Criando quase nada, Náutico é goleado pelo Atlético-GO no Serra Dourada

Série B 2016, 14ª rodada: Atlético-GO 3 x 0 Náutico. Foto: Carlos Costa/Futura Press/Estadão conteúdo

No Serra Dourada às moscas, como se esperava, o Náutico desperdiçou as pouquíssimas oportunidades criadas e acabou goleado pelo Atlético-GO. Enquanto os pernambucanos não justificaram a estatística de melhor ataque até então, numa atuação fraca, os goianos mantiveram o status de defesa menos vazada e melhoraram o índice à frente. O saldo disso, 3 x 0 para o mandante, que encostou no Vasco na liderança da Série B, com 28 pontos. Sete à frente do alvirrubro, fora do G4, com apenas uma vitória nos últimos seis jogos.

No ensolarado sábado em Goiânia, o vice-líder definiu a vitória logo no primeiro tempo, em lances bem distintos. Primeiro, com Gilsinho. A sua passagem no Sport, em 2012, ficou marcada pelos chutes improdutivos, sem força e direção. Tudo o que não ocorreu no limão de muito longe, aos 25. Acertou o ângulo esquerdo de Júlio César, com a bola ainda triscando no travessão. Indefensável. Oito minutos depois, uma bela troca de passes do Atlético, paralela a uma defesa marcando com os olhos. A bola chegou limpa para Alisson ampliar.

Gallo vem mudando seguidamente a escalação inicial. No intervalo, tentando consertar, mudou o meio (Hugo) e o ataque (Danrlei, apenas 17 anos), mas não surtiu efeito, com o adversário fazendo outro. Assimilado o resultado, o treinador, que se queixa da falta de tempo, terá uma semana até o próximo jogo. Na Arena, onde obtém seus pontos e diante de um concorrente direto, o CRB.

Série B 2016, 14ª rodada: Atlético-GO 3 x 0 Náutico. Foto: Murilo Nascente/divulgação

Náutico supera o Luverdense e quebra série de quatro rodadas sem vitória

Série B 2016, 13ª rodada: Náutico 1x0 Luverdense. Foto: Léo Lemos/Náutico

O Náutico se manteve 100% na Arena Pernambuco. Após uma breve passagem no Arruda, onde empatou, o time voltou a mandar o seu jogo em São Lourenço, chegando à quinta vitória por lá. Com um ótimo desempenho ofensivo até então, desta vez o alvirrubro venceu por 1 x 0, com um gol contra do Luverdense. Uma bobeira geral, começando com a bola perdida na lateral, por Tiago Adan, que avançou pelo lado esquerdo da área e cruzou voltando, com Wallace, desgovernado, mandando para as próprias redes. Definitivo.

Da 8ª colocação, a três pontos no grupo de acesso da Série B, na situação de sábado após chegar a quatro rodadas sem vitória, o time pernambucano evoluiu para a 5ª posição, a um ponto do CRB, cuja campanha surpreende – nesta rodada, por exemplo, o alvirrubro alagoano superou o Joinville fora de casa.

Apesar do resultado favorável, a atuação timbu seguiu oscilante, num primeiro tempo opaco e com um bom volume de jogo após o intervalo, criando boas chances, uma delas parando na trave, com Jefferson Nem. Encarou um adversário onipresente em impedimento, com o ex-alvirrubro Hugo sete vezes em posição irregular! A noite terminou com aplausos de uma torcida consciente do objetivo de reequilibrar a campanha. Falando em torcida, foram 3.274 espectadores. Pelo visto, os alvirrubros só irão aparecer aos sábados…

Série B 2016, 13ª rodada: Náutico 1x0 Luverdense. Foto: Peu Ricardo/DP

Náutico perde do Ceará e chega a quatro jogos sem vitória, se afastando do G4

Série B 2016, 12ª rodada: Ceará 2x1 Náutico. Foto: Christian Alekson/CearaSC.com

A série de quatro jogos sem vitória afastou o Náutico no G4. Na 8ª rodada, quando o time apresentava um embalado aproveitamento de 66%, entre os quatro melhores, havia uma vantagem de dois pontos sobre o 5º colocado. Após a derrota no Castelão, na 12ª rodada, o rendimento do time caiu para 50%. A campanha foi junto, agora em 8º lugar, com 18 pontos, a três do último integrante do grupo de acesso, o Criciúma. Somou 2 pontos em 12 possíveis, num recorte com três jogos como visitante e apenas um no Recife.

A vitória do Ceará por 2 x 1, que deixou o alvinegro alencarino na vice-liderança, não é o ponto fora de curva nesta Série B. O clássico regional ocorreu na sequência de uma viagem à Caxias do Sul, incluindo uma para de um dia (de treinamento) em São Paulo. Uma logística complicada para qualquer visitante, somada à drástica mudança climática dos jogos, do frio de 8 graus ao calor de 30. Pior. Indo para o intervalo com dois gols de desvantagem, ao Timbu restava o tudo ou nada. Nem o gol de Rony, no comecinho, adiantou. 

Na Segundona, a oscilação é absolutamente natural, mesmo para quem briga lá em cima. O que não pode ocorrer é perder o foco plenamente, como o Bahia, com quatro derrotas consecutivas (discussão de jogadores, queda de técnico etc). Para o Náutico, (ainda) basta retomar o mando de campo, com dois jogos na Arena nas três próximas rodadas. Um novo recorte para mudar a gangorra.

Série B 2016, 12ª rodada: Ceará 2x1 Náutico. Foto: LC Moreira/Estadão conteúdo

Torcida reaparece e Náutico goleia o Paraná Clube, se mantendo no G4

Série B 2016, 8ª rodada: Náutico 5x1 Paraná. Foto: Léo Lemos/Náutico

O Náutico manteve a sequência positiva na Série B, agora estendida a cinco partidas, com quatro vitórias e um empate. Evolução que o colocou no G4 e lá permaneceu por mais uma rodada, ao golear o Paraná por 5 x 1. Além do ótimo resultado, chegando à marca de 15 gols em 4 jogos na Arena Pernambuco, valeu a festa com o calor da torcida, até então afastada (com suas razões).

Após três apresentações durante a semana, todas às 21h30, enfim um cenário favorável em São Lourenço. Tarde de sábado, ingressos a partir de R$ 15 e uma equipe em ascensão. Uma combinação em falta, mas essencial a qualquer campanha competitiva. Gerou uma cadeia produtiva em mão dupla, com apoio e retorno técnico. Se nos três jogos anteriores foram 4.731, com média de 1.577, os mais de nove mil espectadores desta vez elevaram o índice para 3.505.

1.514 – Náutico 3 x 2 Vila Nova (17/05)
1.546 – Náutico 5 x 0 Sampaio Corrêa (27/05)
1.671 – Náutico 2 x 0 Joinville (03/06)
9.289 – Náutico 5 x 1 Paraná (11/06)

A goleada começou com a colaboração da própria zaga paranaense, fazendo lambança tanto no gol de Renan Oliveira, aos 7 minutos, quanto no Bergson, ao 29. Os alvirrubros só puderam agradecer, finalizando sem chance de defesa. Na volta do intervalo, Jefferson Nem, grata surpresa neste momento, marcou o terceiro, chegando a cinco gols no torneio, já na condição de artilheiro do time.

Bem em campo e se firmando como titular, nem ainda faria ótima jogada deixando Taiberson em cima da linha para ampliar. O mesmo Taiberson fecharia a conta, 5 x 0, com a equipe segurando o ritmo a quinze minutos do fim, já evitando desgaste, até porque terá o Vasco como adversário dentro de três dias.

Série B 2016, 8ª rodada: Náutico 5x1 Paraná. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP

De virada, o ascendente Náutico vence o Paysandu na Curuzu e chega ao G4

Série B 2016, 7ª rodada: Paysandu 1x3 Náutico, com disputa de bola no 1º tempo. Foto: Fernando Torres/Paysandu (@fernandotorress)

Com autoridade, o Náutico venceu o Paysandu em pleno Alçapão da Curuzu, de virada, num resultado importantíssimo. Historicamente, na Série B, poucos clubes conseguem buscar esse resultado lá. Ao ganhar na condição de visitante pela primeira vez, o time encaixou uma ótima sequência, com dez pontos em quatro rodadas. Saltou do 15º lugar para o G4. Abrindo a rodada na terça-feira cheia, o Timbu precisou ter muita calma para buscar o placar.

Se a atmosfera já não era aprazível, o gol sofrido aos 44 segundos foi um duro golpe. Ainda mais com a grotesca falha de Júlio César, perdendo o controle da bola nos pés de Lucas, sem trabalho para marcar. Até ali, o time pernambucano não sofria um gol há 309 minutos, somando tempo regulamentar e descontos desde o jogo contra o Londrina. Na teoria, o Náutico de Gallo era mais arrumado, ainda mais levando em conta a crise do Papão, com apenas uma vitória, na beira da zona do rebaixamento. Transformar em prática era preciso. Dito e feito.

Forçando a marcação (22 x 17 nos desarmes e 20 x 10 em faltas) e trocando passes curtos, o Náutico melhorou – inclusive Júlio César, com duas boas defesas. O gol de empate, aos 26, foi o mais bonito da noite, com a participação de quatro jogadores. Enfiada, cruzamento, corta-luz e finalização, de Maylson. Na retomada, dois gols de Jefferson Nem (um aos 10 segundos!), definindo o 3 x 1. Cria da base, o atacante de 20 anos chegou a quatro gols, artilheiro do time no torneio. Em ascensão, como o Náutico.

Série B 2016, 7ª rodada: Paysandu 1x3 Náutico, com Júlio César defendendo. Foto: Fernando Torres/Paysandu (@fernandotorress)

Náutico vence a terceira partida na Arena e encosta no G4. Falta a torcida chegar

Série B 2016, 6ª rodada: Náutico x Joinville. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP

O Náutico venceu o Joinville por 2 x 0, se mantendo 100% como mandante. Um jogo onde o time teve domínio absoluto, mesmo sem a posse de bola. No primeiro tempo, quando abriu o placar, teve apenas 36%, mas dentro da estratégia, com ataques rápidos. E aí entra a diferença, com 5 x 0 em chances reais – naturalmente, ainda falta um definidor mais qualificado. Já a defesa passou em branco pela terceira vez seguida, num reflexo de algumas mudanças pontuais efetuadas por Gallo, como o uruguaio Gastón atuando como volante. Com o resultado, chegando a dez pontos, o time encostou no G4.

1.514 – Náutico 3 x 2 Vila Nova (17/05)
1.546 – Náutico 5 x 0 Sampaio Corrêa (27/05)
1.671 – Náutico 2 x 0 Joinville (03/06)

O contraponto à vitória está na arquibancada, com o perene mosaico vermelho na Arena Pernambuco. Os três jogos foram acompanhados in loco por apenas 4.731 torcedores, com uma média de 1.577. E na prática não há variação, com assistências bem semelhantes. Um público reduzido, fiel. É verdade que o horário – curiosamente, todas as partidas ocorreram às 21h30 – foi pra lá de ingrato no empreendimento em São Lourenço da Mata, mas ao não aumentar o índice, mesmo vencendo, a situação torna-se preocupante.

Ainda que a volta aos Aflitos esteja iminente, numa reforma mínima de R$ 2,5 milhões, a ideia é para 2017. Até lá, com uma Série B inteira pela frente, a torcida precisa chegar um pouco mais. Os resultados até estão surgindo…

Série B 2016, 6ª rodada: Náutico x Joinville. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP

Náutico aplica 5 x 0 no Sampaio Corrêa e agora busca o equilíbrio fora da Arena

Série B 2016, 4ª rodada: Náutico 5 x 0 Sampaio Corrêa. Foto: Rafael Martins/Esp. DP

Foi a maior goleada do Brasileiro, implacável do começo ao fim. Na arena, que especificamente nesta noite merecia um público bem melhor, o Náutico fez 5 x 0 no Sampaio Corrêa e manteve o ritmo, perdendo fora e vencendo em casa. A inhaca como visitante, ainda zerado, destoa completamente deste início de Série B nos jogos como mandante, com oito gols. Encontrar o equilíbrio é o objetivo, válido a qualquer um em busca de algo mais na competição, claro.

Na goleada sobre o time maranhense, que chegou ao Recife como lanterna e sai ainda mais, Rony foi o destaque. Marcou um gol, deu uma assistência, ajudando Rafael Coelho a desencantar, sofreu um pênalti, convertido por Bergson, em seu primeiro tento após 100 dias de recuperação, e ainda cruzou no lance que o goleiro se atrapalhou, no gol de Jefferson Nem. Ou seja, participou diretamente de quatro gols. O próprio jogador classificou a atuação como sua melhor.

Uma surpresa e tanto para os 1.546 alvirrubros, querendo acreditar no potencial do time, cuja obrigação, histórica, é de brigar pelo G4. Voltou a se aproximar do pelotão. Para entrar, precisa se impor fora de casa também. Na próxima terça, numa rodada cheia, o time pernambucano vai à Fonte Nova enfrentar o Bahia, um dos favoritos ao acesso. Que a atmosfera de “arena” inspire o ataque a manter a pegada longe de São Lourenço. O crescimento depende disso.

Série B 2016, 4ª rodada: Náutico 5 x 0 Sampaio Corrêa. Foto: Rafael Martins/Esp. DP

Os 40 anos do Dia do Goleiro, graças ao interminável pernambucano Manga

Dia do Goleiro. A curiosa data é celebrada no futebol brasileiro há exatamente quarenta anos. Desde 26 de abril de 1976, em homenagem ao aniversário do goleiro pernambucano Manga, então ídolo do Internacional, mas revelado pelo Sport vinte anos antes, quando era conhecido como “Ayrton Correia”. O jogador, hoje aos 79 anos, foi um dos melhores do país na posição, numa carreira duradoura. Quando surgiu a data, idealizada por professores de educação física do Rio de Janeiro, Manga se tornaria o campeão brasileiro mais velho da história, aos 39 anos! Uma marca ainda não superada.

Veja o primeiro contrato profissional de Manga, de 1956, clicando aqui.

Abaixo, as homenagens oficiais dos clubes do Recife em 2016, via facebook.

Náutico
“Ser goleiro é ser o coração do time, mesmo num jogo onde o principal objetivo você deve evitar. Parabéns aos nossos goleiros, do passado e do presente, pelo seu dia. Rodolpho, Júlio César e Bruno.”

Homenagem do Náutico ao Dia do Goleiro em 2016. Crédito: Náutico/facebook

Santa Cruz
“Das mãos dele vem o movimento preciso, seguido do grito: MILAAAAAGRE!!! O Santa Cruz sempre teve em sua história grandes defensores, que escreveram o seu nome na história do Time do Povo. Hoje, Dia do Goleiro, parabenizamos todos os atletas que escolhem a defesa como ofício da vida. Em especial, parabéns aos goleiros corais: Fred, Edson Kolln, Miller e Tiago Paredão Cardoso.”

Homenagem do Santa Cruz ao Dia do Goleiro em 2016. Crédito: Santa Cruz/facebook

Sport
“Há quem seja cruel a ponto de dizer que nem grama nasce onde os goleiros jogam. Há também quem crave que eles nasceram predestinados a serem vilões. Não sabemos se é coincidência, mas nossos goleiros fogem a essa regra. Ao todo, no elenco profissional, temos cinco verdadeiros paredões, todos excepcionalmente treinados por Gilberto Melo, ex-jogador do Leão e melhor arqueiro do Brasil em 1992. Magrão, Danilo Fernandes, Luiz Carlos e Lucas, são os ‘titulares’, os de verdade, os de todos os dias. O quinto elemento dessa equipe quase intransponível estreou no dia 17 de maio de 2015, fez gol no Maracanã e apontou para a 87. Vocês sabem de quem estamos falando…”

Homenagem do Sport ao Dia do Goleiro em 2016. Crédito: Sport/facebook

Com Arruda lotado, Santa Cruz vence o Náutico e abre boa vantagem na semi

Pernambucano 2016, semifinal: Santa Cruz 3x1 Náutico. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Empolgado com a classificação à final do Nordestão e barateando o ingresso para contar com o calor de sua torcida, o Santa fez a festa no Arruda. Era jogo decisivo, clássico, mas a desenvoltura coral foi impressionante, impondo ao Náutico, com doze pontos a mais no hexagonal, um resultado duríssimo no jogo de ida da semifinal, 3 x 1. Como neste ano o saldo de gols é critério de desempate, só uma goleada alvirrubra poderá tirar o Tricolor de sua quinta final local em seis anos. Com 40.140 torcedores presentes, superando todas as expectativas, o time quebrou a estratégia alvirrubra com apenas nove minutos.

Em grande fase, Keno avançou pela ponta esquerda, driblou Joazi e cruzou para Arthur marcar o seu primeiro gol no clube. Abraçou Keno, consciente do papel desempenho pelo atleta mais decisivo do futebol pernambucano neste início de temporada. Em vantagem, o time comandando por Milton Mendes acabou recuando, dando o campo para o adversário. Entretanto, o Timbu não esteve numa noite feliz, errando muitos passes. Quase não finalizou na meta de Tiago Cardoso. Com Renan preso na marcação, foram poucas jogadas verticalizadas.

Pernambucano 2016, semifinal: Santa Cruz 3x1 Náutico. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Precavido, o Santa explorava os contragolpes, com Grafite trabalhando muito bem a bola. No intervalo, Dal Pozzo apostou na entrada de Esquerdinha no lugar de Gil Mineiro, perdido no meio. De fato, era preciso melhorar a saída de bola. Mas, outra vez, deu nem tempo de aplicar a nova formação. Aos nove minutos, o Tricolor ampliou após escanteio. Em noite iluminada, Arthur cabeceou de novo, também batendo na trave antes de entrar. Dominando o jogo e bem postado, com Uillian Correia firme na contenção, o Santa mantinha o ritmo.

Aos 24, quatro corais em velocidade contra dois alvirrubros. A bola chegou em Tiago Costa, que bateu de fora da área, no cantinho de Júlio César – também o seu primeiro tento no torneio. Foi a senha para muitos alvirrubros deixarem o Arruda, ao som de “Adeus, Náutico!”. Com tamanha vantagem, Milton se deu ao luxo de poupar Grafa (aplaudido), substituído por Wallyson. A goleada parecia certa, com o mandante ainda acertando a trave, mas no fim o Náutico ganhou sobrevida. Num chute de Joazi, desviado na zaga, o gol de honra para deixar a semifinal aberta. Ainda que a vantagem coral seja considerável…

Pernambucano 2016, semifinal: Santa Cruz 3x1 Náutico. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Análise da semifinal pernambucana de 2016 – Náutico

Pernambucano 2016, hexagonal: Náutico 5x0 América. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Financeiramente, o Náutico começou o ano muito atrás dos rivais. Do Sport, a distância já era grande. Só que também acabou superado pelo Santa, devido ao acesso do rival à elite nacional. E estamos falando de mais de R$ 20 milhões de diferença no orçamento anual dos clubes. Uma pressão enorme, uma vez que resulta em nível técnico distinto para um time já obrigado a findar um jejum de títulos estaduais desde 2004. Ainda assim o Alvirrubro se fez competitivo, encerrando o hexagonal na liderança.

A essa campanha superior a dos rivais, contrariando a lógica inicial, deve-se a manutenção da base da última Série B, quando não subiu por apenas dois pontos. Uma base trabalhada por Gilmar Dal Pozzo, nome importante neste contexto. Com reforços pontuais, como Rodrigo Souza e Renan Oliveira, o time ganhou uma cara, já projetando para a nova edição da Segundona. Antes, claro, terá uma boa chance de finalmente voltar a ser campeão.

É verdade que a eliminação na Copa do Brasil, na primeira fase, foi um baque – inclusive na receita, de R$ 300 mil -, com o volume de jogo sendo colocado em xeque àquela altura. Talvez pelo baixo número de jogos, ok. Contudo, a partir de agora os dois principais rivais terão que dividir as atenções entre Estadual e Nordestão – começando pelo Santa, na semifinal -, enquanto o Timbu terá um intervalo completo de treinamento entre as fases. Pode ser o diferencial, físico.

Desempenho na semifinal (2010/2015)
5 participações e 2 classificações

O esquema tático timbu talvez seja o mais suscetível a mudanças no mata-mata, devido ao DM. A posição de Rafael Coelho é a interrogação.

Formação básica do Náutico no Estadual 2016. Crédito: this11.com com arte de Cassio Zirpoli/DP

Destaque
Ronaldo Alves. Além de compor uma defesa segura na maior parte do hexagonal, o zagueiro acabou fazendo a diferença lá na frente. De forma incrível, terminou a fase como o artilheiro, com 5 gols marcados.

Aposta
Rafael Coelho. O atacante chegou na reta final e demorou a estrear justamente pelo condicionamento físico. A sua presença na formação básica deve-se à expectativa de Dal Pozzo para contar com jogar, sobretudo pela ponta esquerda.

Ponto fraco
Um goleador. O “9” vem sofrendo testes, numa rotatividade tão grande que o quase descartado Thiago Santana ganhou chance na última rodada. Daniel Morais passou pelo mesmo. O fato de um zagueiro ser o artilheiro diz muito.

Campanha no hexagonal (10 jogos)
23 pontos (1º lugar)
7 vitórias (1º que mais venceu)
2 empates (2º que mais empatou)
1 derrotas (1º que menos perdeu)
18 gols marcados (melhor ataque)
4 gols sofridos (melhor defesa)

Melhor apresentação: Náutico 5 x 0 América, em 14 de março, no Arruda.