Podcast – Especial Treinadores com Vinícius Eutrópio, do Santa Cruz

Vinícius Eutrópio em entrevista ao podcast 45 minutos. Foto: Cassio Zirpoli/DP

Vinícius Eutrópio encerrou a carreira como volante em 1999, quando sequer usava o sobrenome no futebol. Estava no Náutico, onde fez uma rápida transição na função, virando auxiliar técnico no segundo semestre. Após 18 anos, volta a trabalhar no Recife, agora no Santa Cruz. Como técnico efetivo. Em entrevista ao 45 minutos, em Paulista, onde os corais estão hospedados na pré-temporada, o treinador comentou sobre o início da carreira, a experiência de seis anos no Atlético-PR (vivenciando a estruturação do clube), suas preferências táticas e, sobretudo, a montagem do Tricolor. Já começou atuando diretamente sobre 11 contratações. Durante uma hora, falou de planejamento, estrutura (espera um campo no CT até maio) e a volta à Série A, a meta. Ouça!

Neste podcast, estou com Cabral Neto, Celso Ishigami e Fred Figueiroa.

Confira o outro especial, com Dado Cavalcanti, do Náutico, clicando aqui.

As cotas da Copa do Brasil de 2017, com até R$ 11,685 milhões para o campeão

Evolução das cotas da Copa do Brasil, de 2012 a 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em 2017, no último ano do atual contrato entre CBF e Rede Globo, a premiação ao campeão da Copa do Brasil subiu para R$ 11,685 milhões. Em relação à edição anterior, um aumento de 8,7% – em 2018, num novo acordo comercial, a premiação será de R$ 68 milhões (!). O montante corresponde à soma das cotas de participação nas oito fases do mata-mata, da fase preliminar ao título – acima, os valores absolutos em campanhas finais a partir das oitavas. Nesta temporada, no embalo da ampliação da Libertadores, o torneio nacional foi reformulado, ganhando mais quatro participantes (chegando a 91 clubes) e mais uma fase preliminar. Ou seja, para alcançar as oitavas de final, agora será preciso passar por quatro fases, sendo as duas primeiras em jogos únicos.

Campanha máxima para o título:
2012 – R$ 4,20 milhões (6 fases)
2013 – R$ 6,00 milhões (7 fases)
2014 – R$ 6,19 milhões (7 fases)
2015 – R$ 7,95 milhões (7 fases)
2016 – R$ 10,74 milhões (7 fases)
2017 – R$ 11,68 milhões (7 fases)
2018 – R$ 68,70 milhões (8 fases)

A reformulação na 29ª edição modificou, consequentemente, a distribuição da premiação do torneio, que terá novamente quatro clubes pernambucanos. Sport (08/02), Náutico (15/02) e Salgueiro (15/02) largam normalmente, na primeira fase. Já o Santa Cruz, como benesse do título nordestino, após a perda da vaga na Sul-Americana numa canetada, irá estrear somente nas oitavas de final.

Abaixo, o quadro com todas as cotas da Copa do Brasil, fase por fase, de 2012 a 2017 – os dados deste ano foram apurados por Wellington Campos, da Rádio Itatiaia. O período foi marcado pela subdivisão de cotas nas duas primeiras fases, com três grupos, variando de acordo com a evolução da copa, com 16 e 32 avos de final em 2012, 32 e 64 avos de 2013 a 2016 e, agora, 64 e 128 avos. Nesta temporada os grupos foram divididos da seguinte forma, tendo como base o Ranking de Clubes da CBF, atualizado em 12 de dezembro de 2016:

Grupo 1 – Os 15 primeiros no Ranking da CBF (Corinthians 4º, Cruzeiro 6º, Inter 7º, São Paulo 8º, Fluminense 10º, Vasco 13º, Coritiba 14º e Ponte Preta 15º) 

Grupo 2 – Os demais clubes presentes na Série A de 2017 (Sport 17º, Vitoria 20º, Bahia 21º e Avaí 25º)

Grupo 3 – Os 68 clubes inscritos na 1ª fase que estão fora da elite em 2017

Pré-classificados às oitavas – Santa, Paysandu, Atléticos MG, Atlético-PR, Atlético-GO, Chapecoense, Palmeiras, Santos, Flamengo, Botafogo e Grêmio

Sobre a rentabilidade da participação local, o quarteto ganhará R$ 1,82 milhão só com o primeiro mata-mata de cada rum. Largando das oitavas, o Santa tem a garantia de R$ 880 mil. Porém, não tem direito às cotas das quatro fases anteriores (que corresponderiam R$ 1,995 mi). Em caso de título, o Sport ganharia R$ 10,5 milhões, o maior valor absoluto no estado. Náutico e Salgueiro chegariam a R$ 10,125 milhões, com o Santa recebendo até R$ 9,13 mi.

As cotas da Copa do Brasil de 2012 a 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Governo inicia lobby na CBF por outro jogo da Seleção na Arena Pernambuco

Eliminatórias da Copa 2018, em 25/03/2016: Brasil 2x2 Uruguai. Foto: João de Andrade Neto/DP

Em 2016, o clássico entre Brasil e Uruguai, realizado na Arena Pernambuco, proporcionou um recorde duplo. O maior público do empreendimento, com 45.010 espectadores, e a maior bilheteria do futebol local, com R$ 4.961.890 –  levando em conta os dados conhecidos, pois a Fifa não revelou a arrecadação no Mundial e na Copa das Confederações. Números que deixaram o governo do estado atento a uma nova oportunidade o quanto antes. Sim, já em 2017.

Em uma reunião na FPF, o secretário de Turismo e Esportes de Pernambuco, Felipe Carreras, ligou para o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, para deixar o “estádio à disposição”. A chamada ainda teve a presença do presidente da FPF, Evandro Carvalho. O secretário, claro, tenta monetizar a arena, que na última temporada teve apenas 30 jogos envolvendo Náutico, Santa e Sport, com uma arrecadação bruta de R$ 4.726.054, inferior à registrada na apresentação da Canarinha. Naquela ocasião, o percentual local da renda coube ao consórcio, agora extinto – hoje, seria todo para o estado. Além disso, houve o incremento do turismo, com 16% do público pagante oriundo de estados vizinhos.

O lobby mira a agenda ainda aberta da Seleção em 2017, período confirmado pelo blog. Neste ano, apenas um jogo no país tem local definido, o amistoso beneficente contra a Colômbia, no Engenhão. Em relação às Eliminatórias da Copa 2018, restam três jogos. Nos seis jogos como mandante nesta disputa foram seis palcos distintos: Castelão, Fonte Nova, Arena PE, Arena Amazônia, Arena das Dunas e Mineirão. Ou seja, o time verde e amarelo ainda não passou nem no Rio de Janeiro nem em São Paulo. Concorrentes de peso.

Jogos confirmados no Brasil em 2017:
25/01 – Brasil x Colômbia (Engenhão, Rio)
28/03 – Brasil x Paraguai (local a definir)
31/08 – Brasil x Equador (local a definir)
10/10 – Brasil x Chile (local a definir)

Data Fifa:
09/11 – jogo a definir (adversário e local)
14/11 – jogo a definir (adversário e local)

Até hoje, considerando as partidas oficiais da Canarinha (país x país), foram dez em Pernambuco, sendo nove no Arruda e uma na Arena Pernambuco. Apenas duas não tiveram casa cheia, os amistosos contra Polônia e China. Entretanto, o índice geral é excelente, com 592.037 torcedores no borderô. Média de 59 mil.

Maiores rendas no Recife:
R$ 4.961.890 – Brasil 2 x 2 Uruguai (Arena PE, 2016)
R$ 4.322.555 – Brasil 2 x 1 Paraguai (Arruda, 2009)

Eis os dez jogos oficiais da Seleção Brasileira no Recife… Lobby para 2017?

Jogos oficiais da Seleção Brasileira no Recife. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Os patrocínios privados e estatais do futebol brasileiro em 2016, via Ibope

Os patrocínios dos clubes brasileiros em 2016. Crédito: Ibope/Repucom

Entre patrocínios de camisa e fornecedoras de material esportivo, há uma verdadeira disputa pelo “mapeamento” do futebol brasileiro. O Ibope-Repucom fez um levantamento com todas as empresas que investiram com regularidade no Brasileiro de 2016, abordando 21 clubes – com 20 deles assegurados na elite de 2017, exceção feita ao rebaixado Inter. Considerando as marcas vinculadas em 2016 (quadros acima e abaixo), três clubes tiveram apenas um patrocínio no uniforme, Vasco, Atlético-PR e Sport. Com o contrato de um ano com a Caixa Econômica Federal, o time pernambucano recebeu R$ 6 milhões. Também teve aporte neste tipo de receita através da Adidas, cujo acordo segue desconhecido. Ainda no cenário local, vale destacar que Náutico e Santa tiveram Topper/Caixa e Penalty/MRV como contratos mais duradouros, respectivamente.

Sobre as fabricantes, Nike (2 clubes) e Adidas (5) trouxeram a rivalidade global para os dois times mais populares do país. Nos dois casos, contratos maiores que os do patrocínio-máster, num formato já recorrente. Dos quatro maiores acordos, apenas o Palmeiras irá assinar um novo trato a partir de 2017.

Maiores contratos com fornecedoras de material esportivo em 2016:
1º) R$ 40 milhões/ano – Corinthians/Nike (2016-2025)
2º) R$ 35 milhões/ano – Flamengo/Adidas (2013-2022)

3º) R$ 27 milhões/ano – São Paulo/Under Armour (2015-2019)
4º) R$ 22 milhões/ano – Fluminense/Dry World (2016-2020 – rescindido)
5º) R$ 20 milhões/ano – Atlético-MG/Dry World (2016-2020 – rescindido)
6º) R$ 19 milhões/ano – Palmeiras/Adidas (2015-2016)

Em relação aos patrocínios tradicionais, com as marcas estampadas, a lista tem o Palmeiras como líder absoluto, levando em cona apenas uma empresa. Isso porque a Crefisa pagou ao alviverde (que terminou o ano como campeão brasileiro) por espaços na parte frontal, costas e ombros.

A título de comparação, o rival São Paulo firmou um contrato de 25 milhões por 19 meses com uma marca (na lista abaixo, a média anual), mas teve outros nove anunciantes, com a arrecadação passando de R$ 30 milhões. Enquanto isso, Timão e Fla seguem como os principais expoentes da Caixa. A instituição bancária está presente em 16 dos 21 clubes abordados no estudo do Ibope.

Maiores contratos de patrocínio no uniforme em 2016:
1º) R$ 66,0 milhões – Palmeiras (Crefisa – privado)
2º) R$ 30,0 milhões – Corinthians (Caixa)
3º) R$ 25,0 milhões – Flamengo (Caixa)
4º) R$ 15,7 milhões – São Paulo (Prevent Senior – privado)
5º) R$ 12,9 milhões – Grêmio (Banrisul)
5º) R$ 12,9 milhões – Internacional (Banrisul) 

Confira o levantamento do Ibope-Repucom numa resolução melhor aqui.

Os patrocínios dos clubes brasileiros em 2016. Crédito: Ibope/Repucom

O ranking histórico da Copa do Nordeste, com 51 clubes entre 1994 e 2016

Todas as campanhas no G4 na Copa do Nordeste (1994-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em duas décadas de história intermitente, com 13 edições oficiais, a Copa do Nordeste já teve a participação de 51 clubes. Indo além da lista de campeões, que tem o Vitória como maior vencedor, tetra, e o Santa Cruz como sétimo campeão, o blog compilou todas as campanhas, literalmente. De 1994, quando ocorreu em Alagoas a pioneira edição com o nome conhecido, até 2016, foram realizadas 905 partidas, com 2.520 gols marcados, proporcionando uma média de 2,78. Em relação à pontuação absoluta, a dupla Ba-Vi está empatada com 239 pontos, com o rubro-negro à frente no número de vitórias (70 x 68). Curiosamente, o aproveitamento do rival é melhor, pois tem dois jogos a menos.

Em seguida vem o Sport, cuja ausência em 2010 pesa bastante no histórico geral, pois naquele ano houve um turno com 14 rodadas – em disputa marcada pela imposição da Liga do Nordeste frente à CBF, numa batalha judicial. Atual campeão, o Santa somou 24 pontos até sua orelhuda dourada, ficando a um triz do América, ainda em vantagem devido aos doze jogos a mais. Enquanto isso, o Náutico é o time com menos participações na Lampions entre os mais tradicionais da região. Ficou de fora em cinco edições, custando o top ten.

Outra curiosidade está lá no fim da tabela, com os genéricos Flamengo (Teresina), Corinthians (Maceió) e Palmeiras (Feira de Santana). Outras agremiações genéricas têm história no Nordestão, como Botafogo (João Pessoa), Coritiba (Itabaiana), Cruzeiro (Arapiraca) e Fluminense (Feira de Santana), que detém o melhor resultado entre esses times, com o vice em 2003.

Observações do blog sobre a composição dos dois quadros expostos (ranking de pontos, abaixo; ranking de colocações no G4, acima):

1) Vitória, 3 pontos. Empate, 1 ponto. Resultados da fase preliminar à final.

2) A ordem dos times no ranking de pontos foi estabelecida da seguinte forma: pontos, vitórias, saldo de gols, gols marcados. O índice de aproveitamento aparece como adendo ao rendimento de cada clube

3) A ordem no ranking de colocações foi estabelecida da seguinte forma: títulos, vice-campeonatos e semifinais (em 1998, com a fase semifinal em dois quadrangulares, foi considerada a pontuação total). O número de vezes no G4 (última coluna) aparece como adendo ao desempenho de cada clube.

4) O Torneio José América de Almeida Filho, realizado em 1976, é considerado pelo Vitória como um título nordestino. O blog entende como título de porte regional, mas não referente à mesma competição. Por sinal, em 2016 a Liga do Nordeste, através de Alex Portela (também ex-presidente do Vitória), teria enviado um ofício à CBF pedindo a oficialização do torneio, o que incluiria até a primeira edição, de 1975, que teve o CRB como vencedor. Como segue sem uma resposta oficial (e pública), o blog manteve a disputa à parte. 

5) Os asteriscos em Botafogo e Sampaio se referem às punições do STJD, perdendo 4 (2014) e 6 (2015) pontos, respectivamente. A pena se mantém.

Confira o ranking de pontos do Pernambucano (1915-2016) clicando aqui.

O ranking de pontos da Copa do Nordeste (1994-2016). Crédito: Cassio Zirpoli/DP

Asa Branca 4 e a evolução das bolas e fornecedoras oficiais do Nordestão

A "Asa Branca 4", a bola oficial da Copa do Nordeste de 2017. Crédito: divulgação

Na volta da Copa do Nordeste, em 2013, a bola oficial foi produzida pela Nike, com a mesma versão utilizada nas demais competições organizadas pela CBF. A partir do ano seguinte, a Liga do Nordeste passou a negociar com as fabricantes, visando um modelo exclusivo. Daí o nome Asa Branca, eleito numa votação popular que ainda teve Maria Bonita e Arretada. Do contrato firmado com a Penalty saíram três versões, fabricadas em Itabuna, no interior baiano.

Em 2016, entretanto, a Asa Branca 3 acabou saindo de cena, mesmo após a apresentação oficial. Com um “contrato mais vantajoso”, como limitou-se a dizer a liga, a Umbro ocupou o lugar. Porém, com uma bola genérica, sem traços regionais. Agora, em 2017, a situação foi amarrada de uma forma melhor.

Com o novo contrato, agora com a Topper, foi retomado o projeto de marketing do Nordestão, com a 4ª Asa Branca, com a taça dourada estampada. Como nas edições anteriores, a produção estima 500 bolas nos 74 jogos do torneio. Na decisão será feita uma versão especial, com os escudos dos finalistas.

Abaixo, relembre todas as bolas oficiais do Nordestão. Qual a mais bonita?

2013 – Strike (Nike)

2014 – Asa Branca I (Penalty)

2015 – Asa Branca II (Penalty)

2016 – Asa Branca III (Penalty, cancelada)

2016 – Neo (Umbro)

2017 – Asa Branca IV (Topper)

Mercado chinês impulsiona recordes de transferências internacionais (14 mil) e gasto entre clubes (US$ 4,7 bi) em 2016

O número de jogadores negociados para o exterior, considerando todos os países filiados à Fifa. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O impacto chinês no mercado do futebol, com seguidas propostas irrecusáveis, se confirma com os dados oficiais de transferências internacionais em 2016, com recordes tanto na quantidade de atletas negociados em todo o mundo quanto no dinheiro gasto pelos clubes. Somente na primeira janela, entre janeiro e fevereiro e com dados já detalhados, os times da China gastaram quase US$ 300 milhões, ou 244% a mais que 2015! Além do volume de jogadores para o “eldorado”, há muita qualidade envolvida, com contratações do porte do meia brasileiro Oscar (Chelsea) e do atacante argentino Tévez (Boca Juniors).

Na escala global, foram 988 atletas (+7,2%) e 607 milhões de dólares (+14,5%) a mais. Através das 211 nações filiadas, 14.546 contratos internacionais foram firmados. Um a cada 36 minutos ou 39 por dia. Haja deslocamento. Dados do Transfer Matching System (TMS), o sistema eletrônico criado há cinco anos pela Fifa para registrar oficialmente todas as negociações entre clubes de países distintos, numa operação feita na Suíça. O balanço oficial considera empréstimo, venda dos direitos econômicos, fim de contrato e jogadores livres.

Movimentação de contratações internacionais na China. Arte: Fifa TMS/twitter (adaptação para tradução)

Até mesmo na “média” o dado foi o maior já registrado, com 329 mil dólares a cada atleta negociado, ou 20 mil a mais que o índice anterior. Naturalmente, teve gente saindo de graça e gente saindo por uma cifra astronômica. Cenários distintos entre os 6,5 mil clubes cadastrados pelo TMS, incluindo o Trio de Ferro do Recife. Em 2016, por sinal, houve a maior compra local, com o Sport pagando US$ 790 mil (R$ 3,16 mi na ocasião) ao Argentinos Juniors, fechando um acordo de cinco anos com o jovem atacante colombiano Lenis.

Outras transações envolvendo alvirrubros, rubro-negros e tricolores foram realizadas via TMS, através de empréstimos e com jogadores sem contrato. Eis alguns nomes trazidos do exterior e os países onde estavam: Ruiz (Colômbia), Mark González (Chile), Henríquez (Colômbia), Rodney Wallace (Portugal), Jonathan Goiano (Coreia do Sul), Bolaño (Equador), Marco Antônio (Catar), Rafael Coelho (Tailândia) e Yuri Mamute (Grécia). Sobre 2017, as duas janelas brasileiras vão de 12/01 a 04/04 e de 20/06 a 20/07. Cuidado com a China…

O dinheiro gasto nas transferências internacionais, segundo a Fifa. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Podcast – Especial Treinadores com Dado Cavalcanti, do Náutico

Dado Cavalcanti, técnico do Náutico, em entrevista ao podcast 45 minutos em 4 de janeiro de 2017. Foto: Rafael Brasileiro/DP

Em 1h30 de gravação, no CT Wilson Campos, Dado Cavalcanti analisou o seu início de trabalho e as metas do Náutico para a temporada 2017. Abrindo a série especial do 45 minutos com os treinadores do grandes clubes da capital, ele avaliou os reforços, admitiu a prioridade (apesar do longo jejum alvirrubro, apontou o acesso) e até revelou bastidores de sua conturbada passagem no Coritiba. Uma conversa franca, estendida à estrutura do futebol brasileiro e as disputas de calendário, mas também com espaço para descontração, como o fato de já ter jogado, sim, o game Elifoot, ancestral dos managers.

“Se eu concordar que os estaduais atrapalham a evolução dos grandes clubes, eu vou concordar que o Brasileiro de Série A não pode ter vinte clubes.”

Nesta edição, estive ao lado de Cabral Neto, Celso Ishigami, Fred Figueiroa João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

As cotas de televisão dos Estaduais 2017, com até R$ 157 milhões de diferença

Campeonatos estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Bahia e Ceará

Se já é complicado apurar as cifras absolutas pagas aos clubes pela transmissão do Campeonato Brasileiro, no cenário estadual o tema é uma verdadeira caixa-preta. Informações desencontradas (dos clubes, das federações e também da própria imprensa), prazos distintos nos contratos, renovações arrastadas e divisões de cotas não menos questionáveis. Mas, ainda assim, é possível traçar um cenário aproximado da realidade.

Sobre 2017, o blog reuniu as informações mais atuais (jornais, rádios e canais de outros estados) sobre os onze maiores campeonatos estaduais, incluindo o Pernambucano, o Baiano e o Cearense. Esses três apresentam valores bem abaixo, expondo a importância do Nordestão, que distribui R$ 18,5 milhões.

Dos números conhecidos (ainda que arredondados), a diferença máxima entre as competições é de R$ 157,4 milhões (SP x CE). Em dez casos, os acordos envolvem a Rede Globo e suas afiliadas. De acordo com o atlas de cobertura da emissora, existem 200.618.195 telespectadores potenciais. Logo, somando o alcance do Paulista e do Carioca (com 16 estados, considerando a transmissão do ano anterior), chega-se a 100.703.663, ou 50,2% do país.

As cotas dos principais clubes nos campeonatos estaduais de 2017

Paulistão
Sem surpresa, o torneio de São Paulo é o mais valorizado. Não por acaso, os clubes do estado ainda não aderiram à Primeira Liga (que paga 7 vezes menos). Para um calendário de pelo menos doze partidas (lembrando que o torneio de 2017 terá quatro times a menos em relação a 2016), os quatro grandes recebem, cada um, cerca de R$ 17 milhões. Valores informados em duas fontes, Máquina do Esporte e Veja. Num bloco intermediário, a Ponte receberá 5 milhões, montante superior a todo o Pernambucano (!). Mercados antagônicos, fato, mas não deixa de ser um comparativo poderoso para o restante da temporada.

R$ 160 milhões/ano (16 clubes; de 12 a 18 jogos para os grandes)
Contrato: Globo SP (2016-2019), inclui Sportv e ppv
R$ 17 milhões – Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos
R$ 5 milhões – Ponte Preta
R$ 3,3 milhões – demais clubes (11)
R$ 5 milhões – campeão
R$ 1,65 milhão – vice
R$ 1,1 milhão – 3º lugar
Alcance da TV aberta: SP (43,8 milhões de telespectadores)

Carioca (atualizado em 05/02)
O Carioca foi reformulado, voltando a ter as Taças Guanabara e Rio, com semifinais e finais, num modelo com histórico de audiência. O Estadual do Rio também passa de uma centena de milhões de reais, pois é exibido para o Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Contudo, o contrato ficou a mercê da assinatura do Fla, que inicialmente não aceitou o percentual da Ferj, segundo a repórter Gabriela Moreira, da ESPN. De fato, repassar 10% do contrato geral (R$ 12 milhões) para a federação é inexplicável (apesar da justificativa de custos operacionais). Os dados dos clubes pequenos foram divulgados por Rodrigo Mattos, do Uol. Somando São Paulo e Rio, R$ 280 milhões anuais, incluindo as premiações aos melhores colocados (campeão, vice, semifinalistas etc).

R$ 120 milhões/ano (16 clubes; de 11 a 18 jogos para os grandes)
Contrato: Globo Rio (2017-2024), inclui ppv
R$ 15 milhões – Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo
R$ 4 milhões* – Bangu, Madureira, Volta Redonda e Boavista

R$ 2,2 milhões – Macaé e Resende
R$ 1,826 milhão – Nova Iguaçu e Portuguesa
R$ 4 milhões – campeão

R$ 1,8 milhão – vice
R$ 250 mil – semifinalistas
Alcance da TV aberta: RJ, ES, TO, SE, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF (56,8 milhões de telespectadores).

Mineiro
Em 3º lugar, mas num patamar bem abaixo, vem Minas Gerais, o segundo estado mais populoso. Com o fim do contrato 2012-2016, a competição foi oxigenada financeiramente. No novo acordo, novamente por cinco edições, o Mineiro registrou um aumento de 56%, passando de R$ 23 mi para R$ 36 milhões, segundo Vinícius Dias, do blog Toque Di Letra, do portal Uai. O pacote mantém as tevês aberta e fechada, além do pay-per-view. As cotas anuais de Galo e Raposa passaram de R$ 7 mi para R$ 12 milhões (acréscimo de 71%). Já o América, a terceira força, ganha 3x mais que os grandes do Recife…

R$ 36 milhões/ano (12 clubes; de 11 a 15 jogos para os grandes)
Contrato: Globo Minas (2017-2021), inclui ppv
R$ 12 milhões – Atlético-MG e Cruzeiro
R$ 2,8 milhões – América
R$ 850 mil – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: MG (20,6 milhões de telespectadores)

Gaúcho
No extremo sul, um cenário curioso. Ao menos até aqui, informa-se um acordo de apenas um ano, segundo Gustavo Manhago, da Rádio Gaúcha. O Gauchão – cujo acerto ocorreu só no fim de dezembro – pagará um pouco menos que o Mineiro (diferença de R$ 2,2 mi). Se por um lado a dupla Grenal receberá 1 milhão a menos, os times do interior vão receber R$ 250 mil a mais. No interior, dois subgrupos, com Brasil e Juventude destacados dos demais por integrarem a Série B nacional.

R$ 33,8 milhões/ano (12 clubes; de 11 a 17 jogos para os grandes)
Contrato: RBS TV (2017), inclui ppv
R$ 11 milhões – Grêmio e Inter
R$ 1,5 milhão – Brasil de Pelotas e Juventude
R$ 1,1 milhão – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: RS (11,1 milhões de telespectadores)

Paranaense
No Paraná, os clubes (sobretudo o Atletiba) exigem um piso para a cota geral. Ou seja, que o contrato não seja inferior a estaduais à parte do eixo SP-RJ-MG-RS, via blog De Prima, do Lance!. A negociação segue com a afiliada da Globo, que em 2016 bancou 8,8 milhões de reais, quase a soma do valor previsto no Pernambucano, Baiano e Cearense somados.

R$ 8,8 milhões/ ano* (12 clubes; de 11 a 17 jogos para os grandes)
Contrato: RPC (em negociação)
R$ 2 milhões* – Atlético-PR e Coritiba
R$ 1 milhão* – Paraná Clube
R$ 600 mil* – Londrina
R$ 400 mil* – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: PR (10,7 milhões de telespectadores)
*Valores pagos na edição de 2016, expostos a título de comparação.

Catarinense
Em 2015, Santa Catarina emplacou quatro clubes no Brasileirão, à frente do Rio. Naquele mesmo ano foi firmado um contrato de três anos, incluindo sinal aberto e pay-per-view. Ao contrário do Pernambucano e do Baiano, com um jogo por rodada e oferecidos como “degustação” a assinantes do Paulista e do Carioca, o Catarinense tem um pacote de jogos maior. Daí, mais receita. Somando Globo e Premiere, R$ 7,3 milhões, segundo Tony Marcos, da Rádio Difusora. Com os descontos da federação, arbitragem e outros custos operacionais, sobra 65% para os clubes. Na divisão, três subgrupos, com o último reservado aos times oriundos da segundona.

R$ 4,777 milhões/ano (10 clubes; de 18 a 20 jogos para os grandes)
Contrato: RBS TV (2015-2017), inclui ppv
R$ 673 mil – Avaí, Chapecoense, Criciúma, Figueirense e Joinville
R$ 332 mil – Brusque, Inter de Lages e Metropolitano
R$ 208 mil – Atlético Tubarão e Almirante Barroso
Alcance da TV aberta: SC (6,7 milhões de telespectadores)

Pernambucano
No cenário local, o contrato de quatro anos (com a Globo, detentora dos direitos desde 2000!) prevê um reajuste anual através do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Assim, por mais que o valor-base (de janeiro de 2015) seja de R$ 950 mil para o Trio de Ferro, na prática cada um ganhará R$ 1.125.685 em 2017. Logo, a 103ª edição do Estadual terá um aporte de 4,5 milhões. Vale lembrar que o campeonato estadual oferecia uma premiação ao campeão até 2014 (R$ 400 mil na ocasião), mas, em comum acordo, os grandes preferiram abrir mão do valor, com a verba extra sendo repartida.

R$ 3,84 milhões/ano (12 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes)
Contrato: Globo Nordeste (2015-2018), inclui ppv
R$ 950 mil – Náutico, Santa Cruz e Sport
R$ 110 mil – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: PE (9,6 milhões de telespectadores)

Baiano
No Campeonato Baiano, que terá como particularidade o número ímpar de competidores (lembrando a desorganizada década de 1990), os valores foram revelados pelo balancete do Bahia. No dado do clube foram R$ 893.401 em 2016, numa correção monetária sobre o valor-base de R$ 850 mil (nos mesmos moldes do Pernambucano). A cota é a mesma paga ao rival Vitória. No contrato anterior (2011-2015), a dupla Ba-Vi recebeu R$ 750 mil. Portanto, um mísero aumento de 13%.

R$ 2,71 milhões/ano (11 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes)
Contrato: Rede Bahia (2016-2020), inclui ppv
R$ 850 mil – Bahia e Vitória
R$ 113 mil* – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: BA (14,4 milhões de telespectadores)

* Projeção, considerando o mesmo percentual de aumento sobre a cota anterior para os clubes intermediários, de R$ 100 mil

Paraense
Com Remo e Paysandu, os clubes mais populares da região, o principal campeonato estadual do Norte é o único, desta lista, que não é exibido pela Globo. Desde 2009 é transmitido pela TV Cultura, emissora estatal. O sinal é transmitido para 110 dos 144 municípios do estado, alcançando 71% da população (hoje estimada em 8,2 milhões). Ao todo, o aporte é (desde 2014) de R$ 2,956 milhões, com quase 300 mil repassados a custos operacionais, segundo dados da própria Secretaria de Esporte e Lazer do Pará. Ah, também conta com premiação ao campeão.

R$ 2,70 milhões/ano* (10 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes)
Contrato: TV Cultura (2017)
R$ 827.904* – Remo e Paysandu
R$ 118.272* – demais clubes (8)
R$ 100 mil – campeão
Alcance da TV aberta: PA (5,9 milhões de telespectadores)
*Valores pagos nos triênio 2014-2016

Cearense
O certame alencarino é único, entre os onze, com uma divisão de transmissão – e não compartilhamento, como a Globo costuma fazer com a Band. Isso porque o Esporte Interativo também adquiriu os direitos de uma plataforma (fechada). Após 2015-2016, renovou por outro biênio. Além disso, a Verdes Mares (a Globo cearense) também cede o sinal à TV Diário. As cotas foram aproximadas a partir de informações do jornalista Mário Kempes e do jornal O Povo.

R$ 2,56 milhões/ano (10 clubes; de 9 a 15 jogos para os grandes)
Contrato: Verdes Mares (2016-2019) e Esporte Interativo (2017-2018)
R$ 800 mil – Ceará e Fortaleza
R$ 120 mil – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: CE (8,7 milhões de telespectadores)

Goiano
Entre os estados listados, o campeonato de Goiás foi o mais complicado na apuração de informações, com valores escassos entre 2013 e 2015. Após o acerto exclusivo em 2016, os clubes seguem negociando a receita de 2017. Exibido pela mesma emissora desde 2009 (tendo o compartilhamento da Band em 2016), o torneio no Centro-Oeste conta com três cotas principais, reunindo os clubes da capital.

R$ 2,2 milhões/ano* (10 clubes; de 14 a 18 jogos para os grandes)
Contrato: TV Anhanguera, inclui ppv (em negociação)
R$ 500 mil – Atlético-GO, Goiás e Vila Nova
Alcance da TV aberta: GO (6,2 milhões de telespectadores)
* Estimativa de 2015, com os times intermediários ganhando R$ 100 mil

As cotas dos principais clubes nos campeonatos estaduais de 2017

Timemania encerra 2016 com o Santa Cruz no top 20 e Sport e Náutico no top 40

Ranking final da Timemania em 2016. Crédito: caixa.gov.br (reprodução)

O último sorteio da Timemania em 2016 ocorreu em Picos, no interior piauiense, na noite do dia 31 de dezembro. No concurso que teve o Brasiliense como clube sorteado, o prêmio principal de R$ 10,8 milhões, para o acerto de sete números, acumulou. Assim, encerrou-se também a 9ª temporada da loteria federal criada para abater as dívidas dos times brasileiros com o poder público.

Os três clubes pernambucanos cadastrados registraram mais de 4,9 milhões de apostas, numa queda de 14% em relação ao acumulado passado (5,8 mi) – e já havia caído 19% na comparação anterior. Em contrapartida a esta queda, o Santa Cruz conseguiu, pelo terceiro ano seguido, figurar no top 20, a “elite” do ranking de apostas. E isso vale bastante, pois do faturamento absoluto da loteria – cujo montante até hoje não atingiu o imaginado pelos organizadores -, 20% é repassado para os 80 clubes inscritos de acordo com o número de apostas.

Divisão da receita repassada aos clubes e as respectivas cotas em 2017:
65% (grupo 1, do 1º ao 20º lugar) – R$ 36,0 milhões (R$ 1,8 milhão cada)
25% (grupo 2, do 21º ao 40º lugar) – R$ 13,8 milhões (R$ 692 mil cada)
8% (grupo 3, do 41º ao 80º lugar) – R$ 4,4 milhões (R$ 110 mil cada)
2% (grupo 4, com os 18 clubes fora da cartela) – R$ 1,1 milhão (R$ 61 mil cada)

Ao todo, seis nordestinos ficaram na primeira casta em 2016 e vão poder abater R$ 1,8 milhão em dívidas tributárias, cada um, em 2017. Neste bolo, a surpresa é o ABC, embora a direção mantenha um trabalho contínuo de engajamento junto à torcida – já havia sido top 20 antes. Enquanto isso, Sport e Náutico ficaram no segundo escalão, no top 40. A seguir, o histórico de colocações (nos âmbitos nacional e regional) dos sete times mais tradicionais do Nordeste.

A arrecadação bruta da Timemania foi de R$ 276.942.364, com 138.471.182 apostas em todo o país (cada cartela custa R$ 2). Muito? Pois esse dado é 18,3% menor que o apurado em 2015. Em cifras, R$ 62 milhões a menos nas lotéricas. Por isso, o repasse para os clubes será o menor em três temporadas.

Arrecadação da Timemania e a receita dos clubes (entre parênteses):
2012 – R$ 256 milhões (R$ 51,2 mi)
2013 – R$ 251 milhões (R$ 50,3 mi)
2014 – R$ 425 milhões (R$ 85,0 mi)
2015 – R$ 338 milhões (R$ 67,6 mi)
2016 – R$ 276 milhões (R$ 55,3 mi)

Abaixo, o número de apostas a cada ano dos maiores clubes do Nordeste. Desde 2009, o Trio de Ferro termina a temporada abaixo dos rivais baianos e cearenses. Talvez (repetindo, “talvez”) pelo fato de o público ser formado não só por torcedores, mas por apostadores regulares, independentemente do modelo. Não por acaso, as três metrópoles, com populações semelhantes (na casa de 4 milhões), registram dados aproximados, caso a comparação seja agregada.

Com 4,9 milhões de apostas (soma de tricolores, rubro-negros e alvirrubros), o Recife teve 350 mil a menos que Salvador e 300 mil a mais que Fortaleza. Contrasta com o cenário individual. De toda forma, a 14ª colocação nacional do Fortaleza há oito anos seguidos, por exemplo, é um mérito do clube, fato.

Número de apostas dos maiores clubes do Nordeste de 2008 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP