O primeiro confronto oficial do Sport contra um clube argentino terminou em empate, 1 x 1, complicando a situação leonina na Sul-Americana. É possível reverter fora de casa, contra o Huracán? Comentamos no novo 45 minutos, que seguiu para a forte especulação da Puma como nova fornecedora do Santa Cruz. No fim, uma passagem nos jogos dos pernambucanos no próximo fim de semana, pelo Campeonato Brasileiro. Ah, teve espaço até para o Rock in Rio.
Confira um infográfico com as principais pautas do programa aqui.
Nesta 174ª edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Em Buenos Aires, o Sport começará o jogo em desvantagem. Está obrigado a buscar ao menos um gol. Uma vitória no El Palacio, algo que não aconteceu no Brasileirão após 14 tentativas? Bronca. Outra alternativa, à parte dos pênaltis, é um empate, especialidade rubro-negra, a partir de dois gols. Eis o rescaldo de uma atuação tecnicamente fraca na Ilha do Retiro. Invicto há sete jogos, o Huracán também apresentou um futebol pobre no Recife, mas foi didático na copeira escola argentina, com muita catimba, gastando o tempo em absolutamente todos os lances. Empurra aqui, para ali, discute acolá, faz parte.
Quando o Globo resolveu jogar bola, começou na base do chutão. Parecia um cenário propício para a ofensiva escalação proposta pelo estreante Falcão. Com Diego Souza de segundo volante e Marlone (bem) na criação, o time pernambucano empacou na inércia de Régis e nos sucessivos erros de Maikon Leite. Este saiu de campo com a assistência para o gol, e só (mérito de André, de cabeça). Para ganhar força na marcação, cabia Wendel, na vaga de Régis.
O volante acabou entrando, mas no lugar de Diego, cansado. Infelizmente, entrou mal demais. Tirou qualquer lampejo de ofensividade e ainda deixou o time vulnerável. Mais vulnerável, na verdade, pois os laterais falharam demais, sobretudo Renê. Nas suas costas começou a jogada que resultou no pênalti aos argentinos. Com o empate em 1 x 1, o mandante seguiu desordenado. Tanto que mereceu os aplausos pelo esforço no primeiro tempo e as vaias no apito final, após uma queda de rendimento. Falcão terá uma semana para injetar ânimo nesta equipe – algo que se esperava já na estreia. Até porque na Argentina precisará ter mais garra para sobreviver na Sula.
Em 2015, os principais campeonatos de futebol ao alcance dos brasileiros contaram com placas estáticas com os nomes dos torneios bem no centro do campo. Ladeadas pelos prismas publicitários, naturalmente. Em Pernambuco, sem contrato de naming rights nesta temporada, os painéis de LED na lateral do gramado, de frente para as cabines de televisão, focaram marcas exclusivas com revezamento de 30 segundos.
Apenas dois torneios não têm uma empresa atrelada à denominação oficial: Série D e Sul-Americana. No caso da Sula, não houve a renovação com a Total, companhia francesa de petróleo. As parcerias atuais, através de agências de marketing esportivo, são as seguintes: Libertadores/Bridgestone, Série A/Chevrolet, Copa do Brasil/Sadia, Série B/Chevrolet e Série C/Caixa.
As reproduções abaixo contemplam emissoras em sinal aberto, sinal fechado e digital, com Globo, Band, Rede TV, Sportv, Esporte Interativo e TV Criativa. Com a transmissão e a reprodução dos jogos, com compartilhamento voluntário do público, a marca de um campeonato demanda a autopromoção…
Taça Libertadores da América (Cruzeiro 0 x 3 River Plate, Sportv)
Copa Sul-Americana (Sport 4 x 1 Bahia, Fox Sports)
Série A (Sport 2 x 0 São Paulo, Band)
Copa do Brasil (Flamengo 0 x 1 Vasco, Globo)
Série B (Náutico 2 x 1 Santa Cruz, Rede TV)
Série C (Botafogo-PB 2 x 2 Fortaleza, Esporte Interativo)
Pela primeira vez o Huracán vem ao Recife. Atual campeão da Copa Argentina, o time desembarcou no Aeroporto dos Guararapes para enfrentar o Sport nas oitavas de final da Copa Sul-Americana de 2015. Apesar da curta estadia, a delegação se mostrou surpresa com a recepção. Começou com as lembranças por parte da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, no hotel da delegação, em Boa Viagem. No dia seguinte, a delegação chefiada pelo diretor de futebol do Globo, Fernando Salces, foi recepcionada no Arruda pelo vice-presidente do Santa, Constantino Júnior, que cedeu o Arruda para o treino.
E olhe que o Náutico também liberou o seu centro de treinamento, mas a distância até a Guabiraba foi determinante na escolha. Ou seja, ainda que o jogo propriamente dito seja contra os rubro-negros, indiretamente a passagem dos hermanos atingiu outras três frentes, mostrando a importância de partidas internacionais, um cenário ainda raro no futebol local, sobretudo em torneios oficiais. A gentileza foi até reconhecida na página oficial do Huracán.
“Al llegar a la ciudad fueron recibidos por integrantes del Gobierno de la provincia de Pernambuco y ayuntamiento de Recife quienes entregaron presentes a la delegación. Hoy su máximo rival en la ciudad, Santa Cruz, cedió gentilmente las instalaciones de su estadio para que el conjunto conducido por Eduardo Domínguez entrene por la mañana.”
Paralelamente a isso, as informações sobre o Huracán, o Recife e o adversário (Sport), chegam aos veículos de Buenos Aires, numa exposição gratuita. Contudo, neste século, esta é apenas a 4ª partida oficial de um clube estrangeiro na capital do estado: LDU (2009), Colo Colo (2009), Libertad (2013) e Huracán (2015), todos contra o Leão, pela Libertadores e Sul-Americana. Número muito baixo, deixando claro o quão importante é a troca de experiências do tipo.
A chamada “fase internacional” da Copa Sul-Americana de 2015 está definida. Após duas fases preliminares, com direito a duelos regionais, restaram 16 clubes. Atual campeão, o River Plate, que desde então também ganhou a Recopa e a Libertadores, já tinha passe livre até as oitavas de final. Finalmente irá estrear, contra a LDU, campeã da Sula em 2009.
Do lado brazuca, quatro clubes seguem na disputa, incluindo o Sport, que despachou o Bahia. Nas oitavas, o Leão irá à Buenos Aires pela primeira vez em sua história, onde enfrentará o Huracán (ida na Ilha do Retiro e volta no El Palacio). Caso avance às quartas de final, ficará entre Buenos Aires (Lanús) ou Montevidéu (Defensor). Numa hipotética semi, pode cruzar com adversários tradicionalíssimos como Independiente ou Olimpia.
Essa é a segunda vez que o Rubro-negro alcança esta etapa do torneio. Em 2013 caiu logo nas oitavas, na disputa contra o Libertad, do Paraguai.
Confira o chaveamento final da Sula numa resolução maior aqui.
Em relação à premiação, eis as cotas pela participação em cada fase: Fase brasileira: US$ 150 mil Oitavas: US$ 225 mil Quartas: US$ 300 mil Semifinal: US$ 360 mil Vice: US$ 550 mil Campeão: US$ 1,2 milhão
Técnica e financeiramente, a Copa Sul-Americana mostra o seu valor…
O Sport jogará em uma das canchas mais tradicionais de Buenos Aires. O duelo no Tomás Adolfo Ducó, contra o Club Atlético Huracán, ocorrerá na partida de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana de 2015. O adversário leonino, conhecido como Globo, eliminou o também argentino Tigre e é o dono do imponente El Palacio, uma construção de 1949 que pode abrigar até 48.314 torcedores, com uma fachada que justifica o apelido.
Por mais que o Huracán tenha passado um bom tempo fora dos holofotes, o último dos seus cinco títulos nacionais foi em 1973, curiosamente em 16 de setembro, é possível que você já tenha visto o estádio na telona. Basta apreciar o cinema portenho. Em 2009, durante três dias e três noites, o palco de nº 2.570 na Avenida Amancio Alcorta, no obscuro bairro de Parque Patrícios, ficou sob os cuidados do renomado diretor Juan José Campanella, produzindo o seu oitavo filme. Tudo para gravar a antológica cena de O segredo dos seus olhos, que ganharia o Oscar de melhor filme estrangeiro no ano seguinte.
No longa-metragem, a história ocorre em 1975, no clássico Huracán x Racing. Do céu, a abordo de um helicóptero, até a perseguição nos corredores do Palácio, uma elogiada sequência sem cortes. Em 2011, durante a cobertura da Copa América, tive o prazer de conhecer o estádio e gravar o vídeo abaixo.
O “prazer” foi basicamente pela visita, pois o traslado não é dos mais simples, com o palco fincado bem depois da última estação de metrô da linha H, numa região pouco movimentada, com várias fábricas e um clima não muito propício ao turismo. Daí, a surpresa da secretária do estádio, Myriam Santillan, com a minha presença. Creditada no filme, ela liberou o acesso ao “set” sem qualquer empecilho e relatou o repentino interesse de brasileiros.
“Desde que saiu o filme, brasileiros começaram a aparecer aqui, sempre perguntando sobre o local exato da gravação (a arquibancada “popular visitante”, na foto acima). Quase todos vêm de La Boca (onde fica a La Bombonera) e só nos visitam por causa do ‘Segredo’. Campanella deixou algo bom aqui.”
Cinema à parte, vale dizer que o Huracán seria o vice-campeão argentino de 1975, dois anos após a sua única conquista na era profissional. Por sinal, aquele time histórico de 1973 foi dirigido por César Luis Menotti, que cinco anos depois comandaria a Argentina em sua primeira Copa do Mundo. Na época da gravação abaixo, o clube acabara de ser rebaixado. Pois o Huracán retornou à elite e já ergueu a Copa Argentina de 2014. Se a sua torcida vem ganhando motivos para frequentar a arquibancada, a visitação brasileira também tende a aumentar…
O Sport criou uma agência de viagens para a sua torcida, nos jogos do time país afora. O projeto Vou com o Leão, em parceria com a Pontual Turismo, visa organizar pacotes com passagens, hospedagem, transporte e ingresso. Desenvolvido pelo departamento de marketing, a agência oficial do clube enxerga o potencial da torcida em jogos fora de Pernambuco. No Brasileirão de 2015, por exemplo, foram mais de mil torcedores do Sport no Maracanã, no empate com o Flamengo, muitos deles por conta própria a partir do Recife.
Vale lembrar que essa á segunda vez que o clube tentar implantar um projeto do tipo. Em 2009, foi criada de forma especial a Sportur, para as viagens internacionais da torcida durante a Libertadores. Na estreia, no Chile, foram 1.800 torcedores. Apesar do sucesso da estreia, com recorde em Santiago, o projeto não passou daquele ano. Em 2013, durante a Copa Sul-Americana, sem qualquer intermediário, 300 torcedores foram ao Paraguai. Pouco? O suficiente para encher dois boeings 737. Ou seja, o público-alvo sempre existiu.
A estreia da nova versão será em 20 de setembro, no Rio de Janeiro, mas desta vez em São Januário, contra o Vasco (saiba mais aqui).
E a Argentina também está na rota desta temporada…
Tudo começou com um buffet em 17 de dezembro de 1936. Fazendo valer o apelido de “boêmio”, o elenco do Atlanta fez uma despedida na calle Humboldt, em Villa Crespo. No dia seguinte, a delegação partiu do porto iniciando uma longa viagem no vapor Monte Pascoal. Destino? Brasil. Pela primeira vez o Clube Atlético Atlanta jogaria no país vizinho. Ao todo, disputaria 13 partidas até março do ano seguinte. Em janeiro, o navio argentino atracou no porto do Recife. Chegou com atração (foto abaixo)
Com a ajuda financeira da Confederação Brasileira de Desportos, a atual CBF, para promover o esporte local, a técnica agremiação portenha enfrentaria adversários pernambucanos. De forma inédita, então, o futebol pernambucano receberia um time do exterior. Foram duas partidas no Campo da Avenida Malaquias, o antigo estádio rubro-negro. Bem superior, o Atlanta começou com um rotundo 10 x 6 sobre o Náutico. Na sequência, 7 x 2 sobre o Sport. O Diario de Pernambuco foi categórico sobre o espetáculo visto na cidade.
“O Recife pode ter assistido a jogo de conjunto superior ao do Atlanta; não nos lembramos, porém, de quando teria acontecido tal fato”.
A história entre pernambucanos e argentinos ganharia força na década de 1950, com a passagem de três clubes tradicionais de Buenos Aires. Vélez, Chacarita e Independiente, que futuramente seria o maior campeão da Libertadores. A primeira vitória local coube ao Santa, sobre o “Chaca” da Villa Maipú, o rival do pioneiro Atlanta. Jogo em pleno Natal de 1952, na Ilha. No acervo do pesquisador Carlos Celso Cordeiro há até o registro até de uma viagem da Seleção Argentina de Novos, atual Sub 20, entre Recife e Caruaru. A classificação do Sport às oitavas da Copa Sul-Americana de 2015 promoveu o reencontro depois de 42 anos. A diferença é que enfim garantiu uma visita à terra dos hermanos, iniciando uma era de confrontos válidos pela Conmebol…
Atualizado até 14 de janeiro de 2018
Jogos entre clubes (16) 29/01/1937 – Náutico 6 x 10 Atlanta 31/01/1937 – Sport 2 x 7 Atlanta 06/12/1951 – Náutico 2 x 3 Vélez Sarsfield 09/12/1951 – Santa Cruz 1 x 3 Vélez Sarsfield 25/12/1951 – Sport 2 x 3 Vélez Sarsfield 25/12/1952 – Santa Cruz 2 x 1 Chacarita Juniors 28/12/1952 – Náutico 2 x 2 Chacarita Juniors 01/01/1953 – América 1 x 3 Chacarita Juniors 06/01/1953 – Sport 0 x 1 Chacarita Juniors 06/12/1956 – Santa Cruz 1 x 1 Independiente 09/02/1973 – Santa Cruz 2 x 2 Argentinos Juniors 23/09/2015 – Sport 1 x 1 Huracán (Sul-Americana) 30/09/2015 – Huracán 3 x 0 Sport (Sul-Americana) 24/01/2016 – Sport 2 x 0 Argentinos Juniors (Taça Ariano Suassuna) 06/07/2017 – Sport 2 x 0 Arsenal de Sarandí (Sul-Americana) 27/07/2017 – Arsenal de Sarandí 2 x 1 Sport (Sul-Americana) 14/01/2018 – Sport 2 x 0 Atlético Tucumán (Taça Ariano Suassuna)
17 jogos disputados, 4 vitórias de PE, 4 empates, 9 derrotas; 29 GP, 42 GC
Jogos entre clubes e seleções (5) 08/12/1956 – Seleção Pernambucana 1 x 0 Independiente 12/01/1968 – Náutico 2 x 0 Seleção Argentina de Novos 24/01/1968 – Santa Cruz 1 x 2 Seleção Argentina de Novos 28/01/1968 – Sport 2 x 0 Seleção Argentina de Novos 05/02/1968 – Central 2 x 1 Seleção Argentina de Novos
O escrete do Atlanta no Recife, em 1937, iniciando a história PE x ARG…
O jornal Aqui PE é conhecido pela greia nas manchetes, sem poupar ninguém em Pernambuco. A linha editorial é ainda mais instigada quando se fala do futebol local, tanto positiva, quanto negativamente. Nos dias 20 e 27 de agosto, as quintas-feiras seguintes aos jogos entre Sport e Bahia, pela Copa Sul-Americana de 2015, as capas deixaram isso bem claro.
Após o duelo em Salvador, “Painho” ganhou vez na chamada, devido à boa vantagem para estabelecer 7 x 1 em mata-matas no clássico nordestino. Com a reviravolta no Recife, o velho apelido leonino, “Papai da Cidade”, ganhou uma versão curta e direta. As duas capas foram repercutidas no programa Redação Sportv, do canal Sportv, comandado pelo jornalista André Rizek.
Além da repercussão nacional, as duas manchetes rodaram bastante nas ruas de Pernambuco, uma vez que o Aqui PE é o jornal de maior circulação no estado, com 479 mil leitores diários, segundo o instituto Marplan/2014.
O Sport se classificou às oitavas da Copa Sul-Americana ao golear, de forma emocionante, o Bahia. O jogo e as suas consequências pautaram o 45 minutos, com debate sobre a escalação, escolhas de Eduardo Batista e o futuro na Argentina. O programa também fez uma prévia dos jogos de Náutico e Santa na Série B. Para completar, um tira-teima com a opinião de toda a mesa sobre quem está sendo mais decisivo. Grafite, com 3 gols ou 4 jogos, ou Hernane Brocador, com 4 gols em 6 partidas? Sem ficar em cima do muro.
Confira um infográfico com as principais atrações da gravação aqui.
Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!