O velho clássico entre brasileiros e uruguaios volta a acontecer numa disputa eliminatória. Já foi final de Copa do Mundo, em 1950, de cinco edições da Copa América, 1919, 1983, 1989, 1995 e 1999, e de outras tantas semifinais.
Como nesta quarta, no renovado Mineirão, valendo uma vaga na decisão da Copa das Confederações. Apesar da tradicional rixa desde a Cisplatina, no Brasil os duelos vêm sendo bem favoráveis à Seleção.
O Brasil não perde do Uruguai no país desde 25 de novembro de 1992.
Era o primeiro jogo da Canarinha no interior do Nordeste. O estádio Amigão, em Campina Grande, recebeu o amistoso com vitória celeste por 2 x 1.
O Brasil entrou em campo com: Gilmar; Luís Carlos Winck, Válber, Ronaldão e Roberto Carlos; César Sampaio, Júnior, Raí e Zinho; Edmundo e Evair.
Aquela foi a primeira e última apresentação da Seleção no interior da região.
O preço não era convidativo. Um latão de Brahma por R$ 9 ou um latão de Budweiser por R$ 12. No entanto, depois de quatro anos, era a grande chance de tomar uma cerveja geladinha em um estádio de futebol no estado.
Fundamentada como foco da violência no futebol local, a cerveja estava proibida desde 24 de março de 2009, com o decreto oficializado na assinatura do governador sobre o projeto de lei estadual nº 932/2009, de autoria de Alberto Feitosa, após a Lei Seca iniciada pelo Juizado do Torcedor.
Neste ano, como se esperava, a comercialização e o consumo de bebidas alcoólicas foram liberados exclusivamente na Copa das Confederações. Uma imposição da Fifa através da Lei Geral da Copa, uma vez que a cervejaria Budweiser é uma das principais patrocinadoras da entidade, há anos.
Em março do ano passado, por 15 votos a 9, uma comissão da Câmara dos Deputados havia aprovado a mudança na lei, em caráter extraordinário.
Portanto, foram disputados três jogos na Arena. O consumo nos bares foi intenso nas três ocasiões. Mesmo contando apenas com os stewards no trabalho de segurança, não foram registrados casos de violência. Obviamente, alguns torcedores ficaram levemente exaltados, mas foram contidos.
Com o fim do evento teste no Recife, volta a valer a velha regra…
No estádio em São Lourenço, cujo contrato de naming rights adotou uma cervejaria, com Itaipava Arena Pernambuco, a venda está vetada. Contraditório.
Há uma pressão dos clubes para a revogação da lei, pois a receita com bar era substancial no orçamento. A própria Itaipava não ficará satisfeita em emplacar apenas o seu nome. Quer o seu produto junto ao público.
Será que o bom comportamento da torcida na Copa das Confederações, rivalidade à parte, poderá influenciar na revisão da lei estadual? É possível…
A intertemporada do futebol nacional forçada pela realização da Copa das Confederações está na reta final. Enquanto Náutico, Santa Cruz e Sport continuam aprimorando as equipes em Natal, Camaragibe e Chã Grande, respectivamente, uma outra atividade, estrutural, corre contra o tempo.
Apesar da paralisação, todos os campos foram castigados pelas chuvas intensas em junho. Numa temporada marcada pela enorme seca, bastaram algumas pancadas de chuva. Confira a situação de cada um.
Hora de recuperar o piso para a sequência do Campeonato Brasileiro.
A Arena Pernambuco enfim passa a ser a nova casa do Náutico, que disputou as duas primeiras partidas como mandante na Série A nos Aflitos. O estádio teve apenas três jogos no evento teste da Fifa. No terceiro, contudo, a grama do tipo bemuda e colocada em março apresentou alguns pontos claros. Apesar da ótima drenagem, a falta de luz natural mais intensa durantes alguns dias atrapalhou o cultivo do campo. Por sinal, esse episódio deve acarretar na necessidade de adquirir uma máquina de luz artificial para a Copa 2014.
Intervalo: 13 dias
Última partida: Uruguai 8 x 0 Taiti, em 23 de junho
Próximo jogo: Náutico x Ponte Preta, em 7 de julho
O Arruda deveria ter recebido três seleções durante a fase de treinamentos da Copa das Confederações. No entanto, mesmo sob a coordenação de técnicos da Fifa, o gramado piorou no período, inviabilizando o uso pelas delegações. Os corais alegam que os membros da entidade tiveram duas semanas para o trabalho, mas acabaram atrasando a realização, feita às pressas. Até a apresentação do tricampeão estadual será preciso perfurar o campo para uma forração de areia, o que ajudaria a escoação de água acumulada das chuvas.
Intervalo: 34 dias
Última partida: Santa Cruz 2 x 0 Luverdense, em 2 de junho
Próximo jogo: Santa Cruz x Cuiabá, em 7 de julho
Nos jogos contra Palmeiras e Bragantino o campo da Ilha do Retiro ficou alagado. Enormes poças d’água atrapalharam bastante as equipes. O Sport aproveitou o intervalo para reforçar a drenagem, o verdadeiro problema – até porque o gramado foi trocado recentemente. De fato, era preciso fazer algo, uma vez que o sistema tem trinta anos. O clube investiu R$ 100 mil. São 16 horas por dia de trabalho, com 22 homens envolvidos ao todo. Tudo para concluir a instalação de 1,6 mil metros de tubos e 200 conectores.
Intervalo: 34 dias
Última partida: Sport 0 x 2 Bragantino, em 11 de junho
Próximo jogo: Sport x Avaí, em 16 de julho
Encerrada a participação pernambucana na Copa das Confederações.
Passagem com a classe do toque de bola espanhol, a emoção do duelo entre italianos e japoneses, a supergoleada uruguaia e a despedida taitiana.
Em uma semana, foram três jogos no novo estádio em São Lourenço da Mata, com cinco países diferentes, sérios problemas de mobilidade, soluções emergenciais, melhora e ótimos públicos na Arena Pernambuco.
Nessas três partidas, com 84,5% do borderô composto por torcedores do estado, o palco recebeu ao todo 104.241 pessoas.
41.705 – Espanha 2 x 1 Uruguai
40.489 – Itália 4 x 3 Japão
22.047 – Uruguai 8 x 0 Taiti
Como contrapartida, o público presente viu vários craques e seleções tradicionais, com todo respeito aos taitianos, e muitos gols.
A média foi de 34.747 torcedores, excelente. Com 18 gols no campo, o índice de bolas na rede foi de incríveis 6 tentos a cada noventa minutos.
Você assistiu a algum jogo na arena nesta Copa? Qual será a maior lembrança?
Esse clima diferente em torneios da Fifa voltará ao estado apenas em 2014, numa escala ainda maior, com cinco jogos, numa tal de Copa do Mundo.
Com show de bola, o Brasil conquistou o tetra no 3 x 0 sobre a Espanha.
Após quase duas décadas, enfim sul-americanos e europeus voltarão a decidir o título da Copa das Confederações. Brasileiros, italianos, espanhóis e uruguaios confirmaram o amplo favoritismo na fase de grupos e seguem na disputa pela taça da 9ª edição da competição, em solo brasileiro.
As duas escolas mais tradicionais só estiveram numa final, em 1995, quando a Dinamarca venceu a Argentina por 2 x 0 na então chamada Copa Rei Fahd. Neste ano teremos o eterno clássico de 1950 e um revival da última Euro. Há uma clara diferença técnica, da Espanha ao Uruguai, mas com um quarteto campeão mundial não há garantia nas previsões da bola. Eis a análise do blog.
Semifinais
26/06 – Brasil x Uruguai (Mineirão, 16h)
27/06 – Espanha x Itália (Castelão, 16h)
A final será realizada em 30 de junho, no Maracanã.
Confira as história de uma semifinal com quatro campeões mundiais aqui.
A Seleção Brasileira é um time em formação há várias temporadas. Desde 2010 o Brasil busca uma equipe ideal. Felipão parece ter dado essa cara. Alguns jogadores ainda são alvos de contestação, mas a espinha dorsal da próxima Copa está formada. O ótimo desempenho de Neymar é vital para este encaixe, além do apoio das arquibancadas, que realmente vem fazendo a diferença até aqui, com 100% e um ataque avassalador. Na defesa, Thiago Silva, absoluto, e David Luiz fecharam o setor.
Líder do grupo A – 3 jogos, 3 vitórias, 9 GP, 2 GC
Brasil 3 x 0 Japão
Brasil 2 x 0 México
Brasil 4 x 2 Itália
7ª participação no torneio
Melhor campanha: campeão (1997, 2005 e 2009)
A semifinal no Mundial 2010 e o título da Copa América em 2011 reergueram o futebol do Uruguai. No entanto, o time começa a sentir o desgaste da idade. Diego Forlán, de 34 anos, com 100 jogos pela seleção, é o principal exemplo. Está sem seu ciclo final no time de Tabárez. A equipe também carece de um articulador. Seu meio-campo é formado basicamente por destruidores. Na frente, Luis Suarez e Cavani vêm recebendo poucas bolas.
Segundo lugar do grupo B – 3 jogos, 2 vitórias, 1 derrota, 11 GP, 3 GC
Uruguai 1 x 2 Espanha
Uruguai 2 x 1 Nigéria
Uruguai 8 x 0 Taiti
2ª participação no torneio
Melhor campanha: 4º lugar (1997)
A Fúria chegou como favorita e não teve trabalho algum para ratificar o status na primeira fase, controlando a bola como sempre, com no mínimo 60% de posse. Iniesta aparece como a principal apoiador da Espanha. Inteligente, o meia do Barça tem um passe certeiro. Na frente, apesar da falta pressa em alguns momentos para definir, conta com Torres, David Villa e Soldado, num revezamento na escalação de Del Bosque.
Líder do grupo B – 3 jogos, 3 vitórias, 15 GP, 1 GC
Espanha 2 x 1 Uruguai
Espanha 10 x 0 Taiti
Espanha 3 x 0 Nigéria
2ª participação no torneio
Melhor campanha: 3º lugar (2009)
Os italianos mudaram a sua característica histórica. Nada de ferrolhos e contragolpes. A nova Itália sai para o jogo e marca muitos gols, apesar de mostrar um certo desordenamento em alguns momentos do jogo – o que vem resultando na mesma quantidade de gols sofridos. O técnico Prandelli gosta de ter Balotelli mais isolado à frente, com o meio-campo chegando com força. Andrea Pirlo, desfalque na terceira rodada, é peça imprescindível para a semi. A Azzurra conta com ele.
Segundo lugar do grupo A – 3 jogos, 2 vitórias, 1 derrota, 8 GP, 8 GC
Itália 2 x 1 México
Itália 4 x 3 Japão
Itália 2 x 4 Brasil
2ª participação no torneio
Melhor campanha: fase de grupos (2009)
A definição da fase decisiva da Copa das Confederações de 2013 promoveu uma composição histórica entre os semifinalistas do segundo torneio mais importante organizado pela Fifa. Em toda a história, esta é apenas a terceira vez em uma disputa senior reúne quatro campeões do mundo na semifinal.
Mundial, Copa das Confederações, Olimpíada, Eurocopa, Copa América etc.
Anteriormente, apenas os Mundiais de 1970 (Brasil, Itália, Alemanha e Uruguai) e 1990 (Alemanha, Argentina, Itália e Inglaterra) tiveram este contexto. Mas não é só isso. No evento teste em vigor, brasileiros, italianos, uruguaios e espanhóis somam 12 conquistas mundiais, no maior número já visto de taças agregadas.
A marca passada também foi estabalecida na Copa das Confederações, em 2005, com o penta Brasil, a tri Alemanha e a bi Argentina, somando dez títulos.
Desta vez, o penta Brasil, a tetra Itália, o bi Uruguai e a atual campeã Espanha.
Títulos mundiais em campo: 1930, 1934, 1938, 1950, 1958, 1962, 1970, 1982, 1994, 2002, 2006 e 2010.
Haja tradição em campo…
Sobre conquistas na Copa das Confederações, em sua 9ª edição, apenas a Seleção já levou o torneio, e em três oportunidades.
Nunca uma seleção sofreu tantos gols em um torneio senior da Fifa.
Em três partidas, atuando no Mineirão, Maracanã e Arena Pernambuco, o Taiti levou nada menos que 24 tentos de nigerianos, espanhóis e uruguaios.
O recorde durava exatos 60 anos, com a campanha da Coreia do Sul no Mundial de 1954. Na ocasião, em dois jogos, os asiáticos foram vazados 16 vezes.
Assim, segundo a fria estatística, o pequeno país da Oceania entrou na história pela porta dos fundos. Contudo, o Taiti deixa uma imagem muito mais grandiosa, através do fair play. Esbanjando carisma, o time foi abraçado pelo público brasileiro, numa paixão curiosa. De tão frágil, virou atração por onde jogou.
Aos jogadores amadores da equipe do pequeno arquipélago a campanha neste torneio era um verdadeiro sonho, desejando não acordar nunca.
Sonho que chega ao fim neste domingo, com mais uma goleada daquelas…
Até esta tarde, esses humildes desconhecidos defendiam o Taiti em uma Copa das Confederações, com partidas exibidas para todo o mundo.
Após o apito final do árbitro português Pedro Proença, nomes como Tehau, Meriel, Caroine, Hnanyine e Chong Hue tiveram um gesto emocionante.
Agradecimento ao carinho recebido em todos os jogos, eles deram uma verdadeira volta olímpica com a bandeira do Brasil. O público aplaudiu de pé.
A viagem de volta será longa, até o outro lado do mundo. Lá, deverão cair no esquecimento. Voltam à pacata rotina no Taiti, como estudantes, contadores, entregadores, vendedores de celulares, alpinistas e até desempregados…
O padrão vermelho e branco na competição de 2013 é a prova viva para sempre de uma viagem inacreditável proporcionada pelo futebol. Obrigado, Taiti.
O atacante Abel Hernández foi revelado pelo Central Español de Montevidéu em 2007, ainda adolescente. Tinha apenas 17 anos.
No ano seguinte, o forte centroavante de 1,86m foi contratado pelo tradicional Peñarol, onde ficou apenas uma temporada.
Tempo suficiente para assinar com o Palermo da Itália, onde atua até hoje. Na Celeste, porém, é quase desconhecido. Até este domingo eram apenas 9 jogos.
Também pudera, pois o ataque charrúa dirigido pelo maestro Oscar Tabárez conta com Cavani e Luis Suárez, além do veterano Diego Forlán. Qualidade.
Diante do fraco Taiti, neste domingo, o Uruguai precisava de uma vitória simples. O treinador, sem medo e consciente o abismo técnico, escalou um time reserva.
Chance para Hernández. O atleta de 22 anos, nascido em Pando, na região metropolitana da capital nacional, aproveitou bem a chance…
Marcou quatro gols, metade do placar estabelecido pela Celeste, 8 x 0.
La Joya, como é conhecido, só havia anotado 3 gols pela seleção, cuja estreia ocorreu em agosto de 2010. Turbinou sua estatística para 7 gols em 10 jogos.
Se tem alguém que vai sair bem feliz desta Copa, esse é o agora menos desconhecido Abel Hernández…