O fim de semana foi agitado no futebol pernambucano. No 45 minutos, iniciamos pelo jogo de domingo, com a vitória do Sport sobre o São Paulo, recolocando os rubro-negros no G4 da elite. Danilo Fernandes ganhará mesmo a vaga de Magrão? No embalo, a escolha/decisão na Copa do Brasil, quarta-feira. Em seguida, fazendo um link com a Série B, a relação da Arena Pernambucoe e do governo do estado com Sport e Náutico – um erro até agora, com os alvirrubros preteridos. Depois, o debate sobre a derrota alvirrubra diante do Botafogo. Por último, a vitória do Santa Cruz diante do Atlético Goianiense, no mesmo dia do lançamento da nova camisa, homenageando o tri-supercampeonato de 1983.
Confira o infográfico com as principais atrações do programa aqui.
Neste podcast de 1h24m, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Mais uma rodada de altos e baixos para os pernambucanos na Série B, com uma vitória do Santa Cruz sobre o Atlético-GO e uma derrota do Náutico diante do Botafogo, no Rio. No caso tricolor, a reabilitação após o Clássico das Emoções foi imediata, goleando o vice-lanterna nesta 13ª rodada do campeonato brasileiro. Em 9º lugar, a Cobra Coral agora está a seis pontos do G4, já com Tiago Cardoso de volta e Grafite cada vez mais perto. Num jogo duro no Engenhão, o Timbu acabou saindo novamente da zona de classificação à elite nacional, ocupando a 5ª posição (com a mesma pontuação do 3º lugar, 24). Por pouco não permaneceu. Dependia de uma vitória do Oeste sobre o América-MG por três gols de diferença. Acabou 3 x 1…
No G4, dois baianos, um carioca e um mineiro.
A 14ª rodada dos representantes pernambucanos
25/07 (16h30) – Náutico x Vitória (Arena Pernambuco)
25/07 (16h30) – Criciúma x Santa Cruz (Heriberto Hulse)
Sem sustos, o Santa Cruz voltou a vencer na Série B. A semana livre serviu para esfriar a cabeça após o Clássico das Emoções. Deixando a rivalidade local de lado e focando no decorrer do campeonato, longo, o Tricolor se impôs diante do Atlético Goianiense, o vice-lanterna. O 3 x 0 reaproximou os corais do G4.
É inegável que a equipe vem se esforçando para entregar uma situação mais cômoda a Grafite, que já deve começar a treinar segunda-feira. A principal contratação do clube precisa de lastro para sonhar com o acesso. Sob o comando de Marcelo Martelotte, a reação vem acontecendo. No Arruda, ainda sem o devido apoio do torcedor e com desfalques, o Tricolor goleou com dois gols de Lelê, um ao receber um primoroso lançamento de Renatinho (corretamente reposicionado em campo) no primeiro tempo e outro aproveitando um rebote nos descontos do jogo. Antes, para brecar o ímpeto adversário, Daniel Costa cobrara uma falta a la Ronaldinho Gaúcho, por baixo da barreira.
A vitória limpa, sem ser vazado, também acabou sendo um prêmio para o ídolo Tiago Cardoso, de volta aos gramados após oito meses de recuperação – e já com a braçadeira de capitão. Naturalmente, ele precisa de ritmo e a partida tranquila neste sábado ajudou. Sem contar que o goleiro pode ser, ao lado de Grafite, o grande diferencial para buscar algo mais na Segundona. Com as vitórias enfim aparecendo (4 nos últimos 5 jogos), quem sabe…
A mobilidade falha é o grande calo na Arena Pernambuco em relação ao torcedor. Não bastasse a distância de 19 quilômetros do Marco Zero, os meios para chegar até o estádio apresentam várias barreiras. Proporcionadas pelo próprio estado, que não entregou o projeto conforme a demanda original. Em vez de 700 metros, a estação de metrô ficou a quase três quilômetros, a linha BRT só foi implantada durante a Copa do Mundo e a BR-232, o acesso mais comum, segue defasada, sem a triplicação até o entrocamento com a BR-408. A soma disso tudo nós enxergamos jogo a jogo por lá. Para completar, a falta de bom senso político ainda acaba desagradando as torcidas.
Em uma mesma semana, dois jogos de peso foram agendados no empreendimento. Na quarta, Náutico x Flamengo pela Copa do Brasil. No domingo, Sport x São Paulo pela Série A. Havia expectativa de bons públicos, numa intensidade maior para o segundo. Ambos ocorreriam após Sport 2 x 2 Palmeiras, com 35 mil pessoas e uma infinidade de problemas, como a falta de metrô, estacionamento superlotado e vias congestionadas.
O que chamou mais a atenção foi a apresentação do plano após a pressão do presidente do Sport, ameaçando deixar de jogar por lá. Aí, vale um adendo. Agora, não há mais o Todos com a Nota prendendo os clubes ao novo estádio. Nos casos de Sport e Santa Cruz, qualquer mando por lá ocorrerá em caso de uma proposta rentável, e não por causa de uma esdrúxula lei estadual – condicionando os ingressos subsidiados à presença na arena.
Ao Náutico, com contrato por 30 anos, as soluções parecem ficar em segundo plano. Ao menos em uma semana estratégica como essa. Nunca houve pressão da direção timbu? É claro que houve. E o governo do estado que se justifique porque nunca deu ouvidos. Portanto, que o novo plano de mobilidade – na verdade, um Plano C em relação ao projeto original, de 15 de janeiro de 2009 – não seja voltado para a apenas uma partida, com público estimado em 40 mil pessoas. A Arena Pernambuco precisa da mesma atenção em todo o seu calendário. E isso, francamente, é de uma obviedade irritante…
Esta edição do 45 minutos foi gravada na madrugada logo após o confronto entre Náutico e Flamengo, pela Copa do Brasil. Antes de debater sobre o resultado, com a classificação carioca, debatemos a faixa levada pela torcida timbu, protestando contra o atual sistema de divisão de cotas de transmissão (opinião, dados, futuro). Sobre o jogo, o reflexo da eliminação no decorrer da Série B. Na sequência, a pauta foi o Santa Cruz, bem desfalcado para o seu próximo compromisso na segundona. Finalizando, o Sport. Com a projeção de confrontos na Copa Sul-Americana – caso o Leão caia na Copa do Brasil, na próxima quarta – e o jogo contra o São Paulo, já com a pressão por uma vitória na Série A.
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O confronto entre Náutico e Flamengo, pela Copa do Brasil de 2015, expôs uma diferença gigantesca em termos de finanças. Sendo didático, eis o comparativo entre as receitas operacionais divulgadas em 2014.
Timbu: R$ 15,9 milhões
Mengo: R$ 334,3 milhões
O rubro-negro carioca tem uma torcida nacional, apontada como a maior do país, e uma marca rentável no mercado, inclusive no exterior. Há, sim, uma clara diferença em relação ao Alvirrubro. A projeção de torcidas, de acordo com a mais recente pesquisa do Ibope, de 2014, seria de 488 mil x 32 milhões. Pesa.
Entretanto, no faturamento há uma considerável parte reservada à cota de transmissão. Ao Fla, anualmente, a cota mais alta da Série A, ao lado do Corinthians, de R$ 110 milhões. Corresponde a 32% de sua receita. O Timbu, na Série B, precisa se contentar com R$ 3 milhões da televisão. Para o time pernambucano, isso representa 18%. Talvez esteja aí a base do protesto da torcida timbu no jogo na Arena Pernambuco, exibido para quase todo o país.
No anel inferior, torcedores levaram faixas com as seguintes mensagens: “Cotas de TV: R$ 150 milhões x R$ 3 milhões”, com o primeiro valor ‘majorado’, e “Onde está o Bom Senso?”, numa referência ao movimento criado pelos atletas para moralizar o futebol, criando boas condições de trabalho.
No blog, vale algumas observações:
1) Muitas pessoas atribuem como um processo de “espanholização” do futebol brasileiro a verba recebida pelo Flamengo através da tevê. Num contrato privado, entre duas partes (emissora e clube), o valor acordado pode ser, sim, diferenciado (para mais). O que se discute é um processo mais equânime em relação aos outros clubes de tradição no cenário peculiar que é o do nosso país, com pelo menos 18 times com mais de 1 milhão de torcedores. O modelo de distribuição da Premier League é o maior exemplo.
2) Enxergando mais especificamente o cenário de 2015, é possível mirar no rival do Fla, o Botafogo. Na Série B, o alvinegro recebeu R$ 45 milhões, com os 19 concorrentes, juntos, ganhando R$ 57 mi. É difícil concorrer de fato.
3) Sobre o Bom Senso F.C., o movimento é um viés positivo no futebol, criado em 2013. Contudo, a sua relação com o Náutico (e sua torcida, claro) ficou marcada pela greve durante o Brasileirão daquele ano, com Martinez à frente do processo. Os salários estavam atrasados, de fato, mas até hoje aquele foi o único caso articulado pelo grupo. Seria interessante a mesma pressão (necessária, diga-se) nos maiores clubes.
Rivaldo não cansa de fazer história no futebol. Camisa 10 legítimo, o pernambucano foi eleito o melhor jogador do mundo em 1999, campeão da Copa do Mundo em 2002, brilhando na Ásia, além do amplo destaque enquanto vestiu a camisa do Barcelona. O currículo é extenso. E aos 43 anos o craque escreveu mais um capítulo. Há alguns anos, no Mogi Mirim, onde também exerce a função de presidente, já havia realizado o sonho de atuar ao lado do filho, Rivaldo Júnior, hoje com 20 anos e oriundo da base do clube.
Agora, em 14 de julho de 2015, os dois foram além. Se já era raro pai e filho em campo, com o episódio mais famoso ocorrido em uma partida da seleção da Islândia, em 1996, imagine com ambos marcando gols. Pois aconteceu. No 3 x 1 do Mogi sobre o Macaé, pela Série B, a dupla teve um primeiro tempo primoroso, com dois gols de Rivaldinho, nascido em São Paulo, e um de Rivaldo, natural de Paulista, cobrando pênalti no seu velho estilo.
No intervalo, já com a história escrita, ambos demonstraram plena satisfação.
“Acho que entrei para a história. Já tinha ouvido em pai e filho jogando juntos, mas nunca ouvi de pai e filho fazendo gols em uma partida oficial”, Rivaldo.
“Poucos têm a sorte de ter um campeão do mundo em casa”, Rivaldinho.
É mesmo um cenário inédito no futebol mundial? Certamente, o episódio deu trabalho às redações esportivas, no Brasil e no exterior, com os jornalistas mergulhando nos arquivos para encontrar um caso semelhante. O último encontrado, através do perfil estatístico MisterChip, ocorreu em uma liga amadora da Inglaterra, reconhecida pela Football Association. Em 14 de novembro de 2010, nos arredores de Manchester, Osman e Naeem Sidik marcaram para o Whalley Range, ajudando a equipe a ganhar a liga de Lancashire & Cheshire, uma das bases do campeonato inglês.
Posteriormente, o site Trivela achou mais um registro, na Finlândia, com o soviético Alexei Eremenko (40) e seu filho, Roman Eremenko (17), balançando as redes na vitória do Jaro sobre o Lahti por 2 x 1, pela liga nacional de 2004. Ineditismo à parte, francamente, em caso de comparação a marca de Rivaldo, revelado no Santa Cruz, merece uma consideração bem maior, proporcional ao centro estabelecido, realmente profissional…
O objetivo da FPF era promover, em julho, um encontro entre os técnicos dos dez clubes garantidos no Estadual de 2016. Em tese, os outros dois treinadores seriam conhecidos só após a segunda divisão, no segundo semestre. Mas bastava um pouco de atenção para ver que a concepção da ideia foi falha.
Primeiro porque apenas seis clubes estão em atividade, nas Séries A, B, C e D do Brasileiro, com os demais parados, sem um calendário oficial, sem técnicos de fato. E entre os seis clubes com treinadores efetivos, apenas três foram representados no evento na sede da federação, na Boa Vista: Eduardo Batista (Sport), Sérgio China (Salgueiro) e Cícero Monteiro (Serra Talhada).
Martelotte e Lisca até estavam no Recife, mas, corretamente, preferiram comandar os treinos de Santa e Náutico. Já Celso Teixeira, do Central, ficou em Caruaru. Esvaziada, a reunião perdeu bastante peso. Ainda assim, houve o debate sobre a competição, focando formato e estrutura – mesmo que os nomes presentes eventualmente mudem até o início do torneio.
De mais proveitoso, na opinião do blog, a discussão sobre o impasse de datas para o próximo ano, entre 14 e 18. No calendário da CBF de 2015 foram cedidas 19 aos campeonatos estaduais, com um número menor para os estados com torneios regionais (Copa do Nordeste e Copa Verde). A “exceção” foi aplicada no Nordeste (12), no Norte e no Centro-Oeste (ambos com 15). Politicamente, Pernambuco ainda adquiriu mais duas, saltando para 14, mas o pedido para aumentar para 18 em 2016 parece inviável tendo o Nordestão de forma paralela.
Com a preferência dos técnicos (e até dirigentes) pela Copa do Nordeste, parece difícil que essa opinião seja levada em conta neste assunto…
Em duas partidas no fim de semana, a Arena Pernambuco recebeu 47 mil torcedores, com sete gols marcados nos 180 minutos de bola rolando. Os detalhes de Náutico 2 x 1 Santa Cruz e Sport 2 x 2 Palmeiras estão na pauta principal do 45 minutos. Começamos com o Clássico das Emoções, que teve o Alvirrubro bem superior em campo, no sábado. Antes de pular o assunto para a Série A, falamos de Náutico x Flamengo, nesta quarta, pela Copa do Brasil, com R$ 690 mil em jogo, fora a vaga nas oitavas, claro. Sobre o jogão no domingo, a análise focou a ausência do volante Rithely, essencial no esquema, e a luta do time para evitar a derrota como mandante.
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Neste podcast de 1h29m, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Nas últimas rodadas o Santa Cruz vinha se aproximando do Náutico na classificação da Série B. Uma vitória na Arena deixaria os rivais separados por apenas três pontos. Porém, o Alvirrubro foi bem melhor e venceu o Clássico das Emoções, ampliando o hiato para nove pontos e o mais importante: retornou ao G4. Por sinal, a zona de classificação à elite apresenta um equilíbrio impressionante, com o quarteto empatado em 24 pontos, mantendo a escrita inclusive no número de vitórias, restando o saldo de gols para separá-los. Após duas rodadas em uma semana, a 13ª rodada será disputada entre terça e sábado, deixando algum tempo para os necessários treinamentos.
No G4, um carioca, um mineiro, um baiano e um pernambucano.
A 13ª rodada dos representantes pernambucanos
18/07 (16h30) – Santa Cruz x Atlético-GO (Arruda)
18/07 (16h30) – Botafogo x Náutico (Nilton Santos)