Torcedor-símbolo. Pelo amor, dedicação e representatividade de um clube, alguns apaixonados das arquibancadas entraram na história das instituições. Impossível esquecer a elegância de Dona Lia e a greia de Zequinha no Náutico, a onipresença de Bacalhau no Santa Cruz, o frevo de Dona Maria e o barulho de Zé do Rádio no Sport. Alguns dos nomes realmente populares, sem forçar.
A provocação, sadia, sempre existiu. Sem desrespeito. Daí, a consternação pelo falecimento do folclórico torcedor rubro-negro, que um dia foi o “mais chato do Brasil”, nas palavras do técnico Zagallo em 1999, irritado com a altura do som do arcaico rádio General Eletric, de 1961, durante uma peleja na Ilha do Retiro.
O apelido de Ivaldo Firmino dos Santos rapidamente se popularizou, chegando ao Guinness Book, em 2006, como o torcedor “mais chato do mundo”. Chato? Nem tanto, pois a sua presença significava a entrada da orquestra Treme-Terra.
Além disso, a sua história também foi marcada pelo transplante de coração – o doador, ironia do destino, foi um alvirrubro. A partir daí, levantou uma das bandeiras mais importantes da nossa sociedade, a doação de órgãos.
Enquanto a saúde deixou, Zé amou o Sport. Infelizmente, o seu rádio de oito faixas silenciou, mas fica a lembrança de um dos maiores personagens dos estádios pernambucanos. Na Ilha, no Arruda, nos Aflitos ou na Arena Pernambuco, gente do tipo faz com que o futebol não seja chato…
Já são oito clubes estampando a marca no ombro ou na manga, incluindo Sport e Santa Cruz, com a empresa anunciando a intenção de acertar com mais times, segundo a postagem publicada em seu perfil no facebook (veja aqui).
A reviravolta no Sport, vivendo um bom momento na Série A e na Copa do Brasil, abriu a nova edição do 45 minutos. Sobretudo porque a vitória sobre o Santos, mesmo desfalcado de peças importantes, aumentou a dúvida sobre a escolha pela Sul-Americana. Na sequência, a arrancada 100% do Náutico, com Lisca sendo o personagem principal, na tática e na motivação. Por fim, o 133º podcast debateu a missão do Santa em Belo Horizonte, contra o América/MG. O campeão pernambucano precisa de uma melhor postura como visitante.
No podcast, de 1h28min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Antes de mais nada, é preciso ressaltar que independentemente do desfecho do confronto contra o Santos, o Sport sairá no lucro. Ou irá avançar às oitavas de final da Copa do Brasil, ganhando uma cota de R$ 690 mil, ou pela terceira vez seguida participará da Copa Sul-Americana, uma obsessão no clube. Dito isso, é preciso elogiar a postura do time escalado para o jogo de ida, na Ilha do Retiro.
Mesmo com seis desfalques, o Leão venceu por 2 x 1. Bateu o atual campeão paulista, que em tese vive o mesmo dilema. Entretanto, o Peixe veio com força máxima, com Robinho e Lucas Lima, num indicativo de sua escolha pelo torneio nacional. E com 15 segundos deu mostras disso, com Ricardo Oliveira exigindo uma ótima defesa de Danilo Fernandes, substituindo o lesionado Magrão.
O começo frenético acabou sendo favorável ao próprio mandante, que abriu o placar aos três minutos, com Régis – em grande noite. Depois, o ritmo caiu. Assim, com mais tranquilidade para tocar mais a bola, o Santos mostrou a sua qualidade, aos 20 minutos, com três passes até o gol do ex-rubro-negro Lucas Lima, diante de uma desorganizada recomposição da defesa pernambucana.
A partir daí, o jogo ficou com uma cara de “empate”, sem desagradar a ninguém (em tese, repito). Mas o Leão, compacto em campo, desempatou em outra boa jogada de Régis, que deixou Renê livre para marcar o gol da vitória. A vibração da torcida deixou (mais uma vez) claro o quanto é esdrúxulo este regulamento para a Sula. Não havia ninguém torcendo contra, não na Ilha.
Três jogos, três vitórias, quatro gols marcados e nenhum gol sofrido. A arrancada do Náutico em 2015, ainda 100%, é a melhor da história do clube na Série B na era dos pontos corridos, fórmula iniciada em 2006.
Após os resultados positivos diante de Luverdense e Boa Esporte, com um golzinho em cada apresentação, o Timbu derrotou com autoridade o Criciúma, adversário de tradição na competição. O placar foi construído em apenas vinte minutos de bola rolando, com muita aplicação tática e vibração.
O centroavante Douglas foi decisivo, marcando o primeiro tento e sofrendo o pênalti convertido pelo zagueiro Ronaldo Alves, 2 x 0. No fim, a comemoração de Lisca “frescando” junto à torcida na Arena Pernambuco, após o apito final. A torcida, empolgada, foi no embalo. Valeu a noite. A explicação da dancinha é bem óbvia: Neto Baiano, ex-rival no Sport, atua na equipe catarinense.
Arrancadas do Alvirrubro na Série B (pontos corridos) 2006 – 2 vitórias e 1 derrota (66%) 2010 – 2 vitórias e 1 empate (77%) 2011 – 1 vitória, 1 empate e 1 derrota (44%) 2014 – 1 vitória e 2 empates (55%) 2015 – 3 vitórias (100%)
Indo além, a melhor largada do clube em toda a história da segunda divisão, desde 1971, ocorreu em 2001, quando bateu Remo (2 x 1), ABC (4 x 0), Ceará (2 x 1) e Nacional (1 x 0), duas vitórias em casa e duas fora. A série 100% terminou apenas na 5ª rodada, no empate em 1 x 1 com o Paysandu.
Logo, em 30 de maio o Timbu enfrentará o Sampaio Corrêa, em São Luís, para igualar o recorde e manter a liderança (ou, no máximo, co-liderança). Para uma equipe que começou o ano tão mal, e que está num processo de reformulação, essa estatística deverá convencer até o torcedor mais desconfiado de que a jornada no Campeonato Brasileiro deste ano pode ser surpreendente…
O Cadastro Nacional de Uniformes de Times (CNUT), produzido pela CBF, apresenta nesta temporada 144 padrões oficiais dos 60 clubes envolvidos nas Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro. Esta é a 4ª versão do relatório, com todos os detalhes das camisas, calções e meiões das agremiações.
Em 2015, alguns times cadastraram três modelos no arquivo da entidade – os layouts foram checados pela diretoria de competições da confederação. Entre esses clubes, três representantes pernambucanos: Sport, Náutico e Salgueiro. Pois é. O Santa Cruz enviou apenas dois modelos oficiais, deixando o padrão “coral vertical” de fora, até porque sequer foi lançado.
Ao contrário dos levantamentos anteriores, desta vez os modelos contam com os patrocinadores (ao menos, o master). Confira o documento completo aqui.
Dos 19 estádios indicados pelos times (Fla e Flu dividem o Maraca), dez já foram adaptados às dimensões do “Padrão Fifa”, com 105 metros de comprimento e 68 metros de largura – conforme a 5ª versão do relatório “Estádios de futebol – Recomendações técnicas e os requisitos”, de abril de 2011. Curiosamente, os não adaptados têm medidas maiores. Ilha do Retiro, São Januário e Serra Dourada estão no topo, com uma área de jogo de 8,25 mil metros quadrados, ou 1.110 m² a mais que o tamanho estipulado pela Fifa.
O estádio vascaíno chegou a ter as “medidas modernas” durante a fase como centro de treinamento de seleções no Mundial de 2014. Contudo, este ano o presidente do clube, Eurico Miranda, retomou às medidas tradicionais, a pedido dos jogadores, uma vez que seria prejudicial ao rendimento da equipe, com a facilidade de retrancas adversárias (!). Já no caso do Sport, o campo principal do CT de Paratibe tem o mesmo tamanho do Adelmar da Costa Carvalho.
Há mais de 150 anos se busca uma padronização. Oficialmente, as medidas permitidas pela entidade que rege o football são de 90 a 120 metros de comprimento e de 45 a 90 metros de largura, resultando em um formato retangular, obviamente. Para partidas internacionais, a recomendação é mais específica, entre 100 e 110 metros de comprimento e 64 e 75 metros de largura.
Há quase uma década houve uma princípio de unificação no país. Em 2006, o Inmetro fez um levantamento em nove campos da Série A. Após o resultado, a CBF anunciou um estudo em âmbito nacional, consultando a Fifa, para saber sobre a possibilidade de serem definidas faixas de variações para as medidas. Parou ali, mas a queixa dos profissionais (técnicos e jogadores) se manteve.
Quem levantou a bandeira novamente – revelando a pauta dos técnicos na reunião no Rio, em 2015 – foi Levir Culpi, do Galo, que manda seus jogos em campos com o novo parâmetro. O discurso “padronizado” já é um começo…
8.250 m² (110m x 75m) – Ilha do Retiro (Sport)
8.250 m² (110m x 75m) – São Januário (Vasco)
8.250 m² (110m x 75m) – Serra Dourada (Goiás)
7.869,7 m² (108,25 x 72,7m) – Morumbi (São Paulo)
7.848 m² (109m x 72m) – Couto Pereira (Coritiba)
7.665 m² (105m x 73m) – Ressacada (Avaí)
7.437,7 m² (105,8m x 70,3m) – Vila Belmiro (Santos)
7.350 m² (105m x 70m) – Arena Joinville (Joinville)
7.350 m² (105m x 70m) – Orlando Scarpelli (Figueirense)
7.140 m² (105m x 68m) – Itaquerão (Corinthians)
7.140 m² (105m x 68m) – Allianz Parque (Palmeiras)
7.140 m² (105m x 68m) – Moisés Lucarelli (Ponte Preta)
7.140 m² (105m x 68m) – Arena Condá (Chapecoense)
7.140 m² (105m x 68m) – Maracanã (Flamengo e Fluminense)
7.140 m² (105m x 68m) – Arena Grêmio (Grêmio)
7.140 m² (105m x 68m) – Beira-Rio (Internacional)
7.140 m² (105m x 68m) – Mineirão (Cruzeiro)
7.140 m² (105m x 68m) – Independência (Atlético-MG)
7.140 m² (105m x 68m) – Arena da Baixada (Atlético-PR)
Os demais estádios da Copa do Mundo de 2014 que ocasionalmente recebem jogos do Campeonato Brasileiro (incluindo a Arena Pernambuco, com seis partidas do Leão agendadas) também têm dimensões 105m x 68m.
A relação entre Náutico e Arena Pernambuco é conturbada desde o começo, com o clube exigindo um pouco mais (com razão) e a administração do estádio alegando limitações contratuais. No entanto, em alguns detalhes há uma vontade de deixar o torcedor alvirrubro mais “à vontade”.
Além das faixas vermelhas e brancas, com o distintivo, presentes em toda a mureta da arquibancada inferior e da sirene da vitória, instalada em fevereiro, a partir de agora as redes passam a ser alvirrubras, como nos Aflitos. Essa aproximação ainda é tímida diante da relação criada nesses dois anos, com parte da torcida querendo a volta para o Eládio de Barros, mas é um começo.
Em relação à customização dos outros “clientes”, nos jogos de Santa Cruz e Sport, como mandantes, as faixas na mureta também ganham as cores dos clubes. A ideia das redes será estendida?
O futebol pernambucano entrou em campo quatro vezes de sexta a domingo nas Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro. Vitórias de Santa Cruz e Náutico na segundona e do Salgueiro na terceirona. Na elite, o Sport empatou com o Fla no Maracanã. Tudo isso está na pauta da 132ª edição do 45 minutos, com um debate sobre a evolução (na tabela) dos times locais.
No podcast, de 1h26min, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Por muito pouco o Sport não se manteve na liderança do Brasileirão por mais uma rodada. O time acabou sofrendo o gol de empate contra o Flamengo aos 51 minutos do segundo tempo. Ainda assim, o 2 x 2 no Maracanã deixou o Leão empatado com o Galo (pontos, saldo e gols marcados), atrás apenas do Corinthians, o único clube 100% após duas rodadas. Por “ordem alfabética” na geração da tabela, o Sport aparece em 3º, uma vez que critérios secundários, como cartões e confronto direto, só entram na conta após as 38 rodadas.
Na classificação, causa surpresa a péssima largada do atual bicampeão brasileiro, o Cruzeiro. Duas derrotas. E ainda terá que administrar a campanha junto à Libertadores, na qual disputará as quartas de final contra o River Plate.
A 3ª rodada do representante pernambucano
24/05 (18h30) – Sport x Coritiba (Ilha do Retiro)
Jogos no Recife pela elite: 7 vitórias do Sport, 4 empates e nenhuma derrota.