O perfil do telespectador pernambucano no futebol

Perfil do telespectador do Campeonato Pernambucano 2012. Crédito: Rede Globo

Com uma média superior a 500 mil telespectadores a cada jogo do Pernambucano, surpreende a divisão de gênero, longe de qualquer imaginação machista no futebol.

De acordo com Ibope Media Workstation, em dados da Rede Globo, as mulheres que acompanham o futebol local representam quase a metade da audiência.

O gráfico sobre o campeonato estadual de 2012 também apresenta o avanço das classes D e E no bolo  saindo de 21% em 2011 para 23%.

Já sobre a faixa de idade, o perfil de 25 a 49 anos passou de 42% para 44%.

Mudanças pontuais uma tendência nos próximos anos?

Confira as maiores audiências televisivas do Campeonato Pernambucano aqui.

As maiores audiências televisivas do Pernambucano

As 5 maiores audiências do Campeonato Pernambucano 2012. Fonte: Rede Globo

Na média, o Campeonato Pernambucano de 2012 foi assistido na televisão aberta por 524 mil pessoas, com 24 pontos de audiência no Grande Recife. O percentual de televisões ligadas nas partidas chegou a 55%. Números positivos para o contexto local.

Nos gráficos acima e abaixo, as dez maiores audiências do torneio, segundo o Ibope Media Workstation, com dados da Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão.

O Sport aparece oito vezes no top ten, nos oito primeiros lugares. O Santa Cruz vem em seguida, com cinco partidas. Em terceiro, o Náutico, com três.

Em 2011, o Leão apareceu sete vezes, contra cinco da Cobra Coral e quatro do Timbu.

Em relação à audiência absoluta, a final de 2011 segue com mais torcedores. Foram 1.040.976 pessoas diante da TV. Em 2012 o número caiu para 863.818. No entanto, neste ano o “share” foi maior, com 79%, contra 77% na edição anterior.

Confira os dados da temporada passada no certame do estado clicando aqui.

Do 6º lugar ao 10º, as maiores audiências do Campeonato Pernambucano 2012. Fonte: Rede Globo

As doze melhores capas do Superesportes em 2012

As melhores capas do caderno Superesportes, do Diario de Pernambuco, em 2012

Na última capa do caderno Superesportes em 2012, neste 31 de dezembro, um resumo com as doze melhores edições publicadas nesta temporada.

Na escolha, uma edição por mês.

Sempre com feitos grandiosos, histórias diferenciadas e imagens marcantes.

A escolha foi feita por editores e repórteres, além da opinião dos leitores.

Que em 2013 a linha editorial do tradicional caderno esportivo do Diario de Pernambuco seja mantida, com novas capas para o torcedor guardar na memória e compartilhar com os amigos, sendo eles torcedores rivais ou não…

Confira a capa em uma resolução maior clicando aqui.

Os pretendentes da 54ª Copa Libertadores da América

Os 38 clubes da Copa Libertadores da América 2013. Crédio: pasionlibertadores.com/divulgação

Abarrotada, a Copa Libertadores da América de 2013 terá 38 clubes.

O formato engloba seis mata-matas na primeira fase, popularmente conhecida como Pré-Libertadores. Depois, uma tabela com 32 times na fase de grupos.

Avançando os dois melhores colocados das oito chaves, começa uma sequência de fases eliminatórias em 180 minutos, das oitavas de final à decisão.

Acima, o mapa dos participantes desta nova edição, a 54ª da história. Abaixo, a melhor campanha de cada um. Ao todo, dez campeões estão na disputa.

Há espaço para um novo campeão ou a tradição deve continuar sendo gravada na placa de metal que compõe a base do famoso troféu continental?

Saiba mais sobre as classificações das 38 equipes clicando aqui.

Campeão (10) – Boca Juniors, Vélez Sarsfield, São Paulo, Grêmio, Palmeiras, Corinthians, LDU, Olimpia, Peñarol e Nacional

Vice-campeão (4) – Newell´s Old Boys, Fluminense, Barcelona e Sporting Cristal

Semifinalista (9) – Bolívar, Atlético-MG, Universidad de Chile, Independiente Santa Fé, Tolima, Millonarios, Emelec, Cerro Porteño e Libertad

Quartas de final (2) – Defensor e Caracas

Oitavas de final (2) – The Strongest e Toluca

Fase de grupos (4) – Arsenal, San José, Huachipato e Deportivo Lara

Estreante (7) – Tigre, Deportes Iquique, Xolos, León, César Vallejo, Real Garcilaso e Deportivo Anzoátegui

Retrospectiva da Arena Pernambuco em um minuto

Obra da Arena Pernambuco em dezembro de 2012. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Pela primeira vez, a construção da Arena Pernambuco deixou a lanterna entre os seis estádios escolhidos para a Copa das Confederações de 2013.

Em novembro, a obra atingiu 77% de avanço físico, ultrapassando o bilionário Maracanã, com 75%, segundo dados do Ministério do Esporte.

Ao fim de dezembro, o percentual do estádio em São Lourenço deve chegar a 85%.

Abaixo, um vídeo com a retrospectiva da construção, do visual rural do antigo terreno ao avançado estágio com a instalação da cobertura em 2/3 da estrutura.

Saiba mais sobre o avanço gradativo da construção pernambucana aqui.

O aumento do percentual na renda da FPF a cada partida

Regulamento do Pernambucano 2013

No borderô de um jogo de futebol a renda precisa ser toda detalhada, com o número de ingressos vendidos e devolvidos de cada setor e, também, as taxas necessárias…

A renda é dividida por inúmeros setores antes da receita líquida destinada ao mandante.

Como exemplo do que significa essa gama de taxas, a última final local, com a vitória do Santa Cruz na Ilha do Retiro. Na ocasião, o Clássico das Multidões gerou uma renda bruta de R$ 676.635. Com os descontos, R$ 498.717, ou 73%.

Alguns exemplos praticados no Campeonato Pernambucano:

1) 1% da renda líquida à Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco (ACDP)
2) 5% da renda bruta para a contribuição do INSS
3) Aluguel de campo, taxas de arbitragem, exames anti-doping, ambulância, seguro etc.

Neste bolo, o maior percentual, fora o faturamento do mandante, é o da própria FPF, com 6% da renda bruta de cada partida disputada. Era assim até 2012. Confira aqui.

Sem um motivo aparente, a taxa de administração da FPF subiu para 8%, de acordo com o regulamento do Estadual 2013 publicado pela entidade – veja aqui.

A longo prazo, é um aumento considerável. No Pernambucano deste ano, a renda total nas bilheterias foi de R$ 12.387.066. Ou seja, a federação embolsou R$ 743.223.

Caso o novo percentual estivesse em vigor, o montante saltaria para R$ 990.965.

Uma diferença absoluta de R$ 247.742 em quatro meses.

E assim a FPF segue como entidade futebolística mais lucrativa do estado. De 2011 a 2012, por exemplo, o seu patrimônio líquido subiu de R$ 2.858.889 para R$ 3.757.389, registrando um crescimento de 31,4%.

Agora, mais um motivo para um 2013 ainda mais saudável financeiramente.

Atualização do post.

Ao Superesportes, a explicação do presidente da FPF, Evandro Carvalho:

“Os clubes viram o esforço da FPF, no investimento nas divisões de base, nas competições amadoras. A proposta era de um reajuste de 10%, mas achamos que vai dar para trabalhar com os 8%. Se não der, a gente faz o reajuste no outro ano. Nos outros estados, a taxa é de 10%. Somos o que recebe menos”

1) A entidade frisa que os torneios da base não tem custo repassado aos clubes. Nota-se que o custo existe e será cobrado com antecedência, a cada jogo profissional.

2) Não procede a taxa de 10% em outras federações. Pelo contrário, a pernambucana já era alta. Em São Paulo, a entidade cobra 5%, mesmo percentual da federação baiana de futebol, do mesmo porte da pernambucana. Veja exemplos aqui e aqui.

Outra declaração do mandatário da FPF:

“Com os prejuízos que vamos ter com este Pernambucano (2013), com menos clássicos, vamos ter um déficit de mais de R$ 1 milhão.”

3) Ou seja, já que a entidade terá um déficit, nada como repassá-lo para os filiados…

Regulamento do Pernambucano 2012

A inacreditável fórmula definitiva do Pernambucano 2013

Feliz 2013. Crédito: FPF

Complexo, o regulamento do Campeonato Pernambucano de 2013 foi alvo de críticas inicialmente pelo primeiro turno, de valor discutível. Mas não ficou só nisso…

Para quem ainda não entendeu, eis a íntegra abaixo. Um documento de 15 páginas da FPF, modificado após o Conselho Arbitral, com a devida aprovação dos filiados.

Da vantagem na semifinal, de volta ao formato da Copa do Brasil, mas com critérios de desempate como cartões vermelhos, amarelos e sorteio, à definição da classificação final de todas as equipes, um sistema bem complicado para o torcedor.

E o que dizer da decisão do campeonato? Não há a vantagem na melhor campanha geral, como neste ano, ou sequer o saldo de gols nos 180 minutos.

Se houver empate em pontos nas duas partidas, haverá um terceiro jogo, com mando de campo da FPF. Nova igualdade, pênaltis. É grande a chance de que o estádio em questão para o duelo extra seja a Arena Pernambuco, em seu ano de estreia.

Hipoteticamente, uma equipe poderá ser campeã com a seguinte campanha: lanterna do primeiro turno, sem ponto algum; 4ª lugar no segundo turno; na semi, 1 x 0 em casa e 1 x 2 fora; na final, 1 x 0 em casa, 0 x 6 fora e 0 x 0 com vitória nos pênaltis na extra…

Doze clubes, inúmeras fases e nível técnico mediano na 99ª edição do Estadual.

Qual é a sua opinião sobre a fórmula? Simples de entender…?

As torcidas divididas pelo Todos com a Nota

Utilização do programa Todos com a Nota em 2012, com Sport, Santa e Náutico. Crédito: Todos com a Nota/Facebook

Certamente, vai começar a velha discussão… Mas vale uma análise.

A direção do programa Todos com a Nota divulgou um gráfico sobre a quantidade de cartões da promoção governamental solicitados nesta temporada. Só a partir do cartão é possível reservar ingressos nas mais variadas competições.

Ao todo, mais 100 mil cartões magnéticos foram cadastrados no sistema pelos torcedores. Nos percentuais, Sport 49%, Santa Cruz 30% e Náutico 21%.

No fim do ano passado, na última atualização desses dados, o programa TCN havia chegado à marca de 200 mil cartões digitais (veja aqui).

Na ocasião, Sport 49,5%, Santa Cruz 29% e Náutico 21,5%. Índices parecidíssimos, num universo de 100 mil e 200 mil cartões, respectivamente.

Na soma geral, seriam 148 mil cartões rubro-negros, 88 mil tricolores e 64 mil alvirrubros.

Na prática, a projeção se manteve, mas aí entra o questionamento. Este cenário é o reflexo geral das três maiores torcidas de Pernambuco?

Talvez, o mais correto seja dizer o óbvio, que este quadro mostra de forma direta uma camada da população, de menor poder aquisitivo.

Aquela que consome o futebol local via Todos com a Nota, até porque no último campeonato estadual a torcida do Santa Cruz, por exemplo, comprou mais ingressos no formato tradicional, entrando em choque com os dados apresentados aqui.

Considerando apenas os ingressos promocionais, foram 1,8 milhão de torcedores nos estádios este ano, proporcionando um acréscimo de 39% em relação a 2011.

Não por acaso, o contexto do Todos com a Nota está longe de ser desprezível, uma vez que estamos considerando nada menos que 300 mil pessoas…

Cartão da campanha Todos com a Nota

A oportunidade internacional para os times nordestinos

Campeões da Copa Sul-americana de 2002 a 2012. Crédito: Copa Bridgestone Sudamericana/Facebook

No âmbito nacional, são escassas as conquistas do futebol do Nordeste na elite.

Nas 83 competições organizadas até hoje, foram apenas quatro títulos. Contudo, no cenário internacional o desempenho é ainda mais modesto…

Nos mais de cinquenta anos de torneios oficiais da Conmebol, os clubes da região só estiveram presentes em 16 oportunidades. Ao todo, oito clubes.

Até hoje, apenas uma final no currículo. Em 1999, no último ano da Copa Conmebol, o CSA alcançou a decisão contra os argentinos do Talleres.

O time alagoano se aproveitou da vaga aberta ao campeão da Copa do Nordeste, uma vez que o Vitória, vencedor daquela temporada, declinou do convite. O vice, Bahia, e o terceiro colocado, Sport, também. Na quarta posição, o alviazulino de Maceió topou.

Considerando os três torneios sul-americanos com vagas direcionadas por critério técnico, o recorde de participações não passa de quatro edições, com a dupla Ba-Vi.

Por mais que a Libertadores continue sendo o sonho de consumo, é inegável o foco na Copa Sul-americana, até mesmo pelo número de vagas para os brasileiros, oito.

Em 2013, o Náutico já tem assegurada a vaga virtual. Resta confirmá-la na Copa do Brasil. Bahia, Vitória e até o rebaixado Sport também correm por fora.

Será possível ver em um futuro não tão distante algum time da região no topo da Sul-americana? Até lá, é preciso ao menos encarar a disputa com seriedade, como uma grande oportunidade de visibilidade, que mexe com a autoestima do torcedor.

Avançar algumas fases, ganhando cancha no exterior, é a primeira tarefa. Das 16 participações, em 10 os clubes locais ficaram logo na primeira etapa…

Taça Libertadores da América
1960 – Bahia (quartas de final, 1ª fase – 2 jogos)
1964 – Bahia (pré-libertadores, 1ª fase – 2 jogos)
1968 – Náutico (fase de grupos, 1ª fase – 6 jogos)
1988 – Sport (fase de grupos, 1ª fase – 6 jogos)
1989 – Bahia (quartas de final, 3ª fase – 10 jogos)
2009 – Sport (oitavas de final, 3ª fase – 8 jogos)

Copa Conmebol
1994 – Vitória (oitavas de final, 1ª fase – 2 jogos)
1995 – Ceará (oitavas de final, 1ª fase – 2 jogos)
1997 – Vitória (quartas de final, 3ª fase – 4 jogos)
1998 – América-RN (oitavas de final, 1ª fase – 2 jogos)
1998 – Sampaio Corrêa (semifinal, 3ª fase – 6 jogos)
1999 – CSA (vice-campeão, 4ª fase – 8 jogos)

Copa Sul-americana
2009 – Vitória (oitavas de final, 2ª fase – 4 jogos)
2010 – Vitória (fase nacional, 2ª fase – 2 jogos)
2011 – Ceará (fase nacional, 2ª fase – 2 jogos)
2012 – Bahia (fase nacional, 2ª fase – 2 jogos)

Participações internacionais
4 – Bahia e Vitória, 2 – Sport e Ceará, 1 – Náutico, Sampaio Corrêa, América-RN e CSA

Mais jogos oficiais
16 partidas – Bahia, 14 – Sport, 12 – Vitória, 8 – CSA, 6 – Náutico e Sampaio Corrêa, 4 – Ceará, 2 – América-RN

Mais vitórias
7 triunfos – Sport, 6 – Bahia, 5 – Vitória, 4 – CSA, 3 – Sampaio Corrêa, 1 – Náutico e Ceará, 0 – América-RN

O novo patamar, com jogador faturando mais que o clube

Marca oficial de Neymar, a "NJR". Crédito: Agência Loducca/divulgação

Neymar estabeleceu um novo patamar econômico no futebol brasileiro.

Nunca um jogador profissional havia faturado tanto em um ano jogando no país.

Nem Pelé.

O craque do Santos, de apenas vinte anos, encerra 2012 em alto nível técnico e com um faturamento pessoal de incríveis R$ 60 milhões (veja aqui).

A conta vai além do salário no Peixe. Ao todo, um pool de onze patrocinadores despeja mais de R$ 3 milhões a cada trinta dias. Completa a receita do atleta aparições em eventos, ações corporativas e seus produtos licenciados. Saiba mais aqui.

A renda obtida pela maior aposta do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 foi superior à receita operacional dos grandes clubes de Pernambuco.

Em 2012, o Sport gastou R$ 55 milhões, a maior cifra da história do clube. O Náutico chegou a R$ 30 milhões, enquanto o Santa Cruz empacou em R$ 14,3 milhões.

Antes de Neymar, Ronaldinho Gaúcho era o dono do maior salário no futebol brasileiro, com R$ 1,8 milhão, quando assinou com o Flamengo em 2011. Contudo, as ações de marketing de R10 no time carioca foram escassas.

Na ocasião, Ronaldinho tinha uma renda anual superior ao Santa, mas em um contexto provocado pela presença coral na Série D, sem cota de televisão, uma receita vital.

Agora não. Neymar aparece à frente de clubes que disputaram a elite, como o Botafogo. Não por acaso ele ocupa o 13º lugar entre os atletas mais bem pagos do mundo.

Essa inversão na ordem do faturamento será uma tendência a partir de agora?

Para parte dos clubes tradicionais, possivelmente. Mas existem as agremiações que já estão se adaptando ao novo mercado. Mais do que isso. Estão criando o novo mercado.

Turbinado pela supercota de TV, o Corinthians prevê um orçamento de R$ 300 milhões em 2013, numa escala que não deve terminar cedo. Enfim, enxergou a Fiel, que deverá formar o maior quadro de sócios do continente. Hoje, o Timão tem 106 mil membros.

No entanto, em um cenário mais amplo, com pelo menos vinte clubes de massa e mercado viável, a “concorrência” com Neymar será real.

Outros jogadores de ponta deverão seguir o mesmo modelo no país, aproveitando a estabilidade econômica. Cada vez mais ações à parte do uniforme clubístico.

Aos clubes, a necessidade de desenvolver mais ações com as suas torcidas para gerar novas receitas. Neymar pode ter sido só o primeiro aviso da nova ordem econômica.

Quem não se adaptar a esta realidade poderá ficar bem para trás em breve…