Podcast 45 minutos (49º) – Vexame coral, Dado no Náutico e Diego Souza no Sport

A nova edição do 45 minutos traz uma análise sobre a eliminação do Santa Cruz na Copa do Brasil diante do inexpressivo Santa Rita, além de comentários sobre as contratações dos meias Diego Souza e Ibson pelo Sport e do técnico Dado Cavalcanti no Náutico. Para completar, o cenário na Copa Sul-Americana, com a presença do Leão…

O 49º podcast teve 1h20min de gravação. Estou na discussão com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.

Ouça agora ou quando quiser…

A sina coral de vexames na Copa do Brasil agora com um genérico

Copa do Brasil 2014, 3ª fase: Santa Cruz x Santa Rita-AL. Foto: Marlon Costa/FPF

Outro vexame no Arruda. Na Copa do Brasil, a sina coral parece cruel.

São seguidas eliminações em casa diante de adversários sem expressão alguma.

Coríntians-RN (2003), Ulbra-RO (2007), Fast-AM (2008), Americano-RJ (2009), Penarol-AM (2012) e agora Santa Rita-AL (2014), um santa genérico de uniforme.

Diante de um estreante no torneio, um Santa Cruz calejado, em sua 21ª participação. Apesar de tanto tempo de casa, teima em não aprender a jogar uma competição tão importante no futebol nacional…

Após a derrota em Maceió, quando sofreu três gols, num resultado direto de um sistema defensivo perdido, o Tricolor ficou no 1 x 1 na noite desta quinta.

É verdade que o time pernambucano até pressionou, exigindo ao menos cinco boas defesas do goleiro Jefferson, mas o gol sofrido logo aos três minutos deixou claro que o buraco na zaga está comprometendo a temporada.

O empate, através de Betinho, aos 36 do segundo tempo, até deu um fio de esperança à torcida presente. Com o time no desespero, a esperança se dissipou.

A eliminação na terceira fase tirou do Santa a cota de R$ 530 mil pela disputa nas oitavas de final…

Um derrota moral e financeira no Mundão. Mais uma na Copa do Brasil…

Copa do Brasil 2014, 3ª fase: Santa Cruz x Santa Rita-AL. Foto: Marlon Costa/FPF

San Lorenzo amplia a galeria argentina de títulos internacionais, com 64 das 168 taças

Final da Libertadores de 2014: San Lorenzo (Argentina) 1x0 Nacional (Paraguai). Crédito: Conmebol/site oficial

A inédita conquista do San Lorenzo na Taça Libertadores da América de 2014, fazendo abrir mais um sorriso no carismático Papa Francisco, ampliou a liderança argentina no número de taças internacionais oficiais erguidas pelos clubes ligados à Conmebol.

Foi o 64º título do país vizinho, com 12 clubes campeões, numa conta antiga e complicada. Soma agora seis a mais que o Brasil, com 11 times distintos.

A lista de competições organizadas pela Conmebol e pela Fifa é bem extensa, entre títulos mundiais, intercontinentais e continentais, dos mais variados pesos. Ao todo são 17 torneios diferentes espalhados em 168 edições!

Alguns só foram reconhecidos décadas depois, como o primeiro de todos, o Torneio dos Campeões de 1948, vencido pelo Vasco e com o mesmo status da Libertadores. Recentemente foi adicionada à lista a Copa Rio de 1951, conquistada pelo Palmeiras e considerada pela Fifa oficial, de “abrangência mundial”, mas não como título mundial.

Abaixo, a lista completa, já considerando a Recopa do Galo nesta temporada e também um título mexicano, uma vez que o Pachuca, mesmo da Concacaf, venceu um torneio sob a chancela da Conmebol.

Saiba mais detalhes sobre o ranking de títulos internacionais aqui.

Atualização até 14 de agosto de 2014, após a Libertadores, Recopa e Suruga.

Argentina – 64 títulos, com 12 clubes
18 – Boca Juniors, 16 – Independiente, 6 – Estudiantes de La Plata, 5 – River Plate e Vélez Sarfield, 3 – Racing Club e San Lorenzo, 2 – Argentinos Juniors, Arsenal e Lanús, 1 – Rosário Central e Talleres

Brasil – 58 títulos, com 11 clubes
12 – São Paulo, 9 – Santos, 7 – Cruzeiro e Internacional, 4 – Grêmio, Flamengo, Corinthians e Atlético Mineiro, 3 – Vasco e Palmeiras, 1 – Botafogo

Uruguai – 18 títulos, com 2 clubes
9 – Peñarol e Nacional

Paraguai  – 8 títulos, com 1 clube
8 – Olimpia

Colômbia – 8 títulos, com 4 clubes
5 – Nacional, 1 – Once Caldas, America de Cali e Millonarios

Equador – 4 títulos, com 1 clube
4 – LDU

Chile – 4 títulos, com 2 clubes
3 – Colo Colo, 1 – Universidad de Chile

Peru – 2 títulos, com 1 clube
2 – Cienciano

Bolívia – 1 título
1 – Mariscal

México – 1 título
1 – Pachuca

Recopa 2014: Atlético-MG 4x3 Lanús-ARG. Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG/Flickr

O cenário era adverso. Sem forças, o Náutico só confirmou a má fase

Série B 2014, 5ª rodada: Náutico 0x1 Vasco. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Time remendado, treinador interino, estádio vazio, salários atrasados. Apesar disso, até havia um sentimento de mudança entre os alvirrubros, mas a melhora não vem apenas com isso. Não mesmo.

O cenário adverso no jogo contra o Vasco – adiado desde a 5ª rodada por causa da greve da polícia militar – foi confirmado e o Náutico sofreu mais uma derrota nesta dura caminhada na segunda divisão, 1 x 0.

O único gol na noite desta terça saiu com apenas seis minutos de bola rolando. Numa espanada bisonha da zaga, Dakson marcou com outra senhora colaboração da defesa, no desvio de Gilmak, matando qualquer reação do estreante Júlio César.

Série B 2014, 5ª rodada: Náutico 0x1 Vasco. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Em um camarote na tribuna da Arena Pernambuco, o novo técnico Dado Cavalcanti – anunciado duas horas antes do início da peleja – via o óbvio.

Terá um trabalho gigante para incutir a sua estratégia num arremedo, que até se esforçou no segundo tempo, no abafa. O treinador terá que cumprir um papel que não cabe tanto ao seu perfil, o de motivador. A falta de confiança, aliás, sofreu outro golpe, com a expulsão do meia argentino Cañete, a injeção de técnica no elenco.

O cenário está difícil, mas o Timbu segue fora do Z4. Manter isso tornou-se a única meta de 2014, não há espaço para outro discurso… Dado sabe disso.

Série B 2014, 5ª rodada: Náutico 0x1 Vasco. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Defesa volta a comprometer o Santa. Comprometeu também a cota de R$ 530 mil

Copa do Brasil 2014, 3ª fase: Santa Rita-AL x Santa Cruz. Foto: Jamil Gomes/Santa Cruz/Assessoria

O Santa Cruz realizou seis jogos após a Copa do Mundo.

Tomando por base apenas esse período, foram quatro partidas pela Série B e duas pela Copa do Brasil.

Mesmo com dez gols marcados, venceu apenas duas vezes, com quatro derrotas. A explicação está diretamente relacionada ao comportamento do sistema defensivo – já criticado pelo blog. Foram nada menos 14 gols tomados, com uma média inaceitável de 2,33.

Somente em um jogo a zaga passou em branco, na vitória em Natal. O equilíbrio em campo se desfez no estádio Rei Pelé. Léo Gamalho voltou a fazer a sua parte, marcando duas vezes, virando o placar, mas as bolas cruzadas (e um pênalti polêmico) acabaram com a quarta-feira coral, com o triunfo do pequeno Santa Rita por 3 x 2.

Dentre todos os gols sofridos desde a volta do Mundial, 11 foram através de cruzamentos, aéreos ou rasteiros.

15/07 – Vasco 4 x 1 Santa Cruz (Série B)
19/07 – Vila Nova 3 x 2 Santa Cruz (Série B)
23/07 – Santa Cruz 2 x 1 Botafogo-PB (Copa do Brasil)
26/07 – Santa Cruz 2 x 3 Ceará (Série B)
02/08 – América-RN 0 x 1 Santa Cruz (Série B)
06/08 – Santa Rita-AL 3 x 2 Santa Cruz (Copa do Brasil)

Pelas três fases  disputadas na Copa do Brasil, contra Lagarto, Botafogo e Santa Rita, o Tricolor já recebeu R$ 750 mil.

Na próxima quarta, no jogo de volta contra os alagoanos, Sérgio Guedes precisará insistir numa maior atenção de seus jogadores sem a bola. A partida valerá a 8ª classificação do Santa às oitavas de final, a sua melhor campanha até hoje. Mais. Vale também uma nova de R$ 530 mil…

O time pernambucano pode avançar vencendo por 1 x 0 ou 2 x 1. Teoricamente, a zaga pode falhar apenas uma vez. O número já passou dos limites…

Copa do Brasil 2014, 3ª fase: Santa Rita-AL x Santa Cruz. Foto: Jamil Gomes/Santa Cruz/Assessoria

Os recordes de audiência do futebol na televisão, à parte da Rede Globo

Final do Mundial de Clubes de 2000: Corinthians campeão. Crédito: Band/reprodução

A Rede Globo detém os direitos de transmissão das principais competições de futebol no país, como Copa do Brasil, Série A, Libertadores e Mundial de Clubes.

Quando não é um pacote exclusivo, divide a exibição com no máximo uma emissora, mas ambas com o mesmo o jogo. A empresa domina a transmissão nacional há mais de três décadas. Em alguns momentos da história, porém, perdeu o comando para outros canais. Casos raros e históricos…

Com a audiência numa maré baixa em 2014 – Coritiba 0 x 0 Corinthians, no domingo, deu apenas 13 pontos na Grande São Paulo, segundo o Ibope -, a direção da Globo vai se reunir com os vinte clubes da elite nacional.

Segundo Daniel Castro, colunista do portal Uol, “a emissora apresentará aos dirigentes dos times um estudo que mostra que o futebol vem perdendo cerca de 10% da audiência a cada ano. Se continuar assim, em dez anos passará a ser um produto relevante apenas para a TV paga. Vai ‘morrer’ na TV aberta, sua principal fonte de sustento atualmente”.

É uma bravata grande essa possibilidade de desistência na tevê aberta.

Primeiro porque a empresa já tem contrato assinado com os clubes até 2019.

Segundo porque as experiências anteriores, com as competições nas mãos da concorrência, geraram audiências históricas nas finais…

Abaixo, os recordes dos principais torneios exibidos no pais quando a Globo esteve fora da jogada. Vale lembrar até um caso local, com o Estadual de 1999 na TV Pernambuco, um canal estatal. A final do segundo turno entre Santa Cruz e Sport deu 50 pontos na região metropolitana do Recife. Recorde. No ano seguinte a Globo Nordeste comprou os direitos, já esticados até 2018…

Campeonato Brasileiro 1990 (Band/Luciano do Valle, 53 pontos em SP)
Corinthians 1 x 0 São Paulo

Taça Libertadores 1992 (Rede OM/Galvão Bueno, 50 pontos em SP)
São Paulo (3) 1 x 0 (2) Newell´s Old Boys

Copa do Brasil 1995 (SBT/Luiz Alfredo, 52 pontos em SP)
Grêmio 0 x 1 Corinthians

Mundial de Clubes 2000 (Band/Luciano do Valle, 53,1 pontos em SP)
Vasco (3) 0 x 0 (4) Corinthians

Obs. As finais do Brasileiro de 1987 (Sport 1 x 0 Guarani) e da Copa do Brasil de 1992 (Inter 1 x 0 Flu) foram exibidas nacionalmente por SBT e Rede OM.

CBF acata a votação das federações, confirmando os 20 clubes do Nordestão

Os 20 clubes do Nordestão de 2015

A CBF confirmou os 20 clubes da Copa do Nordeste de 2015.

A lista divulgada pela diretoria de competições da entidade, nesta terça, é a mesma que o blog antecipou em 24 de julho (veja aqui).

Pior para o Santa Cruz, que ficou de fora após a anulação da ata votada em fevereiro na sede da FPF, na Boa Vista. Em junho, antes do Mundial, os nove presidentes das federações da região fizeram uma nova votação, com 8 x 1 contra a proposta – apenas a FPF foi a favor. Com isso, a ampliação de 16 para 20 times foi regulamentada com duas vagas ao Maranhão e duas ao Piauí.

O Tricolor esperava entrar como o 4º representante pernambucano, uma vez que o Sport, campeão nordestino de 2014, abriria uma vaga extra para o estado, pois também ganhou a competição local.

O diretor de futebol do Santa, Constantino Júnior, e o presidente da FPF, Evandro Carvalho, ainda foram juntos ao Rio de Janeiro tentar uma mudança sobre a composição oficial, mas a CBF manteve a lista.

Por sinal, o sorteio dos grupos será realizado em setembro, no Recife…

Em 2013, a premiação geral foi de R$ 5,6 milhões. Em 2014, o regional distribuiu R$ 10 milhões, sendo R$ 350 mil para quem participou da primeira fase e R$ 1,9 milhão para o campeão. Em 2015, o valor de deve subir de novo…

Pernambuco
1º) Sport (9 participações, 3 títulos – 1994/2000/2014)
2º) Náutico (7 participações, 2 semifinais)
3º) Salgueiro (1 participação)

Bahia
1º) Bahia (10 participações, 2 títulos – 2001/2002)
2º) Vitória (11 participações, 4 títulos – 1997/1999/2003/2010)
3º) Serrano (estreante)

Alagoas
1º) Coruripe (estreante)
2º) CRB (10 participações, 1 vice)

Ceará
1º) Ceará (10 participações, 1 vice)
2º) Fortaleza (7 participações, 2 semifinais)

Maranhão
1º) Sampaio Corrêa (estreante)
2º) Moto Club (estreante)

Paraíba
1º) Botafogo (10 participações, 1 semifinal)
2º) Campinense (2 participações, 1 título – 2013)

Piauí
1º) River (estreante)
2º) Piauí (estreante)

Rio Grande do Norte
1º) América (11 participações, 1 título – 1998)
2º) Globo (estreante)

Sergipe
1º) Confiança (7 participações)
2º) Socorrense (estreante)

Bilheteria cada vez menor na receita geral dos clubes brasileiros

Distribuição de renda nos 27 principais clubes brasileiros de 2006 a 2013. Crédito: Pluri Consultoria

Entre os sete principais tópicos na distribuição de receita dos maiores clubes do país, a cota de transmissão na televisão aparece, sem surpresa, como o maior, com exatamente 1/3 dos R$ 3,3 bilhões.

Mas o que realmente chama a atenção é o peso da bilheteria. Considerando o período de 2006 a 2013, o faturamento com a venda de ingressos dos 27 clubes analisados – entre eles os três grandes de Pernambuco – variou de 8% a 13%. No último ano, 11%, sendo o 4º tópico da lista elaborada pela Pluri Consultoria.

É muito pouco, mas condiz com a média de público da Série A – apenas a 15ª  liga da última temporada, com 14.951 espectadores. Com estádios vazios, mesmo com as arenas, o cenário clama por uma transformação (preços, pacotes, conforto, logística etc).

Neste contexto, vale uma observação local. Em 2014, o Santa recebeu cerca de R$ 3 milhões pelo televisionamento da Série B, bem abaixo do Sport (R$ 27 mi). Então, é até compreensível que a arrecadação coral nos jogos seja maior, sendo o ponto fora da curva entre os demais times analisados, mas o dado também segue abaixo do marketing. Aí sim uma falha coral, sobretudo porque o marketing geral vem forte nos balanços desde 2008.

Em relação ao Alvirrubro, a venda dos direitos econômicos dos jogadores (Douglas Santos no caso mais rentável) teve um peso considerável, não sendo possível compará-lo ao Tricolor, dependente dos guichês.

O estudo teve os seguintes balanços: Atlético-MG, Atlético-PR, Avaí, Bahia, Botafogo, Corinthians, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Guarani, Inter, Joinville, Náutico, Palmeiras, Paraná, Ponte Preta, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória.

Confira a análise completa, com 15 páginas, clicando aqui.

Distribuição de renda nos 27 principais clubes brasileiros de 2006 a 2013. Crédito: Pluri Consultoria

O futebol e a TV

Futebol e a TV

Por Fred Figueiroa*

Como era de se esperar, a transmissão na TV aberta de Coritiba x Corinthians no último domingo – enquanto o Sport jogava no mesmo horário fora de casa – causou uma onda de revolta dos pernambucanos nas redes sociais. A decisão de optar pela partida do time paulista, naturalmente, não partiu da TV Globo Nordeste. Sequer foi uma escolha. Há uma determinação contratual que limita a transmissão de apenas um jogo por rodada para atender ao “interesse regional” de todas as praças com exceção de Rio de Janeiro e São Paulo (que têm sempre um jogo garantido com seus clubes em ação).

A revolta dos pernambucanos não é isolada e se repete em estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Bahia. E mais: ela se soma com a indignação crescente em torno da distribuição da cota de televisionamento que, a cada ano, amplia as diferenças econômicas entre os clubes do país. Onde este processo vai levar? Impossível prever.

A verdade é que o sentimento de revolta dos que ficam sem os jogos do seu time na TV releva apenas uma parte de um problema maior e que se consolida em uma espécie de ciclo de erros. Uma reportagem publicada ontem no site Uol, assinada por Daniel Castro, revela que a TV Globo – que detém os direitos de transmissão do futebol nacional – lançou uma ameaça (ou seria só uma bravata?) para os clubes que irão se reunir com a emissora esta semana: “se os espetáculos não melhorarem e a audiência não subir, dentro de alguns anos o esporte deixará de ser interessante para a TV aberta”, escreve Daniel Castro em seu texto.

A audiência de Coritiba x Corinthians, no último domingo, não foi bem digerida na emissora. Em São Paulo, ficou em apenas 13 pontos – a menor deste Campeonato Brasileiro. Se atingiu 13 em São Paulo, imagine então os números do Recife… Só para efeito de comparação, os jogos do Campeonato Pernambucano atingem, em média, 555 mil pessoas por jogo no Grande Recife. Algo em torno de 25 pontos (mais da metade das TVs ligadas).

Com comparativos inquestionáveis de audiência que a própria emissora possui, por que não abrir espaço de vez para explorar o público potencial de cada praça? Por que insistir na limitação contratual que privilegia Rio e São Paulo em detrimento de outros sete estados? E se a Globo pretende exigir dos clubes mais investimento em qualidade técnica por que não estabelecer uma divisão de cotas que diminua o abismo entre as equipes?

A resposta “padrão” para a última pergunta é que a remuneração dos clubes é feita conforme o número de jogos transmitidos e a audiência. Mas é justamente aí que se estabelece o ciclo vicioso. Tudo gira em torno dos mesmos clubes. Eles têm mais espaço porque recebem maior cota e têm uma cota maior justamente por terem mais espaço na grade de transmissão das partidas. E a tal audiência? Só diminui.

Será que não está claro que o futebol brasileiro precisa de outro modelo de investimento, transmissão e comercialização? A espanholização (termo usado para definir a intenção de transformar Corinthians e Flamengo) é um tiro pela culatra. O privilegiado futebol carioca – com todo protecionismo midiático e financeiro que tem da TV – tem hoje um time na Série B, um que deveria estar (mas foi salvo no tapetão), um na última posição da Série A e outro imerso em crise financeira e com cinco meses de salários atrasados. Juntos, os quatro possuem metade das dívidas fiscais do futebol nacional. Este é o caminho certo?

Destaco outro trecho da matéria de Daniel Castro: “A emissora apresentará aos dirigentes dos times um estudo que mostra que o futebol vem perdendo cerca de 10% da audiência a cada ano. Se continuar assim, em dez anos passará a ser um produto relevante apenas para a TV paga. Vai “morrer” na TV aberta, sua principal fonte de sustento atualmente”.

Antes de mais nada, o “morrer” na TV aberta na verdade deve ser entendido como “morrer” na emissora. Afinal se a Globo desistir das transmissões da Série A – o que duvido muito (tem contrato até 2019) – outra empresa poderia mudar a forma de “vender” o futebol, acabando, por exemplo, com o absurdo horário das 22h. Como seria a audiência dos jogos no meio de semana se fossem transmitidos na TV aberta às 20h30 por exemplo?

* Fred Figueiroa é editor de redes sociais do Diario e colunista de esportes.

As primeiras figurinhas corais do álbum centenário

Primeiras figurinhas do álbum do centenário do Santa Cruz. Crédito: Pajeú Consultoria e Projetos/facebook

O Santa Cruz irá lançar um álbum comemorativo ao centenário do clube. Ainda que um pouco tardia, a ação marcada para setembro irá fazer um passeio histórico no Tricolor, que completou cem anos em 3 de fevereiro de 2014.

Craques, jogos inesquecíveis, Arruda, torcedores ilustres etc.

O livro ilustrado é uma parceria entre a Panini e a Pajeú Consultoria e Projetos, cuja capa ainda não foi revelada. Batizado de “Santa Cruz Futebol Clube, uma paixão 100 limites”, o álbum terá 460 figurinhas.

Os seis primeiros cromos já foram revelados…

1) Nando Cordel, cantor e torcedor tricolor
2) Fernando Santana, pentacampeão pernambucano (1969/1973) e três vezes artilheiro do Estadual pelo Santa (1969/1970 e 1972)
3) Igreja de Santa Cruz, na Boa Vista, o local da fundação do clube
4) Léo Gamalho, atacante do elenco de 2014
5) O troféu do título pernambucano de 1931, o primeiro da história coral
6) José Luiz Vieira, o primeiro presidente tricolor (1914)