Entre patrocínios de camisa e fornecedoras de material esportivo, há uma verdadeira disputa pelo “mapeamento” do futebol brasileiro. O Ibope-Repucom fez um levantamento com todas as empresas que investiram com regularidade no Brasileiro de 2016, abordando 21 clubes – com 20 deles assegurados na elite de 2017, exceção feita ao rebaixado Inter. Considerando as marcas vinculadas em 2016 (quadros acima e abaixo), três clubes tiveram apenas um patrocínio no uniforme, Vasco, Atlético-PR e Sport. Com o contrato de um ano com a Caixa Econômica Federal, o time pernambucano recebeu R$ 6 milhões. Também teve aporte neste tipo de receita através da Adidas, cujo acordo segue desconhecido. Ainda no cenário local, vale destacar que Náutico e Santa tiveram Topper/Caixa e Penalty/MRV como contratos mais duradouros, respectivamente.
Sobre as fabricantes, Nike (2 clubes) e Adidas (5) trouxeram a rivalidade global para os dois times mais populares do país. Nos dois casos, contratos maiores que os do patrocínio-máster, num formato já recorrente. Dos quatro maiores acordos, apenas o Palmeiras irá assinar um novo trato a partir de 2017.
Maiores contratos com fornecedoras de material esportivo em 2016: 1º) R$ 40 milhões/ano – Corinthians/Nike (2016-2025)
2º) R$ 35 milhões/ano – Flamengo/Adidas (2013-2022) 3º) R$ 27 milhões/ano – São Paulo/Under Armour (2015-2019)
4º) R$ 22 milhões/ano – Fluminense/Dry World (2016-2020 – rescindido)
5º) R$ 20 milhões/ano – Atlético-MG/Dry World (2016-2020 – rescindido)
6º) R$ 19 milhões/ano – Palmeiras/Adidas (2015-2016)
Em relação aos patrocínios tradicionais, com as marcas estampadas, a lista tem o Palmeiras como líder absoluto, levando em cona apenas uma empresa. Isso porque a Crefisa pagou ao alviverde (que terminou o ano como campeão brasileiro) por espaços na parte frontal, costas e ombros.
A título de comparação, o rival São Paulo firmou um contrato de 25 milhões por 19 meses com uma marca (na lista abaixo, a média anual), mas teve outros nove anunciantes, com a arrecadação passando de R$ 30 milhões. Enquanto isso, Timão e Fla seguem como os principais expoentes da Caixa. A instituição bancária está presente em 16 dos 21 clubes abordados no estudo do Ibope.
Maiores contratos de patrocínio no uniforme em 2016: 1º) R$ 66,0 milhões – Palmeiras (Crefisa – privado) 2º) R$ 30,0 milhões – Corinthians (Caixa) 3º) R$ 25,0 milhões – Flamengo (Caixa) 4º) R$ 15,7 milhões – São Paulo (Prevent Senior – privado)
5º) R$ 12,9 milhões – Grêmio (Banrisul)
5º) R$ 12,9 milhões – Internacional (Banrisul)
Confira o levantamento do Ibope-Repucom numa resolução melhor aqui.
Em duas décadas de história intermitente, com 13 edições oficiais, a Copa do Nordeste já teve a participação de 51 clubes. Indo além da lista de campeões, que tem o Vitória como maior vencedor, tetra, e o Santa Cruz como sétimo campeão, o blog compilou todas as campanhas, literalmente. De 1994, quando ocorreu em Alagoas a pioneira edição com o nome conhecido, até 2016, foram realizadas 905 partidas, com 2.520 gols marcados, proporcionando uma média de 2,78. Em relação à pontuação absoluta, a dupla Ba-Vi está empatada com 239 pontos, com o rubro-negro à frente no número de vitórias (70 x 68). Curiosamente, o aproveitamento do rival é melhor, pois tem dois jogos a menos.
Em seguida vem o Sport, cuja ausência em 2010 pesa bastante no histórico geral, pois naquele ano houve um turno com 14 rodadas – em disputa marcada pela imposição da Liga do Nordeste frente à CBF, numa batalha judicial. Atual campeão, o Santa somou 24 pontos até sua orelhuda dourada, ficando a um triz do América, ainda em vantagem devido aos doze jogos a mais. Enquanto isso, o Náutico é o time com menos participações na Lampions entre os mais tradicionais da região. Ficou de fora em cinco edições, custando o top ten.
Outra curiosidade está lá no fim da tabela, com os genéricos Flamengo (Teresina), Corinthians (Maceió) e Palmeiras (Feira de Santana). Outras agremiações genéricas têm história no Nordestão, como Botafogo (João Pessoa), Coritiba (Itabaiana), Cruzeiro (Arapiraca) e Fluminense (Feira de Santana), que detém o melhor resultado entre esses times, com o vice em 2003.
Observações do blog sobre a composição dos dois quadros expostos (ranking de pontos, abaixo; ranking de colocações no G4, acima):
1) Vitória, 3 pontos. Empate, 1 ponto. Resultados da fase preliminar à final.
2) A ordem dos times no ranking de pontos foi estabelecida da seguinte forma: pontos, vitórias, saldo de gols, gols marcados. O índice de aproveitamento aparece como adendo ao rendimento de cada clube
3) A ordem no ranking de colocações foi estabelecida da seguinte forma: títulos, vice-campeonatos e semifinais (em 1998, com a fase semifinal em dois quadrangulares, foi considerada a pontuação total). O número de vezes no G4 (última coluna) aparece como adendo ao desempenho de cada clube.
Na volta da Copa do Nordeste, em 2013, a bola oficial foi produzida pela Nike, com a mesma versão utilizada nas demais competições organizadas pela CBF. A partir do ano seguinte, a Liga do Nordeste passou a negociar com as fabricantes, visando um modelo exclusivo. Daí o nome Asa Branca, eleito numa votação popular que ainda teve Maria Bonita e Arretada. Do contrato firmado com a Penalty saíram três versões, fabricadas em Itabuna, no interior baiano.
Em 2016, entretanto, a Asa Branca 3 acabou saindo de cena, mesmo após a apresentação oficial. Com um “contrato mais vantajoso”, como limitou-se a dizer a liga, a Umbro ocupou o lugar. Porém, com uma bola genérica, sem traços regionais. Agora, em 2017, a situação foi amarrada de uma forma melhor.
Com o novo contrato, agora com a Topper, foi retomado o projeto de marketing do Nordestão, com a 4ª Asa Branca, com a taça dourada estampada. Como nas edições anteriores, a produção estima 500 bolas nos 74 jogos do torneio. Na decisão será feita uma versão especial, com os escudos dos finalistas.
Abaixo, relembre todas as bolas oficiais do Nordestão. Qual a mais bonita?
Com a elaboração da Taça Ariano Suassuna, em 2015, o Sport criou um evento particular na pré-temporada, emulando a ideia já tradicional no Barcelona (Joan Gamper) e Real Madrid (Santiago Bernabéu). Ou seja, a apresentação do elenco em um amistoso internacional no Recife, valendo um troféu simbólico. Começou com o pé direito, com 22 mil torcedores na arena diante do Nacional do Uruguai. Em 2016, na Ilha, menos de dez mil para assistir ao duelo contra o Argentinos Juniors. Em 2017, novo confronto inédito, desta vez contra o The Strongest.
Ao contrário das primeiras edições, o clube boliviano não é um campeão continental. Apesar do status de atual campeão nacional (soma 12 títulos), vem de um centro menor. Mantém a aura internacional da disputa, essencial, mas abaixo dos nomes trabalhados no período, como Atlético Nacional (atual campeão da Libertadores) e Lanús (atual campeão argentino). Por sinal, as sondagens só começaram em dezembro, bem em cima da hora para uma data já certa, anual. Após as negativas e com a agenda cada vez mais apertada, a direção leonina recebeu um sinal positivo do aurinegro de La Paz, onde joga o volante Chumacero, com passagem no próprio rubro-negro pernambucano.
A Taça Ariano é uma disputa com potencial de mercado, tanto que será exibida na televisão para todo o país pela 3ª vez, via Esporte Interativo. E merece uma atenção prévia, com o clube transformando de fato o jogo em evento.
24/01/2015 – Sport 2 x 1 Nacional-URU; 22.356 pessoas (R$ 547.250)
24/01/2016 – Sport 2 x 0 Argentinos Juniors-ARG; 8.909 pessoas (R$ 216.865)
22/01/2017 – Sport x The Strongest-BOL, na Arena Pernambuco
O impacto chinês no mercado do futebol, com seguidas propostas irrecusáveis, se confirma com os dados oficiais de transferências internacionais em 2016, com recordes tanto na quantidade de atletas negociados em todo o mundo quanto no dinheiro gasto pelos clubes. Somente na primeira janela, entre janeiro e fevereiro e com dados já detalhados, os times da China gastaram quase US$ 300 milhões, ou 244% a mais que 2015! Além do volume de jogadores para o “eldorado”, há muita qualidade envolvida, com contratações do porte do meia brasileiro Oscar (Chelsea) e do atacante argentino Tévez (Boca Juniors).
Até mesmo na “média” o dado foi o maior já registrado, com 329 mil dólares a cada atleta negociado, ou 20 mil a mais que o índice anterior. Naturalmente, teve gente saindo de graça e gente saindo por uma cifra astronômica. Cenários distintos entre os 6,5 mil clubes cadastrados pelo TMS, incluindo o Trio de Ferro do Recife. Em 2016, por sinal, houve a maior compra local, com o Sport pagando US$ 790 mil (R$ 3,16 mi na ocasião) ao Argentinos Juniors, fechando um acordo de cinco anos com o jovem atacante colombiano Lenis.
Outras transações envolvendo alvirrubros, rubro-negros e tricolores foram realizadas via TMS, através de empréstimos e com jogadores sem contrato. Eis alguns nomes trazidos do exterior e os países onde estavam: Ruiz (Colômbia), Mark González (Chile), Henríquez (Colômbia), Rodney Wallace (Portugal), Jonathan Goiano (Coreia do Sul), Bolaño (Equador), Marco Antônio (Catar), Rafael Coelho (Tailândia) e Yuri Mamute (Grécia). Sobre 2017, as duas janelas brasileiras vão de 12/01 a 04/04 e de 20/06 a 20/07. Cuidado com a China…
Para a liberação dos doze estádios inscritos no Campeonato Pernambucano de 2017, a FPF exigiu laudos técnicos de engenharia, segurança, bombeiros e vigilância sanitária. Ainda que alguns gramados, como o do Carneirão – exibido na primeira transmissão via internet -, sigam em péssimas condições, onze palcos foram confirmados antes da abertura da competição – exceção feita ao Paulo Petribú, em Carpina, na primeira rodada. Sobre a capacidade máxima (quadro abaixo), os dois palcos da capital seguem reduzidos em relação à versão mais recente do Cadastro Nacional de Estádios, da CBF.
A pedido do Ministério Público em novembro de 2015, Arruda e Ilha do Retiro perderam 9,4 mil e 5,5 mil lugares, respectivamente. Ou seja, no máximo 50 mil torcedores no Mundão (que já recebeu 96 mil) e 27 mil na casa leonina (que já acomodou 56 mil) – para retomar a capacidade original, Sport e Santa se comprometeram a cumprir as exigências até 2018. Já a Arena tem a maior diferença a favor, com 1,5 mil lugares a mais que o cadastro. Ao todo, existem 37.852 cadeiras à disposição do público geral, descontando camarotes, cadeiras vips e área de imprensa, o que corresponde a 83% da carga. Outras quatro praças esportivas também receberam pequenas ampliações (segundo os laudos), com destaque para o Luiz Lacerda. O estádio do Central, cujo gramado é um dos mais preocupantes em 2017, tem 518 lugares a mais.
Ao contrário da edição anterior, que exigia pelo menos três mil lugares até o hexagonal e dez mil nos mata-matas, desta vez a FPF estipula uma capacidade mínima somente a partir da semifinal, com “dez mil espectadores sentados”. Assim, o Vianão, em Afogados, com dois mil lugares, poderia receber o Trio de Ferro num hipotético confronto no hexagonal. Já numa possível fase decisiva, apenas três cidades estão aptas no interior: Vitória, Caruaru e Salgueiro.
Se já é complicado apurar as cifras absolutas pagas aos clubes pela transmissão do Campeonato Brasileiro, no cenário estadual o tema é uma verdadeira caixa-preta. Informações desencontradas (dos clubes, das federações e também da própria imprensa), prazos distintos nos contratos, renovações arrastadas e divisões de cotas não menos questionáveis. Mas, ainda assim, é possível traçar um cenário aproximado da realidade.
Sobre 2017, o blog reuniu as informações mais atuais (jornais, rádios e canais de outros estados) sobre os onze maiores campeonatos estaduais, incluindo o Pernambucano, o Baiano e o Cearense. Esses três apresentam valores bem abaixo, expondo a importância do Nordestão, que distribui R$ 18,5 milhões.
Dos números conhecidos (ainda que arredondados), a diferença máxima entre as competições é de R$ 157,4 milhões (SP x CE). Em dez casos, os acordos envolvem a Rede Globo e suas afiliadas. De acordo com o atlas de cobertura da emissora, existem 200.618.195 telespectadores potenciais. Logo, somando o alcance do Paulista e do Carioca (com 16 estados, considerando a transmissão do ano anterior), chega-se a 100.703.663, ou 50,2% do país.
Paulistão Sem surpresa, o torneio de São Paulo é o mais valorizado. Não por acaso, os clubes do estado ainda não aderiram à Primeira Liga (que paga 7 vezes menos). Para um calendário de pelo menos doze partidas (lembrando que o torneio de 2017 terá quatro times a menos em relação a 2016), os quatro grandes recebem, cada um, cerca de R$ 17 milhões. Valores informados em duas fontes, Máquina do Esporte e Veja. Num bloco intermediário, a Ponte receberá 5 milhões, montante superior a todo o Pernambucano (!). Mercados antagônicos, fato, mas não deixa de ser um comparativo poderoso para o restante da temporada.
R$ 160 milhões/ano (16 clubes; de 12 a 18 jogos para os grandes) Contrato: Globo SP (2016-2019), inclui Sportv e ppv R$ 17 milhões – Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos R$ 5 milhões – Ponte Preta R$ 3,3 milhões – demais clubes (11) R$ 5 milhões – campeão R$ 1,65 milhão – vice R$ 1,1 milhão – 3º lugar
Alcance da TV aberta: SP (43,8 milhões de telespectadores)
Carioca (atualizado em 05/02) O Carioca foi reformulado, voltando a ter as Taças Guanabara e Rio, com semifinais e finais, num modelo com histórico de audiência. O Estadual do Rio também passa de uma centena de milhões de reais, pois é exibido para o Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Contudo, o contrato ficou a mercê da assinatura do Fla, que inicialmente não aceitou o percentual da Ferj, segundo a repórter Gabriela Moreira, da ESPN. De fato, repassar 10% do contrato geral (R$ 12 milhões) para a federação é inexplicável (apesar da justificativa de custos operacionais). Os dados dos clubes pequenos foram divulgados por Rodrigo Mattos, do Uol. Somando São Paulo e Rio, R$ 280 milhões anuais, incluindo as premiações aos melhores colocados (campeão, vice, semifinalistas etc).
R$ 120 milhões/ano (16 clubes; de 11 a 18 jogos para os grandes) Contrato: Globo Rio (2017-2024), inclui ppv R$ 15 milhões – Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo
R$ 4 milhões* – Bangu, Madureira, Volta Redonda e Boavista R$ 2,2 milhões – Macaé e Resende R$ 1,826 milhão – Nova Iguaçu e Portuguesa
R$ 4 milhões – campeão R$ 1,8 milhão – vice R$ 250 mil – semifinalistas Alcance da TV aberta: RJ, ES, TO, SE, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF (56,8 milhões de telespectadores).
Mineiro Em 3º lugar, mas num patamar bem abaixo, vem Minas Gerais, o segundo estado mais populoso. Com o fim do contrato 2012-2016, a competição foi oxigenada financeiramente. No novo acordo, novamente por cinco edições, o Mineiro registrou um aumento de 56%, passando de R$ 23 mi para R$ 36 milhões, segundo Vinícius Dias, do blog Toque Di Letra, do portal Uai. O pacote mantém as tevês aberta e fechada, além do pay-per-view. As cotas anuais de Galo e Raposa passaram de R$ 7 mi para R$ 12 milhões (acréscimo de 71%). Já o América, a terceira força, ganha 3x mais que os grandes do Recife…
R$ 36 milhões/ano (12 clubes; de 11 a 15 jogos para os grandes) Contrato: Globo Minas (2017-2021), inclui ppv R$ 12 milhões – Atlético-MG e Cruzeiro R$ 2,8 milhões – América R$ 850 mil – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: MG (20,6 milhões de telespectadores)
Gaúcho No extremo sul, um cenário curioso. Ao menos até aqui, informa-se um acordo de apenas um ano, segundo Gustavo Manhago, da Rádio Gaúcha. O Gauchão – cujo acerto ocorreu só no fim de dezembro – pagará um pouco menos que o Mineiro (diferença de R$ 2,2 mi). Se por um lado a dupla Grenal receberá 1 milhão a menos, os times do interior vão receber R$ 250 mil a mais. No interior, dois subgrupos, com Brasil e Juventude destacados dos demais por integrarem a Série B nacional.
R$ 33,8 milhões/ano (12 clubes; de 11 a 17 jogos para os grandes) Contrato: RBS TV (2017), inclui ppv R$ 11 milhões – Grêmio e Inter R$ 1,5 milhão – Brasil de Pelotas e Juventude R$ 1,1 milhão – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: RS (11,1 milhões de telespectadores)
Paranaense No Paraná, os clubes (sobretudo o Atletiba) exigem um piso para a cota geral. Ou seja, que o contrato não seja inferior a estaduais à parte do eixo SP-RJ-MG-RS, via blog De Prima, do Lance!. A negociação segue com a afiliada da Globo, que em 2016 bancou 8,8 milhões de reais, quase a soma do valor previsto no Pernambucano, Baiano e Cearense somados.
R$ 8,8 milhões/ ano* (12 clubes; de 11 a 17 jogos para os grandes) Contrato: RPC (em negociação)
R$ 2 milhões* – Atlético-PR e Coritiba
R$ 1 milhão* – Paraná Clube
R$ 600 mil* – Londrina
R$ 400 mil* – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: PR (10,7 milhões de telespectadores)
*Valores pagos na edição de 2016, expostos a título de comparação.
Catarinense Em 2015, Santa Catarina emplacou quatro clubes no Brasileirão, à frente do Rio. Naquele mesmo ano foi firmado um contrato de três anos, incluindo sinal aberto e pay-per-view. Ao contrário do Pernambucano e do Baiano, com um jogo por rodada e oferecidos como “degustação” a assinantes do Paulista e do Carioca, o Catarinense tem um pacote de jogos maior. Daí, mais receita. Somando Globo e Premiere, R$ 7,3 milhões, segundo Tony Marcos, da Rádio Difusora. Com os descontos da federação, arbitragem e outros custos operacionais, sobra 65% para os clubes. Na divisão, três subgrupos, com o último reservado aos times oriundos da segundona.
R$ 4,777 milhões/ano (10 clubes; de 18 a 20 jogos para os grandes) Contrato: RBS TV (2015-2017), inclui ppv R$ 673 mil – Avaí, Chapecoense, Criciúma, Figueirense e Joinville R$ 332 mil – Brusque, Inter de Lages e Metropolitano R$ 208 mil – Atlético Tubarão e Almirante Barroso Alcance da TV aberta: SC (6,7 milhões de telespectadores)
Pernambucano No cenário local, o contrato de quatro anos (com a Globo, detentora dos direitos desde 2000!) prevê um reajuste anual através do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Assim, por mais que o valor-base (de janeiro de 2015) seja de R$ 950 mil para o Trio de Ferro, na prática cada um ganhará R$ 1.125.685 em 2017. Logo, a 103ª edição do Estadual terá um aporte de 4,5 milhões. Vale lembrar que o campeonato estadual oferecia uma premiação ao campeão até 2014 (R$ 400 mil na ocasião), mas, em comum acordo, os grandes preferiram abrir mão do valor, com a verba extra sendo repartida.
R$ 3,84 milhões/ano (12 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes) Contrato: Globo Nordeste (2015-2018), inclui ppv R$ 950 mil – Náutico, Santa Cruz e Sport R$ 110 mil – demais clubes (9) Alcance da TV aberta: PE (9,6 milhões de telespectadores)
Baiano No Campeonato Baiano, que terá como particularidade o número ímpar de competidores (lembrando a desorganizada década de 1990), os valores foram revelados pelo balancete do Bahia. No dado do clube foram R$ 893.401 em 2016, numa correção monetária sobre o valor-base de R$ 850 mil (nos mesmos moldes do Pernambucano). A cota é a mesma paga ao rival Vitória. No contrato anterior (2011-2015), a dupla Ba-Vi recebeu R$ 750 mil. Portanto, um mísero aumento de 13%.
R$ 2,71 milhões/ano (11 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes) Contrato: Rede Bahia (2016-2020), inclui ppv R$ 850 mil – Bahia e Vitória
R$ 113 mil* – demais clubes (9)
Alcance da TV aberta: BA (14,4 milhões de telespectadores) * Projeção, considerando o mesmo percentual de aumento sobre a cota anterior para os clubes intermediários, de R$ 100 mil
Paraense Com Remo e Paysandu, os clubes mais populares da região, o principal campeonato estadual do Norte é o único, desta lista, que não é exibido pela Globo. Desde 2009 é transmitido pela TV Cultura, emissora estatal. O sinal é transmitido para 110 dos 144 municípios do estado, alcançando 71% da população (hoje estimada em 8,2 milhões). Ao todo, o aporte é (desde 2014) de R$ 2,956 milhões, com quase 300 mil repassados a custos operacionais, segundo dados da própria Secretaria de Esporte e Lazer do Pará. Ah, também conta com premiação ao campeão.
R$ 2,70 milhões/ano* (10 clubes; de 10 a 14 jogos para os grandes) Contrato: TV Cultura (2017) R$ 827.904* – Remo e Paysandu R$ 118.272* – demais clubes (8) R$ 100 mil – campeão Alcance da TV aberta: PA (5,9 milhões de telespectadores) *Valores pagos nos triênio 2014-2016
Cearense O certame alencarino é único, entre os onze, com uma divisão de transmissão – e não compartilhamento, como a Globo costuma fazer com a Band. Isso porque o Esporte Interativo também adquiriu os direitos de uma plataforma (fechada). Após 2015-2016, renovou por outro biênio. Além disso, a Verdes Mares (a Globo cearense) também cede o sinal à TV Diário. As cotas foram aproximadas a partir de informações do jornalista Mário Kempes e do jornal O Povo.
R$ 2,56 milhões/ano (10 clubes; de 9 a 15 jogos para os grandes) Contrato: Verdes Mares (2016-2019) e Esporte Interativo (2017-2018) R$ 800 mil – Ceará e Fortaleza
R$ 120 mil – demais clubes (8)
Alcance da TV aberta: CE (8,7 milhões de telespectadores)
Goiano Entre os estados listados, o campeonato de Goiás foi o mais complicado na apuração de informações, com valores escassos entre 2013 e 2015. Após o acerto exclusivo em 2016, os clubes seguem negociando a receita de 2017. Exibido pela mesma emissora desde 2009 (tendo o compartilhamento da Band em 2016), o torneio no Centro-Oeste conta com três cotas principais, reunindo os clubes da capital.
R$ 2,2 milhões/ano* (10 clubes; de 14 a 18 jogos para os grandes) Contrato: TV Anhanguera, inclui ppv (em negociação) R$ 500 mil – Atlético-GO, Goiás e Vila Nova Alcance da TV aberta: GO (6,2 milhões de telespectadores) * Estimativa de 2015, com os times intermediários ganhando R$ 100 mil
O último sorteio da Timemania em 2016 ocorreu em Picos, no interior piauiense, na noite do dia 31 de dezembro. No concurso que teve o Brasiliense como clube sorteado, o prêmio principal de R$ 10,8 milhões, para o acerto de sete números, acumulou. Assim, encerrou-se também a 9ª temporada da loteria federal criada para abater as dívidas dos times brasileiros com o poder público.
Os três clubes pernambucanos cadastrados registraram mais de 4,9 milhões de apostas, numa queda de 14% em relação ao acumulado passado (5,8 mi) – e já havia caído 19% na comparação anterior. Em contrapartida a esta queda, o Santa Cruz conseguiu, pelo terceiro ano seguido, figurar no top 20, a “elite” do ranking de apostas. E isso vale bastante, pois do faturamento absoluto da loteria – cujo montante até hoje não atingiu o imaginado pelos organizadores -, 20% é repassado para os 80 clubes inscritos de acordo com o número de apostas.
Divisão da receita repassada aos clubes e as respectivas cotas em 2017: 65% (grupo 1, do 1º ao 20º lugar) – R$ 36,0 milhões (R$ 1,8 milhão cada) 25% (grupo 2, do 21º ao 40º lugar) – R$ 13,8 milhões (R$ 692 mil cada) 8% (grupo 3, do 41º ao 80º lugar) – R$ 4,4 milhões (R$ 110 mil cada) 2% (grupo 4, com os 18 clubes fora da cartela) – R$ 1,1 milhão (R$ 61 mil cada)
Ao todo, seis nordestinos ficaram na primeira casta em 2016 e vão poder abater R$ 1,8 milhão em dívidas tributárias, cada um, em 2017. Neste bolo, a surpresa é o ABC, embora a direção mantenha um trabalho contínuo de engajamento junto à torcida – já havia sido top 20 antes. Enquanto isso, Sport e Náutico ficaram no segundo escalão, no top 40. A seguir, o histórico de colocações (nos âmbitos nacional e regional) dos sete times mais tradicionais do Nordeste.
A arrecadação bruta da Timemania foi de R$ 276.942.364, com 138.471.182 apostas em todo o país (cada cartela custa R$ 2). Muito? Pois esse dado é 18,3% menor que o apurado em 2015. Em cifras, R$ 62 milhões a menos nas lotéricas. Por isso, o repasse para os clubes será o menor em três temporadas.
Arrecadação da Timemania e a receita dos clubes (entre parênteses): 2012 – R$ 256 milhões (R$ 51,2 mi) 2013 – R$ 251 milhões (R$ 50,3 mi) 2014 – R$ 425 milhões (R$ 85,0 mi) 2015 – R$ 338 milhões (R$ 67,6 mi) 2016 – R$ 276 milhões (R$ 55,3 mi)
Abaixo, o número de apostas a cada ano dos maiores clubes do Nordeste. Desde 2009, o Trio de Ferro termina a temporada abaixo dos rivais baianos e cearenses. Talvez (repetindo, “talvez”) pelo fato de o público ser formado não só por torcedores, mas por apostadores regulares, independentemente do modelo. Não por acaso, as três metrópoles, com populações semelhantes (na casa de 4 milhões), registram dados aproximados, caso a comparação seja agregada.
Com 4,9 milhões de apostas (soma de tricolores, rubro-negros e alvirrubros), o Recife teve 350 mil a menos que Salvador e 300 mil a mais que Fortaleza. Contrasta com o cenário individual. De toda forma, a 14ª colocação nacional do Fortaleza há oito anos seguidos, por exemplo, é um mérito do clube, fato.
Em 115 anos de bola rolando nos campeonatos estaduais, na base das rivalidades, já foram realizadas 2.427 competições locais, considerando as 27 unidades da federação. Entre os grandes campeões, 71 clubes ganharam ao menos dez títulos, com três pernambucanos presentes: Sport 40 (saiu do top ten no último ano), Santa 29 (a uma taça de mudar de patamar) e Náutico 21 (estacionado há doze temporadas). O maior vencedor é, de longe, o ABC de Natal, o único com mais de 50 taças em sua galeria. Voltou a ser campeão potiguar após cinco anos e ampliou o recorde nacional. Entre os campeões estaduais de 2016, só o River mudou de base, alcançando o 30º título piauiense.
Sobre os cenários mais polarizados, Ceará (Ceará 43 x 41 Fortaleza) e Pará (Paysandu 46 x 44 Remo) seguem imbatíveis. Esse levantamento parte de 1902, quando a Liga Paulista de Foot-Ball organizou a primeira edição do campeonato paulista, com apenas 21 partidas. O São Paulo Athletic, de Charles Miller, foi o campeão. O introdutor do esporte no país sagrou-se, também, o primeiro artilheiro, com 10 gols. Desde então, o mapa futebolístico mudou bastante, com a última mudança em 1988, na criação do estado do Tocantins.
Por sinal, nas vária mudanças estaduais (como o desmembramento do Mato Grosso, por exemplo), o blog contou até o extinto campeonato fluminense, disputado até 1978, antes da fusão com o Estado da Guanabara, formado pela cidade do Rio de Janeiro. Em todos os estados foram somados os períodos amador e profissional. Afinal, na década de 1930 foram realizados torneios paralelos oficiais, nos dois modelos, no Rio e em São Paulo. Se em Pernambuco a transição ocorreu de forma pacífica, em 1937, em Roraima o torneio só foi profissionalizado em 1995, com três participantes, sendo o último segundo a CBF. Entretanto, a competição já era organizado pela federação roraimense desde 1960, com os mesmos filiados. Eis a lista completa… O seu time está aí?
Os 71 maiores campeões estaduais* (último título): * A partir de 10 conquistas
O pesquisador Carlos Celso Cordeiro foi o responsável pela recuperação de todos os dados estatísticos do futebol pernambucano. Jogos, resultados, escalações, públicos etc. Com um acervo completo desde 1915, foi possível construir um ranking de pontos do Campeonato Pernambucano. O legado de Carlos Celso se mantém e aqui o blog atualiza a tabela histórica (quadro completo abaixo) do Estadual. Para elencar as 102 edições já realizadas (com o Sport na liderança absoluta, com 194 pontos a mais que o rival Santa), o blog tomou a liberdade de padronizar a pontuação e estabelecer algumas ressalvas entre os 63 clubes que já disputaram ao menos um certame local. Vamos lá.
1) Três pontos por vitória. Oficialmente, o critério só foi introduzido no Estadual de 1995. Porém, para um levantamento geral, isso acabava resultando numa distorção (para baixo) nos clubes com triunfos obtidos antes desse período. E vice-versa. Antes da conversão, o Salgueiro, com onze participações desde 2006, era o 10º. Agora, aparece em 14º lugar, a 71 pontos do top ten.
2) Um ponto por empate. O critério pode até parecer lógico – já era assim na pioneira competição de 1915 -, porém, em alguns anos, como 1998, o empate com gols valeu dois pontos e o empate sem gols, um.
3) Clubes que mudaram de nome/escudo/uniforme, mas, oficialmente, mantiveram o registro de fundação, são considerados pela FPF como a mesma agremiação. Idem na lista. No ranking, valeu o último nome utilizado (no fim, como curiosidade, as campanhas de cada denominação).
Ferroviário do Recife: Great Western (1932-1954) e Ferroviário (R) (1955-1994) Atlético Caruaru: Esporte Caruaru (1977-1978) e Atlético Caruaru (1979-1990) Manchete: Santo Amaro (1966-1993), Casa Caiada (1994), Recife (1996-2004) e Manchete (2005)
4) No caso de clubes de um mesmo município com características bem semelhantes (padrão, nome e/ou escudo), mas que foram inscritos (legalmente) como agremiações distintas, valeram as campanhas separadas.
Do Cabo de Santo Agostinho:
Destilaria (1992-1995)
Cabense (1996-2011)
De Vitória de Santo Antão:
Desportiva Pitu (1974)
Desportiva Vitória (1991-2006)
Acadêmica Vitória (2009-2016).
5) Em 1915, a Colligação SR jogaria 5 vezes, mas só foi a campo 2, levando o W.O. em três oportunidades. Em ação, perdeu de Santa (1 x 0) e Flamengo do Recife (3 x 0). Por isso, tem menos gols sofridos (4) que derrotas (5)!
6) As fase preliminares e hexagonais da permanência foram contabilizados com o mesmo peso das fases principais. Por isso, o Atlético Pernambucano soma 59 pontos, em 2015 e 2016, sem jamais ter enfrentado o Trio de Ferro.
Ao longo dos 102 anos, com milhares de partidas disputadas, o Santa foi o único onipresente. Náutico e Sport disputaram 101 e 100, respectivamente. Em 1915, ambos não concordaram com o regulamento da Liga (a precursora da FPF). Já em 1978 o Leão ficou de fora em protesto à direção da FPF. No lado oposto, o Afogados da Ingazeira, que em 2017 torna-se o 64º participante na elite.