Milton Mendes e Oswaldo Oliveira viram as chaves de Santa e Sport na Série A

Encontro dos técnicos da Série A 2016, na sede da CBF. Imagem: CBF/Youtube (reprodução)

Menos de 24 horas após a decisão estadual, os técnicos de Santa e Sport já estavam reunidos no Rio, na sede da CBF. Milton Mendes e Oswaldo de Oliveira chegaram juntos ao 2º Encontro de Técnicos da Série A, com a presença da maioria dos participantes de 2016, como Muricy Ramalho (Fla), Levir Culpi (Flu), Tite (Corinthians), Dorival Júnior (Santos) e Eduardo Baptista (Ponte).

Além do debate sobre novas práticas, táticas e demandas dos treinadores, o encontro serve também para “virar a chave” dos torneios estaduais. Campeão nordestino e pernambucano, recuperando o tricolor nas duas frentes, Milton tem, agora, o seu maior desafio no clube, com o piso das cotas de tevê em um torneio longo, muito mais técnico. Deve ter até oito reforços, incluindo um de peso, bancado pelo patrocinador. Quanto a Oswaldo, que comandou rubro-negro apenas na decisão local, o trabalho vai na remontagem do time, após o caminhão de contratações infundadas em janeiro. A seu favor, poderá contar com Diego Souza, que voltou após o prazo de inscrições do estadual.

Lá na confederação, uma reunião aberta aos vinte da elite e aos quatro últimos rebaixados. Como na primeira edição, que resultou na padronização dos campos (105m x 68m), o dia contou com mesas redondas e palestras, uma delas proferida por Dunga. Até aí, ok. Contudo, com a rápida rotatividade da função, vale registrar a reunião e compará-la ao desfecho do Brasileirão. 

De preferência, com Milton e Oswaldo cumprindo seus objetivos…

Encontro dos técnicos da Série A 2016, na sede da CBF. Foto: CBF/twitter

Santa Cruz vira cotista da Globo no Campeonato Brasileiro a partir de 2019

Santa Cruz fechando com a Globo, de 2019 a 2022. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Desde 1999, uma casta detém um contrato diferenciado em relação à transmissão do Campeonato Brasileiros. Os 18 clubes (*) possuem um acerto com a Rede Globo garantindo uma cota robusta mesmo em caso de ausência na elite. Não mudou nem com o fim do Clube dos 13, em 2011, com a mudança da negociação em bloco para o individual. Agora, com a concorrência entre as televisões, o cenário mudou. Em 2019, quando começará a vigorar um novo contrato, o Santa Cruz passará, finalmente, a ser “cotista”. Em entrevista ao podcast 45 minutos, o vice-presidente coral, Constantino Júnior, deu mais detalhes sobre o novo contrato com a emissora, que já havia sido revelado pelo mandatário Alírio Moraes em 16 de abril.

Na ocasião, foi confirmado o acerto de 2019 a 2024, com projeção de até R$ 45 milhões/ano, somando tvs aberta e fechada, ppv, internet e internacional. Mas ficou a dúvida sobre o valor caso o Tricolor não dispute a Série A em algum ano. Seria no modelo do Sport, integrante da casta desde 1997, ou no modelo do Náutico, que também assinou com o canal, mas sem validade na Série B? Valeu a primeira opção, num modelo essencial para o planejamento estratégico.

Constantino adiantou que o valor não será integral – como ocorre no contrato atual da casta, de 2015 a 2018. Ou seja, seria semelhante ao modelo da década passada, com queda de 50% no primeiro ano fora do Brasileirão e 25% a partir do segundo. Ainda assim, uma cota muito maior que a verba da Segundona.

Um comparativo com as cifras atuais calculadas com a fórmula do passado:

Ato 1
Série A 2016 – R$ 26 milhões (piso na elite)

Série B 2016 – R$ 5 milhões (receita de clubes “não cotistas”)

Ato 2
Em caso de rebaixamento, em 2017, o clube, sem contrato de proteção de mercado, receberia R$ 5 milhões na Série B.

Em caso de rebaixamento, em 2017, o clube, com contrato de proteção de mercado, receberia R$ 13 milhões, o que corresponde a 50% da cota original.

Ato 3
Permanecendo na Série B, em 2018, o clube, sem contrato de proteção de mercado, receberia novamente R$ 5 milhões.

Permanecendo na Série B, o clube, com contrato de proteção de mercado, passaria a receber R$ 6,5 milhões, o que corresponde a 25% da cota original.

Resumo: em dois anos pós-rebaixamento, o cotista ganharia R$ 19,5 milhões, enquanto o não cotista, na mesma competição, receberia R$ 10 milhões. 

Lembrando que esse cenário ainda não cabe, pois o Santa só deve ter direito à “proteção de mercado” a partir do futuro contrato, em 2019 – precisa resolver, também, a rescisão com Esporte Interativo. Até lá, segundo Tininho, o clube segue negociando ano a ano, sem qualquer amparo em caso de queda. 

* Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Grêmio, Inter, Cruzeiro, Atlético-MG, Bahia, Vitória, Sport, Atlético-PR, Coritiba e Goiás

Jogo 87 de Diego Souza com o novo uniforme titular do Sport

Uniforme 1 do Sport para a temporada 2016

O jogo “87” de Diego Souza com a camisa do Sport será diante do Botafogo, na Ilha do Retiro, pela segunda rodada do Brasileiro, em 22 de maio. Lógico, caso atue normalmente contra o Flamengo, na estreia. Com o cabalístico número leonino em jogo, a novidade do dia será o novo uniforme titular, apresentado pelo meia. O design da camisa oficial retoma a tradição do clube, com o rubro-negro em listras horizontais. Ainda que a Adidas não tenha apresentado oficialmente, o modelo já vazou na web, com detalhes do padrão.

Outra mudança é a fonte dos números e nomes dos atletas, mais retilíneos, conforme visto na pré-venda da camisa. Por sinal, o valor aumentou: R$ 249.

Relembre os padrões “número 1” das temporadas 2014 e 2015 clicando aqui.

Uniforme 1 do Sport para a temporada 2016

A música tema do Brasileirão. Não é uma Champions da Filarmônica Real…

O lançamento da música tema do Brasileirão 2016. Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

Se existe uma música que se confunde com um campeonato, sem dúvida alguma, é o hino da Champions League, presente na abertura de qualquer jogo do torneio europeu. A música, cantada em inglês, francês e alemão, é uma adaptação de Tony Britten com a Orquestra Filarmônica Real, da Inglaterra, em 1992, inspirada no hino de coração “Zadok, o Padre”, de George Handel. Pois é, inspirado nesse sucesso absoluto, a CBF resolveu adotar a ideia no Campeonato Brasileiro, que agora tem uma música oficial.

A canção, composta por Marquinhos Osócio, mistura percussão, violinos e saxofones. Se a música vai se popularizar, só o tempo dirá. Apresentada no lançamento oficial da Série A de 2016, em São Paulo, com direito a Ricardo Rocha representando o Santa e Carlinhos Bala o Sport, a música tema irá marcar o protocolo de todas as 380 partidas da competição, como ocorre na Liga dos Campeões. Abaixo, assista ao clipe oficial da música.

O que você achou da música tema do Brasileirão?

Chegou a hora
Esse é o nosso momento
De mostrar toda nossa ousadia
No campeonato mais disputado do mundo
Com garra, paixão e alegria
Força e raça, com a bola no pé
São os frutos dessa nossa arte
Despertando em cada coração
O sonho vivo de é campeão
Vamos jogar, vamos lutar
Vamos em frente
A festa vai começar

2x
E é pra ferver
E é pra ganhar
É bola na rede
Eu sei que dá
Levanta essa taça
Agita a torcida
Por todo o Brasil

Os 14 maiores públicos da história do Clássico das Multidões, acima de 50 mil

Pernambucano 1999, 1º turno: Santa Cruz 1x1 Sport. Crédito: Ricardo Borba/DP/D.A Press

Leonardo e Mancuso, protagonistas do maior público da história do clássico.

O confronto entre Sport e Santa Cruz passou a ser conhecido como Clássico das Multidões em 1943, se popularizando rapidamente no Recife, num reflexo dos públicos apinhados na Ilha do Retiro, o maior palco da cidade até então. Com a inauguração do Arruda, três décadas depois, os borderôs do confronto subiram de patamar, ultrapassando os 50 mil espectadores.

Entre as 547 partidas disputadas em um século de história, catorze superaram a expressiva marca, todas válidas pelo Campeonato Pernambucano – o recorde na Série A é de 47.924, na Copa João Havelange. Exceção feita ao único jogo na Ilha na lista, na época da campanha “Vale Lazer”, os demais foram disputados no estádio coral. Não por acaso, doze ocorreram após a construção do anel superior, em 1982. E olhe que apenas dois jogos decidiram títulos, em 1990 e 2011, ambos conquistados pelo Tricolor, mesmo com vitórias leoninas.

Em relação ao recorde de público do Clássico das Multidões, segundo relatórios oficiais, o número poderia ter sido bem maior. No histórico embate entre Mancuso e Leonardo, no primeiro clássico do argentino, foram 71.197 pagantes, com o povo pagando R$ 6 na arquibancada inferior e R$ 3 na geral. O público total chegou a 78 mil. Entretanto, houve invasão, ingresso iô-iô e superlotação, com fontes garantindo mais de 90 mil torcedores no Mundão em 1999.

Os maiores públicos, com dados de Carlos Celso Cordeiro e arquivo do Diario:

78.391 – Santa Cruz 1 x 1 Sport, 21/02/1999
75.135 – Santa Cruz 1 x 2 Sport, 03/05/1998
74.280 – Santa Cruz 2 x 0 Sport, 18/07/1993
70.000 – Santa Cruz 0 x 2 Sport, 20/02/1994*

67.421 – Santa Cruz 0 x 1 Sport, 20/05/1990
62.243 – Santa Cruz 0 x 1 Sport, 15/05/2011
61.440 – Santa Cruz 0 x 0 Sport, 11/07/1993
58.860 – Santa Cruz 0 x 1 Sport, 27/05/1990
54.742 – Santa Cruz 1 x 0 Sport, 16/05/1999
54.510 – Santa Cruz 1 x 1 Sport, 19/05/1999
51.192 – Santa Cruz 0 x 0 Sport, 03/12/1983
50.664 – Santa Cruz 2 x 2 Sport, 06/05/1979

50.126 – Santa Cruz 3 x 2 Sport, 14/05/2000
50.106 – Sport 4 x 1 Santa Cruz, 29/03/1998**

* O ingresso promocional foi um recorte do Jornal do Commercio
** O único jogo na Ilha do Retiro

Pernambucano 1999, 1º turno: Santa Cruz 1x1 Sport. Crédito: Ricardo Borba/DP/D.A Press

Centenário, o Clássico das Multidões se espalha no Recife além dos 90 minutos

Pernambucano 1999, 1º turno: Santa Cruz 1x1 Sport. Crédito: Globo Nordeste/reprodução

O Clássico das Multidões em sua essência é uma celebração do povo, muito antes de dividir a arquibancada para mais um jogo. Em 2016, no seu centenário, com 547 capítulos, é difícil imaginar que todos os torcedores chegavam juntos, que a resenha era compartilhada por horas à base de cerveja no antigo restaurante Colosso ou na calçada da Abdias de Carvalho, comendo um “patinho”, típico prato futebolístico que sumiu como tantos outros caprichos que construíram a imagem do embate entre Sport e Santa. Vivemos numa época em que cada torcida chega por um corredor separado pela polícia militar, com divisórias de até 30 metros entre as massas dentro do estádio, com o horário de saída marcado para cada uma. O vencedor sai primeiro, o derrotado espera quinze minutos. Tudo para evitar o encontro, justamente o que fomentou durante tanto tempo uma das maiores rivalidades do Nordeste, respeitada no país.

Eu fico com a velha lembrança da chegada na retilínea Avenida Beberibe, entre incontáveis bandeiras tricolores e rubro-negras, tremulando no solzão, parando e sendo parado para conversar sobre a expectativa da partida. Sobre viver por uma tarde uma das maiores experiências que o futebol pode proporcionar, sem exagero (supondo que seja possível não exagerar ao falar de futebol).

– Zé do Carmo vai mesmo para o jogo?
– Hoje é o dia de Leonardo, amigo…
– Se ele fizer dancinha, já sabe, né?
– Menino, cuida da tua zaga não…
– Aqui é só um jogo. A festa é na Ilha, você sabe.
– Isso se Zé não for expulso de novo. Endoida toda vez.

Pernambucano 1999, final: Sport 2x1 Santa Cruzr. Crédito: Globo Nordeste/reprodução

A conversa seria interminável. Mas acaba na catraca, com cada um se dirigindo para um portão. Lá dentro, o estádio dividido ao meio, tendo como separação o antigo colete verde-limão da PM. A tiração de onda era ali mesmo. De vez em quando, até um sisudo policial caía na risada. Se havia confusão, era algo muito menor, perdido na memória. Voltando um pouco mais no tempo, mas já não o meu tempo, a conversa teria como personagens Marlon, Betão, Sérgio China e Éder. E assim sucessivamente, até a era do registro em preto e branco, quando o vermelho presente em cada camisa, em diferentes tons e listras, só era visto in loco. Dito e feito. O nome “Clássico das Multidões” não é à toa.

Qualquer pessoa que goste de futebol e vista a camisa coral ou a rubro-negra tem uma grande história para contar. São 23 finais, com a 24ª já entrando no novo século. É, disparado, o maior número do campeonato estadual, num equilíbrio que se mantém nas arquibancadas, sendo 12 títulos do Sport e 11 do Santa Cruz. Atravessaram as respectivas histórias se enfrentando em decisões, praticamente, passando à margem somente nos anos 1930, na transição do amadorismo para o profissionalismo. A partir dali, fincaram raízes na Ilha do Retiro (1937) e Arruda (1943), com a cidade se agigantando em volta, a mesma e legítima lógica pernambucana do Oceano Atlântico, criado a partir da foz dos rios Capibaribe e Beberibe.

Pernambucano 1999, final do 2º turno: Santa Cruz 1x0 Sport. Crédito: TV Tribuna/reprodução

A romaria para o Adelmar da Costa Carvalho ou para o José do Rego Maciel tornou-se mais complicada justamente pelo crescimento do Grande Recife, desenfreado e desigual. De 1,5 milhão de habitantes em 1970 para quase 4 milhões. Entre edifícios espelhados e orlas bem cuidadas a morros desprovidos de muros de arrimo e guetos sem saneamento. Tricolores e rubro-negros estão espalhados em todas as camadas. Não é o fato de rotular o clássico como popular. Ele, simplesmente, é. Sem distinção, sem jamais baixar a cabeça independentemente da situação. Em um domingo, diz a história, a SeleSanta de Luciano Veloso e Givanildo Oliveira poderia sucumbir diante de um Esporte, como os jornais grafavam erroneamente no passado, em longo jejum. Ou o robusto Sport dos anos 1990, abocanhando oito títulos, poderia ser superado por um Tricolor escalado apenas pela raça e empurrado pelo povão.

A capital continuará crescendo, mesmo com bairros já espremidos, mas entre tantos detalhes de sua rica identidade, Sport x Santa Cruz sempre se fará presente. Mexe com a cidade. Pode até ser, também, questão de segurança pública, num olhar mais atual. Mas, acima de tudo, porque mexe com a paixão da imensa maioria dos pernambucanos, durante mais de 90 minutos.

Pernambucano 1996, final: Sport 1x1 Santa Cruzr. Crédito: Globo Nordeste/reprodução

Brasileiro na TV de segunda a segunda

O troféu do Campeonato Brasileiro (Série A) de 2016. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

No lançamento oficial do Campeonato Brasileiro de 2016, em São Paulo, a CBF anunciou um novo horário para a Série A. Se na temporada passada a inovação foi a realização de jogos às 11h aos domingos, um sucesso entre torcedores e com queixas de jogadores, agora é a vez das noites de segunda-feira, mais precisamente às 20h. Com direito ao slogan “A rodada não termina mais no domingo”, quebrando uma tradição histórica. Com a tabela detalhando as onze primeiras rodadas, a transmissão, via Sportv, deve começar na 13ª rodada.

A novidade tem um objetivo claro: completar a grade na televisão, agora com jogos do nacional em todos os dias da semana, considerando as duas principais divisões. Segundo a justificativa anunciada, o novo horário segue o modelo de sucesso das ligas europeias, vide Premier League. Como curiosidade, vale destacar a existência do mesmo horário no Pernambucano de 2016, para contemplar a programação da Globo Internacional, exibida para 17 países, incluindo Estados Unidos e Japão. Difícil imaginar que o cenário não se repita.

Ao todo, de segunda a segunda, são 19 horários distintos! Lembrando que, além da tevê aberta, o Premiere transmite a tabela inteira, com 380 na A e 380 na B, de maio a dezembro. Se havia um dia de folga para o futebol na telinha, acabou.

Horários oficiais dos jogos do Brasileiro 2016*
Segunda-feira – Série A (20h)

Terça-feira – Série B (19h15 e 21h30)
Quarta-feira – Série A (19h30, 21h e 21h45)
Quinta-feira – Série A (16h**, 18h30 e 21h)
Sexta-feira – Série B (19h15, 20h30 e 21h30)
Sábado – Série A (16h, 18h30 e 21h) e Série B  (16h, 16h30 e 21h)
Domingo – Série A (11h, 16h e 18h30)

* Os jogos na tevê aberta seguem nas quartas (21h45) e domingos (16h).
** Em caso de feriado.

O retrospecto do primeiro século do Clássico das Multidões, com 547 jogos

O primeiro centenário do Clássico das Multidões teve 547 partidas. Do amistoso em 6 de maio de 1916, nos primórdios do amadorismo no antigo campo do British Club, com vitória do Sport por 2 x 0, ao jogo de ida da final do campeonato estadual de 2016, com o Santa Cruz se impondo no Arruda, por 1 x 0, diante de 30 mil torcedores, inúmeras histórias foram escritas, fomentando uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro.

Com dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro, confira as estatísticas finais do clássico, considerando todos os jogos, as partidas pelos torneios em âmbito local, regional e nacional, além do retrospecto na Ilha do Retiro e no Arruda. Outros palcos receberam o duelo, como os Aflitos, por exemplo, mas segue apenas as tradicionais casas de rubro-negros e tricolores.

O balanço financeiro do Sport em 2015, com faturamento e dívida recordes

Números do Sport. Arte: Maria Eugênia Nunes/DP

O balanço financeiro do Sport em 2015 registrou a maior receita operacional da história do clube. Com um aumento de 44% em relação ao dado ano anterior, o Leão teve um faturamento de R$ 87 milhões. O que esclarece o pesado investimento para ter Diego Souza e André no elenco, sexto colocado na Série A. Só o departamento de futebol, aliás, consumiu R$ 58 milhões na temporada. Mesmo com tanto dinheiro, quase o triplo de Náutico e Santa somados, o clube aumentou consideravelmente o passivo total.

Se há um ano o incremento negativo de R$ 50 milhões foi justificado pela direção como “dívidas antigas (várias tributárias) que faltavam ser reconhecidas”, em parcelamentos, empréstimos, financiamentos e receitas antecipadas, agora o novo aumento, de R$ 47 milhões (65%), também se explica com novos fatores. O principal deles é que o clube considera como “dívida” os R$ 18 milhões adiantados pela Globo, como luvas, para a cessão dos direitos de transmissão do Brasileiro de 2019/2020. Ainda há uma conta de R$ 17 milhões a ser paga pelos empréstimos e financiamentos junto ao BMG e à Caixa. Por outro lado, as obrigações sociais, trabalhistas e tributárias, segundo o balanço (abaixo), somam R$ 6 milhões (baixo para o padrão), assim como o caixa, com um lastro de R$ 27 milhões, tornando o cenário ainda mais curioso.

O relatório financeiro, auditado pela consultoria BDO RCS, é bem mais detalhado que o dos rivais. No caso do patrimônio, estimado em R$ 143 milhões, há uma divisão setor setor por setor (estádio, quadras, piscinas etc). Ainda que não tenha sido nominado, também foi listada a venda dos direitos econômicos de Joelinton ao Hoffenheim, num depósito de R$ 5,14 milhões. Outro dado destrinchado é a receita com as cotas de televisão, passando de R$ 32 milhões em 2014 para R$ 46 milhões em 2015. Esse repasse deve ser ainda maior em 2016, cujo balanço será publicado apenas em abril do próximo ano.

Receita operacional
2011 – R$ 46.875.544
2012 – R$ 79.807.538
2013 – R$ 51.428.086
2014 – R$ 60.797.294
2015 – R$ 87.649.465

Passivo
2011 – R$ 45.278.851
2012 – R$ 27.381.926
2013 – R$ 22.751.467
2014 – R$ 73.396.626
2015 – R$ 121.167.577

Superávit/déficit
2011 (+321.305)
2012 (+22.541.556)
2013 (-4.963.656)
2014 (-8.627.606)
2015 (-26.528.983)

Confira a postagem sobre o balanço anterior do rubro-negro aqui.

Alexandre Gallo acerta a sua terceira passagem como técnico do Náutico

Alexandre Gallo durante trabalho no Náutico em 2012. Foto: arquivo/DP

Um recomeço para as ambas as partes. Ao Náutico, que apostou as fichas no Pernambucano, tentando findar um duradouro jejum, e ao próprio Gallo, que após uma passagem nas seleções de base acabou tendo que voltar ao mercado, por baixo. Assim, o técnico desembarca pela terceira vez nos Aflitos, substituindo Dal Pozzo, cuja saída foi mal administrada pela direção. Após a eliminação na semifinal local, o treinador balançou, sendo mantido pelo presidente Marcos Freitas, a contragosto de alguns diretores.

Na terça, Dal Pozzo ainda fez um treino, com a notícia da saída do executivo Alexandre Faria repercutindo à noite. Ao meio-dia da quarta, enfim o comunicado oficial, com a saída dos dois. Três horas depois veio o novo nome, articulado desde a segunda. Indo além dos bastidores, vamos ao trabalho de Gallo.

A sua última passagem foi proveitosa, com o 12º lugar na Série A de 2012 e a vaga na Sula. Montou um ataque consistente, com Kieza. Dois anos antes, foi vice estadual, mas deixou o clube alegando salários atrasados (justo), com a equipe quase despencando à Série C depois. Sem sucesso na CBF – onde era cotado para comandar a Seleção Olímpica -, ainda não voltou a trabalhar no Brasileirão. Ajudar o Timbu a se reerguer será uma autoajuda na carreira.

Alvirrubro, o que você achou da contratação do técnico Alexandre Gallo?

Gallo comandando o Náutico:

2012 (Estadual e Série A) – 42 jogos
15 vitórias
9 empates
18 derrotas
42,8% de aproveitamento

2010 (Estadual e Série B) – 44 jogos
21 vitórias
8 empates
15 derrotas
53,7% de aproveitamento