Ao vencer o Confiança pela Copa do Nordeste, o Santa acabou surpreendido pela notícia de que receberia uma taça oferecida pela federação sergipana. Uma premiação amistosa, à parte do regional. Coube ao goleiro Tiago Cardoso receber o troféu, ainda no gramado. Foi a sua segunda vez em menos de um mês – lembrando um antigo apelido do clube, “Papa Taças”, devido aos torneios amistosos conquistados. Por sinal, chama a atenção a quantidade de taças amistosas conquistadas pelos clubes recifenses neste início de 2016. A “Taça Henágio” foi a quarta, num aproveitamento de 100% até aqui. Relembre.
Troféu Clássico da Paz 16/02 – Botafogo 0 x 0 Náutico Por ser o visitante, o Alvirrubro teve a vantagem do empate, uma gentileza nos primórdios dos torneios amistosos. O troféu foi oferecido pela Rádio Tabajara, da capital paraibana, em parceria com um laboratório de João Pessoa.
Troféu Chico Science 24/01 – Santa Cruz 3 x 1 Flamengo A segunda edição da copa criada pelo clube coral foi disputada às 11h. De virada, a primeira conquista. A peça teve um novo design, criado pelo artista plástico Evêncio Vasconcelos, trazendo elementos do Manguebeat.
Taça Ariano Suassuna 24/01 – Sport 2 x 0 Argentinos Juniors No bi da disputa amistosa organizada pelo Leão, a novidade na obra criada por Dantas Suassuna, filho do homenageado, foi a linha semelhante à Libertadores, com uma base para a colocação de insígnias dos campeões de cada edição.
Taça Henágio 17/02 – Confiança 0 x 2 Santa Cruz Foi o único troféu amistoso colocado em um jogo válido por um torneio oficial, no caso o Nordestão. A FSF homenageou Henágio, sergipano revelado no Sergipe e que brilhou no Tricolor nos anos 1980. O meia faleceu em outubro de 2015.
Os blocos Cobra Fumando, no Arruda, e Minha Cobra, em Olinda, arrastam milhares de tricolores, com características únicas no frevo. Em um século de história, o Santinha teve dois dos maiores compositores do envolvente ritmo pernambucano. Nelson Ferreira (1902-1976) e Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba (1904-1997). O primeiro foi um gênio nos frevos-de-rua, extraindo a animação dos metai, mas sem perder a linha como autor. Em 1957, homenageou o primeiro supercampeonato, com um frevo-canção, gravado posteriormente pelo alvirrubro Claudionor Germano. “Vamos cantar com toda emoção / Um, dois, três, quatro, cinco, seis / Saudando a faixa de supercampeão / A que fez jus / O mais querido Santa Cruz / Foram três as vitórias colossais”.
Capiba, com 200 músicas no repertório, dos mais variados temas, não deixou por menos. Conselheiro coral, compôs em 1948 a marcha “O Mais Querido”. Como o clube não levantou a taça, guardou a letra. Hoje decorada em cada canto do Mundão, a canção só foi lançada em 1957. “Santa Cruz, Santa Cruz , junta mais essa vitória…”. O compositor só mexeu no último verso, adicionando o “super”. Irmão de Capiba, Marambá criou “Cobral Coral” em 1959, na voz de Rubens Cristino. “Quando aparece num gramado / O Santa Cruz dando xaxado / O adversário vai cair / Disso não pode fugir / Deixa a fumaça subir”.
Muito antes, Sebastião Rosendo compôs o mais famoso frevo-canção do clube, “Santa Cruz de Corpo e Alma” de 1942, atendendo um pedido de Aristófanes de Andrade, renomado tricolor. Ainda que não tenha uma letra específica para o clube, o carnaval foi revigorado mais recentemente com as inúmeras músicas do tricolor Chico Science, através do manguebeat, uma soma de ritmos com total imersão no carnaval. Não por acaso, Chico, que faria 50 anos em 2016, foi o homenageado no bloco a Minha Cobra, juntando todos os sons.
De corpo e alma ao papa-taças, as canções que apaixonam nas orquestras.
Santa Cruz de Corpo e Alma (Sebastião Rosendo, 1942) Eu sou Santa Cruz De corpo e alma E serei sempre de coração Pois a cobrinha quando entra no gramado Eu fico todo arrepiado e torço com satisfação (2x) Sai,sai Timbu Deixa de prosa, O seu Leão Periquito cuidado com lotação Que matou pássaro preto Tricolor é tradição
O mais querido (Capiba, 1957) Santa Cruz, Santa Cruz
Junta mais essa vitória
Santa Cruz, Santa Cruz
Ao te passado de glória
És o querido do povo
O terror do Nordeste
No gramado
Tuas vitórias de hoje
Nos lembram vitórias
Do passado
Clube querido da multidão
Tu és o supercampeão.
Papa-Taças (João Valença e Raul Valença (década 1970) Quem é que quando joga A poeira se levanta É o Santa, é o Santa Escreve pelo chão Faz miséria e não se dobra É a cobra, é a cobra É sem favor o maioral O tricolor, a cobrinha coral O mais querido timão das massas Por apelido o papa-taças
Se tu és tricolor (Capiba, 1990) Se tu és tricolor Que Deus te abençoe Se não és tricolor Que Deus te perdoe O Santa tem a fibra Dos Guararapes Por tradição É o mais querido E sempre será O clube da multidão
Santa Cruz de Corpo e Alma (1942, Sebastião Rosendo)
Vulcão Tricolor (2007, Maestro Forró). O último dos frevos-de-rua dos clubes.
A edição durou 2h02, uma das mais longas do 45 minutos. Iniciamos o podcast comentando a falta que Carlos Celso Cordeiro fará ao futebol pernambucano, numa lacuna irreparável. Como exemplo, estatísticas dos três clássicos, os maiores goleadores e quem atuou mais em cada um. Dados possíveis devido à sua pesquisa. Na sequência, analisamos as vitórias de Sport, Santa e Náutico no fim de semana, tanto o rendimento quanto a organização dos amistosos (Taça Ariano Suassuna e Troféu Chico Science). Por fim, uma rápida passagem nos jogos de Ceará e Bahia, futuros adversários no Nordestão.
Confira um infográfico com a pauta do programa aqui.
Nesta edição, estive ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Um jogo para matar a saudade. A torcida coral acordou cedo para chegar ao Arruda, com o Troféu Chico Science começando às 11h. No embalo das prévias carnavalescas, a manhã também marcou a volta da cerveja ao Mundão. E na apresentação oficial do time, um amistoso de luxo contra o Flamengo. Tudo positivo. Bastava terminar com a taça, mas não seria nada fácil.
Pelo nível do adversário, com Guerrero e Sheik, pelo horário desgastante (30º) e pela vantagem do empate ao visitante, evitando de pênaltis às 13h. Pior, Willian Arão abriu o placar no primeiro tempo, com o time de Martelotte desorganizado. Após jogos-treinos contra Agap e seleção de Chã Grande, a partida exigia mais.
Ao menos o lance acordou a torcida e o time, que empatou com Grafite, de pênalti. No intervalo, o sol forçou seis mudanças. À frente, saíram Grafa, Daniel Costa, Lelê e Raniel. Perda técnica considerável. Como Muriy Ramalho também mexeu muito, a situação ficou equilibrada, necessitando de mais disposição.
Nesse meio tempo surgiu a notícia de que a regra havia sido mudada, com a volta das penalidades em caso de igualdade. Porém, não haveria polêmica após os noventa minutos. Coube a João Paulo, um dos que seguiram em campo, virar o placar no comecinho. Em vantagem, o Santa superou o calor e controlou o jogo, com Arthur mandando de fora da área, aos 47, definindo o 3 x 1. O primeiro título coral em 2016, com o time carioca voltando para casa de mãos vazias, somando outro revés após a Taça Asa Branca, em Fortaleza.
A bola Errejota, que será utilizada nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, foi apresentada há apenas dois meses. Em tese, a pelota produzida pela Adidas só deveria entrar em campo nos torneios olímpicos masculino e feminino, mas será testada no Arruda, na disputa entre Santa Cruz e Flamengo pelo Troféu Chico Science de 2016. É a segunda vez na região, após a Asa Branca, em Fortaleza..
A decisão ocorreu em comum acordo entre os clubes, numa clara referência ao ciclo olímpico. À parte do Arruda, numa participação especial, a Errejota vai rolar em sete estádios durante os Jogos: Maracanã, Engenhão, Mané Garrincha, Arena Corinthians, Mineirão, Fonte Nova e Arena da Amazônia. A curiosidade é que o Tricolor fez praticamente toda a sua pré-temporada, em Chã Grande, com a bola S11 Pro, da Penalty, o modelo usado no último Estadual. A versão de 2016, a Bola 8, bem semelhante, foi utilizada só no penúltimo treino.
Em setembro de 1978, o Fluminense pagou 9 milhões de cruzeiros pelo passe do atacante Nunes, astro do Santa Cruz. Foi a maior transação do futebol brasileiro naquele ano, estampando a capa da edição 437 da revista Placar.
“Super-Flu faz um gol de 9 milhões”
Manchete justa, pois o Cabelo de Fogo era um dos principais atacantes do país, havia sido convocado para a Copa do Mundo em junho – foi cortado por causa de uma lesão – e estava na mira do Real Madrid. Com 86 gols em 152 jogos no Arruda, o Tricolor até tentou segurá-lo. Primeiro, recusou Cr$ 5 milhões do time espanhol, um valor já recorde no estado, conforme o Diario de Pernambuco em 11 de julho. Em seguida, o Flu ofereceu 7 milhões. Balançou, mas rechaçou.
Uma semana depois, a investida final dos cariocas: Cr$ 9 milhões. Quase um “clube chinês”. Na época, a cotação do dólar era 19,25 cruzeiros. Ou seja, Nunes saiu por 467 mil dólares – inferior só a Palhinha, do Cruzeiro para o Corinthians em 1977 por US$ 1 milhão. Pela inflação, um dólar em 1978 equivaleria a quatro hoje. Em dados atuais o passe teria custado US$ 1,87 mi. Convertendo para a atual moeda do país, em janeiro de 2016, R$ 7,7 milhões.
Confira as maiores negociações de Pernambuco no Plano Real clicando aqui.
No Rio, Nunes brilharia mesmo no Flamengo, decidindo o Mundial de 1981. Não por acaso, foi homenageado no Troféu Chico Science 2016, entre Santa e Fla.
O Santa Cruz revelou a nova concepção do Troféu Chico Science, em homenagem ao cantor tricolor que completaria 50 anos em 2016. Criada pelo artista plástico Evêncio Vasconcelos, a peça traz elementos do Manguebeat. Numa parceria com o designer Akiles Custódio, o projeto juntou diversos momentos de Chico: um trecho de música Passeio no mundo livre e desenhos sobre vidro com um beijo na mãe, dona Rita, a passagem no carnaval de Olinda com a camisa coral e também sobre uma turnê na Europa.
A troféu foge do design clássico, assim como Chico Science, que também fugia dos estereótipos. A peça substitui o criticado troféu da primeira edição, em 2015, ofertado por uma empresa de transporte aéreo (relembre aqui).
A copa amistosa entre Santa e Flamengo está marcada para 24 de janeiro, no Arruda, às 11h da manhã. Em caso de empate, o troféu de campeão (maior, com detalhes dourados) ficará o clube carioca – não haverá disputa de pênaltis por causa do horário, com sol forte. Ao vice, o troféu com detalhes prateados.
Tricolor, o que você achou do Troféu Chico Science de 2016?
Post atualizado após as novas imagens de divulgação do clube.
O amistoso entre Santa Cruz e Flamengo foi anunciado em 10 de janeiro. Nove dias depois, o clube coral enfim confirmou a disputa do Troféu Chico Science na partida agendada para o Arruda, no dia 24. A campanha oficial de divulgação logo passou a utilizar a imagem do cantor, famoso torcedor coral.
Para a segunda edição da copa amistosa, criada pelo Tricolor, o regulamento foi modificado, dando ao visitante a vantagem do empate, relembrando uma antiga gentiliza em torneios do tipo. O motivo real é o horário da partida, pois um possível desempate aconteceria por volta das 13h. Sem dúvida, desgastante. Na estreia, num jogo à noite, a igualdade levaria a decisão para os pênaltis Dito e feito, com o Zalgiris Vilnius, da Lituânia, vencendo por 11 x 10.
Conforme antecipado, um novo troféu foi confeccionado, com mais cuidado. O clube contratou o artista plásticos Evêncio Vasconcelos para produzir a peça, em vez de “terceirizar”, com no modesto troféu ofertado por um patrocinador no ano passado. Na verdade, foram encomendadas duas taças. Uma dourada (ao campeão) e outra prateada (ao vice), ambas em homenagem ao ícone do manguebeat, falecido em 1997 e que completaria 50 anos em 2016.
Você concorda com a vantagem ao visitante no Troféu Chico Science?
O Santa Cruz confirmou o Flamengo como adversário na segunda edição do Troféu Chico Science. A disputa amistosa criada pelo próprio clube irá encerrar a pré-temporada coral em 2016, no ainda incomum horário das 11h, em 24 de janeiro, e desde já conta com uma organização melhor em relação à estreia. Com expectativa de bom público, dos locais e visitantes, marca também o retorno da cerveja ao Arruda. No ano passado, num jogo marcado às pressas, no meio da semana, apenas 5 mil torcedores assistiram ao duelo contra o Zalgiris Vilnius, da Lituânia, numa noite com 25 pênaltis.
Sem o status internacional, mas diante do time mais popular do Brasil, o campeão estadual busca o primeiro título em uma partida com perspectiva de patrocínios pontuais, tendo já fechada a venda dos direitos de transmissão ao Esporte Interativo, parceiro no marketing. Neste ponto, aliás, o presidente tricolor, Alírio Moraes, já havia adiantado a confecção de um troféu mais decente (e justo) para os 50 anos do homenageado – veja a taça de 2015 aqui.
Em relação ao convidado, vale um questionamento ao blog. Por que a polêmica sobre o convite ao Flamengo na Taça Asa Branca não se aplica ao Troféu Chico Science? Neste caso, trata-se de uma organização do Santa, sem a institucionalização da Liga do Nordeste, que legitimou uma disputa sem critérios, ferindo o seu próprio conceito. Sobre o confronto, que não ocorre há dez anos, o histórico aponta uma taça amistosa justamente no primeiro dos 32 jogos. Em 22 de janeiro de 1925, no Campo da Avenida Malaquias, o Fla goleou por 3 x 0, recebendo o Troféu Jornal do Commercio. A partida encerrou de forma invicta o primeiro giro do Mengo na cidade, onde também enfrentou Torre e Sport.
Santa Cruz x Flamengo (jogos oficiais e amistosos): 8 vitórias tricolores (37 gols) 11 empates 13 vitórias flamenguistas (54 gols)
Considerando apenas o Campeonato Brasileiro, com mais dois jogos agendados nesta temporada, há um equilibrado retrospecto em 21 encontros. 7 vitórias tricolores (28 gols) 7 empates 7 vitórias flamenguistas (36 gols)
A pré-temporada em janeiro foi instituída no futebol brasileiro em 2015. Aproveitando o período determinado pela CBF, Santa e Sport criaram torneios amistosos contra times do exterior para movimentar as equipes antes do Campeonato Pernambucano. Ambos homenagearam torcedores ilustres, Chico Science e Ariano Suassuna, símbolos do manguebeat e do movimento armorial. Após a primeira edição, ficou a dúvida sobre a continuidade dos troféus.
Para 2016, ambos seguem na pauta. No caso leonino, cuja primeira partida teve uma bilheteria de R$ 500 mil, o departamento de marketing iniciou conversas com vários times. Houve contato com Shakhtar Donetsk, Ajax e Feyenoord. O objetivo é manter o status “internacional”. Entre os tricolores, ainda não se definiu a nacionalidade do adversário (brasileiro ou gringo), mas há o compromisso de uma organização melhor, incluindo a concepção do troféu.
Em relação às datas, caso se aproveite o fim de semana, os dias mais propícios seriam 23 e 24 de janeiro, a uma semana do hexagonal do Estadual. Vale lembrar que a secretaria de turismo do estado lançou a ideia de um quadrangular em janeiro com dois times pernambucanos e dois argentinos. Os representantes locais seriam os finalistas do certame local (Santa e Salgueiro). Passados onze meses, a ideia não foi concretizada. De toda forma, a pré-temporada recifense deverá ter alguma taça em jogo…
Troféu Chico Science 22/01/2015 – Santa Cruz (10) 1 x 1 (11) Zalgiris Vilnius (Lituânia)
Taça Ariano Suassuna 24/01/2015 – Sport 2 x 1 Nacional (Uruguai)