Cinco países e o domínio do mercardo mundial do futebol

Últimas transferências na janela europeia do verão de 2014

A janela europeia de futebol entre as temporadas 2013/2014 e 2014/2015 chegou ao fim neste 1º de setembro. Haja apresentação oficial em cima da hora.

A quantidade de dinheiro envolvido surpreende sempre, indiferente à crise em todos os outros setores no mundo. Em alguns casos, cifras fora da realidade para jogadores sem tanto cartaz assim.

Horas antes de a janela ser fechada, o Transfer Matching System (TMS) da Fifa já indicava valores bilionários. O sistema, o modelo oficial de registro de todas as negociações internacionais, deixa claro o poder econômico de cinco ligas: Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França. Juntas, elas representam 85% dos 2,4 bilhões de dólares gastos neste verão europeu. Ou seja, US$ 2,04 bilhões só na Premier League, La Liga, Serie A, Bundesliga e Ligue 1.

Vamos a alguns gráficos divulgados pela TMS, comparando as negociações do “Big 5”, como a própria entidade chama a elite econômica do futebol. Não por acaso, as cinco ligas nacionais são exibidas no Brasil, via tevê por assinatura.

Na elite da elite, os dez maiores clubes (Real, Barça, United, Bayern etc) gastaram 56% de todo o montante…

Outro dado que vale prestar atenção é o fato de que 39% dos atletas negociados mudaram de time após o fim do contrato, sem a necessidade de rescisão.

Gráfico de negociações no futebol europeu em 2014. Crédito: TMS

Gráfico de negociações no futebol europeu em 2014. Crédito: TMS

Gráfico de negociações no futebol europeu em 2014. Crédito: TMS

Curiosidade: nas transações nos últimos dias, como Xabi Alonso do Real Madrid para o Bayern de Munique e Kagawa do Manchester United para o Borussia Dortmund, vale a citar “contratação” de Bart Simpson no Zenit. O famoso personagem virou mascote do clube, numa ação de marketing.

Rede wi-fi como adversária, numa briga do futebol contra o avanço tecnológico

Protesto da torcida do PSV contra o "wi-fi"

A torcida do PSV fez um protesto inusitado na abertura da liga holandesa.

Durante a goleada por 6 x 1 sobre o NAC Breda, a torcida exbiu uma faixa com a seguinte frase no Philips Stadion:

“Fuck wi-fi, support the team”.

Traduzindo, literalmente: “Foda-se o wi-fi, apoie o time”.

O argumento vem do fato de que de tão concentrados nos seus smartphones e tablets, os torcedores passam a ignorar a tensão em campo.

Curiosamente, neste mesmo mês o Manchester United proibiu no seu mítico estádio, o Old Trafford, o uso de iPads. No caso inglês, a medida é para que os aparelhos não atrapalhem a visão de outros espectadores.

Trazendo a discussão para Pernambuco, os palcos de alvirrubros, rubro-negros e tricolores também contam com wi-fi gratuito. Na Ilha – um dos primeiros do país com o serviço, desde julho de 2010 – e no Arruda, a queixa não é pela oferta, mas pela demanda limitada da rede. É comum, sobretudo no Mundão, a queda da conexão. Já na Arena, nem todos os setores foram contemplados, 3G das operadoras à parte. Porém, existe um plano de ampliação.

Disponibilizar internet para a torcida pode mesmo influenciar no comportamento do público nos jogos, considerando que muitos (brasileiros) contam com smartphones? Não creio que chegue a tanto, mas vale o debate…

Já existem termos pejorativos como “torcida de vôlei” e “torcida de shopping”, mas o que seria isso de fato? Neste quesito, destaca-se o amplo compartilhamento de textos e fotos a partir dos celulares, durante os jogos.

No processo de modernização do estádios – e a internet em banda larga à disposição faz parte -, a tendência é a ampliação do cenário. Os termos pejorativos aparecem mais como um choque ao avanço do que outra coisa…

Arena Pernambuco (Náutico e Sport)
Rede: itaipavaarena
Operadoras: Embratel e WorldNet
Área: anel inferior oeste e camarotes

Ilha do Retiro (Sport)
Rede: hotlink_sport
Operadora: Hotlink
Área: todos os setores

Arruda (Santa Cruz)
Rede: hotlink_santacruz
Operadora: Hotlink
Área: todos os setores

Qual é o seu grau de satisfação com a rede wi-fi no estádio do seu time? Você concorda com a postura dos torcedores do PSV?

Manchester United proibiu o uso de ipads no Old Trafford. Foto: Getty Images

109 mil pessoas num jogo de soccer

Em Michigan fica o estádio conhecido como “The Big House”, ou a Grande Casa, numa tradução literal. De fato, o local – que pertence a uma universidade – é enorme, com capacidade para 109 mil espectadores sentados.

Neste sábado, o estádio recebeu o amistoso entre Real Madrid e Manchester United. O jogo da pré-temporada europeia registrou o maior público em um jogo de futebol (soccer) nos Estados Unidos. Todos os ingressos foram vendidos.

Há vinte anos, em Pasadena, o Rose Bowl havia recebido 94 mil pessoas na final da Copa do Mundo entre Brasil e Itália.

Sobre a lotação das arquibancadas de Michigan, eis um vídeo em time-lapse com o palco sendo ocupado de 0 a 109.318 pessoas.

Cota de TV da Premier League: base (50%), performance (25%) e audiência (25%)

Divisão de cotas no Campeonato Inglês da temporada 2013/2014

As cotas de televisionamento do Campeonato Brasileiro apresentam uma diferança enorme entre os 20 times. O que não é novidade, claro. Vale, portanto, apresentar o modelo da liga nacional mais rica do planeta, a Premier League.

Na recém-encerrada temporada 2013/2014, o campeonato inglês rendeu 1,5 bilhão de libras esterlinas aos clubes. Convertendo, uma soma de R$ 5,81 bi. No quadro, os valores recebidos da TV pelos 20 times da elite britânica, em libras.

Da receita absoluta, 50% vem da cota de transmissão, dividida igualmente entre todas as equipes, 25% de acordo com a classificação final e 25% através do número de partidas exibidas na televisão. O acordo está em vigor desde 1992.

Neste modelo, o Cardiff, rebaixado como lanterna, recebeu 62 milhões de libras, o que corresponde a 64,2% da receita do Manchester City, o campeão.

O Brasileirão de 2014 tem um orçamento de R$ 986 milhões, numa soma das negociações isoladas, clube por clube. O Flamengo terá a maior cota de transmissão, de R$ 110 milhões. No lado oposto, a Chapecoense, com R$ 18 milhões.

Ou seja, o time catarinense receberá na Série A 16,3% da cota do rubro-negro carioca. O football foi importado em 1894. Quando acontecerá o mesmo com o modelo de gestão?

Confira todas as cotas dos times brasileiros até 2016 aqui.

Curiosidade: o lanterninha do campeonato inglês recebeu R$ 231 milhões…

Luís Figo define as quartas de final da Champions League

Quartas de final da Liga dos Campeões da Uefa 2013/2014. Crédito: Uefa/divulgação

O chaveamento pré-definido foi encerrado na Liga dos Campeões da Uefa no ano passado. Desde então, cada fase passa por um novo sorteio, das oitavas à semifinal. Nesta sexta, a entidade europeia escolheu na Suíça os duelos das quartas de final da edição 2013/2014, reunindo a nata do continente.

Entre as bolinhas selecionadas pelo português Luís Figo – eleito pela Fifa como o melhor jogador do mundo em 2001 -, destaque para outro Real x Borussia, após as partidas antológicas no ano passado, e a reedição da eterna final de 1999, entre Manchester United e Bayerm.

A final será em 24 de maio, no Estádio da Luz, em Lisboa.

Qual é a sua opinião sobre os possíveis classificados à semi da Champions?

Barcelona x Atlético de Madri (1 e 9 de abril)
Após muito fora da briga pelo título espanhol – não é campeão desde 1996 -, o Atlético segue taco a taco com os gigantes Barça e Real. Agora, numa disputa paralela terá justamente um dos dois. A grande fase do brasileiro Diego Costa anima a torcida madrileña. No Camp Nou, o time de Martino vai melhorando no embalo de Messi, voltando à velha forma. E ainda tem Neymar por perto…

Real Madrid x Borussia Dortmund (2 e 8 de abril)
O Borussia avançou à decisão na última Champions em pleno Santiago Bernabéu. A vaga veio praticamente no primeiro jogo, no 4 x 1, com Lewandowski marcando todos os gols da equipe de Dortmund. Desta vez, o Real Madrid parece bem mais capacitado, equilibrado e com Cristiano Ronaldo ainda em melhor forma. O time merengue é o favorito.

Paris Saint-Germain x Chelsea (2 e 8 de abril)
O duelo dos novos ricos. O processo em Londres é mais antigo, é verdade, com o dinheiro sendo injetado pelo russo Roman Abramovich desde 2003. Em Paris, os milhões surgiram em 2011, através do catariano Nasser Al-Khelaifi. Estrelas nos dois lados, com destaque para Ibrahimovic. O Chelsea já realizou o sonho de erguer a Champions. É a aula necessária para o PSG…

Manchester United x Bayern de Munique (1 e 9 de abril)
O título inglês há quinze anos, numa virada com os gols aos 46 e 47 minutos do segundo tempo, ainda assombra Munique. O poderoso clube da Baviera conquistou a Europa duas vezes desde então, e até eliminou o United em 2001 e 2010. Apesar disso, segue com vontade de “passar por cima”. Tem a chance, pois o time de David Moyes é de uma irregularidade impressionante.

Pitacos do blog: Barcelona, Real Madrid, PSG e Bayern de Munique.

Sorteio das quartas de final da Liga dos Campeões da Uefa 2013/2014. Crédito: Uefa/divulgação

As primeiras dez taças do Mundial da Fifa

Clubes campeões dos Mundiais da Fifa entre 2000 e 2013. Fotos: Fifa

O Campeonato Mundial de Clubes da Fifa chegou a dez edições.

O título de 2013 foi conquistado facilmente pelo poderosíssimo Bayern de Munique, vencendo em ritmo de treino o Guangzhou Evergrande da China (3 x 0) e o Raja Casablanca do Marrocos (2 x 0).

O torneio repetiu o modelo em vigor há sete temporadas, com sete clubes, representando as seis confederações continentais e mais um do país-sede. Todas as partidas são disputadas em sistema eliminatório.

Por sinal, a competição já parece necessitar uma reformulação, com a inclusão de mais equipes, europeias e sul-americanas. Duas vagas para Uefa e outras duas para a Conmebol? Curiosamente, apenas apenas a primeira edição foi assim.

À parte da Copa Intercontinental, de 1960 a 2004, os campeões com a chancela da federação internacional de futebol são: Barcelona (2009 e 2011), Corinthians (2000 e 2012), São Paulo (2005), Internacional (2006), Milan (2007), Manchester United (2008), Internazionale (2010) e Bayern de Munique (2013).

Títulos por país:
4 – Brasil (2000, 2005, 2006 e 2012)
2 – Itália (2007 e 2010)
2 – Espanha (2009 e 2011)
1 – Inglaterra (2008)
1 – Alemanha(2013)

Ataque em alta velocidade no futebol

Os 10 jogadores mais rápidos do mundo em 2013

Através de scouts da última temporada, a Fifa divulgou um estudo sobre os jogadores mais rápidos da atualidade. Messi ou CR7? Técnica à parte, ambos ficaram atrás na lista dominada por clubes europeus e encabeçada por um atacante equatoriano. Nenhum brasileiro apareceu no top ten.

Em tempo: o homem mais rápido do mundo, o jamaicano Usain Bolt, já alcançou uma velocidade de 37,31 km/h.

1º) Antonio Valencia, equatoriano (Manchester United) – 35.1 km/h
2º) Gareth Bale, galês (Real Madrid) – 34.7 km/h
3º) Aaron Lennon, inglês (Tottenham Hotspur) – 33.8 km/h
4º) Cristiano Ronaldo, português (Real Madrid) – 33.6 km/h
5º) Theo Walcott, inglês (Arsenal) – 32.7 km/h
6º) Lionel Messi, argentino (Barcelona) – 32.5 km/h
7º) Wayne Rooney, inglês (Manchester United) – 31.2 km/h
8º) Franck Ribery, francês (Bayern de Munique) – 30.7 km/h
9º) Arjen Robben, holandês (Bayern de Munique) – 30.4 km/h
10º) Alexis Sánchez, chileno (Barcelona) – 30.1 km/h

Abaixo, um exemplo da arrancada do jogador mais veloz da atualidade.

Quem seria o jogador mais rápido do futebol pernambucano? Relembre algum…

Uma nova e germânica tríplice coroa na Europa

Tríplice Coroa

Celtic (Escócia) em 1967, Ajax (Holanda) em 1972, PSV (Holanda) em 1988, Manchester United (Inglaterra) em 1999, Barcelona (Espanha) em 2009, Internazionale (Itália) em 2010 e Bayern de Munique (Alemanha) em 2013.

Um feito raríssimo une esses sete clubes. Todos as agremiações conquistaram a tríplice coroa da Europa, num domínio absoluto do futebol. Venceram no mesmo ano os três principais campeonatos em disputa. No Velho Mundo, isso significa ganhar a liga nacional, a copa do país e a Liga dos Campeões da Uefa.

O mais novo integrante é o arrasador Bayern, de Neuer, Lahm, Schweinsteiger e Robben, somando a Copa da Alemanha aos títulos da Bundesliga e da Champions League. No post, os últimos tripletes. United, Barça e Inter ainda conquistariam o Mundial em dezembro. Caminho aberto para o time alemão?

Tríplice Coroa do Bayern de Munique em 2013

Na América do Sul, os clubes chamam de tríplice coroa a conquista dos títulos do Mundial de Clubes, da Taça Libertadores e da Recopa em sequência. Contudo, a honra não pode ser alcançada num mesmo ano porque a Recopa, que reúne em jogo único o campeão da Libertadores e da Copa Sul-Americana, só é disputada na temporada seguinte às duas finais continentais.

Tríplice Coroa da Internazionale em 2010. Foto: inter.it

Entre os times brasileiros, destaque para o São Paulo, que conseguiu dois tripletes na década de 1990. Já o Internacional conseguiu a sua tríplice coroa mais recentemente. Ganhou o Mundial e a Libertadores em 2006 e a Recopa em 2007. O clube gaúcho acabou colocando um coroa em cima do seu distintivo.

Tríplice Coroa do Barcelona em 2009. Foto: Nike

Considerando apenas torneios em solo brasileiro, o feito só é possível se um clube ganhar no mesmo ano o Estadual, a Copa do Brasil e o Brasileirão. Até hoje, só o Cruzeiro conseguiu, em 2003. Pela marca, o time de Belo Horizonte também colocou a coroa (antes do Colorado, diga-se). Por sinal, aquela foi a única vez que um time ganhou a Série A e a Copa do Brasil no mesmo ano.

Tríplice Coroa do Manchester United em 1999. Foto: manutd.com

A vez da final alemã na Champions League

Final da Liga dos Campeões da Uefa de 2013: Borussia Dortmund x Bayern de Munique. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A Liga dos Campeões da temporada 2012/2013 teve 76 clubes de 52 países diferentes. A 125ª e última partida da atual competição, contudo, será na mesma língua. O feito era para ser raro, mas que se tornaou comum na Europa.

Em 2000 a Uefa ampliou a milionária competição, dando quatro vagas para Espanha, Itália e Alemanha e três para Inglaterra, França e Holanda, de acordo com o ranking da entidade na época. O número de vagas segue o ranking.

O aumento na quantidade de representantes de cada país possibilitou a realização de “finais nacionais”, o que aconteceu logo no primeiro com esta regra. Com um show de Raul, o Real Madrid goleou o Valencia.

Itália, em 2003, e Inglaterra, em 2008, também tiveram finais particulares, decididas nos pênaltis. Agora é a vez da turma da Bundesliga. A Alemanha, que detém o campeonato com a maior média de público do planeta, com 45.100 pessoas por jogo, elevou ao nível máxima a qualidade técnica.

Borussia Dortmund, campeão em 1997, e Bayern de Munique, tetra, despacharam Real e Barcelona e disputarão o título do Velho Mundo em Londres, no estádio de Wembley, no dia 25 de maio.

2000 – Real Madrid 3 x 0 Valencia, no Stade de France, em Saint-Denis

2003 – Milan (3) 0 x 0 (2) Juventus, em Old Trafford, em Manchester

2008 – Manchester United (6) 1 x 1 (5) Chelsea, no Luzhniki, em Moscou

As viradas improváveis no placar, históricas, em cima da hora

A vitória do Borussia Dortmund sobre o Málaga por 3 x 2, com dois gols nos descontos, entrou na lista dos desfechos mais improváveis em mata-matas dos últimos anos. O time espanho havia feito 2 x 1 aos 36 minutos do 2º tempo e o Borussia precisava vencer para chegar à semifinal da Champions League.

Numa partida com gols ilegais, dos dois lados, o Borussia chegou lá. Reus e Felipe Santana fizeram explodir o Signal Iduna Park, onde é registrada a maior média de público do mundo, com 80 mil pessoas por jogo.

Difícil não lembrar de outra partida válida pela Liga dos Campeões da Uefa, mais precisamente na decisão, em 1999. No Camp Nou, o Manchester United perdia do poderoso Bayern de Munique até os 46 minutos do segundo tempo.

Foi quando os diabos vermelhos deixaram atônitos os 90.045 torcedores no estádios e milhões mundo afora diante da televisão. Sheringham e Solskjaer viraram o placar e deram o título europeu ao United depois de 31 anos de jejum.

Na América do Sul, o caso mais emblemático é o da decisão da Copa Mercosul de 2000. No terceiro jogo da decisão, entre Palmeiras e Vasco, no agora antigo Palestra Itália, o Verdão foi para o intervalo com 3 x 0 no placar.

Mesmo fora de casa, pressionado, o time carioca virou o placar com três de Romário no 2º tempo. O último deles nos descontos. Improvável, histórico.