Podcast 45 (215º) – Análise das estreias de Sport e Santa Cruz na Copa do Nordeste

Começou o Nordestão de 2016. A estreia pernambucana foi no sábado, com o empate sem gols do Salgueiro em Imperatriz. No domingo, mais dois representantes e um desfecho curioso. O Sport jogou mal e venceu o Botafogo fora de casa, enquanto o Santa jogou bem e perdeu do Bahia no Arruda. No 45 minutos, analisamos os jogos, com os erros e acertos de Falcão e Martelotte, já projetando o restante da fase de grupos. No fim, um debate sobre a história do Nordestão, com os títulos oficiais (desde 1994) e não oficiais (desde 1946).

Confira um infográfico com a pauta do programa aqui.

Neste podcast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Santa pressiona até o último lance, mas perde do Bahia no Arruda pela Lampions

Copa do Nordeste 2016, 1ª rodada: Santa Cruz 0x1 Bahia. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Aos 47 minutos do segundo tempo, na última investida coral, Alemão acertou a trave. Minutos antes o zagueiro já havia mandado no travessão. Era o Santa todo lançado ao ataque tentando reverter o placar a favor dos baianos, firmes em campo. A derrota por 1 x 0, no Arruda, terminou com aplausos de boa parte dos torcedores presentes – não muitos, pois o borderô foi abaixo do esperado, com 10.492 pessoas. Um reconhecimento justo, pois o time lutou. O jogo inteiro.

Já era de se esperar uma equipe mais instigada, até porque a Copa do Nordeste é apontada como prioridade no primeiro semestre coral. Se nos últimos cinco anos faturou quatro estaduais, no regional ainda não conseguiu ir longe. Logo cedo, a Taça do Nordeste esteve no Mundão para um tour junto aos torcedores. Para o troféu voltar ao estádio será preciso superar a fase de grupos com o tradicionalíssimo rival na disputa. Atual vice-campeão, o Bahia veio ao Recife reforçado por Hernane Brocador (ex-Sport) e Luisinho (ex-Santa). E pegou um time pernambucano mais coeso, com dois volantes. Martelotte se mostrou mais precavido que no Estadual, numa prudência esperada também para a Série A

O Santa dominou as ações, exigindo bastante do goleiro Lomba, sobretudo nos chutes de João Paulo e Wallyson. Mas bastou dar um tiquinho de espaço para o pior. O camisa 10 do Tricolor de Aço recebeu aos 21, deu três passos e mandou de fora área. A vantagem seria definitiva. É verdade que o Brocador teve duas chances claras para ampliar, mas no geral o visitante limitou-se a ocupar os espaços. E ainda houve um pênalti não marcado, com o árbitro assinalando falta em Allan Vieira fora da área. Foi em cima da linha. Num domingo para esquecer, Alemão até desviou para as redes. Centímetros à frente, impedido.

Copa do Nordeste 2016, 1ª rodada: Santa Cruz 0x1 Bahia. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

Mesmo jogando mal, Sport vira o placar em João Pessoa na estreia do Nordestão

Copa do Nordeste 2016, 1ª rodada: Botafogo-PB 1x2 Sport. Foto: Pedro Henrique/Esp. DP

Falcão teve que quebrar a cabeça para escalar o Sport, improvisando um lateral no ataque e com volantes na criação. Reflexo de uma irresponsável montagem de elenco até o momento, sem um meia de ofício com dois torneios em andamento. Em João Pessoa seria mesmo preciso superar obstáculos. A começar pela torcida, que aguardou até o último instante para para saber se entraria, após a recomendação do Ministério Público da Paraíba por causa das obras de um viaduto no entorno do Almeidão. Se não havia condições, então o veto deveria ser duplo, pois o Estatuto do Torcedor regulamenta a torcida visitante. Acabaram liberando torcedores sem uniformes. Decisão tosca.

Em campo, o rubro-negro também não se fazia presente. Tanto pelo padrão azul quanto pelo rendimento. Apesar da posse de bola, em 60%, o Sport não criou nada no primeiro tempo, numa atuação lamentável, em desvantagem desde os 11 minutos após mais uma falha de Matheus Ferraz nesta temporada. A bola sobrou limpa para Müller Fernandes, na cara do gol. Quanta diferença em relação ao time que terminou o Brasileirão. A falta de um pensador na equipe acabou gerando um estilo completamente distinto, basicamente uma busca incessante pela linha de fundo e bolas alçadas para Túlio de Melo.

Com tantos desfalques, a base foi lançada outra vez de maneira forçada. Ao menos um nome funcionou, Fábio. Deu um mínimo de mobilidade a um meio-campo marcador, porém acéfalo, mesmo diante de um adversário frágil. Ainda assim, os gols saíram, sem surpresa, em cruzamentos. Com Túlio de Melo pegando a sobra de um escanteio e com Rithely, a dez minutos do fim, se antecipando entre os marcadores, 2 x 1. Uma vitória na camisa, essencial nesta primeira fase do Nordestão. Sobretudo se o futebol continuar assim, pobre.

Copa do Nordeste 2016, 1ª rodada: Botafogo-PB 1x2 Sport. Foto: Pedro Henrique/Esp. DP

O último uniforme da Penalty para o Santa Cruz, já com o patch da Copa do Nordeste

Terceiro uniforme do Santa Cruz, produzido pela Penalty em 2016. Crédito: Santa Cruz/facebook

Apesar do fim do contrato já anunciado, até o início da Série A, a Penalty deu sequência à linha de uniformes do Santa Cruz, com a inspiração “Time de Guerreiros”, e lançou o terceiro padrão de 2016, tricolor com listras verticais. A estreia da camisa, já com o patch da Copa do Nordeste no peito, foi agendada para o jogo contra o Bahia, no Recife, na primeira rodada do regional. Por sinal, o estoque da Loja Cobra Coral, no Arruda, já havia sido abastecido na véspera.

O contrato com a fabricante paulista iria até 2019, mas a rescisão deve ocorrer para a entrada da Dry World, empresa canadense com negociações adiantadas com o clube pernambucano, aumentando a receita. Assim, os três uniformes produzidos pela Penalty só serão utilizados no Estadual e no Nordestão.

Tricolor, o que você achou do novo terceiro uniforme? 

Veja as duas primeiras camisas tricolores da temporada aqui.

Confira uma postagem com projeções de uniformes corais via Dry World aqui.

Os campeões do Nordeste e a antiga discussão sobre a chancela dos títulos

Os campeões da Copa do Nordeste: 1994 (Sport), 1997 (Vitória), 1998 (América-RN) e 1999 (Vitória); 2000 (Sport), 2001 (Bahia), 2002 (Bahia) e 2003 (Vitória); 2010 (Vitória), 2013 (Campinense), 2014 (Sport) e 2015 (Ceará)

Post atualizado 25/05/2017

Desde 1946, quando foi realizado um quadrangular em Natal, vencido pelo Fortaleza, foram disputados 38 torneios de futebol de amplitude regional no Nordeste – com pesos diferentes, naturalmente. A antiga discussão acerca da chancela oficial dos títulos segue com a CBF, que evita tocar no assunto sobre as competições anteriores a 1994, data da primeira Copa do Nordeste, também denominada de “Taça Governador Geraldo Bulhões”. Curiosamente, foi a única reconhecida posteriormente, quando a confederação passou a cuidar da Lampions League. Em setembro de 2014 o presidente da liga, Alexi Portela, encaminhou à direção de competições da entidade uma lista de “campeões oficiais”, incluindo o Torneio José Américo de 1975 e 1976. Até hoje, sem resposta.

Em 2012, devido à publicação do Guia Oficial da CBF, com os títulos informados pelos próprios clubes presentes, o Vitória passou a se proclamar pentacampeão nordestino, somando a taça de 1976. No entanto, o próprio site do clube se contradiz ao considerar o título de 1997 como o primeiro (veja aqui).

Historicamente, o Nordestão – alcunha popular há décadas – sempre foi  intermitente no calendário. Retomado em 2013, após um acordo na justiça entre a Liga do Nordeste e a CBF (que escapou de uma indenização milionária), o torneio está garantido pelo menos até 2022. Cada vez maior, saltando para 20 clubes e premiação de R$ 18,5 milhões em 2017, a Copa do Nordeste já surge como um título mais qualificado e desejado que o Estadual. Até hoje, apenas sete clubes ergueram a taça. A “orelhuda dourada”, aliás, já teve outros nove modelos oficiais. Entretanto, vale relembrar as demais disputas com tradição reconhecida, algumas até no período da precursora CBD. No levantamento do blog, seriam onze torneios, considerando até a recém-criada Taça Asa Branca. 

Nordeste:

Copa Cidade de Natal – 1946 
O torneio foi realizado para celebrar a instalação do sistema de iluminação do estádio Juvenal Lamartine, em Natal, que abrigou todas as partidas.

1946 Fortaleza (4 participantes)

Torneio dos Campeões do Nordeste – 1948
Foi o primeiro torneio com representantes de cinco estados. Todos os jogos ocorreram no Recife. O Santa Cruz , campeão pernambucano no ano anterior, estreou na semifinal.

1948 Bahia (6)

Torneio José Américo de Almeida Filho – 1975/1976
A competição foi organizada em homenagem ao estádio homônimo, o Almeidão, em João Pessoa, inaugurado no mesmo ano. Na temporada seguinte, o torneio foi ampliado, com direito à curiosa participação do Volta Redonda, do Rio de Janeiro.

1975 CRB (6)
1976 Vitória (12)

Copa do Nordeste – 1994/2015 (oficial)
Em 1994, a FPF firmou uma parceria com o governo de Alagoas para organizar a “1ª Copa do Nordeste”, como a competição foi lançada. Com o sucesso, acabou ganhando a chancela da CBF, que passou tomar conta do regional em seu período mais duradouro, a partir de 1997, conferindo ao campeão, inclusive, uma vaga na Copa Conmebol. Desde 2014, o campeão vai à Sul-Americana.

1994 Sport (16)
1997 Vitória (17)
1998 América-RN (16)
1999 Vitória (16)
2000 Sport (16)
2001 Bahia (16)
2002 Bahia (16)
2003 Vitória (12)
2010 Vitória (15)
2013 Campinense (16)
2014 Sport (16)
2015 Ceará (20)
2016 Santa Cruz (20)
2017 Bahia (20)

Taça Asa Branca – 2016
É a única disputa com apenas dois clubes envolvidos, com um jogo. Além do caráter amistoso. Ainda assim, mesmo questionável (no entendimento do blog), a Asa Branca se faz presente por um critério claro: é organizada pela Liga do Nordeste. A taça reúne o atual campeão nordestino (o mandante) e um convidado – o Flamengo foi o primeiro convidado. Em 2017 foi chamado o campeão da Copa Verde (por sinal, essa evolução para “Recopa N-NE” funcionaria melhor).

2016 Ceará (2)
2017 Santa Cruz (2)

Norte e Nordeste:

Torneio dos Campeões do Norte-Nordeste – 1951/1952
A premissa do torneio era uma ampliação da competição realizada na capital pernambucana em 1948. Três anos depois, o Norte foi incorporado, com o Remo chegando na final contra o Ypiranga, campeão baiano pela última vez. No ano seguinte, o Náutico, campeão estadual em 1951, entrou na semifinal do torneio, realizado no Recife.

1951 Ypiranga (8)
1952 Náutico (8)

Copa dos Campeões do Norte – 1966
Apesar do nome, a copa reuniu os vencedores da fase Norte-Nordeste da Taça Brasil. Até 1966, apenas clubes nordestinos haviam vencido. Todos os participantes se enfrentaram em jogos ida e volta na Fonte Nova, PV, Aflitos e Ilha do Retiro.

1966 Náutico (5)

Torneio Hexagonal Norte-Nordeste – 1967
Apesar das duas regiões envolvidas, foram incluídos apenas três estados, com dois pernambucanos, dois cearenses e dois paraenses em jogos de ida e volta.

1967 Santa Cruz (6)

Taça Almir de Albuquerque – 1973
A competição foi, na verdade, a primeira fase do Brasileirão. Na ocasião, foi criado um troféu ao melhor time em homenagem ao atacante Almir Pernambuquinho, revelado pelo Sport em 1956 e que faleceu justamente em 1973. A taça foi instituída a pedido da FPF.

1973 América-RN (16)

Copa Norte – A fase Norte-Nordeste da Taça Brasil – 1959/1968
Agora unificada ao Brasileirão, a pioneira Taça Brasil surgiu em 1959 como a competição que indicaria o representante do país à Taça Libertadores do ano seguinte. Com a precária estrutura de deslocamento de um país continental, o torneio de mata-mata foi regionalizado. Na fase Norte, que compreendia o Norte-Nordeste, o campeão tinha direito a vaga na semi ou na final nacional – sem definição prévia. Os vencedores do zonal celebravam as conquistas regionais, ainda que não fossem um torneio à parte.

1959 Bahia (8)
1960 Fortaleza (9)
1961 Bahia (9)
1962 Sport (11)
1963 Bahia (10)
1964 Ceará (11)
1965 Náutico (11)
1966 Náutico (11)
1967 Náutico (10)
1968 Fortaleza (11)

Torneio Norte-Nordeste – 1968/1970 (oficial)
Paralelamente ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa, agora unificado ao Brasileirão, a CBD organizou o interregional oficial para movimentar os clubes, uma vez que não havia sistema de divisão, ou mesmo de classificação, pois a participação no Robertão era via convite.

1968 Sport (23)
1969 Ceará (26)
1970 Fortaleza (36)

Campeões oficiais do Nordeste e do Norte-Nordeste (17):
4 – Vitória e Sport
3 – Bahia
2 – Ceará

1 – Fortaleza, América-RN, Campinense e Santa Cruz

Estados: Bahia (7), Pernambuco (5), Ceará (3), Rio Grande do Norte (1) e Paraíba (1)

Campeões do Nordeste e do Norte-Nordeste, oficiais e não-oficiais (38):
7 – Bahia
5 – Náutico, Vitória e Sport
4 – Fortaleza e Ceará
3 – Santa Cruz
2 – América-RN

1 – Ypiranga, CRB e Campinense 

Estados: Pernambuco (13), Bahia (13), Ceará (8), Rio Grande do Norte (2), Alagoas (1) e Paraíba (1)

Ranking dos pênaltis e das expulsões (3)

Pernambucano 2016, 3ª rodada: Náutico 1x0 Salgueiro. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Foram dois pênaltis marcados nesta terceira rodada do Estadual, ambos desperdiçados. O primeiro aconteceu na Arena Pernambuco, com o alvirrubro Júlio César fazendo uma excelente defesa na cobrança de Rogério Paraíba, do Carcará. Ajudou a garantir a terceira vitória seguida do Náutico. No Arruda, após a marcação de uma infração inexistente, Delone também espalmou o chute de Daniel Costa.

O levantamento do blog, que considera apenas a fase principal do Pernambucano de 2016, ainda foi alimentado com dois cartões vermelhos, também no movimentado jogo entre Santa e América, com um para cada lado.

Pênaltis a favor (3)
1 pênalti – Náutico, Salgueiro e Santa Cruz
Sem penalidade – Sport, Central e América

Salgueiro desperdiçou um pênalti
Santa Cruz desperdiçou um pênalti

Náutico evitou uma penalidade
América evitou uma penalidade

Pênaltis cometidos (3)
1 pênalti – Santa Cruz, Náutico e América
Sem penalidade – Salgueiro, Sport, Central e América

Cartões vermelhos
1º) Santa Cruz – 1 adversário expulso, 1 cartão vermelho
1º) América – 1 adversário expulso, 1 cartão vermelho
3º) Náutico, Sport, Salgueiro e Central – sem registro

Resumo da 3ª rodada do Pernambucano

Pernambucano 2016, 3ª rodada: Náutico 1x0 Salgueiro, Central 1x2 Sport e Santa Cruz 4x2 América. Fotos: Ricardo Fernandes (Arena e Arruda) e Paulo Paiva (Lacerdão), ambos do DP

O Náutico se manteve 100% após as três primeiras rodadas do hexagonal do Campeonato Pernambucano de 2016. Líder, o Timbu soma seis pontos a mais que o quinto colocado, com ampla vantagem para obter a classificação à semifinal. Desta vez, bateu o Salgueiro na Arena, com 2.893 torcedores. Em Caruaru, registrando um público de 3.643, o Sport só marcou o gol da vitória aos 39 do segundo tempo. O Leão enfim pontuou, mas segue fora do G4. Na quinta-feira, a rodada foi encerrada no Arruda, com 5.511 espectadores. Com dificuldades, o Santa venceu o América por 4 x 2, subindo para a vice-liderança.

Hoje, as semifinais seriam Náutico x América e Santa Cruz x Salgueiro.

Em 8 jogos nesta fase do #PE2016 saíram 18 gols, com média de 2,25. Em relação à artilharia, que a FPF considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, Cássio (Salgueiro) e Bergson (Náutico) lideram com 2 gols, cada.

Central 1 x 2 Sport – Com dois gols de cabeça, dando sequência ao estilo de jogo com bola alçada, o Leão conquistou a primeira vitória. Apertada.

Náutico 1 x 0 Salgueiro – A vitória poderia ter sido mais folgada caso Rony estivesse com o pé mais calibrado. Lá atrás, Júlio César defendeu um pênalti. 

Santa Cruz 4 x 2 América – O jogo mais movimentado da competição até o momento. O Tricolor se reabilitou, mas os erros da defesa preocupam.

Destaque: Túlio de Melo. Pior na rodada passada, o centroavante desta vez foi decisivo. Marcou o gol da vitória e ainda salvou o time no último lance.

Carcarça: Gilberto Castro Jr.. Com um histórico de atuações ruins, deixou de um expulsar um atleta do América e marcou um pênalti inexistente para o Santa

Próxima rodada
21/02 (16h00) – Salgueiro x Central, Cornélio de Barros
21/02 (16h00) – Sport x Santa Cruz, Ilha do Retiro
22/02 (20h30) – América x Náutico, Ademir Cunha

A classificação atualizada do hexagonal do título após a 3ª rodada.
*América x Central, jogo da 1ª rodada, será disputado em 14/02.

A classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2016 após 3 rodadas. Crédito: Superesportes

Sem espaço para zebra, Santa Cruz vence o América no Arruda e entra no G4

Pernambucano 2016, 3ª rodada: Santa Cruz x América. Foto: Ricardo Fernandes/DP

O árbitro Gilberto Castro Júnior tentou estragar a partida entre Santa e América, deixando de aplicar um cartão vermelho para o alviverde e assinalando uma penalidade inexistente para os tricolores. Isso num momento em que o placar estava apertado, por mais que o futebol do visitante fosse insuficiente para buscar uma nova zebra. No último lance do jogo, aos 49 minutos, Allan Vieira invadiu a área pela esquerda e tocou no contrapé do goleiro, marcando 4 x 2.

A vitória, a primeira do atual campeão, pavimenta o caminho para a estreia no Nordestão, no clássico contra o Bahia. Essa partida já vinha sendo tratada com cuidado, tanto que foi lançada uma formação mista na quinta, poupando Grafite. Com João Paulo tendo mais de liberdade, esperava-se uma maior variedade de jogadas. Em vez disso, sucessivos erros defensivos. Quando o resultado apontava 2 x 0, com Wallyson (numa arrancada) e Bruno Moraes (empurrando a bola em cima da linha), a zaga coral vacilou e a torcida perdeu a paciência, vaiando. O tento de Tiago Laranjeira foi emblemático. Com 1,68m, cabeceou entre zagueiros de 1,88m e 1,90m. Ao todo, cinco gols sofridos em três jogos.

A dez minutos do fim, já com a diferença mínima, o árbitro deixou de expulsar Danilo, que agrediu Keno. Apenas o tricolor (que revidou) foi expulso. No lance seguinte, Bruno Moraes foi desarmado na área e Gilberto marcou pênalti – desperdiçado por Daniel Costa. Para não haver dúvida, o derradeiro gol de Allan Vieira consolidou a freguesia do América, há 22 jogos sem vitória no confronto, desde 1990. Porém, passou a errônea imagem de uma partida ruim.

Pernambucano 2016, 3ª rodada: Santa Cruz x América. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Náutico vence o Salgueiro na arena e segue líder 100% após três rodadas

Pernambucano 2016, 3ª rodada: Náutico x Salgueiro. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Em 270 minutos de bola rolando, fora os descontos, a defesa do Náutico segue invicta no campeonato pernambucano. Sem sofrer gols e com a turma da dianteira correspondendo, o time alvirrubro segue isolado na liderança, com três vitórias em três jogos. Desta vez superou o Salgueiro por 1 x 0. Um adversário que até então havia parado Sport (vitória) e Santa Cruz (empate). Nas duas ocasiões, o Carcará balançou as redes. Contra o Náutico, nem mesmo de pênalti, com Júlio César espalmando a cobrança de Rogério.

O gol da vitória saiu ainda no primeiro tempo, com o atacante Daniel Morais marcando de cabeça após cobrança de escanteio. Foi um jogo estudado na arena, sem muitas brechas. Com paciência, o mandante ainda criou várias oportunidades para ampliar, sobretudo em jogadas pelos lados, com cruzamentos rasteiros. O 2 x 0, que parecia cabalístico neste início de temporada, não veio, mas o resultado foi confirmado sem maiores problemas.

Assim, o Náutico se aproxima de sua segunda melhor arrancada neste século, se mantendo 100% nas quatro primeiras rodadas de 2012. O melhor início ocorreu em 2002, com sete triunfos – acabou bicampeão. Sem o Nordestão no calendário, o time de Dal Pozzo terá onze dias de preparação até o América, numa noite de segunda em Paulista. Para manter a boa fase.

Pernambucano 2016, 3ª rodada: Náutico x Salgueiro. Foto: Ricardo Fernandes/DP

No sufoco, Sport supera o Central e conquista a primeira vitória no Estadual

Pernambucano 2016, 3ª rodada: Central x Sport. Foto: Paulo Paiva/DP

No sufoco, o Sport arrancou a vitória no Lacerdão e somou os seus primeiros pontos no Estadual. Na era profissional, o Leão nunca havia perdido nas três primeiras rodadas. A última vez tinha sido em 1930, ainda com amadores. Era um peso histórico considerável para um time criticado pelo futebol pobre, num reflexo de um elenco sem um meia capacitado. Não por acaso, não havia como esperar uma mudança expressiva em relação às apresentações contra Salgueiro e América. Ter mais vontade em campo já seria um bom indicativo.

Com gols dos reforços para o ataque, Lenis e Túlio de Melo, ambos de cabeça (surpresa?), o Rubro-negro venceu o Central por 2 x 1 num jogo decidido no finzinho. Numa peleja bem disputada na noite caruaruense, o empate parecia certo, após quatro bolas na trave na segunda etapa. Até que o centroavante grandalhão, após inúmeras tentativas desde a sua estreia, enfim balançou as redes. Foi no alto e testou no cantinho. Nos descontos, o próprio Túlio ainda salvou o derradeiro ataque alvinegro, tirando a bola em cima da linha.

Ainda falta bastante para retomar o ritmo do Brasileirão, mas o resultado ao menos diminui a pressão sobre o time de Falcão, sobretudo agora, com o início do Nordestão, o maior objetivo no semestre. No torneio local, a princípio basta fazer o óbvio e chegar à semifinal. Somou a primeira vitória para isso.

Pernambucano 2016, 3ª rodada: Central x Sport. Foto: Paulo Paiva/DP