Análise da semifinal pernambucana de 2017 – Sport enfim com força máxima

Pernambucano 2017, 1ª rodada: Sport 3 x 0 Central. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Em dez jogos disputados no hexagonal, o Sport usou formações alternativas em seis. Em um desses, no empate com o Salgueiro na Ilha, utilizou apenas juniores. Por isso, o rendimento do Sport no Estadual pode ser bem enganoso. Tecnicamente, o time está à frente dos adversários – o que nos últimos anos não resultou em taças, diga-se. Somente no setor ofensivo, o investimento é de quase R$ 15 milhões. E chega à semifinal em seu melhor momento na temporada, após boas vitórias sobre Campinense e Danubio, em mata-matas, num grau de pressão diferenciado. Ou seja, as apresentações em outros torneios fomentam a análise sobre o leão, agora treinado por Ney Franco.

Curiosamente, a saída de Daniel Paulista aconteceu no próprio Campeonato Pernambucano, após o empate com os reservas do Santa, em casa. Até ali, por mais que o time alcançasse as metas no ano, o futebol não vinha evoluindo. Portanto, aliar qualidade técnica à competitividade é a principal tarefa do novo comandante, até por encarar um clássico já na semifinal – em quatro jogos deste porte disputados até aqui, nenhuma vitória. Com apenas um título pernambucano nesta década, em 2014, o Sport passa a “priorizar” a competição a partir de sua fase decisiva. A falta de foco não será desculpa.

Desempenho na semifinal (2010/2016): 7 participações e 6 classificações
Vs Náutico na semifinal: 2 confrontos (2011 e 2012) e 2 classificações

O esquema tático leonino sofreu ajustes com a chegada de Ney Franco. A maior foi no meio, com a entrada de Fabrício e o recuo de Everton Felipe

Formação básica do time titular do Sport no Estadual de 2017. Crédito: this11.com com arte de Cassio Zirpo/DP

Destaque
Diego Souza. Embora tenha jogado poucas vezes no Estadual, devido ao planejamento do time, o meia se destacou nas outras frentes, Nordestão e Copa do Brasil. Tanto na criação quanto na conclusão, é a maior arma.

Aposta
André. Foi o maior investimento leonino no ano, R$ 5,2 milhões, mas ainda não deslanchou. Por outro lado, o atacante começou a ser mais utilizado sob o comando de Ney Franco. A evolução da equipe pode refletir no centroavante.

Ponto fraco
Marcação. Com seguidos testes nas laterais e na composição dos volantes, o Sport ainda não passa segurança no setor, hoje ocupado por uma revelação de 18 anos – justamente porque o contratado, Rodrigo, ainda não rendeu.

Campanha no hexagonal (10 jogos)
17 pontos (3º lugar)
4 vitórias (3º que mais venceu)
5 empates (1º que mais empatou)
1 derrota (quem menos perdeu)
14 gols marcados (4º melhor ataque)
8 gols sofridos (2ª melhor defesa)

Melhor apresentação: Sport 3 x 0 Central, em 28 de janeiro, na Ilha do Retiro.

Em noite de golaços, Sport goleia o Danubio e encaminha a vaga na Sula

Sul-Americana 2017, 1ª fase: Sport 3 x 0 Danubio. Foto: Paulo Paiva/DP

Com três bonitos gols, de Rithely, Diego Souza e Fabrício, o Sport fez a sua melhor estreia em cinco participações na Sul-Americana. Finalmente criando uma atmosfera copeira no torneio, com 13 mil torcedores bem dispostos ao incentivo, o time rubro-negro foi, aos poucos, encontrando espaço para golear o Danubio por 3 x 0. Embora tenha pressionado mais nos primeiros minutos, o adversário uruguaio não conseguiu impor a marcação adiantada o jogo inteiro. Foi forçado ao erro, com o mandante estabelecendo uma ótima vantagem para o duelo em Montevidéu.

O jogo de volta será apenas em 11 de maio. Até lá fica a expectativa sobre a evolução do trabalho de Ney Franco. Na escalação, na formação tática (Everton variando de volante a ponta) e no papel da bola parada. Hoje, mesmo com apenas três apresentações sob seu comando, já é visível a melhora. No meio, o jovem Fabrício se manteve em duas pedreiras – quartas do Nordestão e estreia na Sula. Com bom passe e senso de posicionamento, o volante virou uma grande sombra para Ronaldo, ainda machucado. Ainda mostrou personalidade ao assumir a bola parada no segundo tempo, com direito a uma cobrança de falta no ângulo direito de Cristóforo – domingo, quando cobrou um dos pênaltis, já indicara esse recurso favorável.

Sul-Americana 2017, 1ª fase: Sport 3 x 0 Danubio. Foto: Paulo Paiva/DP

Àquela altura, com 68 minutos de bola rolando, o jogo já estava controlado pelo Sport, com dois gols de vantagem. Graças a Diego Souza, comandando o time. O camisa 10 (número excepcional no torneio) ampliou a sua lista de golaços no clube. Havia marcado de bicicleta contra o Campinense. Desta vez, numa marcação dobrada na área, quase sem espaço, levantou a bola e pedalou para encontrar Rithely, que completou de cabeça – o volante insistiu bastante em passes verticais, mas foi coração puro na recomposição. Depois, num lance curiosíssimo, um festival de malabarismo. André tentou de bike. No rebote, Rogério arriscou da mesma forma e a zaga salvou. E a sobra foi para DS, que mudou um ‘pouco’ o estilo, mandando de voleio.

Em transmissão ao vivo para todo o país pelo Sportv, o meia deu mais lastro a Tite, que o convocou para os últimos três jogos da Seleção. Quanto ao león, o resultado pavimentou uma inédita classificação diante de um clube do exterior – já foi a primeira vitória diante de um gringo nesta copa. Até hoje, enfrentara Libertad, do Paraguai, e Huracán, da Argentina. Pela diferença de futebol na Ilha, o Danubio terá que suar muito para avançar à 2ª fase e fisgar a cota de R$ 945 mil. Deverá encarar um time mais encorpado…

Sul-Americana 2017, 1ª fase: Sport 3 x 0 Danubio. Foto: Paulo Paiva/DP

Sport elimina o Campinense com bicicleta de Diego Souza e Magrão pegando pênalti

Copa do Nordeste 2017, quartas de final: Sport (4) 3 x 1 (2) Campinense. Foto: Paulo Paiva/DP

Magrão e Diego Souza são, possivelmente, os dois principais ídolos rubro-negros na atualidade. O camisa 1 pela história, agora construída em 628 jogos, marca recorde no Sport. E o camisa 87 pela sequência de golaços e pela representatividade do clube, até na Seleção. Num confronto dificílimo, com oito gols e reviravoltas, ambos decidiram, com o leão enfim eliminando o Campinense. O time paraibano, algoz em duas oportunidades, foi valente. Com a sua torcida marcando presença, lutou o quanto pôde. Chegou a buscar um gol em um momento no qual ia sendo eliminado no tempo normal. Saiu de cabeça erguida. Quanto ao Sport, a pressão da arquibancada que os jogadores queriam e a intensidade em campo que a torcida cobrava.

Com apenas 17 minutos, o time de Ney Franco já revertera o placar de Campina Grande, com gols de Rogério e Diego Souza, ambos com assistência de Rithely – que havia dito que a equipe teria que jogar o que não havia jogado no ano, dito e feito. A formação em si foi distinta, com três volantes (Rithely livre) e dois jovens (Evandro e Fabrício). Mansur não tinha mais espaço. Já Everton Felipe tornou-se uma arma na segunda etapa, útil.

Copa do Nordeste 2017, quartas de final: Sport (4) 3 x 1 (2) Campinense. Foto: Rafael Brasileiro/DP

Após sofrer dois gols, o Campinense promoveu duas mudanças. Ney da Matta, certamente, cogitara a possibilidade de um mau início. Encorpou o seu time, que passou a buscar muito a jogada na ponta direita, em cima de Evandro, que sentiu o jogo. Com apenas 3 minutos após o intervalo a Raposa diminuiu. Jogada bem trabalhada, ampliando o terreno que o Sport teria que percorrer em busca de vaga. Aí, entrou em ação Diego Souza. O primeiro gol já havia sido bonito, pela linha de passe. No segundo, em um rebote, finalizou de bicicleta. Golaço, 3 x 1. Igualou o confronto e incendiou a Ilha, vivendo o seu maior público em 2017, com 19 mil pessoas. Por pouco não virou a necessária goleada, mas Glédson fez duas grandes defesas.

Nos pênaltis, cobranças certeiras dos leoninos e Magrão outra vez fazendo a sua parte. Em disputas do tipo, o goleiro sempre defendeu, até mesmo quando o time acabou eliminado. No chute de Thiago Orobó, o 3º, espalmou a bola no canto esquerdo. Foi a 26ª penalidade defendida pelo goleiro no clube. Desta vez, somada à bike de DS87, valeu a semifinal da Lampions…

Campanhas do Sport na volta do Nordestão (entre parênteses, a premiação)
2013 – Quartas de final (R$ 300 mil)
2014 – Campeão (R$ 1,9 milhão)
2015 – Semifinal (R$ 890 mil)
2016 – Semifinal (R$ 1,385 milhão)
2017 – Semifinal (R$ 1,6 milhão, ainda em disputa*)

Total de cotas: R$ 6,075 milhões*

Copa do Nordeste 2017, quartas de final: Sport (4) 3 x 1 (2) Campinense. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Campinense vence no Amigão e deixa o Sport ainda mais pressionado na Ilha

Nordestão 2017, quartas de final: Campinense 3 x 1 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

“A gente tem que jogar tudo o que não jogou desde o começo do ano.”

A declaração de Rithely, o único leonino a falar com a imprensa na saída do campo do Amigão, deixa claro que o aproveitamento do Sport, de 70% no ano, não era sinônimo de bom futebol. Resultados construídos diante de equipes inexpressivas, quase sempre via qualidade individual. À medida em que adversários mais qualificados batessem de frente, antes mesmo da Série A, esse cenário ficaria mais nítido. A falta de organização, de preenchimento de espaço, de intensidade na marcação e transição ofensiva cobraria seu preço.

Encerrando os jogos de ida das quartas de final da Copa do Nordeste, o Leão foi batido pelo Campinense por 3 x 1. O único visitante derrotado. O algoz paraibano, que já tirou o rubro-negro do torneio em 2013 e 2016, leva uma boa vantagem para a Ilha, teve uma entrega impressionante. Com uma receita muito inferior (R$ 250 mil/mês) e remontagens anuais, a Raposa se mostrou copeira como sempre, jogando nos erros de um time que erra bastante.

Nordestão 2017, quartas de final: Campinense 3 x 1 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Sob o olhar do estreante Ney Franco, o Sport se apresentou pior no primeiro tempo, quando sofreu dois gols enquanto caía um dilúvio. No primeiro, erro de Mansur – o pior em campo, escalado após o veto médico a Mena. No segundo, um erro infantil na saída com Samuel Xavier. E olhe que Magrão trabalhou bastante, com direito a uma defesa espetacular numa cabeçada. Porém, com os laterais perdidos e um ataque inoperante (André isolado, Rogério fominha e Everton Felipe errando), a situação seria mesmo difícil. De volta da Seleção, Diego Souza, novamente na meia, pouco fez.

No segundo tempo, o Leão melhorou, até pelo campo dado pelo Campinense. Em vantagem, focou na marcação e nos contragolpes. Depois de tentar bastante, mas sem levar tanto perigo a Glédson, o visitante marcou com Juninho, que acabara de entrar na vaga de André. Deu um carrinho num chute de Rogério. Aos 36 minutos, pela noite ruim, já seria satisfatório. Seria. O alívio durou dois minutos, com Reinaldo Alagoano fazendo o terceiro após um corte mal feito de Ronaldo Alves . Na Ilha, o 2 x 0 reverte, mas Ney Franco terá apenas dois treinos para fazer a torcida confiar na possibilidade…

Nordestão 2017, quartas de final: Campinense 3 x 1 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Jogando mal, Sport perde do Sampaio e desperdiça o 1º lugar geral no Nordestão

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Sampaio Corrêa 2x1 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O jogo valia bastante ao rubro-negro. Diante do já eliminado Sampaio Corrêa, a vitória renderia ao Sport a melhor campanha da fase de grupos do Nordestão. Por isso, o time titular em campo, embora com dois desfalques de peso, Rithely, poupado, e Diego Souza, servindo à Seleção. Em sua 17ª apresentação oficial na temporada, esperava-se uma equipe mais acertada taticamente e, pelo contexto do jogo em São Luís, mais dedicado. Nada disso. Numa atuação lamentável, marcando muito mal e atacando (pouco) de forma desorganizada, o Leão foi derrotado por 2 x 1. Terminou na liderança do grupo C, no pote 1 para o sorteio das quartas, mas abaixo do Bahia na classificação geral – os mandos na semi e na final consideram todos os pontos somados.

Sobre o jogo no Castelão, o Sport não se impôs. Começou com os setores distantes e jogando mais uma vez em marcha lenta. Apesar da situação no torneio, o Sampaio mostrou disposição e pressionou bastante o visitante nos vinte primeiros minutos, até abrir o placar numa cobrança de falta. Nem assim o Leão acordou, com André e Leandro Pereira pouco eficazes.

No segundo tempo, com apenas oito minutos, num contragolpe, o Sampaio fez o segundo. Àquela altura, o placar era um retrato fiel dos dois times. Apesar de ter diminuído com Rogério, que agora é o artilheiro leonino no ano, com 6 gols, o rubro-negro não melhorou. Só teve uma chance efetiva, com André batendo pra fora. A perda da invencibilidade no regional escancarou os problemas do Sport em 2017.

Sport na fase de grupos
2013 – 12 pontos (3v-3e-0d, 1º)
2014 – 8 pontos (2v-2e-2d, 2º)
2015 – 10 pontos (3v-1e-2d, 1º)
2016 – 11 pontos (3v-2e-1d, 1º)
2017 – 13 pontos (4v-1e-1d, 1º)

Campanhas do Sport na volta do Nordestão (entre parênteses, a premiação)
2013 – Quartas de final (R$ 300 mil)
2014 – Campeão (R$ 1,9 milhão)
2015 – Semifinal (R$ 890 mil)
2016 – Semifinal (R$ 1,385 milhão)
2017 – Mata-mata… (R$ 1,05 milhão até as quartas*)

Total de cotas: R$ 5,525 milhões*

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Sampaio Corrêa 2x1 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Sport goleia a Juazeirense e é o primeiro classificado às quartas do Nordestão

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Sport 5x0 Juazeirense. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Pela 5ª vez consecutiva, ou todas as edições desde a volta do torneio, o Sport conseguiu a classificação às quartas da Copa do Nordeste. Em um jogo tranquilo diante da já eliminada Juazeirense, no ingrato horário da noite de sábado, o time aplicou a maior goleada do regional, 5 x 0. Já garantiu ao menos uma vaga como vice-líder. Porém, hoje, detém a melhor campanha geral.

O Leão entrou em campo sem três de suas principais peças, Rithely, Diego Souza e Rogério. O volante e o meia foram poupados pelo DM e o terceiro ficou quase na mesma situação, mas no banco de reservas. Com o resultado construído rapidamente, com dois gols em 23 minutos, o atacante só foi utilizado no último terço – o suficiente para dar uma assistência e marcar os últimos dois gols. Forçado a rodar o elenco, Daniel Paulista também viu boas atuações de Everton Felipe e André. O primeiro começou como ponta, mas acabou indo para meio, armando, enquanto o centroavante balançou as redes novamente em dose dupla. Na 4ª tentativa de pênalti, enfim acertou, embora tenha batido pela 4ª vez no canto esquerdo. À parte disso, buscou bastante a bola, apertou a marcação e trabalhou à frente, onde finalizou um passe preciso de Rogério. Ainda em busca de sua melhor forma, André já soma 5 gols neste retorno, assumindo a artilharia leonina em 2017. A titularidade já é uma condição óbvia.

Após o repasse de R$ 600 mil pela primeira fase, o Sport assegurou a cota das quartas, de R$ 450 mil. Fôlego financeiro atrelado ao maior tempo de preparação (técnica e física) visando a fase decisiva da Lampions, onde o tentará repetir a campanha de 2014, a única de sucesso nessa era recente da competição.

Campanhas do Leão no Nordestão (e a cota final)
2013 – quartas (R$ 300 mil)
2014 – campeão (R$ 1,9 milhão)
2015 – semi (R$ 890 mil)
2016 – semi (R$ 1,385 milhão)
2017 – quartas? (R$ 1,05 milhão?)

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Sport 5x0 Juazeirense. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Sport goleia o Boavista no Rio e abre boa vantagem para avançar na Copa do Brasil

Copa do Brasil 2017, 3ª rodada: Boavista x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Com a Copa do Brasil finalmente entrando no formato com jogos de ida e volta, o Sport abriu ótima vantagem em Saquarema. Abrindo a terceira fase, o time pernambucano goleou o rodado time do Boavista por 3 x 0 e traz uma folga para a Ilha, onde jogará para sacramentar a classificação dentro de uma semana.

Vindo de um revés no clássico, o Leão teve desfalques importantes, Rithely e Rogério, vetados pelo DM. Rodrigo compôs a cabeça de área com Ronaldo, com atuação regular. Na frente, André foi acionado, com Leandro Pereira caindo pela ponta esquerda. Foi a primeira chance efetiva do camisa 90, como titular com a formação principal. Coincidência ou não, enfim rendeu. Nos primeiros 18 minutos, uma cabeçada no travessão e um gol. Animado pelo desafogo particular, seguiu participativo – ao todo, finalizaria cinco vezes. Embora tenha sido pressionado nos primeiros minutos, com o ex-rubro-negro Maicon ganhando a disputa para o estreante Mena (que depois melhorou), o Sport controlou o jogo, com 55% de posse. E ampliou ainda no primeiro tempo. Diego Souza converteu o pênalti sofrida por ele mesmo, quando chapelou o zagueiro.

Na etapa complementar, o Leão jogou mais solto, chegando bastante à meta do time de Joel Santana. Fechou o placar aos 29, num cruzamento preciso de Samuel Xavier para André, que bateu com categoria e marcou o seu segundo (fim a inhaca?). Em termos de cotas, o clube soma R$ 1,62 milhão e jogará para ganhar os R$ 750 mil correspondentes à quarta fase. Está quase lá…

Copa do Brasil 2017, 3ª rodada: Boavista x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Sport vence o River no Piauí com frevo de Diego Souza e gol no jogo 400 de Durval

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Sport x River. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

No acanhado estádio Lindolfo Monteiro, em Teresina, o Sport finalmente desencantou contra o River. Após três confrontos seguidos terminando em 2 x 2, todos pela Copa do Nordeste, desta vez o time pernambucano se impôs – tecnicamente, era uma obrigação. Venceu e assumiu a liderança do grupo, praticamente assegurando a classificação às quartas de final pelo 5º ano.

Para isso, gols de dois de seus principais nomes no primeiro tempo. Num pênalti sofrido por Rogério, que recebeu a carga após entrar driblando, Diego Souza deslocou o goleiro e abriu o placar. Na comemoração, ensaiou um passo de frevo em pleno Sábado de Zé Pereira. Pouco antes do intervalo, um belo gol de Durval, que pegou um rebote na área e bateu no ângulo. A comemoração do grupo sobre o capitão se devia à marca em campo, com a 400ª apresentação do zagueiro com a camisa rubro-negra, quase todas com o número 4.

No segundo tempo, o time piauiense voltou acuado, possivelmente assimilando o golpe após o segundo gol. Tentando se aproveitar disso, o Sport bem que tentou ampliar, mas esbarrou na afobação, com Rogério e Everton Felipe. Ao menos a recomposição vinha segura. Até os 30 minutos, quando Viola aproveitou um rebote e diminuiu. O artilheiro da Lampions (4 gols) pôs fogo num jogo praticamente definido. De certa forma, foi um “se ligue” no Sport, que se reorganizou. Com DS tomando conta do meio-campo, o Sport segurou o 2 x 1.

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: River x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Em jogo polêmico, Santa Cruz consegue empate com Sport mesmo após expulsão

Pernambucano 2017, 4ª rodada: Santa Cruz 1 x 1 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O empate em 1 x 1 no Clássico das Multidões foi quente. Com Everton Felipe provocando o Santa, os dois times entrando pilhados. Nos primeiros minutos, o excesso de faltas ríspidas (sobretudo de Roberto no próprio Everton) abafou a expectativa de bom futebol. Ao todo, seriam 36 faltas (Santa 21 x 15 Sport). Para completar, uma arbitragem que não colaborou. Com 50 segundos, o Sport escapou de um vermelho, quando Leandro Pereira revidou o puxão de Jaime. Só amarelo. A maior polêmica ocorreu aos 23, numa bola enfiada para Pitbull. O assistente assinalou impedimento – congelando a imagem da transmissão, Halef pareceu um pouco à frente. No lance (cujo replay da TV não mostrou impedimento), Magrão saiu da área e derrubou o camisa 9. Caso a jogada tivesse sido validada, o goleiro teria sido expulso. E assim seguiu o primeiro tempo, com Sebastião Rufino Filho cercado pelos jogadores dos dois times.

Só não dá para cravar que faltou futebol porque aos 40 minutos Diego Souza marcou um golaço. Recebeu na meia lua, girou e mandou de canhota (ele é destro), acertando o ângulo direito do Júlio César. Mesmo sem atuar com regularidade (só teve intensidade nos últimos dez minutos), o Sport detinha a bola, com 61% de posse. Quanto ao Santa, seguidas tentativas de ligação direta, marcando mal no meio-campo e perdendo a bola rapidamente.

Pernambucano 2017, 4ª rodada: Santa Cruz 1 x 1 Sport. Foto: Peu Ricardo/DP

No intervalo, os dois técnicos foram expulsos – e as queixas eram justas dos dois lados. E os auxiliares teriam trabalho na volta, na conduções dos times e dos ânimos. O visitante até teve a chance de controlar a partida, quando André Luís recebeu o segundo amarelo logo na retomada, por simulação (as duas advertências foram corretas). Se os corais buscavam ter mais posse, ali o cenário complicou. Só não ficou pior porque o rubro-negro chegava à frente com o freio de mão puxado, um ritmo que só mudou após sofrer o gol de empate.

Aos 14, Pitbull completou uma assistência na pequena área (como ocorreu contra o Uniclinic), com a defesa leonina desarmada, pedindo impedimento (inexistente). Se DS comemorou imitando um leão, Halef levou a torcida da casa à loucura repetindo o pitbull. Com a igualdade, mas em desvantagem numérica, o Santa jogou bem atrás da linha de bola, esperando um contragolpe (o que não aconteceu). Lá do outro lado, camisas douradas invadiam a área de Júlio, à espera de um cruzamento, numa insistência sem fim (falta de variação tática?). Ou, melhor dizendo, até o apito aos 49 minutos, estendendo mais reclamações com os dois invictos (Santa 7 jogos, Sport 8). E foi só o primeiro de 2017.

Pernambucano 2017, 4ª rodada: Santa Cruz 1 x 1 Sport. Foto: Peu Ricardo/DP

André marca na volta, mas Sport fica em outro empate com o River no Nordestão

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Sport 1x1 River. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

André fez a sua reestreia pelo Sport ao 12 minutos do segundo tempo, entrando no lugar de Leandro Pereira, que havia tido boa atuação contra o River, se movimentando bastante, com assistência e finalizações. O que só aumentou a já grande responsabilidade do atacante, a contratação mais cara do Nordeste, de R$ 5,23 milhões. Não começou fixo na área, mas buscando a bola, querendo voltar a jogar futebol, o que não conseguiu no Sporting de Lisboa. Apoiado pela torcida, teve a grande chance aos 34, numa penalidade em Mansur.

Àquela altura, a partida estava 1 x 1, com o Leão tentando virar o placar para alcançar a liderança do grupo C da Lampions. Tinha em campo o quarteto Diego Souza, Rogério, André e Marquinhos, que, na visão do blog, tem potencial para ser a formação da Série A. Na cal, o camisa 90 chamou a responsabilidade. Até cobrou mal, mas pegou o rebote e aí resolveu encher o pé. A alegria de uma vitória com o gol da principal contratação só durou quatro minutos. Até então blocado, com até cinco jogadores na própria área, o time piauiense foi obrigado a atravessar o campo. E nem precisou insistir muito. De costas para o gol, o centroavante Viola recebeu, ganhou a disputa com o zagueiro e marcou, 2 x 2.

Curiosamente, foi o mesmo resultado dos dois confrontos na edição passada. Em todas, até em Teresina, o Sport entrou como favorito. Mas não se impôs, hoje pela liberdade dada na defesa e por encarar um time que fez o que estava ao seu alcance para pontuar, sendo copeiro – neste contexto, a disposição nos 90 minutos e o antijogo, com várias interrupções. Com o tropeço na Ilha, ainda não foi desta vez que o rubro-negro largou com três vitórias nesta volta do Nordestão – um rendimento obtido pela última vez há vinte anos.

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Sport 1x1 River. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife