CBF mantém o bizarro critério de classificação à Sul-Americana 2017

Regulamento da Série A de 2016. Crédito: CBF

Em 2013, numa redistribuição das vagas brasileiras à Copa Sul-Americana, a CBF atrelou a classificação ao torneio internacional, na época com a “pré-vaga” no Brasileiro, também à eliminação precoce na Copa do Brasil. Tudo por uma questão de calendário, uma vez que as duas copas ocorrem simultaneamente no segundo semestre. Acabou por esvaziar as duas, na visão do blog.

Para um clube jogar a Sula, não podia chegar nas oitavas da Copa do Brasil, tendo que ser eliminado até a terceira fase. Ser eliminado para ir à Sula? Incompreensível. Logo, o formato tornou-se alvo de críticas de clubes, torcedores e imprensa, com a direção da CBF avaliando a possibilidade de mudança. Esperava-se um novo critério para 2017, mas não será possível. A entidade divulgou o regulamento oficial do Brasileirão de 2016, com o artigo 6º mantendo a fórmula sobre a classificação da Sula. São seis vagas via campeonato nacional e outras duas no Nordestão e na Copa Verde.

E olhe que a CBF criou, em 18 de fevereiro, um comitê de reformas composto por 17 integrantes com o objetivo de avaliar mudanças na estrutura do futebol do país. Infelizmente, essa pauta, pra lá de importante, ainda não foi analisada…

Pernambucanos classificados à Sula (e eliminados na Copa do Brasil):
2013 – Náutico (12º na A de 2012) e Sport (17º na A de 2012)
2014 – Sport (Copa do Nordeste 2014)
2015 – Sport (11º na A de 2014)

Confira a “fila de espera” da Sula 2016, com Sport e Santa, clicando aqui.

Totó no Recife, Metegol em Buenos Aires. Lá, as mesas reproduzem os estádios

Totó da Bombonera. Crédito: Martín Setula/divulgação

O totó comprado por Carlitos Tévez, uma réplica incrível da La Bombonera, repercutiu bastante entre os torcedores de futebol nas redes sociais. Chamada de pebolim no Rio de Janeiro e metegol em Buenos Aires, a mesa tem até sistema de iluminação e caixas de som para reproduzir os cantos da La 12, a insana hinchada xeneize, que “lota” as três tribunas do estádio, com uma pintura bem detalhada. O atacante fez um investimento de aproximadamente 30 mil pesos, o equivalente a R$ 8,3 mil. Após o amplo compartilhamento da imagem surgiu a óbvia dúvida sobre o autor da peça.

Trata-se de Martín Setula, torcedor do Boca e morador da pequena cidade de Pergamino. Ele criou o primeiro totó estilizado em 2010. Desde então, vendeu uma centena de miniestádios, cada vez mais luxuosos, atendendo às exigências dos clientes. Em sua casa (imagens abaixo), Martín conta com réplicas da Bombonera, do El Palacio (do Huracán, palco onde o Sport jogou na Sula de 2015), Libertadores de América (do Independiente), o Viejo Gasómetro (o primeiro estádio do San Lorenzo, que hoje joga no Nuevo Gasómetro) e até um modelo do acanhado Miguel Moraes, a cancha do Club Atlético Douglas Haig, o pequeno time de sua cidade, que jamais atuou na primeira divisão.

Ele também já fez mesas do Monumental de Nuñez (River Plate) e do Cilindro (Racing), mas acha mais difícil, uma vez que são circulares, mudando a modelagem de construção. Já imaginou algo do tipo com Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro? Até hoje, as encomendas foram feitas apenas na Argentina.

Totó do estádio do Huracán. Crédito: Martín Setula/divulgação

Totó do estádio do Independiente. Crédito: Martín Setula/divulgação

Totó do estádio do San Lorenzo. Crédito: Martín Setula/divulgação

Totó do estádio do Douglas Haig. Crédito: Martín Setula/divulgação

As chances de Sport e Santa Cruz para ir à Sul-Americana de 2016 via Copa do Brasil

Copa Sul-Americana

Com o sorteio da Copa do Brasil de 2016, definindo o chaveamento até a 3ª fase, já é possível projetar as chances dos clubes pernambucanos para obter a classificação à Copa Sul-Americana desta temporada. Na prática, isso vale para o Santa Cruz, pois o Sport já tem a pré-vaga, tendo “apenas” que ser eliminado até o terceiro mata-mata. Se isso acontecer, já entra na Sula como “Brasil 1”.

Já no caso coral, caso não conquiste a Lampions League de 2016, será preciso torcer por vários resultados. Mas, como já aconteceu antes, é algo bem plausível. Primeiro, relembre a fila. Depois vamos às possibilidades…

Fila de espera para as seis primeiras vagas do país (Brasil 1 a Brasil 6)
1º) Sport (6º na Série A)
2º) Santos (7º na Série A)
3º) Cruzeiro (8º na Série A)
4º) Atlético-PR (10º na Série A)
5º) Ponte Preta (11º na Série A)
6º) Flamengo (12º na Série A)
7º) Fluminense (13º na Série A)
8º) Chapecoense (14º na Série A)
9º) Coritiba (15º na Série A)
10º) Figueirense (16º na Série A)
11º) Botafogo (1º na Série B)
12º) Santa Cruz (2º na Série B)
13º) Vitória (3º na Série B)
14º) América-MG (4º na Série B)
15º) Avaí (17º na Série A)
16º) Vasco (18º na Série A)
17º) Goiás (19º na Série A)
18º) Joinville (20º na Série A)

Em 12º na fila, o Santa torce para que seis dos onze à sua frente avancem às oitavas de final. Assim, ficaria ao menos com a sexta vaga internacional via Brasileiro/Copa do Brasil – as outras duas, completando oito representantes, vêm da Copa do Nordeste e da Copa Verde. Em 2015, essa conta deu certo, com a última vaga ficando com a Ponte Preta, vice da Série B. Agora, em três casos dois concorrentes diretos ficaram na mesma chave. Ao Tricolor, isso é ótimo. Num hipotético confronto na terceira fase, um dos dois times seria “obrigado” a passar, deixando a briga pela Sula, naturalmente. Para forçar o confronto, basta torcer para não haver tropeço nas duas primeiras fases.

Atlético-PR ou Chapecoense
Sport ou Fluminense
Ponte Preta ou Figueirense

Os outros cinco concorrentes estão “isolados” em suas chaves. No caso do Peixe, é difícil imaginar uma eliminação precoce. No caso do Fla, um caminho bem mais complicado, com Fortaleza, América Mineiro e Bahia. Confira os adversários de cada um e os pitacos do blog sobre um possível carrasco.

Santos
1ª fase – Santos-AP
2ª fase – Rio Branco-AC ou Galvez-AC
3ª fase – ABC-RN, Goianésia-GO, América-RN ou Gama-DF
A chance de tropeço: ABC

Cruzeiro
1ª fase – Campinense-PB
2ª fase – Londrina-PR ou Parauapebas-PA
3ª fase – Vitória-BA, Náutico-RR, Portuguesa-SP ou Paranahyba-PI
A chance de tropeço: Vitória

Flamengo
1ª fase – Confiança-SE
2ª fase – Fortaleza-CE ou Imperatriz-MA
3ª fase – Bahia-BA, Globo-RN, América-MG ou Red Bull-SP
A chance de tropeço: Bahia

Coritiba
1ª fase – Guarany-CE
2ª fase – Juventude-RS ou Tocantinópolis-TO
3ª fase – Criciúma-SC, Operário-PR, Paysandu-PA ou Independente-PA
A chance de tropeço: Paysandu

Botafogo
1ª fase – Coruripe-AL
2ª fase – Cuiabá-MT ou Juazeirense-BA
3ª fase – Avaí-SC, Operário-MT, Bragantino-SP ou Brasília-DF
A chance: Avaí

Levando em conta que três times se classifiquem nas chaves com dois concorrentes, então seria preciso que três dos cinco “isolados” avancem. Santos, Cruzeiro e Botafogo têm boas chances. Logo, o Santa Cruz também… à Sul-Americana. Indo além, no sorteio, a possibilidade de Sport x Santa seria de 25%, pois seria Brasil 1 x Brasil 5, 6, 7 ou 8. Já pensou?

Participações pernambucanas na Copa Sul-Americana:
Sport – 2013, 2014 e 2015
Náutico – 2013

A 3ª versão do ranking de clubes da Conmebol, com Sport e Náutico

O ranking de clubes da Conmebol em 2015. Crédito: Conmebol/site oficial

Pela terceira vez em cinco anos, a Conmebol apresenta um ranking de clubes. Desta vez, num trabalho em conjunto com a Data Factory, que já realizava scouts dos jogos para o site oficial, a entidade lançou um formato contabilizando somente as participações na Taça Libertadores da América, com o objetivo de definir os cabeças de chave do próprio torneio.

O novo ranking obedece três fatores em ordem de importância:
1) Performance nos últimos dez anos da Liberta (1ª edição, de 2006 a 2015)
2) Coeficiente histórico (com a pontuação de 1960 a 2005)
3) Títulos do campeonato nacional (1ª edição, de 2006 a 2015)*
* Apenas um por país, sem contar as copas nacionais. Em caso dois campeonatos nacionais por ano, vale metade da pontuação. 

A faixa da última década na Libertadores é a base da lista, que vai conferindo 100% da pontuação ao primeiro ano até 10% ao ano mais antigo. Caso a ultrapasse os dez anos, a campanha passa ser mensurada no segundo quesito, “coeficiente histórico”, sem mais depreciações. É um pouco complicado, mas impõe uma certa justiça entre feitos recentes e a história escrita.

Na estreia da tabela, o líder é o argentino Boca Juniors, hexacampeão, seguido justamente pelo arquirrival River Plate, o atual campeão. O melhor brasileiro é o Cruzeiro, em 4º. Melhor rankeado entre os nordestinos, o Sport aparece em 80º lugar, uma posição fundamentada na campanha na Libertadores 2009, com 256 pontos, somando outros 20 através do histórico obtido em 1988. Ainda há outro pernambucano na lista. Com uma participação no currículo, em 1968, o Náutico soma 16 pontos. Contudo, na divulgação do novo formato, a Conmebol apresentou apenas os 100 primeiros times.

Os 16 clubes brasileiros no top 100
4º) Cruzeiro – 4.425
6º) Internacional – 3.944
8º) Santos – 3.662
9º) Corinthians – 3.651
11º) São Paulo – 3.598
13º) Atlético-MG – 3.190
16º) Grêmio – 3.096
23º) Fluminense – 2.360
30º) Flamengo – 1.790
31º) Palmeiras – 772
46º) Vasco – 990
61º) Atlético-PR – 522
69º) Botafogo – 446
80º) Sport – 276
83º) São Caetano – 228
98º) Guarani – 138

Vale lembrar as duas versões anteriores do ranking. Inicialmente, a entidade somava todas as participações desde 1960, em atualizações anuais. Considerava-se o número de jogos disputados, independentemente do resultado, dando 1 ou 2 pontos de acordo com o torneio, e também os títulos conquistados, de 10 a 40 por troféu. O ranking era dividido por países. Assim, no Brasil chegaram a figurar 41 times, incluindo Sport (21º) e Náutico (28º). O formato foi descontinuado em 2013. O curioso é que de 2011 a 2013 houve um ranking paralelo, também oficial, mas considerando apenas os resultados nos últimos cincos anos, com atualização semanal. Neste caso, juntando todos os times do continente, apareceram 21 brasileiros, com o Sport em 59º. 

Relembre as 25 participações internacionais dos times nordestinos aqui.

A capacidade mínima dos estádios, da 2ª divisão do Pernambucano à Libertadores

Arruda, Ilha do Retiro, Aflitos e Arena Pernambuco. Fotos: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press (Arruda, Ilha e Aflitos) e Odebrecht/divulgação (arena)

A Ilha do Retiro pode receber qualquer partida oficial de uma competição ao alcance do Sport? Não. E o Arruda, no caso do Santa? Pode. A leitura é bem simples. Não se trata de infraestrutura, modernidade ou nível do gramado, mas basicamente a capacidade de público. Da segunda divisão pernambucana à Libertadores, há uma exigência de capacidade mínima nos locais dos jogos.

O cenário mais simples é o da primeira fase da Série A2, sem quantidade mínima ou necessidade de um sistema de iluminação. Depois, o torneio “cresce”, demandando praças com três mil lugares e refletores a partir da semi, valendo o acesso. Já o contexto mais exclusivo está na finalíssima da Libertadores, acima de 40 mil assentos. No estado, Arruda e Arena poderiam receber a decisão tranquilamente. Ou seja, a Ilha seria palco, no máximo, até a semifinal, tanto da Liberta quanto da Sula – até 2001, a capacidade era de 45 mil espectadores, mas foi reduzida após as novas normas de segurança da Fifa.

No interior, só Cornélio de Barros e Lacerdão podem abrigar a decisão da primeirona local. Por sinal, a casa do Salgueiro precisou ser “reavaliada”, pois na aferição da federação em fevereiro de 2013 a estimativa foi de 9.916. Com a inédia classificação à decisão, houve a ampliação para 12 mil. Em relação aos torneios nacionais, os estádios da capital estão plenamente aptos, segundo os regulamentos de 2015, disponíveis nos sites da FPF, CBF e Conmebol.

Como curiosidade, a exigência na Copa do Mundo. Os estádios devem ter ao menos 40 mil cadeiras, subindo para 65 mil no jogo de abertura, a exceção na fase de grupos, nas semifinais e na final. A partir de 2018, na Rússia, a arena da decisão deverá receber ao menos 80 mil torcedores. No Mundial do Brasil, por exemplo, o Maracanã não seria suficiente, pois a versão remodelada tem 78.838 lugares. Em Moscou, a final será no Luzhniki, com 81 mil assentos.

Taça Libertadores da América
1ª fase e 2ª fase – 10 mil
Oitavas e quartas – 20 mil
Semifinal – 30 mil
Final – 40 mil

Copa Sul-Americana
1ª fase, 2ª fase, oitavas e quartas – 10 mil
Semifinal – 20 mil
Final – 40 mil

Série A
Todos os jogos: 15 mil

Série B
Todos os jogos 10 mil

Série C
1ª fase, quartas e semifinal – sem capacidade mínima
Final – 10 mil

Série D
1ª fase e oitavas – sem capaciade mínima
quartas, semifinal e final – 5 mil

Copa do Brasil
1ª fase, 2ª fase, 3ª fase, oitavas e quartas – sem capacidade mínima
Semifinal e final – 15 mil

Copa do Nordeste
1ª fase e quartas – 5 mil
Semifinal e final – 10 mil

Pernambucano (1ª divisão)
1ª fase e hexagonais – 3 mil
Semifinal e final – 10 mil

Pernambucano (2ª divisão)
1ª fase – sem capacidade mínima
Semifinal e final – 3 mil

A capacidade dos estádios pernambucanos (acima de 10 mil lugares)
Arruda – 60.044*
Arena Pernambuco – 46.214
Ilha do Retiro – 32.983*
Aflitos – 22.856**
Lacerdão (Caruaru) – 19.478
Cornélio de Barros (Salgueiro) – 12.480
Carneirão (Vitória) – 10.911

* Por exigência do Ministério Público, foram reduzidos para 50.582 e 27.435. Em caso de melhora nos acessos ao público, volta a limitação antiga. 

** Por falta de uso, o Eládio de Barros está sem os laudos técnicos necessários para a realização de jogos profissionais.

A fila de espera dos brasileiros para a Sul-Americana 2016, com Sport e Santa

Copa Sul-Americana

Publicação atualizada em 27/07/2016, já com a definição da fila.

Está definida a “fila de espera” para a Copa Sul-Americana de 2016, com dois representantes pernambucanos. Havia a ideia de que os clubes “escolheriam” entre a Copa do Brasil e a Sula, evitando “eliminações propositais” no torneio nacional. Infelizmente, a ideia foi para o papel, com a definição dos clubes brasileiros seguindo a bizarra fórmula adotada há três temporadas pela CBF. Para a disputa internacional de 2016, seis das oito vagas do país serão oriundas do Campeonato Brasileiro, com mais duas via Nordestão e Copa Verde. Na fila, naturalmente ficaram de fora os cinco classificados à Libertadores (G4 e Copa do Brasil) e o 5º lugar. Todos entrarão direto nas oitavas da Copa do Brasil de 2016, logo não poderão  disputar a Sula, simultânea.

Regra: se classificam à Sul-Americana 2016 os seis melhores classificados no Brasileiro 2015 que forem eliminados até a terceira fase da Copa do Brasil (CB) de 2016. Caso um time com a chamada “pré-vaga” vá à oitavas da copa nacional, a vaga internacional será repassada automaticamente ao time seguinte na fila, e assim sucessivamente. 

Fila de espera para as seis primeiras vagas do país (Brasil 1 a Brasil 6)
1º) Sport (6º na Série A), classificado à Sula (eliminado na 1ª fase da CB)
2º) Santos (7º na Série A), já sem chance (classificado às oitavas da CB)
3º) Cruzeiro (8º na Série A), já sem chance (classificado às oitavas da CB)
4º) Atlético-PR (10º na Série A), já sem chance (classificado às oitavas da CB)
5º) Ponte Preta (11º na Série A), já sem chance (classificado às oitavas da CB)
6º) Flamengo (12º na Série A), classificado à Sula (eliminado na 2ª fase da CB)
7º) Fluminense (13º na Série A), já sem chance (classificado às oitavas da CB)
8º) Chape (14º na Série A), classificado à Sula (eliminado na 3ª fase da CB)
9º) Coritiba (15º na Série A), classificado à Sula (eliminado na 2ª fase da CB)
10º) Figueira (16º na Série A), classificado à Sula (eliminado na 3ª fase da CB)
11º) Botafogo (1º na Série B), já sem chance (classificado às oitavas da CB)
12º) Vitória (3º na Série B), classificado à Sula (eliminado na 3ª fase da CB)
13º) América-MG (4º na Série B), já sem chance, na 3ª fase da CB
14º) Avaí (17º na Série A), já sem chance (eliminado na 2ª fase da CB)
15º) Vasco (18º na Série A), já sem chance (classificado às oitavas da CB)
16º) Goiás (19º na Série A), já sem chance (eliminado na 1ª fase da CB)
17º) Joinville (20º na Série A), já sem chance (eliminado na 2ª fase da CB) 

Brasil 1 – Sport
Brasil 2 – Flamengo
Brasil 3 – Chapecoense
Brasil 4 – Coritiba
Brasil 5 – Figueirense
Brasil 6 – Vitória

Brasil 7 (Copa do Nordeste 2016)
Santa Cruz, classificado à Sula (eliminado na 3ª fase da CB)

Brasil 8 (Copa Verde 2015)
Cuiabá, classificado à Sula (eliminado na 1ª fase da CB)

Na lista, curiosamente os quatro classificados na Série B estão à frente dos quatro rebaixados na Série A. Campeão nordestino, o Santa garantiu a pré-vaga como Brasil 7. Segundo a CBF, mesmo que tenha condições de entrar na fila em uma condição melhor (1 a 6), o título regional garante o time como Brasil 7.

Já o Sport estava numa situação “confortável” desde o início. A aspa se devia à necessidade de  “sair” logo da Copa do Brasil, o que ocorreu diante da modesta Aparecidense. Com isso, vai à Sula pela 4ª vez seguida, no “pote 1” do sorteio, que contará com quatro chaves brasileiras, valendo pela segunda fase do torneio. Com o Tricolor confirmando a vaga e ficando no “pote 2”, haveria 25% de chance sair um Clássico das Multidões no sorteio. Dito e feito.

O formato de sorteio das chaves brasileiras foi implantado pela Conmebol na edição de 2015 (Brasil 1, 2, 3 e 4 no pote 1 e Brasil 5, 6, 7 e 8 no pote 2). No sorteio realizado em Santiago, em 12 de julho, a fase nacional ficou assim:: Sport (BR 1) x Santa Cruz (BR 7), Flamengo (BR 2) x Figueirense (BR 5), Chapecoense (BR 3) x Cuiabá (BR 8) e Coritiba (BR 4) x Vitória (BR 6).

Para saber mais sobre a tabela da Sul-Americana 2016, clique aqui.

Futebol no Grande Recife em 2015 teve 1 milhão de torcedores no borderô e R$ 21 milhões de bilheteria. Muito? Nem tanto

Torcida de Sport, Santa e Náutico em 2015. Arte: Fred Figueiroa/DP/D.A Press

Os grandes clubes pernambucanos mandaram 91 partidas oficiais em 2015, sendo uma com portões fechados, do Sport, por causa da pena imposta pelo STJD. Nas demais, abertas ao público, o número de torcedores no borderô passou de 1 milhão. Muito? Na verdade, foi o menor número desde 2013, quando o blog começou a contabilizar o público total (pagantes e gratuidades) e a bilheteria do trio de ferro. A média foi de 12.123, também a menor no período.

Possivelmente, é um reflexo da falta de ingressos subsidiados pelo governo do estado. Afinal, com a suspensão do Todos com a Nota não houve ingresso do tipo pela primeira vez em 15 anos. Ou seja, boa público precisou “pagar” efetivamente pelos ingressos (eram até 15 mil entradas promocionais por jogo), contrariando um costume já antigo em Pernambuco. O momento econômico do país, com a inconstância no poder aquisitivo, é outra barreira. Nesta temporada, considerando todas as competições, o Santa Cruz terminou à frente na média (16 mil), com o Sport liderando no total (492 mil). Especificamente no Brasileirão, independentemente de divisão, os leoninos tiveram um índice de 17 mil pessoas, à frente dos rivais tricolores (14,7 mil) e alvirrubros (6,8 mil).

Abaixo, o total em cada competição e também a taxa de ocupação, a partir da capacidade oficial de cada estádio utilizado. No fim, o quadro agregado na Região Metropolitana do Recife. Relembre os levantamentos: 2013 e 2014.

Sport
35 jogos (25 na Ilha e 10 na Arena)*
492.144 torcedores (média de 14.061)
38,24%de ocupação
R$ 11.064.872 de renda bruta (média de R$ 316.139)

Estadual – 7 jogos – 87.723 pessoas (12.531) – R$ 1.704.797 (R$ 243.542
Nordestão – 5 jogos – 62.796 pessoas (12.559) – R$ 899.850 (R$ 179.970)
Copa do Brasil – 3 jogos – 17.319 pessoas (5.773) – R$ 166.440 (R$ 55.480)
Série A – 18 jogos* – 308.379 (17.132) – R$ R$ 8.086.135 (R$ 449.229)
Sul-Americana – 2 jogos – 15.927 pessoas (7.963) – R$ 207.650 (R$ 103.825)
* Ainda houve uma partida de portões fechados, na Ilha.

Dados de público e renda do Sport de 2013 a 2015. Levantamento: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Santa Cruz
26 jogos (24 no Arruda e 2 na Arena)
422.810 torcedores (média de 16.261)
27,57% de ocupação
R$ 7.001.732 de renda bruta (média de R$ 269.297)

Estadual – 7 jogos – 142.874 pessoas (20.410) – R$ 2.276.227 (R$ 325.175)
Série B – 19 jogos – 279.936 pessoas (14.733) – R$ 4.725.505 (R$ 248.710)

Dados do Santa Cruz sobre público e renda. Levantamento: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Náutico
29 jogos (29 na Arena)
176.204 torcedores (média de 6.076)
13,14% de ocupação
R$ 3.409.274 de renda bruta (média de R$ 117.561)

Estadual – 5 jogos – 23.082 pessoas (4.616) – R$ R$ 499.800 (R$ 99.960)
Nordestão – 3 jogos – 4.027 pessoas (1.342) – R$ 49.585 (R$ 16.528)
Copa do Brasil – 2 jogos – 18.914 pessoas (9.347) – R$ 581.875 (R$ 290.937)
Série B – 19 jogos – 130.181 pessoas (6.851) – R$ 2.278.014 (R$ 119.895)

Dados do Náutico sobre público e renda. Levantamento: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Total
90 jogos (41 na Arena, 25 na Ilha do Retiro e 24 no Arruda)
1.091.158 torcedores (média de 12.123)
26,22% de ocupação
R$ 21.475.878 de renda bruta (média de R$ 238.620)
Torneios: Estadual, Nordestão, Copa do Brasil, Sul-Americana e Séries A e B.
* Ainda houve uma partida de portões fechados, na Ilha. 

Público e renda nos jogos oficiais no Grande Recife de 2013 a 2015

Copa Sul-Americana garantida até 2018, com ampliação da cota de participação

Painéis da Copa Sul-Americana. Crédito: Fox Sports/youtube

A Copa Sul-Americana de 2015 foi a primeira edição sem um contrato de naming rights desde 2003. Como exemplo, as placas de publicidade, expostas nos estádios do torneio, quase todas preenchidas só com conteúdo institucional da Conmebol. Um reflexo dessa falta de patrocinadores foi o congelamento das cotas aos 47 clubes participantes, com os mesmos valores pagos na temporada passada. Com o enfraquecimento de mercado, se iniciou um debate sobre a continuidade da Sula, carente dos maiores clubes do Brasil, como Corinthians, São Paulo, Flamengo, Cruzeiro e Inter. 

Entretanto, a Sul-Americana foi confirmada até 2018, com a extensão dos direitos de transmissão ao canal Fox Sports. Com o anúncio da Conmebol, através de nota oficial, haverá a ampliação das cotas nos próximos anos, ainda em dólar. Hoje, o campeão ganha US$ 2,23 milhões. Por fim, será aberta uma licitação dos direitos de 2019 a 2022, incluindo no pacote a Libertadores e a Recopa – outro indicativo da manutenção da disputa no calendário. A notícia tem um impacto direto nos clubes pernambucanos, que têm no torneio uma chance mais clara de disputar um torneio internacional.

Apesar de uma eventual briga por um G4 da Série A, no outro caminho basta não cair no Campeonato Brasileiro, tendo ainda o título da Copa do Nordeste como opção. Não por acaso, nos últimos três anos foram três participações do Sport (2013-2015) e uma do Náutico (2013), com o Santa vislumbrando 2016. Administrar o desgaste físico da equipe entre Brasileiro e Sul-Americana – devido à limitação do elenco, claro – é um passo essencial para valorizar possíveis campanhas no exterior. Ao menos a médio prazo não veremos o processo visto na antecessora, a Copa Conmebol, criada em 1992 e extinta em 1999 pelos mesmos motivos. É bom aproveitar logo as oportunidades…

Nomenclaturas oficiais da Sula
2002 – Copa Sul-Americana
2003/2010 – Copa Nissan Sul-Americana
2011/2012 – Copa Bridgestone Sul-Americana
2013/2014 – Copa Total Sul-Americana
2015 – Copa Sul-Americana
2016 – Copa Sul-Americana (em negociação)

Participantes
2002 – 21 clubes (nenhum brasileiro)
2003 – 35 clubes (12 times via Brasileiro)
2004 – 35 clubes (12 times via Brasileiro)
2005 – 34 clubes (8 times via Brasileiro)
2006 – 34 clubes (8 times via Brasileiro)
2007 – 34 clubes (8 times via Brasileiro)
2008 – 34 clubes (8 times via Brasileiro)
2009 – 31 clubes (8 times via Brasileiro e o atual campeão)
2010 – 39 clubes (8 times via Brasileiro)
2011 – 39 clubes (8 times via Brasileiro)
2012 – 47 clubes (8 times via Brasileiro)
2013 – 47 clubes (8 times via Brasileiro e o atual campeão)
2014 – 47 clubes (7 times via Brasileiro e 1 do Nordestão)
2015 – 47 clubes (6 times via Brasileiro, 1 do Nordestão e 1 da Copa Verde)
2016 – 47 clubes (6 times via Brasileiro, 1 do Nordestão e 1 da Copa Verde)

Até dez clássicos entre Santa Cruz e Sport em 2016, do Estadual à Sul-Americana

Clássico das Multidões. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Em 2008, tricolores e rubro-negros não se enfrentaram uma vez sequer. Resultado do regulamento esdrúxulo no Estadual, somado à fraca campanha coral na competição e às divisões distintas no Campeonato Brasileiro. O hiato foi um incômodo na temporada, o primeiro em muito tempo. Em 2016, por outro lado, há a possibilidade de uma overdose de Clássico das Multidões. Com o retorno do Santa Cruz à Série A e ao Nordestão, torneios também com a presença do Sport, os destinos podem se cruzar várias vezes…

O número de confrontos oficiais pode ir de 4 a 10 jogos.

Estadual (de 2 a 4 jogos)
Além das duas partidas no hexagonal (21/02 e 10/04), os rivais podem se enfrentar no mata-mata (semifinal ou decisão). O histórico mostra que a chance é considerável. Nos últimos cinco anos foram quatro vezes, com três triunfos tricolores (todos na final) e um dos rubro-negros (na semi).

Copa do Nordeste (até 2 jogos)
Por pouco os times não ficaram logo no mesmo grupo. No sorteio, o Sport foi o cabeça de chave do D. O Santa Cruz estava no segundo grupo de bolinhas, e só foi sorteado na chave C, encabeçada pelo Bahia. De toda forma, o confronto pode acontecer a partir das quartas de final (como em 2014, na semi).

Série A (2 jogos)
Após quinze anos, o Clássico das Multidões está de volta à elite nacional, sendo a primeira vez nos pontos corridos. Desde 1971 foram 13 partidas. Mais duas entrarão na lista, uma no turno e outra no returno do Brasileirão.

Copa Sul-Americana (2 jogos…?)
Sula? Acredite, há chance. Caso o Sport termine a Série A atrás de São Paulo e Inter (e apenas um cenário improvável faria ser diferente), o time terá a pré-vaga da Sul-Americana, já no pote 1 da “fase nacional”. Enquanto isso, o Santa pode acabar a Segundona como vice (basta vencer o Vitória). Assim, teria uma chance razoável de obter a sexta vaga na fila do Brasileiro (a Ponte, vice da última Série B, conseguiu em 2015). E o Tricolor também pode ir via título do Nordestão. Em ambos os casos ficaria no pote 2. Como são quatro confrontos brasileiros, haveria 25% de chance no sorteio da Conmebol. Não duvide.

Obs. Em tese, ainda há a Copa do Brasil, mas nunca houve um confronto entre os grandes do estado, pois a tabela não costuma ter clássicos nas três primeiras fases. Já na quarta (oitavas), ambos ficariam no pote 2 do sorteio. Ou seja, o clássico só poderia acontecer nas quartas de final, a 5ª fase do torneio. Em caso disputa na copa, não haveria chaveamento na Sula.

Participação na Libertadores e Copa do Nordeste? Não simultaneamente, diz CBF

Manoel Flores, o diretor de competições da CBF, durante o sorteio o Nordestão de 2016. Crédito: Esporte Interativo/reprodução

Natal – Um time do Nordeste pode disputar a Taça Libertadores e o Nordestão ao mesmo tempo? A dúvida existe desde o retorno do regional, em 2013, pois não consta no regulamento. Claro, trata-se de um cenário difícil, tanto que até hoje os nordestinos só disputaram a maior competição do continente seis vezes, sendo uma nos últimos 25 anos. No lançamento da Lampions League de 2016, em Natal, o blog questionou o diretor de competições da CBF, Manoel Flores, sobre o assunto. O dirigente, que assumiu o lugar de Virgílio Elísio, afastado após duas décadas por problemas de saúde, foi direto na resposta.

“Não, um clube não pode disputar as duas simultaneamente, por causa do choque de datas (ambas nas quartas e quintas do primeiro semestre). A preferência, claro, é a Libertadores, com outro time do estado ocupando o lugar na Copa do Nordeste.”

Também presente no evento, o diretor de competições da FPF, Murilo Falcão, comentou que no caso de Pernambuco, considerando alguma classificação à Liberta, a vaga no regional seria repassada automaticamente ao 4º colocado do Estadual. Esse tipo de dúvida acerca das brechas nacionais gerou o impasse entre Ceará e CBF, em 2015, com o time alencarino brigando na justiça para disputar no segundo semestre a Sul-Americana, na condição de campeão regional, e a Copa do Brasil, na qual obteve no campo a vaga às oitavas. Tudo porque, ao contrário do regulamento do Campeonato Brasileiro, não havia a restrição no Nordestão. Posteriormente, o Vozão recuou e abriu mão da Sula.

Nordestinos na Libertadores:
Bahia (1960, 1964 e 1989), Sport (1988 e 2009) e Náutico (1968). 

É difícil ir à Liberta, mas não custa nada esclarecer as possibilidades…