Uma tarde de obediência tática e vitória timbu em Cuiabá

Série B 2014, 16ª rodada: Luverdense 0x2 Náutico. Foto: CHICO FERREIRA/FUTURA PRESS

A goleada sofrida no clássico no Arruda e a derrota em casa no jogo adiado contra o Vasco abalaram bastante o ambiente do Náutico, tendo a troca de treinador como principal expoente da crise. Dado Cavalcanti chegou para ocupar o lugar de Sidney Moraes e treinou a equipe apenas duas vezes. Mesmo com um grupo bem limitado, num flerte enorme com o Z4, o treinador parece ter incutido no time um esboço de estratégia, de obediência tática.

Foi o que se viu em Cuiabá diante da Luverdense, que buscava fincar seu lugar no G4. Num sábado de bastante empenho – ainda de luto pela morte do torcedor ilustre e ex-governador do estado, Eduardo Campos -, o Náutico venceu por 2 x 0. Dado havia dito que conhecia mais a Luverdense que o próprio Alvirrubro. De fato.

Série B 2014, 16ª rodada: Luverdense 0x2 Náutico. Foto: CHICO FERREIRA/FUTURA PRESS

Ele montou o mesmo sistema defensivo da última partida. Do meio para frente, várias novidades, com Paulinho, Crislan e até a volta de João Ananias. Jogando de forma leve na Arena Pantanal – como indicava a escalação -, o Alvirrubro foi contra os prognósticos. Abriu o placar no primeiro tempo Crislan, lançado em velocidade e concluindo com categoria, se aproveitando de uma saída atrapalhada do goleiro. O Timbu teve uma saída de bola mais organizada, evitando a ligação direta, uma queixa recorrente até então.

A posse de bola era baixa (41%), mas se o adversário controlava a pelota, não soube pressionar. A tática timbu do contragolpe já era clara. Em vantagem, então, nem se fala. Aos 7 minutos, o time pernambucano praticamente matou o jogo em outra bola lançada, desta vez para Sassá, fazendo 2 x 0 e encaminhando uma tarde como há muito não se via entre os alvirrubros…

Série B 2014, Luverndese 0x2 Náutico. Foto: FPF/divulgação

As capas dos games Fifa Football e Pro Evolution Soccer 2015

Capas dos games Fifa 2014 e 2015 e Pro Evolution Soccer 2014 e 2015. Crédito: Arte de Cassio Zirpoli sobre imagens de divulgação

As versões “2015″ dos tradicionais games Fifa Football e Pro Evolution Soccer estão agendadas para setembro deste ano.

Pela primeira vez os dois jogos serão lançados ao mesmo tempo na nova geração de videogames, com o Playstation 4 e o Xbox One à frente. No último ano, na estreia da nova geração, apenas o Fifa ganhou uma versão do tipo.

Nas capas, o gênio argentino Lionel Messi dividirá as prateleiras do mercado com Mario Götze, jovem craque do Bayern de Munique e autor do golaço que deu o tetracampeonato mundial à Alemanha.

Em relação às licenças, os times brasileiros da Série A terão os seus nomes e uniformes originais apenas no PES, cuja produtora Konami detém os direitos exclusivos. Assim, até os patrocinadores do Sport (como a Caixa) devem aparecer na camisa oficial. Sem a chancela, a EA Sports, criadora do Fifa, poderá optar, no máximo, por times genéricos, tanto nos nomes quanto nos padrões. Ainda assim, a chance de corte é real.

A rivalidade Fifa x PES existe há duas décadas nos videogames. Abaixo, as capas internacionais desde 2007, lembrando que alguns anos contaram com capas personalizadas, inclusive no Brasil.

De Adriano Imperador a Götze…

As capas dos games Fifa Football e Pro Evolution Soccer de 2007 a 2013

Diego Souza e a engenharia financeira para ter um jogador acima da média

Camisa de Diego Souza no Sport em 2014. Crédito: divulgação

O salário de Diego Souza é o maior já pago no futebol pernambucano.

Sem uma confirmação oficial do clube, os valores mensais variam de R$ 300 mil a R$ 400 mil mensais. A enorme diferença é baseada na interpretação do bônus protocolado no contrato de empréstimo com o jogador, seu empresário, Eduardo Uram, e o Metalist, clube da Ucrânia.

Considerando o período de acordo, de apenas quatro meses, o investimento pelo futebol do meia-atacante oscila entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,6 milhão. O recorde anterior havia sido em 2012, também na Série A e também em um articulador. No caso, Hugo, com R$ 200 mil por mês.

Nota-se uma clara diferença na postura econômica do clube nesses dois anos.

Na segurança no investimento, com garantias financeiras – o que levou Diego Souza a preterir Flamengo e Palmeiras na negociação -, e no já supracitado bônus. Tudo a partir de um plano de marketing e parceiros, claro.

O primeiro passo é o lançamento de uma camisa personalizada. No caso, com o “87” nas costas , o número de maior apelo no clube. Preço? R$ 200.

O uso da imagem do atleta segue – deverá ser assim até dezembro – para tentar impulsionar a campanha de sócios, uma receita flutuante.

A mídia em relação a Diego Souza é bem inferior a de Riquelme, não dá pra negar. Ainda assim, é viável a captação com o novo reforço, que chega ao clube com 29 anos, idade mais do que suficiente para atuar em alto nível.

Por sinal, espera-se que o desempenho em campo seja equiparado ao investimento, pois isso é essencial na venda de produtos oficiais e no fortalecimento do marketing, cumprindo a demanda extra do negócio.

Não há como dissociar. Esta é a engenharia financeira de uma contratação acima da média. E o sucesso da primeira empreitada é vital…

O relatório final da Copa do Mundo de 2014, sem versão em português

A Fifa divulgou um amplo relatório sobre a Copa do Mundo de 2014, com detalhes de todas as partidas, como gols, estatísticas (gols, posse de bola, faltas etc), público e diversas análises do grupo de estudos técnicos da entidade.

O documento tem 284 páginas. Confira a íntegra.

Apesar de o Mundial ter sido no Brasil, não foi disponibilizada uma versão em português. O textos estão em inglês, francês, espanhol e alemão. Pois é.

Podcast 45 minutos (49º) – Vexame coral, Dado no Náutico e Diego Souza no Sport

A nova edição do 45 minutos traz uma análise sobre a eliminação do Santa Cruz na Copa do Brasil diante do inexpressivo Santa Rita, além de comentários sobre as contratações dos meias Diego Souza e Ibson pelo Sport e do técnico Dado Cavalcanti no Náutico. Para completar, o cenário na Copa Sul-Americana, com a presença do Leão…

O 49º podcast teve 1h20min de gravação. Estou na discussão com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro.

Ouça agora ou quando quiser…

Os dois caminhos do Sport na Copa Sul-Americana. Ambos a partir do Vitória

Mensagem da Conmebol ao Sport pela classificação à Sul-Americana de 2014

Definidos os confrontos brasileiros na Copa Sul-Americana de 2014.

Os oito representantes do país, entre eles o Leão da Ilha do Retiro, irão estrear já na segunda fase do torneio internacional, que terá 47 times ao todo.

Sport x Vitória
Goiás x Fluminense
São Paulo x Criciúma
Bahia x Internacional

O Rubro-negro entrou como campeão nordestino, ficando com a vaga “Brasil 8”. Ao Superesportes, o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, afirmou que o título do Nordestão não traria vantagem ao clube na ordem dos representantes do país. Assim, o adversário é o “Brasil 1”, ou o melhor classificado na última Série A entre aqueles que não alcançaram as oitavas de final da Copa do Brasil. No caso, outro rubro-negro, o Vitória, 5º lugar.

Ao vencedor do confronto, porém, há um caminho ainda nebuloso. Tudo porque a Conmebol mudou na surdina a tabela original da Sula, sorteada em 20 de maio, em Buenos Aires, num evento transmitido ao vivo pelo canal Fox Sports.

Em seu site, a entidade divulgou um chaveamento bem distinto, cuja diferença foi percebida por Emerson Santiago, torcedor do Sport (saiba mais aqui).

Abaixo, portanto, os dois caminhos e os respectivos prints screens das tabelas.

Torcedor rubro-negro, qual tabela você prefere?

Em todo caso, antes precisará obter a vaga em Salvador…

TABELA ORIGINAL

2ª fase (fora) – 3 a 11 de setembro
Vitória

Oitavas (casa) – 1 a 22 de outubro
General Diaz (PAR, Cobresal (CHI), La Guaira (VEN) ou Atlético Nacional (COL)

Quartas (casa) – 29 de outubro a 12 de novembro
Universitario (BOL), Deportes Iquique (CHI), Millonarios (COL), César Vallejo (PER), Bahia ou Inter

Semifinal (casa) – 19 a 26 de novembro
Huachipato (CHI), San José (BOL), Universidad Católica (EQU), Anzoátegui (VEN), São Paulo, Criciúma, Goiás, Fluminense, Universidad Católica (CHI), River Plate (URU), Águilas Doradas (COL) e Emelec (EQU)

Decisão – 3 a 10 de dezembro
Entre duas dezenas de equipes, destaque para Boca Juniors, River Plate, Estudiantes e Peñarol.

Tabela original da Copa Sul-Americana 2014

 TABELA MODIFICADA

2ª fase (fora) – 3 a 11 de setembro
Vitória

Oitavas (fora) – 1 a 22 de outubro
Universidad Católica (CHI), River Plate (URU), Águilas Doradas (COL) e Emelec (EQU)

Quartas – 29 de outubro a 12 de novembro
Em casa: Lanús (ARG)
Fora: Peñarol (URU), Jorge Wilstermann (BOL), Deportivo Cali (COL) e Universidad Cajamarca (PER)

Semifinal – 19 a 26 de novembro
Em casa: Godoy Cruz (ARG), River Plate (ARG), Bahia ou Inter
Fora: General Diaz (PAR), Cobresal (CHI), La Guaira (VEN), Atlético Nacional (COL), Huachipato (CHI), San José (BOL), Deportivo Anzoátegui (VEN) e Universidad Católica (EQU)

Decisão – 3 a 10 de dezembro
Entre duas dezenas de equipes, destaque para River Plate, Boca Juniors e Estudiantes. O River disputaria a outra chave da semi caso outro time brasileiro alcance a semifinal, à parte de Bahia e Inter.

A nova tabela da Copa Sul-Americana 2014, disponível em 25 de julho de 2014

A sina coral de vexames na Copa do Brasil agora com um genérico

Copa do Brasil 2014, 3ª fase: Santa Cruz x Santa Rita-AL. Foto: Marlon Costa/FPF

Outro vexame no Arruda. Na Copa do Brasil, a sina coral parece cruel.

São seguidas eliminações em casa diante de adversários sem expressão alguma.

Coríntians-RN (2003), Ulbra-RO (2007), Fast-AM (2008), Americano-RJ (2009), Penarol-AM (2012) e agora Santa Rita-AL (2014), um santa genérico de uniforme.

Diante de um estreante no torneio, um Santa Cruz calejado, em sua 21ª participação. Apesar de tanto tempo de casa, teima em não aprender a jogar uma competição tão importante no futebol nacional…

Após a derrota em Maceió, quando sofreu três gols, num resultado direto de um sistema defensivo perdido, o Tricolor ficou no 1 x 1 na noite desta quinta.

É verdade que o time pernambucano até pressionou, exigindo ao menos cinco boas defesas do goleiro Jefferson, mas o gol sofrido logo aos três minutos deixou claro que o buraco na zaga está comprometendo a temporada.

O empate, através de Betinho, aos 36 do segundo tempo, até deu um fio de esperança à torcida presente. Com o time no desespero, a esperança se dissipou.

A eliminação na terceira fase tirou do Santa a cota de R$ 530 mil pela disputa nas oitavas de final…

Um derrota moral e financeira no Mundão. Mais uma na Copa do Brasil…

Copa do Brasil 2014, 3ª fase: Santa Cruz x Santa Rita-AL. Foto: Marlon Costa/FPF

San Lorenzo amplia a galeria argentina de títulos internacionais, com 64 das 168 taças

Final da Libertadores de 2014: San Lorenzo (Argentina) 1x0 Nacional (Paraguai). Crédito: Conmebol/site oficial

A inédita conquista do San Lorenzo na Taça Libertadores da América de 2014, fazendo abrir mais um sorriso no carismático Papa Francisco, ampliou a liderança argentina no número de taças internacionais oficiais erguidas pelos clubes ligados à Conmebol.

Foi o 64º título do país vizinho, com 12 clubes campeões, numa conta antiga e complicada. Soma agora seis a mais que o Brasil, com 11 times distintos.

A lista de competições organizadas pela Conmebol e pela Fifa é bem extensa, entre títulos mundiais, intercontinentais e continentais, dos mais variados pesos. Ao todo são 17 torneios diferentes espalhados em 168 edições!

Alguns só foram reconhecidos décadas depois, como o primeiro de todos, o Torneio dos Campeões de 1948, vencido pelo Vasco e com o mesmo status da Libertadores. Recentemente foi adicionada à lista a Copa Rio de 1951, conquistada pelo Palmeiras e considerada pela Fifa oficial, de “abrangência mundial”, mas não como título mundial.

Abaixo, a lista completa, já considerando a Recopa do Galo nesta temporada e também um título mexicano, uma vez que o Pachuca, mesmo da Concacaf, venceu um torneio sob a chancela da Conmebol.

Saiba mais detalhes sobre o ranking de títulos internacionais aqui.

Atualização até 14 de agosto de 2014, após a Libertadores, Recopa e Suruga.

Argentina – 64 títulos, com 12 clubes
18 – Boca Juniors, 16 – Independiente, 6 – Estudiantes de La Plata, 5 – River Plate e Vélez Sarfield, 3 – Racing Club e San Lorenzo, 2 – Argentinos Juniors, Arsenal e Lanús, 1 – Rosário Central e Talleres

Brasil – 58 títulos, com 11 clubes
12 – São Paulo, 9 – Santos, 7 – Cruzeiro e Internacional, 4 – Grêmio, Flamengo, Corinthians e Atlético Mineiro, 3 – Vasco e Palmeiras, 1 – Botafogo

Uruguai – 18 títulos, com 2 clubes
9 – Peñarol e Nacional

Paraguai  – 8 títulos, com 1 clube
8 – Olimpia

Colômbia – 8 títulos, com 4 clubes
5 – Nacional, 1 – Once Caldas, America de Cali e Millonarios

Equador – 4 títulos, com 1 clube
4 – LDU

Chile – 4 títulos, com 2 clubes
3 – Colo Colo, 1 – Universidad de Chile

Peru – 2 títulos, com 1 clube
2 – Cienciano

Bolívia – 1 título
1 – Mariscal

México – 1 título
1 – Pachuca

Recopa 2014: Atlético-MG 4x3 Lanús-ARG. Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG/Flickr

As manchetes hermanas com a Libertadores dos cuervos

Jornais de Buenos Aires relatam a conquista da Libertadores pelo San Lorenzo em 2014, nas edições de 14 de agosto

A glória dos cuervos foi monotemática nas capas dos jornais de Buenos Aires.

Entre diários esportivos (Olé e El Gráfico) e tradicionais (Clarín e La Nación), nada menos que 14 estamparam na capa o San Lorenzo, campeão da Libertadores.

Apenas dois jornais da capital argentina ignoraram a conquista do time do Papa Francisco…

O El Cronista e o BAE Negocios, ambos com pauta econômica.

Por sinal, falando em dinheiro, o time de Boedo ganhou US$ 5,1 milhões pelo título, ou R$ 11,5 milhões.

Confira as capas em uma resolução maior na página do C5N clicando aqui.

Do projeto à arena, o longo trabalho de Eduardo. A mobilidade ficou no plano B

Eduardo Campos e Ricardo Teixeira (presidente da CBF) no Recife em 14 de março de 2007. Foto: Juliana Leitao/DP/D.A Press

O interesse do Recife na Copa do Mundo de 2014 era natural. Havia sido sede em 1950 e economicamente mostrava-se forte para repetir a história. As exigências de infraestrutura, claro, seriam bem maiores, começando pela oferta de um estádio moderno. Não cabia a nenhum dos palcos locais e o governo desde o começo não se mostrou disposto a articular qualquer reforma, por mais que existisse um lóbi para o Arruda através do plano de reforma com a Arena Coral. Com cinco meses de gestão, Eduardo Campos apresentou a candidatura do estado ao Mundial. Nada de São Lourenço da Mata, de Arena Pernambuco.

Já está caindo no esquecimento, mas a ideia inicial era a Arena Recife-Olinda, também com 45 mil lugares, mas encravada no bairro olindense de Salgadinho. O orçamento era de R$ 335 milhões, valor que rapidamente foi multiplicado pela necessidade de desapropriar quase todo o terreno selecionado. Durou algum tempo, até o último dia de inscrição de projetos em todo o país visando o torneio da Fifa. Em 15 de janeiro de 2009, num evento surpreendente, foi apresentada a Cidade da Copa, um novo complexo urbano na zona oeste da região metropolitana, tendo o estádio como mola mestra. Uma previsão de investimento em dez anos de R$ 1,59 bilhão.

Eduardo Campos assina o convênio com o Náutico para a Arena Pernambuco, em 17 de outubro de 2011. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

Na ocasião, Eduardo Campos justificou a mudança como a necessidade de criar uma nova direção no crescimento do Recife e a facilidade na execução do projeto – apesar da pessão para desapropriar Jardim Penedo de Baixo, o pequeno centro rural que havia na área. Com a Arena Pernambuco, Pernambuco não só ganhou força na corrida da Copa do Mundo como se candidatou à Copa das Confederações de 2013. Neste caso, os laudos de execução não foram levados tão em conta. Valeu a articulação política (praxe), com junto a Ricardo Teixeira (então um interlocutor com a Fifa) e Lula (e a aproximação de Dilma, então aliada).

A cada declaração de Jérôme Valcke, batendo forte (e com justiça) na preparação brasileira, Pernambuco parecia mais longe do evento-teste. O torneio acabou crescendo mesmo, de quatro para seis sedes e Recife e Salvador foram confirmados em 8 de novembro de 2012. “A Copa das Confederações é matéria vencida”, dizia dias antes Eduardo Campos. O plano de aceleração da obra do estádio funcionou, com a antecipação da entrega em oito meses. O custo da arena, no entanto, extrapolou, dos R$ 532 milhões previstos para uma “projeção” de R$ 650 milhões.

Com mais de um ano de operação, o estádio segue sem o seu preço final, numa conta que Eduardo jamais respondeu – e que vingará até 2043, numa parceria público-privada cujo faturamento iniciou muito abaixo do esperado, com menos da metade dos R$ 73 milhões exigidos sob contrato anualmente. No presente, o estado tem em seu histórico uma realização de sucesso na Copa das Confederações e na Copa do Mundo, com um total de oito jogos.

Eduardo Campos, governador de Pernambuco, visita a obra do estádio em São Lourenço com Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, e Aldo Rebelo, ministro do Esporte, em 5 de março de 2013. Foto: Teresa Maia/DP/D.A.Press

Mais de 400 mil turistas vieram ao estado, entre brasileiros e estrangeiros, com aceitação acima de 90%, segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (turista doméstico) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (internacional). Índices puxados pela receptividade de um torneio inesquecível em todo o país, mas que não apagam, de forma alguma, os problemas vistos na mobilidade. Esse ponto era o de maior expectativa de transformação na capital, impulsionado pelos investimentos públicos no Mundial.

Entretanto, o atraso – haja burocracia – respingou forte no Mundial, com a criação de um plano B para o transporte, focado exclusivamente para os torneios, com estacionamentos e ônibus especiais, num cenário bem diferente daquele imaginado em 15 de janeiro de 2009. Mas algo precisava ser feito. Se a infraestrutura não foi plenamente entregue – as obras, ainda necessárias, ao menos continuam -, um plano paralelo foi perfeitamente executado. As duas Copas passaram. E o legado ainda é o grande desejo da população. Era o de Eduardo também, em outro ritmo.

Eduardo Campos pisa pela primeira vez no gramado da Arena Pernambuco, em 14 de abril de 2003. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press