O revés do Leão na estreia da Copa Sul-Americana foi o tema principal da nova edição do 45 minutos. Além da análise sobre o público fraco e o desempenho ainda pior dos rubro-negros em campo, temos um debate sobre os jogos de Santa Cruz e Náutico na Série B, na sexta e no sábado, respectivamente.
O 54º podcast teve 1h22min de gravação. Estou na discussão com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.
O clássico entre os rubro-negros nordestinos foi o 10º jogo do Sport como mandante em jogos internacionais oficiais. Considerando as duas participações na Libertadores e as duas na Sul-Americana, o clube pernambucano levou 193.533 torcedores aos seus jogos, com uma média acima de 19 mil pessoas.
O índice caiu justamente na estreia da Sula de 2014, em outro fato negativo, além do placar. Foi o pior público do Leão em seu histórico internacional, com apenas 6.025 pessoas no borderô oficial (falta do TCN? horário?). Até então, a menor assistência na arquibancada havia sido 16 de agosto de 1988, quando o time vinha de uma situação ruim no grupo 3 da Liberta. Foram 15.213 pagantes.
Pelo menos, aquela torcida presente há 26 anos viu a maior goleada do Sport em jogos internacionais: 5 a 0, com dois gols de Robertinho, dois de Nando e um de Edson. Bem diferente da frustrante estreia na Sula de 2014. Ao todo, foram nove apresentações na Ilha do Retiro e um na Arena Pernambuco.
Taça Libertadores da América
02/07/1988 – Sport 0 x 1 Guarani – 27.860
16/08/1988 – Sport 5 x 0 Alianza (PER) – 15.213
23/08/1988 – Sport 0 x 0 Universitario (PER) – 22.628
04/04/2009 – Sport 2 x 0 LDU (EQU) – 20.184
08/04/2009 – Sport 0 x 2 Palmeiras – 19.386
22/04/2009 – Sport 2 x 1 Colo Colo (CHI) – 20.050
12/05/2009 – Sport (1) 1 x 0 (3) Palmeiras – 28.487
Copa Sul-Americana
20/08/2013 – Sport 2 x 0 Náutico – 16.125
23/10/2013 – Sport 1 x 2 Libertad (PAR) – 17.575
28/08/2014 – Sport 0 x 1 Vitória – 6.025
O Sport perdeu do expressinho do Vitória, lanterna do Brasileiro. Pois é.
Caiu em um jogo tido como prioridade há meses, no qual uma boa pontuação na Série A possibilitaria o foco na Copa Sul-Americana, na sua obsessão internacional.
A noite começou com a Ilha do Retiro bem morna, com um público aquém do esperado. Apenas 6.025 espectadores.
Em campo, a formação titular do leão pernambucano, já tendo Ibson de saída. Contudo, a equipe de Eduardo Batista (que grita por uma variação tática) não jogou futebol.
Quase não finalizou e cansou de dar espaço aos perigosos contragolpes baianos.
Em dez minutos de bola rolando foram logo dois. No segundo, o gol do jogo, com o experiente e técnico atacante Marcinho mandando na gaveta de Magrão.
A partir dali, a atuação de (quase) sempre, com o chutão, a palavra literal da “ligação direta”. Para isso, pesou o mau futebol dos volantes Wendel e Rithely.
À frente, um Felipe Azevedo nulo. Saiu ainda no primeiro tempo. Diego Souza, ainda buscando um melhor condicionamento físico, entrou e melhorou o passe, mas foi escalado fora de sua função.
Também no ataque, Neto Baiano mandou uma trave. Até a sua luta em campo foi apática desta vez. Precisa chutar.
Enquanto isso, o visitante veio sem oito titulares, praticamente relegando a Sula. Mas jogou sério, dentro de suas limitações, e construiu uma ótima vantagem para a volta, na próxima quarta, no Barradão.
Derrotado por 1 x 0, o Sport será obrigado a vencer em Salvador. Por 1 x 0 para levar para os pênaltis ou qualquer outro placar para avançar diretamente.
Difícil mesmo parece ser marcar um gol. Contra o Palmeiras, criou 20 chances e marcou 2 vezes. Na sequência, contra o Flu, passou em branco. Agora, outra vez.
A crise ofensiva é crônica. A pontuação no Brasileiro não pode esconder isso.
Ainda mais quando a prioridade internacional acaba prejudicada por tal contexto…
A eleição presidencial da FPF será realizada às 16h do dia 22 de setembro.
Na pauta, a votação para o quadriênio 2015-2018, com a convocação já feita para os 93 filiados, entre clubes e ligas municipais. O pleito vem sendo marcado pela antecipação da votação, na visão da oposição.
Tudo causa da assembleia geral eletiva que deu um 5º mandato a Carlos Alberto Oliveira, em 16 de setembro de 2010. No fim daquele evento, na sede da federação, na Boa Vista, uma medida extraordinária foi sugerida por Paulo Wanderley, então mandatário timbu e que também presidiu a assembleia.
A ideia era aumentar em uma temporada o mandato, para que o dirigente (já falecido) passasse o centenário da FPF como presidente, em 2015.
A ideia foi aprovada por 92 filiados – só o Sport esteve ausente.
Perguntando na época se o ato seria anti-estatutário, Paulo Wanderley respondeu o seguinte: “A decisão da assembleia geral é soberana”.
Quatro anos depois, já sob o comando de Evandro Carvalho, o ato foi deixado de lado – sem alarde. A alegação é de que a decisão valeria na figura de “Carlos Alberto”, e não para o “presidente”. Então, seria obrigado a cumprir o estututo.
É uma interpretação do processo, claro, mas há controvérsias.
O estatuto oficial preza pela realização da assembleia geral eletiva na segunda quinzena de setembro após o quadriênio – desconsiderando, naturalmente, o ano extra. Com pelo menos dois nomes na oposição (Geraldo Cisneiros e Romerinho Jatobá), esse buruçu deve se arrastar na justiça… 2014 ou 2015?
Como há algum tempo não ocorria, fora da esfera estatal, com o Todos com a Nota, os três grandes clubes pernambucanos assinaram um acordo em bloco.
O trio fechou um contrato com a TIM.
Na parceria, os clubes da capital entraram no programa da operadora de telefonia móvel que já contava com 14 times, incluindo os cinco de maior torcida no país: Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco.
O lançamento do Tim Torcedor ocorreu na loja da empresa no Shopping Recife, com a presença dos jogadores Luiz Alberto (Náutico), Flávio Caça-Rato (Santa Cruz) e Magrão (Sport).
O torcedor que adquirir um chip pré-pago customizado receberá notícias exclusivas do seu clube (e alerta de gols). A ação de patrocínio/marketing deve continuar em quiosques montados nos Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda.
O acordo não será, necessariamente, estendido à marca estampada na camisa. Porém, deve ser levado a campo.
Pela manhã, CT José de Andrade Médicis. À tarde, CT Wilson Campos.
Dois amistosos na agenda, Sport 4 x 3 Porto e Náutico 1 x 1 Santa Cruz. Partidas com as equipes juvenis do quarteto pernambucano.
Na beira do campo estava o objetivo daquilo tudo…
Impressionar o observador técnico da Seleção Brasileira, Bruno Costa.
Enviado pela CBF ao estado, o profissional veio dar sequêcia ao mapeamento de atletas para as seleções de base. No caso do Sub 17, haverá um Sul-Americano em 2015, no Paraguai.
Bruno tem 15 anos de experiência como “olheiro”. A serviço da confederação, a médio prazo, faz visitas aos principais centros de treinamento do país, conferindo o trabalho dos clubes tradicionais e de outros times focados apenas na formação de jogadores, como é o conhecido caso do Gavião do Agreste.
Em 2014, o observador já tem um mapeamento de pelo menos 60 anomes.
Até a disputa continental – classificatória para o Mundial da categoria -, o time verde e amarelo deve fazer uma série de amistosos com vários convocados.
Aí, a grande chance de Pernambuco voltar a figurar com a camisa canarinha.
Foi assim em junho de 2012, quando o rubro-negro Joelinton e o alvirrubro Jefferson Nem, atacantes, foram chamados pelo então técnico Marquinhos Santos. Na ocasião, foram analisados dois meses antes por Bruno Costa.
Agora, os times Sub 17 e o Sub 20 são comandados pelo mesmo treinador, Alexandre Gallo. Contudo, Bruno continua na função na Granja Comary.
Nota-se que a visita com o emblema da CBF aumenta a chance do estado.
O último jogador do futebol local chamado foi Douglas Santos, do Náutico, para a seleção principal, em 2013. Sport e Santa não têm atletas convocados desde 2012 e 2001, respectivamente. O interior jamais teve um representante…
Até hoje, 62 jogadores foram convocados para a Seleção Brasileira vestindo as camisas dos clubes locais, considerando todas as categorias. Veja aqui.
Quatro anos após sua última pesquisa, o Ibope voltou a mensurar o tamanho das torcidas brasileiras. Num levantamento encomendado pelo diário Lance!, o instituto ouviu sete mil pessoas em todos os estados. Sem surpresa, Flamengo e Corinthians estão bem à frente dos demais nas primeiras colocações.
Na zona intermediária, mudanças pontuais. A começar pelo Atlético Mineiro. Comparando com os dados de 2010, o Galo subiu do 9º para o 6º lugar, de 5 para 7 milhões de aficionados. Agora, está abaixo apenas do quinteto realmente popular nacionalmente (Fla, Timão, São Paulo, Palmeiras e Vasco). Num primeiro olhar, pesou a presença de Ronaldinho Gaúcho e a conquista da Taça Libertadores. Porém, também colaborou (até em maior parte) a margem de erro.
Seguindo essa mesma lógica (margem de erro e fatos recentes), os números também influenciaram o futebol pernambucano. Nesta pesquisa, o Sport caiu de 1,7% para 1,2%, deixando a liderança do Nordeste. Na verdade, foi ultrapassado pela dupla Ba-Vi, ocupando o 3º lugar na região.
Na rivalidade local, o Leão segue com a maior torcida, mas viu o Santa Cruz encostar bastante, crescendo de 0,6% para 1,0%. No período, mesmo em divisões inferiores no Campeonato Brasileiro, o Tricolor conquistou um tricampeonato estadual – em cima do rival, diga-se. Passou de 2 milhões de torcedores, o que há tempos não ocorria em amostragens nacionais.
E ainda há quem diga que resultados (títulos, campanhas, craques) não podem mudar o cenário… em qualquer esfera (estadual ou nacional), os números mostram outra coisa. Sempre com as margens para mais ou para menos.
Obs. O Náutico não apareceu entre os 18 maiores e não teve o seu dado divulgado balanço (o post será atualizado quando o número sair).
Ibope / Brasil 2014
Período: 05/12/2013 a 14/02/2014
Público: 7.005 (nº de municípios não divulgado; 26 estados e o DF)
Margem de erro: 1,0%
População estimada (IBGE/2013): 201.032.714
A Conmebol publicou em seu site a relação oficial de jogadores inscritos pelo Sport para a Copa Sul-americana de 2014. Cada clube pode inscrever até 30 atletas no torneio internacional. O Leão larga com os 30 nomes inscritos, sem nenhuma grande surpresa na lista.
Outra curiosidade diferença está na numeração, sem espaço para qualquer número marketeiro. Nada de Diego Souza 87 ou Ibson 80, por exemplo.
O regulamento da Sula adota numeração fixa de 1 a 30. No caso, os dois principais reforços rubro-negros vão vestir as camisas 26 e 28. Outros jogadores seguem com seus padrões clássicos, como Magrão (1) e Durval (4).
A numeração será exclusiva no torneio, a princípio em 28 de agosto no Recife e 3 de setembro em Salvador, contra o Vitória. Dá pra ir mais longe…?
A Arena Pernambuco foi concebida com a promessa, do governo do estado, de levar os 20 principais jogos de Náutico, Santa Cruz e Sport. Seria a forma de viabilizar economicamente o empreendimento milionário.
Do oito cenários levantados pela consultoria inglesa Comperio Research, num estudo de viabilidade encomendado pelo consórcio, o mais vantajoso era justamente aquele com o trio. Com as 60 partidas e outros eventos (shows e convenções), o faturamento anual chegaria a R$ 86,2 milhões.
R$ 86,2 milhões – Sport, Santa Cruz e Náutico
R$ 64,4 milhões – Sport e Santa Cruz
R$ 60,4 milhões – Santa Cruz e Náutico
R$ 60,1 milhões – Sport e Náutico
R$ 31,6 milhões – Sport
R$ 30,1 milhões – Santa Cruz
R$ 27,3 milhões – Náutico
R$ 5,7 milhões – Nenhum clube
Como se sabe, apenas a direção do Timbu firmou um contrato, e não para 20, mas para todos os jogos. Contudo, o estudo mostrava um maior avanço justamente em caso de presença dos outros dois rivais.
Batendo o pé, ambos demoraram a pisar na arena como mandantes. Acabaram “obrigados” pela nova redação do Todos com a Nota, que regula a manutenção do programa subsidiado à disputa de pelo menos dois jogos no local.
Agora, um novo cenário, que já dá margem para outra interpretação…
Em seu segundo ano de operação, a direção do consórcio que administra o estádio passou a negociar pacotes de jogos em vez de tempos mais longos – provavelmente, entenderam as posições de rubro-negros e tricolores. O primeiro foi o Sport, com 6 jogos no Brasileiro – o clube só deve firmar outro tipo de contrato quando começar a obra de sua própria arena.
Agora é a vez do Santa anunciar a sua ida à arena, com quatro partidas na segundona. Em 2014, o clube já cumpriu os seus dois jogos pelo TCN (Porto e Luverdense). O novo foco é na renda bruta mesmo.
Então, o ano já tem ao menos 29 jogos do Náutico, 6 do Santa e 6 do Sport.
Segue longe da proposta máxima (e ideal), mas, sem larde, o cenário melhorou, ao menos no número de partidas realizadas.
Na parceria público-privada, o governo terá que suprir o rombo no faturamento anual caso a receita seja abaixo de 50% da previsão de R$ 73,2 milhões, segundo o aditivo assinado em 21 dezembro de 2010. Nota-se que o montante é inferior ao do estudo supracitado, mas mesmo assim a meta segue distante.
Até porque falta aumentar também a taxa de ocupação. Aí, será preciso concluir a estrutura de mobilidade. Acredite, isso hoje é o mais difícil…
Os três grandes clubes de Pernambuco têm 22 mil sócios em dia. O dado, abaixo dos 40 mil na soma do ranking Futebol Melhor, considera apenas os associados titulares. São 9,6 mil rubro-negros, 8,5 mil tricolores e 3,9 mil alvirrubros. Números repassados ao blog pelos próprios clubes.
O trio já registrou números bem mais expressivos. Em 1999, por exemplo, o Santa chegou a ter 27 mil membros rigorosamente em dia. Na ocasião, o programa coral foi turbinado pela mensalidade de apenas R$ 5.
Criar novos planos, com descontos especiais em jogos e produtos formam um caminho para alavancar os quadros. Os três clubes centenários lançaram novos programas neste ano, todos com cadastro online.
À parte das vantagens do Futebol Melhor, o programa nacional de descontos em 600 produtos para sócios (incluindo dependentes acima de 18 anos), cada time vem optando por um caminho distinto para crescer em 2014. Vamos a eles.
Ao todo, são 10 planos, de R$ 20 a R$ 100. Em qual categoria você teria mais chance de se associar ao seu clube? O que falta para virar sócio? Comente.
O Náutico lançou um desafio para conseguir 5 mil novos sócios em 90 dias. Atingindo a marca, serão sorteados três iPads, uma moto e um carro. À medida em que as metas forem avançando, até um apartamento será sorteado. Das 4 categorias de sócios (contribuinte, patrimonial, sócio-torcedor e standard), que vão de R$ 20 a R$ 60, apenas a mais barata não dá direito ao “desafio da torcida”, com o sorteio de prêmios.
Confira os planos de sócios e benefícios do Alvirrubro clicando aqui.
O Santa Cruz iniciou uma nova campanha até com comercial na tevê. As quatro categorias (patrimonial, prata, ouro e master) dão ao titular o acesso liberado em todos os jogos do clube, em planos de R$ 30 a R$ 100. Já os dependentes pagam meia entrada. Apenas as categorias ouro e master têm direito a voto.
Confira os planos de sócios e benefícios do Tricolor clicando aqui.
No embalo da badalada contratação de Diego Souza, a mais cara da história leonina, o Sport estipulou 10 mil novos sócios até 30 de setembro. A projeção deve-se também aos descontos dados nas duas categorias do clube (contribuinte, R$ 40 e sócio-torcedor, R$ 25), sem taxa de adesão, confecção de carteira e dois meses grátis.
Confira os planos de sócios e benefícios do Rubro-negro clicando aqui.