Science

Troféu Chico Science 2016: Santa Cruz 3x1 Flamengo. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Um jogo para matar a saudade. A torcida coral acordou cedo para chegar ao Arruda, com o Troféu Chico Science começando às 11h. No embalo das prévias carnavalescas, a manhã também marcou a volta da cerveja ao Mundão. E na apresentação oficial do time, um amistoso de luxo contra o Flamengo. Tudo positivo. Bastava terminar com a taça, mas não seria nada fácil.

Pelo nível do adversário, com Guerrero e Sheik, pelo horário desgastante (30º) e pela vantagem do empate ao visitante, evitando de pênaltis às 13h. Pior, Willian Arão abriu o placar no primeiro tempo, com o time de Martelotte desorganizado. Após jogos-treinos contra Agap e seleção de Chã Grande, a partida exigia mais.

Troféu Chico Science 2016: Santa Cruz x Flamengo. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Ao menos o lance acordou a torcida e o time, que empatou com Grafite, de pênalti. No intervalo, o sol forçou seis mudanças. À frente, saíram Grafa, Daniel Costa, Lelê e Raniel. Perda técnica considerável. Como Muriy Ramalho também mexeu muito, a situação ficou equilibrada, necessitando de mais disposição.

Nesse meio tempo surgiu a notícia de que a regra havia sido mudada, com a volta das penalidades em caso de igualdade. Porém, não haveria polêmica após os noventa minutos. Coube a João Paulo, um dos que seguiram em campo, virar o placar no comecinho. Em vantagem, o Santa superou o calor e controlou o jogo, com Arthur mandando de fora da área, aos 47, definindo o 3 x 1. O primeiro título coral em 2016, com o time carioca voltando para casa de mãos vazias, somando outro revés após a Taça Asa Branca, em Fortaleza.

Troféu Chico Science 2016: Santa Cruz x Flamengo. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Carlos Celso Cordeiro, uma vida dedicada à história do futebol pernambucano

Carlos Celso Cordeiro, historiador e pesquisador. Foto: Paulo Paiva/DP

Quem ganhou mais clássicos, Sport ou Santa Cruz?
Quem foi o maior artilheiro do Náutico?
Quando aconteceu o primeiro jogo da história de cada grande clube?
Quem venceu mais no Campeonato Pernambucano? E o maior público?
Quem treinou mais? Quem conquistou mais títulos? 

Se hoje a gente sabe qualquer estatística que alimente a rivalidade do Trio de Ferro, é possível afirmar que o mérito é todo de Carlos Celso Cordeiro.

Pernambucano de Tabira e radicado no Recife, um alvirrubro fanático, da época do hexa. Mas, sobretudo, um apaixonado pelo futebol pernambucano. Um abnegado em resgatar a nossa história, perdida nas páginas amareladas dos jornais da capital. Pesquisador nato, Carlos Celso começou a colecionar todos os dados possíveis sobre os resultados dos times do Recife em 1982. Ia diariamente ao Arquivo Público, na Rua do Imperador. Lia e revisava todas as edições à disposição, confrontando dados do Diario de Pernambuco, Jornal do Commercio, Diário da Noite, Jornal Pequeno , Folha de Pernambuco etc. Escalações, gols públicos, bilheterias, arbitragens e outras curiosidades. 

Primeiro, anotava tudo em cadernos empilhados em sua casa. Até 1992, quando adquiriu o seu primeiro computador, passando a armazenar os dados em disquetes. Com o avanço da tecnologia, com mais memória, revisou todo o acervo, tirando fotos das fichas, digitalizando todo o material em hd externos. Engenheiro aposentado na Chesf, viu no futebol uma nova dedicação e, mesmo sem apoio, passou a publicar livros em série sobre Náutico, Sport e Santa. O primeiro, em 1996, com um levantamento estatístico de todos os jogos do Timbu entre 1909 e 1969, o “Náutico – Retrospecto de todos os jogos”. Depois, mais três volumes, com a sua dedicação se estendendo aos rivais.

Sempre na base do esforço, com tiragens mínimas e sem o menor objetivo de enriquecer, pelo puro prazer de ver a sua paixão pela história compartilhada. Ao todo, o historiador publicou 21 livros, oriundos de seu incomparável acervo, com 20.200 partidas do futebol local desde a primeira peleja, em 1905. Mesmo com a saúde debilitada, se preparava para mais uma publicação, sobre o centenário do Clássico das Multidões em maio de 2016, repetindo a ideia de 2009, nos 100 anos de Náutico x Sport. Manter o foco era uma forma de seguir com forças.

Com muito orgulho, fui convidado por Carlos Celso para escrever uma apresentação do livro. Eu o conhecia desde 2004, quando entrei no Diario. No ano seguinte – ainda nem trabalhava em Esportes -, o convidei para participar da minha monografia da faculdade, ao lado de Fernando Menezes, Stênio José e Lenivaldo Aragão. Aceitou, claro, com a mesma educação mostrada nesse tempo todo de convivência. Sempre atencioso nas incontáveis matérias sobre história e estatística, no jornal ou no blog. Falo por mim, mas tendo a certeza que isso se aplica a todos os colegas.

Por isso, a enorme tristeza neste 24 de janeiro de 2016. Aos 72 anos, Carlos Celso não resistiu ao tratamento de câncer, falecendo na noite anterior, após uma infecção respiratória. Perdemos uma pessoa que reviveu a nossa história.

Perdi um amigo também. 

Em 2008, no início do blog, Carlos Celso Cordeiro escreveu sobre uma série sobre o início da prática do futebol no Recife, de 1905 a 1915.
Capítulos: parte 1parte 2parte 3parte 4parte 5 e parte 6.Livros de Carlos Celso Cordeiro

Ex-Store, Loja do Santa Cruz reabre no Arruda após a troca de administração

A Santa Cruz Store foi inaugurada em 1º de junho de 2009, sendo a primeira loja oficial do clube, em um espaço de 230 metros quadrados dentro da sede, na Avenida Beberibe. Na época, a abertura foi marcada pelo lançamento de edição limitada de uma camisa em homenagem à volta da Seleção Brasileira ao Arruda após 14 anos. O contrato de concessão foi feito com a rede GolStore!, de Florianópolis. Porém, a insatisfação com a operação, com a recorrente falta de produtos, levou o Tricolor a um distrato, já na gestão de Alírio Moraes.

Após um tempo fechada, a loja foi reaberta neste 23 de janeiro de 2016, com as mesmas dimensões, mas agora rebatizada como Loja do Santa Cruz e administrada pela PE Retrô. reinauguração foi prestigiada pelos atacantes Nunes e Grafite, ídolos do passado e presente, e contou novamente com a apresentação de uma camisa especial, desta vez uma homenageando o Cabelo de Fogo, destaque entre 1976 e 1978. Nas demais prateleiras, um mix de 140 produtos licenciados pelo clube, com a linha completa de uniformes (da Penalty), camisas retrô (da própria PE Retrô) e acessórios a partir de 39 reais. 

Atualização: a loja, já com site oficial, passa a ser chamada “Loja Cobra Coral”.

Inauguração da Loja do Santa Cruz, em 23/01/2016. Crédito: TV Coral/Santa Cruz (reprodução)

Inauguração da Loja do Santa Cruz, em 23/01/2016. Crédito: TV Coral/Santa Cruz (reprodução)

Inauguração da Loja do Santa Cruz, em 23/01/2016. Crédito: TV Coral/Santa Cruz (reprodução)

Inauguração da Loja do Santa Cruz, em 23/01/2016. Crédito: TV Coral/Santa Cruz (reprodução)

Na presença de Muricy Ramalho, Náutico vence amistoso com pênaltis idênticos

Amistoso 2016: Náutico 2x0 Botafogo-PB. Foto: Armando Artoni/Especial para o Náutico

O Náutico realizou o seu último amistoso na pré-temporada de 2016 na Arena Pernambuco. Apesar do cenário esvaziado, havia um torcedor ilustre, o técnico Muricy Ramalho, bicampeão pernambucano em 2001 e 2002. Mais cedo, no centro de treinamento alvirrubro, o ex-comandante, hoje no Flamengo, já havia encontrado Kuki, uma parceria de sucesso nos Aflitos. Conselheiro vitalício do Timbu, Muricy não viu um grande jogo, tendo que esperar até a segunda etapa para ver o time deslanchar, no 2 x 0 sobre o Botafogo da Paraíba.

Dois gols de pênalti, ambos cobrados pelo zagueiro Ronaldo Alves. Quase um replay, pois chutou duas vezes no canto esquerdo do goleiro, que escolheu o lado direito duas vezes. Assista aos lances, registrados pela assessoria timbu.

Náutico 1 x 0 (24 do 2º tempo)

Náutico 2 x 0 (43 do 2º tempo)

Troféu Chico Science com a bola dos Jogos Olímpicos, inédita no Recife

A bola "Errejota", dos Jogos Olímpicos do Rio, usada no Troféu Chico Science 2016 (Santa Cruz x Flamengo). Crédito: divulgação

A bola Errejota, que será utilizada nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, foi apresentada há apenas dois meses. Em tese, a pelota produzida pela Adidas só deveria entrar em campo nos torneios olímpicos masculino e feminino, mas será testada no Arruda, na disputa entre Santa Cruz e Flamengo pelo Troféu Chico Science de 2016. É a segunda vez na região, após a Asa Branca, em Fortaleza..

A decisão ocorreu em comum acordo entre os clubes, numa clara referência ao ciclo olímpico. À parte do Arruda, numa participação especial, a Errejota vai rolar em sete estádios durante os Jogos: Maracanã, Engenhão, Mané Garrincha, Arena Corinthians, Mineirão, Fonte Nova e Arena da Amazônia. A curiosidade é que o Tricolor fez praticamente toda a sua pré-temporada, em Chã Grande, com a bola S11 Pro, da Penalty, o modelo usado no último Estadual. A versão de 2016, a Bola 8, bem semelhante, foi utilizada só no penúltimo treino.

Bolas oficiais em 2016: Campeonato Pernambucano e Copa do Nordeste

Futebol ignora crise com uma transação internacional a cada 38 minutos em 2015

O número de jogadores que trocaram de clubes em transações internacionais em 2015, segundo a Fifa/TMS. Arte: Cassio Zirpoli/DP (via Infogram)

Por dia, 37 transferências internacionais são registradas no futebol. Isso corresponde a uma negociação firmada a cada 38 minutos. Ao todo, foram 13.558 contratos em 2015, segundo o balanço anual do Transfer Matching System, divulgado em 21 de janeiroA sigla “TMS” se refere ao sistema eletrônico criado há cinco anos pela Fifa para registrar oficialmente todas as negociações entre clubes de países distintos, numa operação feita na Suíça. O levantamento considera empréstimo, venda, fim de contrato e jogadores livres.

Ainda que o mundo esteja tentando driblar a crise, no futebol as cifras só aumentam. No último ano, as transferências globais envolveram US$ 4,18 bilhões (R$ 17,1 bi), com média de 308 mil dólares por jogador. De acordo com o relatório, o destaque anual é a óbvia expansão chinesa, com reflexo direto no Brasil, com 16 jogadores (entre os melhores da Série A) negociados para o país asiático. Segundo a avaliação, aliás, o mercado brasileiro estaria em declínio.

O TMS engloba 6,5 mil clubes, incluindo o Trio de Ferro. Entre os principais exemplos locais, a venda de Joelinton, do Sport para o Hoffenheim por 2,4 milhões de dólares, a contratação de Grafite, do Al-Sadd do Catar para o Santa, e a saída de Josimar, liberado pelo Náutico para o Al Fateh, da Arábia Saudita.

Em 2016, as duas janelas brasileiras serão de 23/01 a 16/04 e de 22/06 a 21/07.

O gasto dos clubes nas transações internacionais em 2015, segundo a Fifa/TMS. Arte: Cassio Zirpoli/DP (via Infogram)

As maiores médias de público da Série A de 1971 a 2015, com nove nordestinos

Os times com as melhores médias de público na Série A (1971-2015): Bahia, Sport e Ceará; Santa Cruz, Fortaleza e CSA; Vitória, Náutico e América-RN

Cada vez mais, a média de público torna-se preponderante na análise sobre o tamanho do clube. De curiosidade no passado a acompanhamento rodada a rodada hoje em dia. Afinal, o número está atrelado à audiência, o fator de maior influência na receita do futebol brasileiro. Então, considerando a Série A do Brasileiro desde a sua primeira edição, em 1971, até 2015, à parte da Taça Brasil e do Robertão, embora unificados, como ficaria o índice de torcida de cada clube? Num amplo levantamento feito por João Ricardo de Oliveira e publicado no site Verminosos por Futebol, é possível traçar esse raio x.

Considerando os times com pelo menos dez participações na elite e públicos a partir de cinco mil espectadores, o quadro mostra 39 nomes, sendo 9 do Nordeste. Sem surpresa, Flamengo e Corinthians estão à frente. No viés regional, destaque absoluto para o Bahia, com 22.407 torcedores, em 4º lugar no país, contando o seu mando de campo na Fonte Nova (em suas duas versões) e em Pituaçu. O Tricolor de Aço chegou a liderar a média do Brasileirão em três oportunidades (1985, 1986 e 1988, quando sagrou-se campeão).

Na sequência, puxado pelos bons números na era dos pontos corridos, o Sport, com 16,5 mil. O Leão também chegou a ser o “campeão das arquibancadas” em uma edição, com 35.580 torcedores por jogo em 1998. Com forte presença nos anos 1970, o Santa sucumbiu nas duas últimas décadas, o que gerou uma queda no índice no Brasileirão, apesar da lotação nas divisões inferiores (como os 37 mil na Série D de 2011). Em 26º lugar no ranking geral, o Náutico tem 11.988, com boa parte das partidas nos Aflitos, onde chegou a ter 61% de taxa de ocupação (uma dos maiores). A surpresa negativa é o Vitória, vice-campeão brasileiro em 1993 e semifinalista em 1999, apenas o sétimo entre os nordestinos, mesmo sendo apontado como a terceira maior torcida da região.

As maiores médias dos nordestinos na Série A (participações)*
1º) Bahia – 22.407 (35, entre 1971 e 2014)
2º) Sport – 16.537 (34, entre 1971 e 2015)
3º) Ceará – 15.862 (17, entre 1971 e 2011)
4º) Santa Cruz – 14.757 (20, entre 1971 e 2006)
5º) Fortaleza – 14.497 (15, entre 1973 e 2006)
6º) CSA – 13.104 (12, entre 1974 e 1987)
7º) Vitória – 12.738 (34, entre 1972 e 2014)
8º) Náutico – 11.988 (27, entre 1972 e 2013)
9º) América-RN – 10.766 (14, entre 1973 e 2007)

As maiores médias da Série A (participações)*
1º) Flamengo – 28.775 (45)
2º) Corinthians – 24.993 (43)
3º) Atlético-MG – 23.120 (44)
4º) Bahia – 22.407 (35)
5º) Cruzeiro – 20.640 (45)
6º) Palmeiras – 19.249 (42)
7º) São Paulo – 19.028 (44)
8º) Grêmio – 18.733 (43)
9º) Internacional – 18.310 (45)
10º) Vasco – 18.290 (43)
11º) Fluminense – 16.662 (43)
12º) Sport – 16.537 (34)
13º) Nacional-AM – 15.957 (14)
14º) Ceará – 15.862 (17)
15º) Botafogo – 15.085 (43)
16º) Santa Cruz – 14.757 (20)
17º) Paysandu – 14.722 (20)
18º) Santos – 14.689 (44)
19º) Fortaleza – 14.497 (15)
20º) Operário-MS – 14.485 (10)
21º) Coritiba – 14.127 (35)
22º) Remo – 13.192 (13)
23º) CSA – 13.104 (12)
24º) Vitória – 12.738 (34)
25º) Goiás – 12.404 (38)
26º) Náutico – 11.988 (27)
27º) Atlético-PR – 11.754 (35)
28º) América-RN – 10.766 (14)
29º) Joinville – 9.654 (11)
30º) Figueirense – 8.837 (16)
31º) Ponte Preta – 8.533 (21)
32º) Guarani – 8.368 (28)
33º) Paraná – 8.248 (15)
34º) Criciúma – 7.590 (12)
35º) América-RJ – 6.520 (16)
36º) Desportiva – 6.512 (12)
37º) Portuguesa – 5.516 (31)
38º) Juventude – 5.248 (16)
39º) América-MG – 4.957 (14)

* Clubes com pelo menos dez participações na Série A

Ceará mantém a Asa Branca no Nordeste, a um critério da plena aprovação em 2017

Taça Asa Branca 2016, Ceará (4) 3 x 3 (3) Flamengo. Foto: Esporte Interativo/twitter

A primeira edição da Taça Asa Branca ficou no Nordeste. Em uma noite emocionante no Castelão, com 35 mil torcedores, Ceará e Flamengo ficaram num empate de seis gols, com o Vozão levando a melhor no pênaltis, após a cobrança no travessão de Paolo Guerrero. Com R$ 718 mil de bilheteria e uma transmissão disponibilizada a 71% dos assinantes do país, no primeiro lampejo nordestino com o novo alcance do canal Esporte Interativo, após a entrada na Net, o evento tende a ser replicado. E esses números positivos não surpreendem. Nem ao blog, que criticou o critério adotado para o adversário.

Na semana do lançamento da Asa Branca, na sede do Fla, um erro estratégico, recebi um telefonema (aí sim, surpreendente) do presidente do EI, Edgar Diniz, para conversar sobre as críticas. Aprofundei a minha opinião, já escrita no post Taça Asa Branca, a disputa entre o campeão nordestino e o Flamengo…?.

Taça Asa Branca 2016, Ceará (4) 3 x 3 (3) Flamengo. Foto: Esporte Interativo/twitter

O executivo alegou um ruído de informação na elaboração do convite. Em vez de um “grande clube brasileiro”, como noticiado, apenas um “grande clube”, sem distinção de nacionalidade. Edgar até concordou com a ideia de chamar um campeão para enfrentar o campeão nordestino, mas alegou problemas de agenda, pois nem sempre seria possível acertar a taça amistosa com o campeão da Série A ou da Copa do Brasil. Corinthians e Palmeiras, vencedores em 2015, por exemplo, excursionaram nos Estados Unidos e no Uruguai.

De toda forma, ele acredita que a ideia pode ser melhorada. Conforme dito no post anterior, não haveria problema em ter o próprio Fla em Fortaleza, desde que a escolha fosse fundamentada, não só pela receita de uma noite, pelo ibope. Há algo maior em jogo. Lembrando sempre: a Asa Branca é um produto da Liga do Nordeste, que por muito pouco não transformou o Ceará em coadjuvante.

Espero a Asa Branca em 2017. Com casa cheia, audiência e critério.

Taça Asa Branca 2016, Ceará (4) 3 x 3 (3) Flamengo. Foto: Esporte Interativo/twitter

Nunes, a midiática e milionária venda do Santa Cruz, disputado por Real e Flu

Revista Placar de setembro de 1978, com a venda de Nunes, do Santa Cruz para o Fluminense

Em setembro de 1978, o Fluminense pagou 9 milhões de cruzeiros pelo passe do atacante Nunes, astro do Santa Cruz. Foi a maior transação do futebol brasileiro naquele ano, estampando a capa da edição 437 da revista Placar.

“Super-Flu faz um gol de 9 milhões”

Manchete justa, pois o Cabelo de Fogo era um dos principais atacantes do país, havia sido convocado para a Copa do Mundo em junho – foi cortado por causa de uma lesão – e estava na mira do Real Madrid. Com 86 gols em 152 jogos no Arruda, o Tricolor até tentou segurá-lo. Primeiro, recusou Cr$ 5 milhões do time espanhol, um valor já recorde no estado, conforme o Diario de Pernambuco em 11 de julho. Em seguida, o Flu ofereceu 7 milhões. Balançou, mas rechaçou. 

Uma semana depois, a investida final dos cariocas: Cr$ 9 milhões. Quase um “clube chinês”. Na época, a cotação do dólar era 19,25 cruzeiros. Ou seja, Nunes saiu por 467 mil dólares – inferior só a Palhinha, do Cruzeiro para o Corinthians em 1977 por US$ 1 milhão. Pela inflação, um dólar em 1978 equivaleria a quatro hoje. Em dados atuais o passe teria custado US$ 1,87 mi. Convertendo para a atual moeda do país, em janeiro de 2016, R$ 7,7 milhões.

Confira as maiores negociações de Pernambuco no Plano Real clicando aqui

No Rio, Nunes brilharia mesmo no Flamengo, decidindo o Mundial de 1981. Não por acaso, foi homenageado no Troféu Chico Science 2016, entre Santa e Fla.