O Santa Cruz anunciou uma ideia para arrecadar recursos visando a contratação de um jogador diferenciado, considerando o cenário que o clube tem em 2018, com o mata-mata da Copa do Nordeste e a Série C do Brasileiro – e sem previsão de grandes receitas de tevê, bilheteria, patrocínio e sócios. Trata-se, literalmente, de uma vaquinha online, com a doação de dinheiro. O site do Projeto Camisa 12 é bem simples, com a chamada para a contribuição online, de qualquer valor, através do PagSeguro Uol.
“Estamos negociando com um atleta diferenciado, que será bancado com investimento da torcida coral. E, para simbolizar a força das nossas arquibancadas, esse jogador vestirá a camisa 12. O fortalecimento do elenco tricolor está ao seu alcance! Faça parte do projeto.”
Sem maiores detalhes, o canal traz o total doado, R$ 2,8 mil, correspondendo a 1%. Logo, a meta é arrecadar R$ 280 mil, que bancaria luvas e salários.
O Santa Cruz está lançando o projeto Camisa 12!
Estamos negociando com um atleta diferenciado, que será bancado com investimento da torcida coral. E, para simbolizar a força das arquibancadas, ele vestirá a camisa 12.
Centenários, os três grandes clubes pernambucanos somam 100 títulos oficiais no futebol, sendo 48 do Sport, 31 do Santa e 21 do Náutico. Neste levantamento do blog, considerando as conquistas mais expressivas, entraram as seguintes competições: Estadual (1915-2017), Nordestão (1994-2017), Torneio Norte-Nordeste (1968-1970), Série C (1981-2017), Série B (1971-2017), Série A (1959-2017) e Copa do Brasil (1989-2017), com a discussão aberta sobre outros torneios, claro. Aqui, porém, o viés é sobre o presidente à frente em cada um desses títulos. Até hoje, 60 mandatários conseguiram títulos em suas gestões, à parte da análise administrativa, com ampliação estrutural e redução de dívidas (ou o contrário!). Alguns múltiplos campeões se beneficiaram de vários mandatos, enquanto outros conseguiram uma taça expressiva para a respectiva galeria mesmo com apenas um ano.
No Náutico está o maior campeão pernambucano. O nome não traz surpresa alguma: Eládio de Barros Carvalho, que há tempos empresta o nome ao estádio dos Aflitos. Foram seis campeonatos, e não exatamente o “hexa”, embora tenha comandado o timbu no início da sequência exclusiva. No Santa, curiosamente os presidentes executivos com mais títulos são os da década mais recente, quando o clube engatou uma série de cinco estaduais em seis anos e ainda conquistou os seus primeiros títulos oficiais fora do âmbito local. Sem contar o fato de ALN e Alírio terem tido mandatos maiores, uma vez que num período de 40 anos (1973-2013) somente um tricolor teve uma gestão superior a dois anos – José Neves, com três mandatos.
Já no Sport, quatro presidentes tem um histórico superior a três títulos, com o polêmico Lucano Bivar, que renunciou em 2011 e se licenciou em 2013, sendo o maior vencedor (entre todos listados abaixo), embora não tenha conquistado nenhuma das duas estrelas douradas – na verdade, ganhou a prateada.
Sport – 25 presidentes campeões
7 títulos Luciano Bivar (PE em 1997, 1998, 1999, 2000 e 2006, NE em 2000 e Série B em 1990)
5 títulos Wanderson Lacerda (PE em 1991, 1992, 1994 e 1996, NE em 1994)
3 títulos Adelmar da Costa Carvalho (PE em 1955, 1956 e 1958) e Milton Bivar (PE em 2007 e 2008, Copa do Brasil em 2008)
2 títulos Manoel José Guimarães (PE em 1916 e 1917), Hermenegildo da Silva Loyo (PE em 1923 e 1924), Luiz da Rosa Oiticica (PE em 1941 e 1942), Severino Pereira de Albuquerque (PE em 1961 e 1962), Jarbas Guimarães (PE em 1975 e 1977), José Antônio Alves de Melo (PE em 1981 e 1982), Homero Lacerda (Série A em 1987 e PE em 1988), Silvio Guimarães (PE em 2009 e 2010) e João Humberto Martorelli (PE em 2014 e NE em 2014)
1 título Arnaldo da Silva Loyo (PE em 1920), Roberto Rabello (PE em 1925), Raphael Addobati (PE em 1928), José de Andrade Médicis (PE em 1938), Renato Silveira (PE em 1943), João Elysio de Lauria (PE em 1948), José Lourenço Meira de Vasconcelos (PE em 1949), José Dhália da Silveira (PE em 1953), Eduardo Cardoso (N-NE em 1968), José Moura (PE em 1980), Severino Otávio (PE em 2003) e Arnaldo Barros (PE em 2017)
Santa Cruz – 21 presidentes campeões
4 títulos Antônio Luiz Neto (PE em 2011, 2012 e 2013, Série C em 2013)
3 títulos Alírio Moraes (PE em 2015 e 2016, NE em 2016)
2 títulos Carlos Afonso de Melo (PE em 1931 e 1932), Odivio Duarte (PE em 1957 e 1959), Aristófanes de Andrade (PE em 1969 e 1970), James Thorp (PE em 1971 e 1972) e José Neves (PE em 1986 e 1987)
1 título Alcides Lima (PE em 1933), Virgílio Borba Júnior (PE em 1935), Jaime Galvão (PE em 1940), José Fulgino (PE em 1946), Edgar Beltrão (PE em 1947), Gastão de Almeida (PE em 1973), José Nivaldo de Castro (PE em 1976), Mariano Pedro Mattos (PE em 1978), Rodolfo Aguiar (PE em 1979), Vanildo de Oliveira Ayres (PE em 1983), Dirceu Menelau (PE em 1990), Alexandre Mirinda (PE em 1993), Luiz Arnaldo (PE em 1995) e Romerito Jatobá (PE em 2005).
Náutico – 14 presidentes campeões
6 títulos Eládio de Barros Carvalho (PE em 1950, 1951, 1952, 1954, 1960 e 1963)
2 títulos Luiz Carneiro de Albuquerque (PE em 1967 e 1968) e Josemir Correia (PE em 1984 e 1985)
1 título Victorino Maia (PE em 1934), Aroldo Fonseca (PE em 1939), Neto Campelo Júnior (PE em 1945), Wilson Campos (PE em 1964), Fernando Wanderley (PE em 1965), Manuel Cesar de Moraes (PE em 1966), João de Deus (PE de 1974), Antônio Amante (PE em 1989), André Campos (PE em 2001), Sérgio Aquino (PE em 2002) e Ricardo Valois (PE em 2004)
Através de um comunicado oficial, em 27/03, a direção da Primeira Liga confirmou o cancelamento da edição de 2018, por falta de datas – chegou-se a cogitar a disputa durante o Mundial. Teria sido a terceira edição, após 2016 (Fluminense) e 2017 (Londrina). A nota traz a possibilidade de volta em 2019. Segue a íntegra e, em seguida, o viés regional sobre a notícia…
“A Diretoria da Copa da Primeira Liga comunica que, em comum acordo com todas as partes interessadas, a competição não será realizada em 2018. No entanto, o trabalho continua sendo desenvolvido para viabilizar um torneio forte e estruturado a partir de 2019. Na última semana, reuniões com a Confederação Brasileira de Futebol e com a Rede Globo deixaram adiantadas as tratativas para um torneio no início da temporada 2019, com quatro a sete datas, com término até março. A cúpula da Primeira Liga seguirá em contato constante com os dirigentes dos clubes, a CBF e a Rede Globo a fim de unificar os interesses e promover um torneio de alto nível, valorizando e fortalecendo o Fórum de Clubes.”
A reformulação do torneio da Primeira Liga – uma associação formada por 19 clubes, incluindo um nordestino, o Ceará – passa pelo número de datas (sete) e pelo período (até março). Os jogos seriam exibidos pela Globo, detentora dos direitos da competição – à parte da permanente discussão sobre a oficialização por parte da CBF. Curiosamente, a movimentação nos bastidores do Nordeste sobre a organização de um torneio regional paralelo à Copa do Nordeste projeta uma estrutura bem semelhante a esta acima.
O Sport, através do presidente Arnaldo Barros, tentou encampar a ideia em 2018, mas acabou isolado – inclusive na desistência da Lampions. Para 2019, porém, a disputa por cotas maiores ganhou outra voz de peso, a do presidente do Bahia, Guilherme Bellintani – ainda que efetivamente não fale em saída, mas de mudanças internas. E sobre o tal torneio (sem nome revelado), seria uma disputa enxuta, com as mesmas sete datas, no mesmo período e no mesmo canal. Lembrando que a Globo não entrou em acordo com o Esporte Interativo, o detentor dos direitos do Nordestão, para a exibição em 2018.
Hoje, a Copa do Nordeste paga de R$ 1 milhão (grupos) a R$ 3,5 milhões (campeão), considerando os times com as cotas mais altas. Estima-se um pedido de R$ 5 milhões livres no torneio paralelo – indiretamente, é o mesmo pedido para que esses clubes sigam no Nordestao. Lembra a “Copa União”?
O paralelo traçado pelo blog pode ser uma coincidência. Ou, neste caso, uma grande coincidência.
O público na semifinal do Estadual 2018, com 20 mil alvirrubros (o 6º maior)
O Náutico foi o primeiro mandante da história da Arena Pernambuco, literalmente, pois a inauguração foi marcada por um amistoso do timbu diante do Sporting de Lisboa, em 2013. Naquela mesma época, o clube assinou um contrato de 30 anos com o consórcio-operador, então existente, para mandar os seus jogos em São Lourenço. A parceria público-privada acabou em 2016, após decisão do governo do estado, devido ao alto custo, mas o alvirrubro seguiu mandando as suas partidas na arena até 2018. Por necessidade, já que o estádio dos Aflitos estava sem condições – tanto na questão estrutural quanto na legal. Portanto, entre idas e vindas por lá, foram seis temporadas do Náutico, até o retorno de fato para o já centenário Eládio de Barros Carvalho.
O período no palco da Copa do Mundo de 2014 foi marcado pela queda do clube da Série A para a Série C e também pelo fim do subsídio estatal nos ingressos através do ‘Todos com a Nota’. Ainda assim, num contexto frágil técnica e financeiramente, o clube conseguiu registrar públicos interessantes, – oito deles superiores aos Aflitos após a reforma, com 19.600 lugares.
Lista atualizada, com o público total, até 25/03/2018
Os maiores públicos do Náutico na Arena Pernambuco (+15 mil) 30.061 – Náutico 0 x 1 Sport, em 23/04/2014 (Estadual) 26.803 – Náutico 1 x 1 Sporting (POR), em 22/05/2013 (amistoso) 25.602 – Náutico 0 x 2 Oeste, em 26/11/2016 (Série B) 25.257 – Náutico 1 x 0 Ceará, em 01/10/2016 (Série B) 20.661 – Náutico 1 x 4 Cruzeiro, em 06/10/2013 (Série A) 20.446 – Náutico 3 x 2 Salgueiro, em 25/03/2018 (Estadual) 20.413 – Náutico 1 x 3 Ponte Preta, em 06/07/2013 (Série A) 19.997 – Náutico 0 x 0 Atlético-MG, em 10/08/2013 (Série A) 19.541 – Náutico 1 x 1 Sport, em 23/04/2017 (Estadual) 19.488 – Náutico 3 x 0 Internacional, em 28/07/2013 (Série A) 18.136 – Náutico 1 x 0 Afogados, em 18/03/2018 (Estadual) 16.774 – Náutico 0 x 2 Flamengo, em 15/07/2015 (Copa do Brasil) 16.583 – Náutico 0 x 1 Fluminense, em 17/08/2013 (Série A) 16.502 – Náutico (5) 1 x 0 (3) Salgueiro, em 13/04/2014 (Estadual) 15.683 – Náutico 3 x 5 Santa Cruz, em 23/03/2014 (Estadual) 15.596 – Náutico 1 x 2 Santa Cruz, em 24/04/2016 (Estadual) 15.003 – Náutico 0 x 0 Flamengo, em 22/09/2013 (Série A)
As taças dos títulos nordestinos do Sport em 1994, 2000 e 2014
Em entrevista coletiva convocada na Ilha do Retiro, o presidente do Sport, Arnaldo Barros, respondeu sobre problemas do clube, como desempenho no futebol, crise administrativa e também sobre a participação na Copa do Nordeste de 2019. A pergunta foi uma consequência da ausência em 2018, que deve ser ampliada em 2019. Eis a posição do dirigente sobre o assunto:
“Eu não fui convidado, eu nem sequer conheço o regulamento da Copa do Nordeste de 2019. Vocês perguntaram ao Central se o Central vai participar? Por que estão perguntando ao Sport? O Sport não é da liga (do NE), o Sport não está na Copa do Nordeste, não tenho sequer obrigação de conhecer, e não conheço, o regulamento que prevê a próxima competição. Não recebi nenhum convite, não recebi nenhum ofício (da CBF)”
“Não tenho o que responder. Não estou protelando, não fui convidado, não conheço o regulamento. Por que eu tenho que falar de uma coisa que não me diz respeito? O Sport está fora da competição. Expliquei porque saí e não me arrependo. E agora, outros (clubes) estão enxergando a mesma conclusão, de que há efetivamente duas inviabilidades. Uma financeira e a outra esportiva. Assistimos Náutico e Santa tendo que jogar quatro jogos em dez dias (em 2018), ou coisa parecida, desrespeitando as 66 horas (de intervalo), a CBF e o sindicato dos atletas fechando os olhos para a ilegalidade, e colocando o time misto, que desrespeita os contratos. Se o Sport fizesse isso, seria ferrenhamente cobrado. Não podemos nos dar o luxo de ficarmos irregulares.”
“Então, não tenho porque me manifestar sobre uma competição que sequer fui convidado. Eu vou ser intruso? Boa sorte para a Copa do Nordeste”
Entre 1994 e 2018 o Nordestão foi realizado 15 vezes. Através de critérios técnicos, o Sport poderia ter participado de todas as edições. Contudo, o leão ficou de fora em 2003 e 2010, torneios disputados paralelamente ao imbróglio na justiça entre CBF e Liga do Nordeste – encerrado após um acordo favorável à liga. Em 2018, por não concordar com a cota distribuída, o rubro-negro protocolou a desistência junto à confederação brasileira. Em 2019 o mesmo caminho. Apesar das declarações em 22/03, o mandatário ainda precisa formalizar a saída junto à CBF – lembrando que a FPF desarticulou o ofício da confederação sobre a saída leonina (faz sentido essa manobra?).
Com três títulos em cinco finais, o Sport tem um dos melhores desempenhos no regional, mas vai abdicando do viés desportivo – de forma isolada. Em 2018, o Sport ganharia entre R$ 1 milhão (fase de grupos) e R$ 3,5 milhões (campeão). Num contexto mais amplo, é pouco – o Madureira, por exemplo, ganha R$ 4 milhões no Carioca. Porém, a ação isolada não traz benefício algum para o clube, como ficou claro, na visão do blog, neste ano. Sem contar que a decisão de Arnaldo Barros nunca foi bem digerida pela torcida. Para 2019, torcedores se mobilizaram em uma petição pública pedindo a volta do clube ao Nordestão – no blog, uma enquete com 1,7 mil votos apontou 75% a favor do retorno. Aliás, um clube autointitulado como o “Maior do Nordeste” deveria solidificar essa imagem na Copa do Nordeste. Optou por reprimir…
Sport na Copa do Nordeste 124 jogos 62 vitórias (50,0%) 33 empates (26,6%) 29 derrotas (23,3%) 12 participações: 1994 (1º), 1997 (4º), 1998 (9º), 1999 (3º), 2000 (1º), 2001 (2º), 2002 (10º), 2013 (7º), 2014 (1º), 2015 (4º), 2016 (4º) e 2017 (2º)
Focado na semifinal estadual, o Náutico poupou nove titulares no jogo contra o Botafogo, pela penúltima rodada do grupo C do Nordestão. É óbvio que o timbu queria vencer, mas o desgaste na temporada já é visível, com 22 jogos (!). Logo, a escolha foi forçada. Na Lampions, apenas uma vitória manteria o time na briga, com o visitante jogando pelo empate para adiantar a vaga. Só que também é necessário válido dizer que o alvirrubro vem numa fase copeira, de muita entrega, numa rotação alta. Assim, sofrendo até o fim, como já ocorreu em 2018, o Náutico venceu por 1 x 0, seguindo em todas as frentes.
O Náutico só teve o goleiro Bruno e o zagueiro Camutanga entre os titulares mais recorrentes. Wallace, Ortigoza e Wendel nem no banco ficaram. Quem foi a campo, porém, seguiu à risca o futebol da equipe, com marcação forte no meio-campo, saídas rápidas no contragolpe (com menos qualidade desta vez, é verdade) e uma barreira humana lá atrás. Num primeiro tempo de boas chances de ambos os lados, o timbu marcou com Rafael Assis, num chute de fora da área aos 35. Jobson, também de longe, acertou a trave logo depois.
Na etapa complementar, a obrigação naturalmente passou a ser do Belo, com o meia Marcos Aurélio sendo o responsável pelas maiores chances. À parte da chance desperdiçada por Tharcysio, no finzinho, o Bota deu um calor, com Bruno aparecendo bem novamente – ele vem numa ótima sequência. E teve de tudo, com desvio na pequena área, Camacho cortando, bololô etc. Um sufoco que dá mais casca a essa equipe, a três jogos de um título estadual após 13 anos, envolvida num confronto de R$ 2,4 milhões na Copa do Brasil e numa embaralhada rodada visando as quartas do Nordestão – precisa vencer o Altos e torcer para ter um vencedor no jogo Botafogo x Bahia.
Histórico de Náutico x Botafogo-PB (todos os mandos) 50 jogos 24 vitórias alvirrubras (48,0%) 11 empates (22,0%) 15 vitórias paraibanas (30,0%)
Desde que a Copa do Nordeste voltou ao calendário oficial, em 2013, o Santa disputou cinco das seis edições. Em todas as suas participações o tricolor obteve a classificação na fase de grupos, chegando às quartas. Em 2018, conseguiu a vaga com uma rodada de antecedência, no empate em 0 x 0 com o Treze, um resultado que pavimenta o caminho para a liderança do grupo A.
A partida aconteceu no Amigão, palco da maior glória coral, justamente o título regional, há duas temporadas. Num cenário bem diferente, com poucos espectadores, o tricolor se apresentou melhor no primeiro tempo, tendo inclusive uma chance incrível desperdiçada por Héricles, que recebeu um ótimo passe de Ávila, ficando cara a cara com o goleiro Saulo. Na hora do drible, foi parado pelo adversário. Já o Treze parecia mais interessado na semifinal paraibana, nos dois próximos domingos, contra o Botafogo. O galo apresentou uma séria deficiência técnica na condução das jogadas. Por sinal, só teve algumas oportunidades devido às saídas erradas do tricolor – o time mantém o estilo de Júnior Rocha, mas falta qualidade ao sistema.
No 2T, à parte da cabeçada de Sobralense na trave, o alvinegro de Campina Grande se portou melhor, exigindo mais do goleiro Machowski. Ainda assim, o jogo seguiu num banho-maria que interessava aos corais, sobretudo com o empate simultâneo entre Confiança e CRB, em Aracaju. Por sinal, este foi o 10º empate do Santa no ano, num retrospecto curioso. Somando Estadual, Nordestão e Copa do Brasil, são 17 jogos oficiais, com 4V, 10E e 3D. O time pernambucano volta a campo na próxima quarta, contra o Confiança, em casa. Para garantir a liderança da chave, precisa sair desta sina.
Histórico de Treze x Santa Cruz (todos os mandos) 88 jogos 41 vitórias tricolores (46,5%) 23 empates (26,1%) 24 vitórias paraibanas (27,2%)
Campanhas do Santa na volta do Nordestão (entre parênteses, a premiação) 2013 – Quartas de final (R$ 300 mil) 2014 – Semifinal (R$ 850 mil) 2015 – não participou 2016 – Campeão (R$ 2,385 milhões) 2017 – Semifinal (R$ 1,6 milhão) 2018 – Quartas de final (R$ 1,45 milhão, ainda em disputa*)
O agendamento da fase preliminar da Copa do Nordeste de 2019 para abril de 2018 antecipou bastante o prazo sobre a decisão do Sport acerca da participação na próxima edição, uma vez que o leão desistiu do torneio vigente – como havia alertado o blog. O jornalista Carlyle Paes Barreto, do Jornal do Commercio, trouxe a informação com a data máxima para o posicionamento do clube: 16 de março. O prazo foi dado pela CBF, num ofício encaminhado à FPF. Porém, na data específica, não haverá resposta… Não agora.
O documento foi protocolado em 7 de março e encaminhado à federação pernambucana de futebol. Em contato com o blog, o presidente da entidade, Evandro Carvalho, disse que o documento sequer chegou a ser validado na FPF, após um contato com a CBF. Ou seja, não foi repassado ao Sport e, nesta data, a exigência já teria sido revogada. Trechos da entrevista…
Evandro, você recebeu o ofício da CBF? Caso sim, repassou ao Sport? “Eu estava no Rio de Janeiro, na CBF, quando soube dessa história. Na hora, mandei desconsiderar aqui (no Recife), porque não cabe o pedido de inclusão, só o de exclusão. Foi um erro de quem elaborou. Além disso, a indicação dos clubes participantes na Copa do Nordeste cabe às federações”
Então, o Sport não precisa responder se disputará o Nordestão de 2019? “O Sport se desfiliou da Liga do Nordeste. Ele já está fora. Agora, tudo é uma questão de dinheiro. O Sport está buscando o que interessa a ele, que é um recurso maior. A Copa do Nordeste é um torneio particular, no qual a CBF só fornece as datas. Nenhum clube é obrigado a participar. E se o Sport quiser voltar, pode voltar, como classificado (pelo Ranking da CBF) e convidado da liga. Esse ofício não impediria isso”
Há razão para se esperar uma copa paralela ao Nordestão nessa saída? “A Copa do Nordeste ficou enfraquecida com a saída da Globo. Ela (a copa) precisa de recursos para os próximos anos e, desse jeito, nem sei se chega em 2022 (último ano do acordo entre a Liga e a CBF, com direitos de TV junto ao Esporte Interativo). Sobre um outro torneio, não sei. É uma questão interna dos clubes, que sempre vão querer jogar o que for mais rentável”
Nota do blog: de fato, não fazia sentido a CBF exigir a resposta prévia de apenas um clube sobre a participação, pois o pedido de desistência, para 2018, visava apenas um ano, sendo necessário protocolá-lo a cada edição. Sobre a resposta do Sport, embora o pleito do clube seja correto (a busca por cotas maiores), a saída isolada aponta um erro estratégico – sem tanto apoio da torcida, que já fez até petição pública pedindo a volta. A continuidade disso não teria lógica, influenciando inclusive no próximo mandato no clube.
Sobre a cota da Copa do Nordeste, confira um balanço das receitas aqui.
Tecnicamente, o Náutico precisava se superar bastante para seguir vivo na Copa do Nordeste. O time estava pressionado pelo calendário, com visível desgaste físico, e pela tabela, com risco de eliminação precoce em caso de revés diante do Bahia. Pois o alvirrubro conseguiu administrar o tamanho do jogo, numa atuação inteligente, com um sistema já conhecido do torcedor (e entenda isso como algo positivo). Claro, muita entrega também. Contando com a participação determinante do goleiro Bruno, a torcida timbu deixou a Arena Pernambuco comemorando a vitória no clássico regional, 1 x 0.
Nos vinte primeiros minutos de bola rolando, o Náutico conseguiu articular três boas chances. Já na primeira, Ortigoza brigou pela bola e Robinho abriu o placar. Vantagem com 9 minutos? Era a senha para um sistema defensivo ainda mais presente. Com o Baêa acusando o golpe, o timbu assustou com Breno Calixto (cabeçada) e Wendel (estreante, batendo por cima), após furada de Wallace Pernambucano. Depois, o ritmo caiu como se imaginava, com o visitante tendo mais posse de bola (58%), mesmo sem grandes chances.
No 2T, o Bahia – que vinha de seis triunfos seguidos – jogou com o time mais adiantado e criou boas oportunidades, mas deve ter lamentado mesmo logo o primeiro minuto, com Bruno fazendo duas grandes defesas. O técnico Roberto Fernandes só mexeu na equipe aos 19 minutos, tirando Wendel e Jobson e acionando Josa e Medina. Era necessário valorizar o placar, que seria definitivo – graças a Bruno. Com a vitória, a 20ª do clube na história do confronto, em vigor desde 1932, o Náutico respira no grupo C do Nordestão. Terá que secar bastante, mas é possível. A começar pelo Botafogo diante do Altos na segunda-feira… Será assim até o fim da chave.
Náutico x Bahia (todos os mandos) 69 jogos 20 vitórias alvirrubras (28,9%) 19 empates (27,5%) 30 vitórias baianas (43,4%)
A partida entre CRB e Santa foi bem acirrada, além da conta, com muitas jogadas ríspidas. Ao todo, o árbitro Marielson Alves distribuiu 17 cartões, sendo 14 amarelos e 3 vermelhos – o tricolor teve dois expulsos, atuando com nove durante oito minutos. No Rei Pelé, o confronto valia a liderança do grupo A do Nordestão. E foi defendida pelos pernambucanos com muita raça, 1 x 1.
No hiato entre os dois clássicos contra o Sport, o Santa viajou ao estado vizinho para um jogo perigoso. Em campo, o misto tricolor contou com o reforço de Danny Morais, voltando para o seu 103º jogo. Mais segurança na defesa e velocidade à frente, com o visitante envolvendo o galo alagoano. Foram três boas oportunidades em vinte minutos, com Geovani (chute cruzado), Arthur (falta – que deveria ter sido pênalto) e Vinícius (escorando). Abusando das faltas, o irritadiço CRB mal passava do meio-campo. Por volta dos 30 minutos ocorreu uma parada técnica, na qual o técnico Mazola Júnior aproveitou para cobrar o seu time. Técnica ou moralmente, o time voltou melhor e abriu o placar com Anderson Conceição, marcou de cabeça após uma bola no travessão. Logo depois, Neto Baiano obrigou Machowski a uma boa defesa – o goleiro coral faria outras duas ótimas intervenções.
No segundo tempo, a reação do Santa passou por uma mudança. A entrada do ponta Robinho no lugar de Jeremias, bem marcado no jogo. O atacante deu mais mobilidade e enfim o time conseguiu quebrar as linhas adversárias, com chances efetivas. Após boas jogadas aos 24 e 26, Robinho marcou aos 29, concluindo um cruzamento de Paulo Henrique. Àquela altura, os dois times já estavam bem pendurados com cartões, com Fabinho (Santa) e Flávio (CRB) expulsos após agressão. E o jogo seguiu parando a cada dois metros, com falta atrás de falta. Perdendo outro jogador, Paulo Henrique, os corais seguraram o empate, que ampliou a invencibilidade para dez jogos, entre Estadual e Nordestão: 4V, 6D e 0D. Agora, foco no Clássico das Multidões…
CRB x Santa Cruz (todos os mandos) 71 jogos 32 vitórias tricolores (45,0%) 18 empates (25,3%) 21 vitórias alagoanas (29,5%)