Em 1950, Pernambuco foi o único estado do Nordeste na Copa do Mundo. Em 2014, o estado foi o quarto da região a estrear no segundo Mundial no país.
A história do maior torneio do futebol voltou a ser escrita na terrinha.
Sempre com jogos movimentados. Chile 5 x 2 Estados Unidos na pioneira edição e Costa do Marfim 2 x 1 Japão. Ambos na fase de grupos.
Muita chuva e improviso na chegada do público, com números bem distintos nos dois jogos. Na Ilha do Retiro, 8.501 espectadores. Na Arena Pernambuco, 40.267.
As comparações param por aí.
Há 64 anos, a partida não foi transmitida na televisão. Até mesmo no rádio o alcance foi restrito, apenas em solo nacional.
Na histórica noite deste sábado, no primeiro dos cinco jogos da Copa agendados para o moderno estádio em São Lourenço, aproximadamente 200 países assistiram ao vivo…
Yaya Toure e Didier Drogba desfilaram categoria, para deleite do público. Durante noventa minutos, os olhos do mundo futebolístico ficaram atentos a Pernambuco.
Rio de Janeiro – O Maracanã está pronto para voltar à Copa do Mundo.
Em vez de 200 mil torcedores, como na decisão há 64 anos, 71 mil devem assistir ao jogo Argentina x Bósnia e Herzegovina. Público menor, mas com lotação máxima, a atual.
Aqui, um último olhar no estádio…
A gravação foi feita pelo blog no curto período liberado pela Fifa, na noite de sábado, com o time de Messi fazendo o reconhecimento do gramado impecável.
Rio de Janeiro – A quantidade de jornalistas estrangeiros no Maracanã impressiona e corrobora com a tese de que o número de credenciados seria incomparavelmente maior que na Copa das Confederações.
No amplo centro de imprensa, gente de todos os cantos. Inglaterra, Itália, Índia, França, Bélgica, Bósnia e outros tantos cantos de línguas diferentes.
Daí, a dúvida inicial… Como compreender tantas declarações diferentes, tanto nas perguntas quanto nas respostas? Para amenizar o problema, a Fifa conta com uma equipe de tradutores instantâneos
Todos os jornalistas recebem um equipamento de áudio com quatro canais. Inglês, português, espanhol e a língua correspondente aos jogadores e técnicos na mesa.
Neste sábado, na primeira coletiva da Bósnia e Herzegovina, o canal especial foi para a língua croata. Vale informar informar que o país, dissidente da ex-Iugoslávia, tem três idiomas, croata, bósnio e sérvio.
Resta confiar no grau de fidelidade das traduções. Em alguns momentos, frases são perdidas, o que deixa o texto pouco abaixo dos 100% de certeza…
Na selva, como os ingleses cansaram de descrever a partida em Manaus, valeu a lei da natureza, ao menos a do futebol.
Com o time mais forte devorando a presa de forma impiedosa.
A tetracampeã mundial Itália, com direito a gol do mito Balotelli e ótima atuação de Pirlo, venceu neste sábado calorento, por 2 x 1, a Inglaterra, que parece viver apenas de 1966.
Com um conjunto forte e competitivo – sobretudo em torneios à vera -, a Azurra jogou mais que o English Team, que, é verdade, não fez uma má apresentação.
Nesta noite na Amazônia, no entanto, aconteceu o cenário mais comum aos ingleses, com muito mais nome do que futebol.
Como o esporte reserva surpresas desde sempre, essas palavras podem ser desmentidas ainda nesta Copa. Porém, não é o que mostra a história, ainda mais a história inglesa nos Mundiais. Já a da Itália…
Era difícil não enxergar a Costa Rica como o saco de pancadas do Mundial.
Foi o quarto integrante de um grupo com três ex-campeões mundiais, algo inédito na história do torneio. A dúvida era sobre quem sobraria no grupo D entre os tradicionais Itália, Inglaterra e Uruguai.
Na análise prévia, todos venceriam a Costa Rica e depois se matariam. Faltou combinar com representante da América Central, que destruiu quase todas as bolsas de apostas. No bolão do jornal, eu havia colocado Uruguai 2 x 0…
A Celeste ainda saiu na frente, com Cavani cobrando pênalti no primeiro tempo. Na segunda etapa, uma virada relâmpago, em três minutos, e um tiro de misericórdia no finzinho, 1 x 3.
Em Fortaleza, a primeira grande zebra da Copa 2014. O velho aprendizado de que futebol é mesmo no campo…
Uma análise completa da estreia do Brasil na Copa do Mundo de 2014 e dos bastidores da cobertura do Diario de Pernambuco, espalhado no torneio. O debate uniu três cidades. João Andrade Neto acompanhou tudo in loco em São Paulo, Celso Ishigami cobre a Copa em Fortaleza, Fred Figueiroa e Rafael Brasileiro seguem no Recife. Na gravação, o blog ainda estava no Recife. Ouça agora ou quando quiser…
Via Skype, as gravações devem seguir até o fim da Copa, sempre com detalhes in loco.
Uma das mais belas festas já vistas num Mundial. Que eu já vi, pelo menos.
Exagero? Talvez, mas a frase foi escrita no calor de uma demonstração de amor sem igual da torcida colombiana no Mineirão, neste sábado.
Mais de 57 mil pessoas foram ao estádio de Belo Horizonte. A “BH” rapidamente foi apelidada de “BHogotá”. O mar de camisas amarelas impressionou.
Num primeiro olhar, pensei (quem não?) que se tratava de milhares de uniformes da Seleção Brasileira. Sim, havia camisas da Canarinha. No entanto, bastou um rápido close nas arquibancadas para diferenciar a camisa.
A invasão foi histórica, sem dúvidas. Em campo, o time correspondeu. Mesmo sem o seu camisa 9 original, Falcao García, cortado da Copa, a Colômbia goleou a Grécia por 3 x 0.
Multidão, festa, goleada… Talvez os colombianos concordem comigo.
Rio de Janeiro – A última aparição do Maracanã na Copa do Mundo conta com poucas imagens. Perdida no tempo, possivelmente até pelo trágico desfecho, a filmagem traz lances emblemáticos, dolorosos. Tudo em preto e branco. Na cena final, frames da arrancada do uruguaio Alcides Ghiggia até o chute rasteiro. A sequência do lance só pode ser vista em um outro microfilme, em uma câmera atrás do gol do Maraca naquela tarde. A bola entrou no cantinho esquerdo de Barbosa, num silêncio monumental que todo mundo já ouviu falar. O maior estádio do mundo, e era mesmo, viveu muito futebol depois disso. Com a própria Seleção Brasileira, com os Fla-Flus e com o brilho de muitos craques. Acima de tudo, a casa do futebol esperou bastante para ver o seu retorno ao maior evento esportivo do planeta.
Por fora, se mantém imponente como nunca, de uma beleza digna de cartão postão. Dentro, as diferenças estruturais saltam aos olhos, necessárias pela evolução. Em vez de uma multidão apinhada, em pé, assentos confortáveis. Da colossal assistência de 200 mil espectadores para 71 mil novos privilegiados. Mais de 23 mil dias separam aquele 16 de julho de 1950 deste 15 de junho de 2014. Quantas vezes não se imaginou rever o velho Mário Filho no Mundial? Quem jogaria… Quem brilharia… A longa espera acaba logo mais.
Mais uma vez com hermanos em campo, protagonizando o bom toque de bola com muita determinação. Nada de uniforme celeste, por enquanto, mas sim a camisa albiceleste. Uma reestreia com genialidade no gramado bem cuidado, através de Lionel Messi. Rivalidade à parte, não haverá o “estrondoso silêncio”, mas sim a reverência a um grande jogador. Será apenas a segunda vez do atacante no país – esteve num Brasil 0 a 0 Argentina em 2008, no Mineirão. Messi não tinha lugar melhor para praticar a sua arte, à frente da sempre favorita Argentina, há mais de vinte anos em busca do tri, contra a Bósnia e Herzegovina.
Com liberdade em campo, devidamente autorizada pelo técnico Alejandro Sabella, o craque do Barça será o alvo principal de uma partida transmitida com a mais alta tecnologia. Nada de frames envelhecidos com segundos de uma grande história, mas 90 minutos em alta definição para novos capítulos. Tudo no Maracanã terá mesmo um ar de novidade. O timaço argentino, com outros destaques como Di María e Agüero, vale o ingresso. No lado bósnio, o jogo é tão especial quanto. É a estreia do país, remanescente da antiga Iugoslávia e o único debutante nesta edição. Um jogo encarado como um presente, pelo adversário, pelo local e até pelo público, tão reverenciado e intimamente vinculado à alma do estádio.
A ligação do Maracanã com a Copa do Mundo conta com oito jogos. Agora serão mais sete. Se em 1950 a Seleção foi quase onipresente, com cinco atuações, desta vez só jogará em uma hipotética decisão. Até lá, vale admirar equipes do porte de Argentina, Espanha e França. Mas não se engane, aquela história contada e recontada em microfilmes não será apagada. Contudo, a história da Copa volta enfim a ser contada no velho gigante de concreto.
Rio de Janeiro – O Maracanã é uma atração à parte, com ou sem Copa do Mundo. A oficialização do renovado estádio como palco da final de 2014 só aumentou o mito. Quis o destino que os primeiros a contemplá-lo no Mundial fossem os argentinos.
A hinchada argentina será a segunda maior entre os estrangeiros. Mais de 61 mil ingressos foram parar nas mãos de torcedores de Buenos Aires, La Plata, Rosário e Mendoza. A confiança no tricampeonato mundial é grande…
“Confiança? Temos 100% de confiança, não menos que isso”, diz Ricardo Sturr.
Nesta manhã, dia que antecede à estreia contra a Bósnia e Herzegovina, o dia é de contemplar o velho (e renovado) Maraca.
“Nunca tinha ido a um jogo de Copa do Mundo. Não tem como não ser uma coisa especial. Desde criança eu queria conhecer o Maracanã. Estar aqui, numa Copa e com a nossa Argentina só faz com que tudo seja ainda mais especial. Queremos voltar, quem sabe com Brasil x Argentina (numa hipotética final)”, comenta Claudio Grapes.
O acesso ao estádio será só no domingo. Nesta sábado, só o entorno. Mas já é suficiente para ver de perto a estátua de Bellini, erguendo a Taça Jules Rimet em 1958. A escultura só realça os sonhos de todos os torcedores, das mais diversas nacionalidades, desde as primeiras horas da manhã.
Neste primeiro dos sete atos do Maracanã no Mundial, o maior sonho é mesmo dos hermanos.
Rio de Janeiro – Esta será a vista do blog nas duas próximas semanas. Acredite, a surpresa foi grande ao chegar na varanda e me dar conta da proximidade do Maraca. Por sinal, jamais havia visto o estádio… É deslumbrante. Exala futebol.
O tamanho da felicidade é proporcional ao da responsabilidade.
Portanto, esse é o início do trabalho definitivo no Mundial após o período de oito dias na fria Granja Comary, em Teresópolis, no início da preparação da Seleção.
Sou o quarto enviado especial do Diario de Pernambuco para a cobertura desta Coa do Mundo de 2014. Já haviam embarcado do Aeroporto dos Guararapes os repórteres João de Andrade Neto (São Paulo), Brenno Costa (Salvador) e Celso Ishigami (Fortaleza).
No Recife seguem os outros dois credenciados do jornal, Alexandre Barbosa e Daniel Leal, além de toda a equipe do portal Superesportes, num trabalho intenso com informações, imagens e novidades. Por sinal, o material produzido pelo blog deve ser focado no site.
Na minha agenda inicial, cinco partidas no renovado (e bilionário) estádio Mário Filho, incluindo quatro na fase de grupos e um nas oitavas de final.
Final da Copa do Mundo? Mais à frente. Por enquanto, vamos, sobretudo, com Argentina, Espanha e França…
Certeza mesmo, só a da bela vista até o dia 29 de junho.
A menos de 300 metros da casa do futebol.
Atualizando o primeira dia na cidade, à noite vista foi esta…