Um troféu para o caos jurídico no futebol brasileiro, até a primeira liminar

Troféu da Justiça

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva enfrenta o seu pior momento.

O órgão normativo da Confederação Brasileira de Futebol, o mais alto na esfera jurídica no futebol nacional, vem sendo ignorado por inúmeras decisões contrárias na justiça comum, a tal justiça cega.

O STJD retira pontos no Brasileirão 2013, a Justiça Comum manda devolver.

O STJD muda o local da partida no Nordestão 2014, a Justiça Comum mantém o local.

De mãos atadas nesse imbróglio, a mesa do tribunal sediado no Rio de Janeiro vem apelando para que as decisões fiquem só na esfera esportiva. É um discurso válido, necessário. Porém, ao mesmo tempo mostra que as resoluções esportivas precisam ser reformadas de uma vez por todas.

O modelo atual no Brasil é ultrapassado e de pouquíssimo poder na prática.

Se antes havia o temor de uma punição da Fifa em caso de ação na justiça comum – com o clássico “desfiliação por pelo menos dois anos”, atualmente não há qualquer pudor.

Sobretudo porque nenhum time foi punido de fato pela Fifa. E caso fosse, apareceria em dois segundos uma liminar mantendo o direito da agremiação…

Nos últimos anos, o futebol paraibano vem usando bastante o artifício.

O Treze conseguiu a sua vaga na Série C de 2012 baseado numa brecha do regulamento. O rival Botafogo foi pelo mesmo caminho, com o objetivo de atuar de forma irresponsável em um estádio sem condições de jogo, cuja decisão pode até paralisar a Copa do Nordeste de 2014.

Isso quando as decisões não são de cunho político…

E assim os regulamentos vão sendo ignorados, na base das liminares, com julgamentos arrastados. O STJD precisa ser reconduzido, mas as pessoas também precisam ser mais responsáveis nas ações e decisões.

Até lá, o troféu do futebol do brasileiro bem que poderia ser refeito.

Esse caos no futebol talvez seja só mais um retrato de todo o sistema judiciário do país…

Oficial: Maranhão e Piauí no Nordestão

Regulamento do Campeonato Maranhense de 2014, com as vagas para o Nordestão de 2015

A inclusão dos estados do Maranhão e do Piauí na Copa do Nordeste, a partir de 2015, já havia sido assegurada pela direção do canal detentor dos direitos de transmissão da competição, o Esporte Interativo, e em informações extraoficiais de dirigentes dos dois estados e da própria Liga do Nordeste.

Faltava o óbvio, a chancela oficial, pois a Confederação Brasileira de Futebol ainda não divulgou o formato de 2015. Contudo, já existem dois indícios definitivos.

A CBF criou outro torneio regional, a Copa Verde, com onze estados do Norte e do Centro-Oeste. A competição pioneira será ainda este ano. Vale lembrar que a antiga Copa Norte contava com a presença de piauienses e maranhenses, mas desta vez a dupla ficou de fora da nova copa.

Como um torneio precisa ter o mesmo formato por pelo menos duas temporadas, segundo as normas do Estatuto do Torcedor, Maranhão e Piauí não poderiam participar em 2014 e ficar de fora da Copa Verde em 2015, justamente no ano em que o Nordestão terá condições de passar por uma mudança estrutural – após as edições de 2013 e 2014.

Mas não há dúvida sobre o futuro dos dois estados e da própria Copa do Nordeste. Basta conferir os regulamentos dos campeonatos dos dois estados nordestinos.

Ambos terão duas vagas na Copa do Nordeste de 2015 – que passaria a contar com 20 clubes, conforme antecipado pelo blog. No texto maranhense a indicação da vaga, ao campeão e ao vice, é direta. Já no piauiense ainda houve uma ressalva, “caso seja confirmada a participação do Piauí”, mas a classificação está presente.

Fim do maior erro organizacional da história da Copa do Nordeste.

Agora, um Nordestão ainda maior.

Regulamento do Campeonato Piauiense de 2014, com as vagas para o Nordestão de 2015

Atuação rubro-negra expõe risco real de eliminação precoce no regional

Copa do Nordeste 2014 , 3ª rodada: Sport x Guarany de Sobral. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press

Empate sem gols com o Guarany de Sobral, na Ilha do Retiro.

Em outra atuação pífia no Nordestão, contra um rival de potencial econômico muito menor, o Sport assustou a sua torcida. Já são quatro jogos sem vitória em 2014, sendo um amistoso e três pelo regional, com três empates e uma derrota.

O empate em 0 x 0 na noite deste domingo marcou a reestreia do zagueiro Durval, após quatro temporadas no Santos. Defensivamente, o time comandado por Geninho até que não enfrentou tantos problemas.

Ofensivamente, foi fraquíssimo. Até teve vontade. Faltou qualidade técnica. Os passes errados subiram o tom na arquibancada, numa irritação fora do normal. Os deslocamentos se efeito e as firulas completaram o cenário.

E Neto Baiano? Após a provocação no clássico, calou-se. Voltou a finalizar mal e nem acertou a meta. Porém, foi derrubado as 41, num pênalti não marcado.

A etapa final só expôs a desorganização tática do Leão, que teve como ponto positivo (e solitário) o futebol do jovem meia Everton Felipe, de 16 anos. Assim como ocorreu na arena diante do Timbu, o time cearense atuou de forma precavida no primeiro tempo e cresceu no segundo. Brecou o Rubro-negro.

O Leão soma míseros dois pontos em três jogos. Caso não melhore muito, o risco de um vexame na primeira fase do Nordestão é considerável…

Copa do Nordeste 2014 , 3ª rodada: Sport 0x0 Guarany de Sobral. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press

Sem a força do povão, Santa cai diante do CSA

Copa do Nordeste, 3ª rodada: Santa Cruz 0x1 CSA. Foto: Jamil Gomes/Assessoria/Santa Cruz

Mais uma vez atuando sem a força do povão, com menos de quatro mil torcedores no Lacerdão, o Santa Cruz foi derrotado pela primeira vez no ano.

O futebol convincente diante do Bahia, na rodada anterior, esbarrou na postura tática do CSA, preparado para os contragolpes.

O revés coral por 1 x 0, neste sábado, sofrendo o gol de Josimar aos 34 minutos do segundo tempo, tornou-se ainda pior após o triunfo do Bahia na Copa do Nordeste, também por 1 x 0, sobre o Vitória da Conquista.

Os resultados embolaram de vez o grupo B. Na prática, CSA (7 pontos), Santa (4) e Bahia (4) disputam duas vagas.

No returno do Nordestão, os corais terão apenas um jogo em “casa”. E a última partida tricolor como mandante, também em Caruaru, contra outro tricolor, o da Boa Terra, pode ser uma decisão.

Até lá, com outro confronto contra o CSA, agora em Alagoas, a força do Santa na arquibancada será necessária. Está em falta, apesar da distância. Fora isso, valores além dos preços regulares no Mundão e a ausência do TCN.

Não por acaso foram 3.673 presentes na estreia e 3.325 diante dos alagoanos…

Copa do Nordeste, 3ª rodada: Santa Cruz 0x1 CSA. Foto: Jamil Gomes/Assessoria/Santa Cruz

A 10 dias do centenário coral, uma data quase secreta

Medalha especial do Santa Cruz. Crédito: Millman Conceito & Arte

O dia 3 de fevereiro de 2014 irá cair em uma segunda-feira.

O dia promete uma festa inesquecível para os tricolores. É uma data especial, há muito aguardada, dando a dimensão de uma paixão.

O Santa Cruz chegará a um século de história, de superação. Na torcida, a ansiedade é visível. Mas, pelo visto, só na torcida…

A apenas dez dias do centenário, a programação segue tímida.

A agenda esvaziada, com uma missa e uma festa no Mercado da Boa Vista, vem incomodando o povão, assim como o trabalho de marketing.

E o uniforme exclusivo do centenário? E a carreata para parar o Recife? Jogos festivos? Produtos especiais? Medalhas comemorativas?

O simbolismo dos 100 anos está quase ausente no Mundão.

A imagem ilustrativa desta postagem, por exemplo, foi criada por uma empresa de São Paulo, mas sem qualquer confirmação oficial.

De qualquer forma, a segunda-feira histórica terá uma movimentação gigante do povão, será natural. Camisas na rua, alvorada de fogos, buzinaço.

A partir da organização coral, porém, o centenário merecia mais atenção… do tamanho do Arruda.

Nordestão só para times nordestinos

Flamengo

Ilha do Retiro, Sport x Náutico, 23 de janeiro.

Em um mesmo camarote na área central do estádio estavam os presidentes da Liga do Nordeste e do Esporte Interativo, o canal detentor dos direitos de transmissão do Nordestão. Parceiros na organização mercadológica do torneio.

Era o dia seguinte à revelação da sondagem do Flamengo sobre a possibilidade de participar do copa nordestina (relembre aqui).

Ambos estavam conscientes da repercussão – só na página do Diario de Pernambuco no facebook o alcance da notícia foi de 230 mil visualizações.

No encontro, a pauta estava clara. E o questionamento foi feito pelo blog.

Qual é a sua opinião sobre a inclusão do Flamengo na Copa do Nordeste?

Edgar Diniz, presidente do Esporte Interativo.

“A Copa do Nordeste começou a despertar Interesse. Essa procura do Flamengo foi uma consequência do sucesso da competição, um modelo a ser seguido em outros regionais, como a Copa Verde. Porém, realisticamente, essa ideia do Flamengo não faz sentido algum.”

Alexi Portela, presidente da Liga do Nordeste.

“Se falou dessa história agora, de um telefonema, mas nem foi o caso. Eu encontrei Eduardo (Bandeira, mandatário do Mengo) ainda em 2013, porque estávamos em uma comissão. Lá, ele me perguntou. Fui educado, claro. Mas esqueça isso. Não tem chance de acontecer, ainda mais com convite, que não é permitido (pelo Estatuto do Torcedor). E também não posso colocar o campeão carioca no Nordestão (citando um suposto critério técnico)”.

Diniz e Portela não titubearam nas respostas. Foram enfáticos.

A Copa do Nordeste deve se manter da forma mais óbvia, para os times nordestinos…

Inclusive com a presença de Piauí e Maranhão, já em 2015.

Copa do Nordeste cada vez maior, agora com 20 clubes

Nordeste

A inclusão de Piauí e Maranhão na Copa do Nordeste era prioridade. Corrigir o erro histórico na composição seria um passo a mais na maturidade do torneio.

Alijados no “mapa” da CBF, tendo que disputar a Copa Norte, os dois estados serão integrados ao Nordestão a partir de 2015. Enfim, a região será plenamente integrada futebolisticamente.

A notícia já havia sido dada por algumas fontes, como as federações estaduais e pelo canal detentor dos direitos de transmissão, o Esporte Interativo.

Restava saber a readequação estrutural. Com 16 clubes, o regional atual distribui três vagas para Pernambuco, três para a Bahia e duas para os demais estados. De antemão, nenhuma federação será sacrificada.

O Nordestão deve passar a ter 20 clubes na primeira fase, entrando dois times piauienses e dois maranhenses – sem convites a times de outras regiões. A informação partiu do próprio presidente do Esporte Interativo, Edgar Diniz, que esteve na Ilha para acompanhar o primeiro Clássico dos Clássicos do ano.

Ao blog, ele confirmou a intenção (e necessidade) de contar com a região inteira.

“A conversa já existe há muito tempo. Não dava mais para aceitar esses dois estados fora. A ideia é aumentar a estrutura da Copa do Nordeste”.

O regulamento seria basicamente o mesmo, com fase de grupos, quartas de final, semifinal e final. São duas propostas na mesa:

1) 4 grupos de 5 times, com 94 partidas e 14 jogos para ser campeão
2) 5 grupos de 4 times, com 74 partidas e 12 jogos para ser campeão

A diferença está número de datas do torneio. No primeiro modelo seriam necessárias 16. No segundo, o número atual, de 12, seria mantido. Porém, neste, apenas três dos cinco vice-líderes passariam da primeira etapa.

A CBF ainda não confirmou de forma oficial a modificação da Copa do Nordeste, mas trata-se de algo já costurado entre clubes, federações e investidores.

Desde já, o apelido Nordestão passa a ser legítimo, no número de estados e clubes presentes…

Náutico de Lisca leva a torcida à loucura na Ilha

Copa do Nordeste 2014, 2ª rodada: Sport 0x1 Náutico. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Eram 12 derrotas e 9 empates na Ilha do Retiro.

Quase uma década sem vencer o centenário rival em sua casa.

A estatística incomodava bastante o Náutico. Até esta quinta-feira…

Tecnicamente, o primeiro clássico pernambucano do ano foi que se esperava. Pobre, dos dois lados. Passes errados, alguns até arrancando risos da própria torcida, bolas espanadas da grande área somente na base do chutão.

Lisca veio precavido. Em alguns momentos eram duas linhas enormes na defesa. À frente de Gideão, cinco. Um pouco mais adiantados, outros quatro.

Fechado, consciente da limitação e da má apresentação na estreia na Copa do Nordeste e de que a noite reservava um duelo de porte bem maior.

O atacante leoonino Neto Baiano, que deu uma provocada antes do jogo, até foi lançado como titular por Geninho, como a grande mudança da noite.

Teve duas chances, uma evitada pelo goleiro e outra em uma finalização sem direção. Assim, precisaria engolir as palavras ao fim dos 90 minutos.

Copa do Nordeste 2014, 2ª rodada: Sport 0x1 Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Aos poucos, o Náutico foi se aproximando do campo adversário. Primeiramente, parecia mais interessado em cavar um pênalti, ao menos três vezes.

O jogo seguiu… e com a bola rolando o Timbu levou a geral do placar à loucura. João Ananias tocou para Zé Mário, que mandou bem na meta de Magrão.

O técnico gaúcho parecia mesmo a arma alvirrubra para acabar o longo tabu. Não havia insanidade alguma nisso. Havia confiança. O time vermelho e branco voltou ainda mais compacto na etapa final. Até começou arisco, em dois contragolpes, mas depois apertou a marcação.

No Sport, a mesma desorganização tática vista em João Pessoa, apesar de ter corrido mais na Ilha. Mas a verdade é Gideão não praticou uma defesa sequer.

Empurrado pela torcida, que mesmo em menor número cantou mais, o visitante conseguiu buscar a vitória no reduto leonino, Náutico 1 x 0.

Um resultado há tempos esperado. É para ganhar de vez a torcida…

Copa do Nordeste 2014, 2ª rodada: Sport 0x1 Náutico. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A primeira vez tricolor em uma arena, com o primeiro ponto

Copa do Nordeste 2014, 2ª rodada: Bahia x Santa Cruz. Foto: Erik Salles / BAPress / Agência O Globo

Há um bom tempo o Santa Cruz não atuava em um gramado excelente, top.

Na Fonte Nova, em sua primeira aparição em uma das arenas da Copa do Mundo de 2014, os corais gostaram da oportunidade diante do Bahia. A bola foi bem trabalhada, os espaços foram ocupados. A vitória não veio, mas o Tricolor atuou de forma consistente. O empate em 1 x 1 foi um resumo prático.

No primeiro tempo, o Tricolor da Boa Terra até foi um pouco melhor. Já acostumado à nova casa, na noite desta quarta com 8.921 pessoas, o mandante abriu o marcador aos 25 minutos. Num rebote, Rhayner – ele mesmo, ex-timbu – finalizou. Tiago Cardoso ainda foi um gigante no lance, mas já não havia o que fazer.

Os pernambucanos poderiam ter empatado antes do intervalo, caso o meia Raul não tivesse chutado tão fraco com o gol vazio, aos 36. A reação só viria na etapa complementar. Aí, mérito à ousadia do técnico Vica.

De uma vez, ele tirou Flávio Caça-Rato e Renatinho, improvisado no ataque. Lançou duas estreias, os atacantes Cassiano e Léo Gamalho. O time coral prendeu mais a bola, pressionou o Bahia e conseguiu atuar com tranquilidade.

A quinze minutos do fim, Gamalho – a melhor contração do Santa até o momento – fez a função de pivô e tocou para o lateral-esquerdo Tiago Costa, que virou e chutou forte. Gol de empate, chegando a quatro pontos em dois jogos no Nordestão. Sem dúvida, a aplicação foi mais positiva que o resultado.

Copa do Nordeste 2014, 2ª rodada: Bahia 1x1 Santa Cruz. Foto: Vaner Casaes/Ag. BAPRESS

Das flâmulas aos voluntários pela paz no futebol pernambucano

Reunião com os presidentes do Santa Cruz (Antônio Luiz Neto), Sport (João Humberto Martorelli), FPF (Evandro Carvalho) e Náutico (Glauber Vasconcelos). Foto: FPF/assessoria

Os presidentes de Santa Cruz, Sport e Náutico voltaram a se encontrar.

Antônio Luiz Neto, João Humberto Martorelli e Glauber Vasconcelos.

Como em quase todas oportunidades nas quais os mandatários dos maiores clubes do estado se reuniram, o palco escolhido foi a sede da Federação Pernambucana de Futebol, no bairro da Boa Vista (veja aqui).

Independentemente do local ou do grau de formalidade, o objetivo teórico foi alcançado no encontro.

No projeto Futebol de Paz, também com a participação de Evandro Carvalho, presidente da FPF, a ideia é implantar uma cultura de paz.

Trata-se de algo pra lá de trivial, mas que de forma incrível está ausente do contexto atual no Recife. Algumas medidas foram tomadas, como a utilização das redes sociais oficiais na web promovendo a desportividade, a troca de flâmulas entre as equipes exaltando a paz, som interno dos estádios estimulando a cordialidade, convocação de voluntários… Tudo pelo simbolismo.

Portanto, foi mais uma chance pra uma condução do futebol sem violência.

Até porque a necessidade é cada vez maior…