Resumo da 1ª rodada do Pernambucano

Pernambucano 2017, 1ª rodada: Náutico x Santa Cruz, Sport x Central e Belo Jardim x Salgueiro. Fotos: Peu Ricardo/DP (Arena), Ricardo Fernandes/DP (Ilha) e FPF/facebook (Antônio Inácio)

Começou, de fato, o Campeonato Pernambucano de 2017. Ou seja, o hexagonal do título. No sábado, o Leão passeou diante do Central. Usou o time principal, ignorando o discurso de “Sub 20”. No domingo, um clássico esvaziado. Abrindo o centenário do duelo, alvirrubros e tricolores ficaram num empate. Foi o terceiro ano seguido que o atual campeão estreando num clássico e como visitante. Também no domingo, no Antônio Inácio, já que o gramado em Belo Jardim está vetado, o Calango foi derrotado pelo Salgueiro – que já larga bem outra vez. Nas arquibancadas, apenas 8.671 pessoas, com média de 2.890. Pois é. Lembrando que o torneio será intercalado com o Nordestão. No caso, haverá uma rodada no meio de semana antes da pausa para o regional e para a Copa do Brasil.

Nos três jogos realizados nesta fase do #PE2017 saíram 7 gols, com média de 2,3. Em relação à artilharia, que a FPF oficialmente considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, Rogério, Diego Souza e Lenis (Sport), Anselmo (Náutico), Léo Costa (Santa), Daniel e Dadá (Salgueiro) começaram liderando econômica lista, com 1 gol cada.

Sport 3 x 0 Central – Em ritmo de treino o Leão fez uma apresentação melhor, técnica e fisicamente, do que na estreia no Nordestão – sem DS na ocasião.

Náutico 1 x 1 Santa Cruz – Os rivais decepcionaram no primeiro confronto, com poucas chances. Ao menos, houve emoção a partir dos 44 do 2º tempo.

Belo Jardim 0 x 2 Salgueiro – Favorito entre os interioranos, o Carcará largou bem já como visitante. Deve ser o único a receber os grandes em seu campo.

Destaque: Diego Souza. O camisa 87 comandou o Sport no sábado, tanto na armação quanto na finalização. E não foi poupado, atuando os 90 minutos.

Carcaça: Péricles Bassols. O árbitro do clássico falhou tanto na questão disciplinar (um vermelho a menos) quanto na técnica (pênalti não marcado)

Próxima rodada
01/02 (20h30) – Central x Náutico, Antônio Inácio (Premiere)
01/02 (21h30) – Santa Cruz x Belo Jardim, Arruda (Globo NE)
02/02 (20h30) – Salgueiro x Sport, Cornélio de Barros (Premiere)

A classificação atualizada do hexagonal do título após a 1ª rodada.

Classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2017 após 1 rodada. Crédito: Superesportes

Náutico e Santa empatam na Arena com arbitragem ruim e emoção só no finzinho

Pernambucano 2017, 1ª rodada do hexagonal: Náutico 1x1 Santa Cruz. Foto: Peu Ricardo/ESP DP

O primeiro dos vários clássicos entre alvirrubros e tricolores em 2017 guardou as emoções para os minutos finais, após uma tarde de muitos erros, dos dois times e do árbitro Péricles Bassols, que escapou de ser o principal personagem do jogo. Até os 44 minutos do segundo tempo, o empate seguia em branco, com pouquíssimas oportunidades efetivas – até então, uma para cada lado, ainda na primeira etapa, com o agora alvirrubro Tiago Cardoso espalmando um belo chute de Léo Costa e o agora tricolor Júlio César evitando um gol contra. Então, surgiu um lançamento preciso para Anselmo, com o centroavante dominando rápido, ganhando do marcador e batendo rasteiro para abrir o placar para o Náutico.

Seria o gol da vitória, com o ritmo do confronto àquele altura. Nos descontos, com o cronômetro já passando de 48, numa falta na entrada da área, Léo Costa mandou para as redes – o camisa 10 marcou os três gols corais na temporada, somando Asa Branca, Nordestão e Estadual. Empate em 1 x 1 e apito final. Quase um “alívio” para Bassols, o árbitro importado pela FPF nesta edição.

Pernambucano 2017, 1ª rodada do hexagonal: Náutico 1x1 Santa Cruz. Foto: Peu Ricardo/ESP DP

Durante o jogo, o carioca falhou bastante na questão disciplinar, sobretudo aos 39 minutos, quando expulsou Dudu e Jaime. Dudu, correto. Para Jaime, cabia um amarelo. Na confusão, Rodrigo Souza também poderia ter sido advertido. E o causador de tudo, André Luís, com uma cotovelada em Dudu, passou ileso. Aos 20 da etapa complementar, outra polêmica, com um pênalti não assinalado em André Luís, claramente puxado (e desequilibrado) por Páscoa. Sim, o mesmo atacante tricolor que sequer deveria estar em campo.

Sem objetividade ofensiva, a partida foi ganhando contornos violentos, com faltas duras e pouca repreensão. Muita conversa e um amarelo aqui, outro ali. De certa forma, justificou o baixíssimo público presente, com apenas 4.622 torcedores, o menor em 17 clássicos realizados na Arena Pernambuco – quatro pessoas a menos que o “recorde” anterior, um Clássico das Emoções em 2015. Neste ponta-pé inicial do Pernambucano do Santa, em busca do tri, e do Náutico, querendo encerrar o jejum desde 2004, ficou o desejo por um pouco mais emoção nos próximos duelos, não só no apagar das luzes.

Pernambucano 2017, 1ª rodada do hexagonal: Náutico 1x1 Santa Cruz. Foto: Peu Ricardo/ESP DP

Com o time principal, o Sport abre o hexagonal estadual goleando o Central

Pernambucano 2017, 1ª rodada do hexagonal: Sport 3x0 Central. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O Central só chegou com perigo uma vez, aos cinco minutos, com Marlon acertando o travessão após cobrança de falta na área. À parte disso, Magrão foi um espectador na Ilha, num jogo com pleno domínio do Sport, mesmo oscilando o ritmo, trocando passes e criando boas chances no primeiro tempo e bastante cadenciado no segundo. Esta diferença técnica foi consequência direta da escalação leonina, com Daniel Paulista usando o que tinha de melhor – menos Leandro Pereira, machucado, mas com Paulo Henrique tendo boa mobilidade.

Nada de “Sub 20”, uma das promessas na eleição. Por ser uma estreia, desta vez no Pernambucano, e por jogar em casa, os leoninos abriram uma “exceção”. Sobre o futebol, o time mostrou interesse à tarde, até surpreendendo os 3.821 torcedores presentes. Após a afobação inicial, com Everton Felipe errando tudo, bastou um pouco de calma para envolver o inoperante adversário. A passagem na Seleção deu uma animada em Diego Souza, que foi muito participativo, achando espaço para os companheiros e finalizando três vezes. Numa dessas, acertou a trave, com Rogério pegando o rebote e mandando para as redes.

Na segunda etapa, a Patativa seguiu retraída, com muitas dificuldades na saída de bola. Pressionando um pouco, o Sport roubou bolas bem à frente, mas sem muitas finalizações contra a meta de Murilo. Nos quinze minutos finais, acabou deslanchando com Diego Souza de pênalti (após o alvinegro Luís Matheus ser expulso ‘espalmando’ uma bola em cima da linha) e Lenis (aleluia) concluindo uma passe açucarado de Marquinhos, 3 x 0. Na próxima quinta, compromisso em Salgueiro. Pela lógica, é a hora definitiva do time alternativo. A conferir.

Pernambucano 2017, 1ª rodada do hexagonal: Sport 3x0 Central. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

FPF marca Central x Náutico na Ilha do Retiro. Um jogo no Recife é inversão?

Central x Náutico na Ilha do Retiro, pela 2ª rodada do hexagonal estadual de 2017. Arte: Cassio Zirpoli sobre reprodução do google maps

A péssima situação dos gramados no interior, em 2017, resultou em mudanças drásticas na fase principal do Campeonato Pernambucano. Dos três interioranos no hexagonal, dois vão começar jogando fora de seus domínios. Sem condições no Mendonção, o Belo Jardim precisa viajar 49 km para mandar seus jogos no Antônio Inácio. E o Central, com o Lacerdão vetado pela FPF, terá que viajar 133 km até o Recife. Para receber o Náutico na Ilha do Retiro (01/02). Receber?

Confira o documento de informação de modificação de tabela clicando aqui.

Como se não bastasse o fato de o Antônio Inácio também ter sido vetado (contra os grandes) por questão de segurança, o alvinegro irá atuar como mandante na cidade do rival. Abaixo, o artigo 12 do Regulamento Geral de Competições da FPF de 2017 sobre as possibilidades de mudanças na tabela, longe de ser claro.

Regulamento Geral de Competições da FPF em 2017

Nem no regulamento geral nem no regulamento do Estadual há um detalhamento sobre o que seria “inversão de mando de campo”. Cidade, estádio, posse etc. O que chama a atenção é que o mesmo artigo 12 da versão anterior do RGC, válido em 2015-2016 (a seguir), dizia que só não seria considerado inversão na Arena Pernambuco, por ser um “estádio público sob concessão”.

Aquele texto só foi criado para que os clássicos pudessem ocorrer em São Lourenço da Mata, evitando o problema visto num Sport x Náutico em janeiro de 2015. Hoje, não há mais concessão, e nem o parágrafo de observação.

Regulamento Geral de Competições da CBF, para 2015, sobre a função do "árbitro de vídeo". Crédito: reprodução

Voltando um pouco mais no tempo, ao RGC de 2013-2014 (abaixo), agora no artigo 13, o texto era claro, evitando mudanças de tabela caso houvesse inversão já na origem dos participantes. Não só o estádio inscrito, mas a cidade. No caso da inversão, só havia uma exceção, em caso de reciprocidade. Fica a dúvida sobre o motivo deste texto ter sido alterado nos documentos seguintes. Para dar pleno poder de escolha à federação em casos do tipo?

Regulamento Geral de Competições da CBF, para 2014, sobre a função do "árbitro de vídeo". Crédito: reprodução

Moralmente, já na versão 2015-2016 um jogo de um clube do interior no Recife seria polêmico. Na ocasião, o Central até negociou com o (extinto) consórcio para receber o Santa na Arena, pela semi. Acabou demovido pela torcida. No hexagonal, o América atuou na Ilha contra Náutico e Santa e no Arruda contra o Sport. Porém, o clube é sediado capital, alugando campos locais há décadas.

Sobre o caso da Patativa em 2017, lendo o regulamento atual, a reprovação do Lacerdão (“passa por reparos em seu gramado”) parece justa – através do artigo 13, nos itens 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. O que não justifica a partida na cidade do adversário, num cenário possível também com tricolores (08/02) e rubro-negros (09/04). Ainda mais com outro palco em Caruaru. Menor (7.307 lugares), mas autorizado no mesmo hexagonal. Respondendo à pergunta: considero inversão.

Por fim, a clara desvalorização do torneio, no qual 4 dos 6 clubes avançam à semifinal. Com dois deles fora de suas cidades, só um esforço enorme, no mau sentido, para a desclassificação do Trio de Ferro. Não haveria outra praça para abrigar o jogo? Então, nota-se que é hora de repensar a competição…

Primeira fase do Estadual registra média de 842 pessoas e R$ 170 mil, a pior renda

A média de público na 1ª fase do Campeonato Pernambucano. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A primeira fase do Campeonato Pernambucano de 2017 atraiu apenas 19.338 torcedores aos estádios. Dos 27 jogos realizados, quatro ocorreram de portões fechados, três em Carpina, onde o Atlético não conseguiu todos os laudos técnicos, e um em Paulista, na estreia do América, pelos mesmos motivos. Considerando, então, os jogos com borderô, a média foi de apenas 842 espectadores, quatro a mais que a temporada passada. Números quase idênticos e dentro de um mesmo contexto: a ausência do Todos com a Nota. Em 2015, na última edição com ingressos subsidiados, o TCN correspondeu a 92% do público. Antes, em 2013 e 2014, com números bem questionáveis (troca de ingresso sem presença efetiva), o índice chegou a 4 mil pessoas.

Na fase preliminar em 2017, o maior público foi na estreia do Salgueiro, com 2.264 torcedores no Cornélio de Barros, graças ao plano de sócios do clube sertanejo, com o associado adimplente pagando apenas R$ 1 pelo ingresso. Por sinal, a torcida salgueirense correspondeu a 33% do público absoluto. Já o pior borderô ocorreu no Nildo Pereira, num gramado inaceitável, com apenas 102 pessoas assistindo ao duelo de eliminados Serra Talhada x Afogados. Em relação à arrecadação, o valor bruto foi de R$ 170 mil, o menor na primeira fase, com a FPF tendo direito, segundo regras próprias, a uma taxa de 8% sobre a bilheteria de todas as partidas. Logo, a arrecadou R$ 13.608.

Público e renda na 1ª fase do Campeonato Pernambucano, com 1 jogo de portões fechados em 2016 e 4 em 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Salgueiro, Belo Jardim e Central foram os classificados ao hexagonal do título. O blog, então, continuará levantando as médias de público e renda na fase principal da competição, além do balanço geral, somando todas as fases.

1º) Salgueiro (3 jogos como mandante, no Cornélio de Barros
Público: 6.449 torcedores
Média de 2.149
Taxa de ocupação: 17,8%
Renda: R$ 26.729
Média de R$ 8.909

Pernambucano 2017, 1ª fase: Salgueiro 2x1 Flamengo de Arcoverde. Foto: @CarcaraNet (twitter)

2º) Central (3 jogos como mandante; 2 no Lacerdão e 1 no Antônio Inácio)
Público: 3.856 torcedores
Média de 1.285
Taxa de ocupação: 8,1%
Renda: R$ 51.730
Média de R$ 17.243

Pernambucano 2017, 1ª fase: Central 2x0 Belo Jardim. Foto: Belo Jardim/facebook (@CalangolBJFC)

3º) Belo Jardim (3 jogos como mandante, no Antônio Inácio)
Público: 590 torcedores
Média de 196

Taxa de ocupação: 2,6%
Renda: R$ 4.872
Média de R$ 1.624

Pernambucano 2017, 1ª fase: Belo Jardim 3x0 Vitória. Foto: Belo Jardim/facebook (@CalangolBJFC)

Era de novos estádios no Recife em 1971 (projeto), 1980 (ampliação) e 2007 (arena)

Em três períodos distintos, os grandes clubes pernambucanos apresentaram projetos para a construção e ampliação de estádios no Recife. Seja pelo aporte do governo do estado, por empréstimos bancários de uma estatal ou pela oportunidade de obter investimento público-privado em uma modernização, o fato é que Náutico, Santa Cruz e Sport disputaram o mercado, direta ou indiretamente, em 1971, 1980-1982 e 2007-2011. O funil sempre foi estreito, com apenas um projeto de cada vez, com soluções corretas ou surpresas de última hora. Vamos lá, num passeio estrutural com imagens originais dos nove projetos. Depois, comente sobre os melhores projetos de cada época…

1971, a oportunidade de colocar o estado na Copa da Independência

Na época, a Ilha do Retiro era o maior estádio da capital, mas já considerado obsoleto, sobretudo com o Castelão e a Fonte Nova em evolução, chegando a 80 mil pessoas. A realização de um torneio internacional no país, o maior desde 1950, acabou gerando uma onda de investimentos estatais.

Arruda (conclusão)
Lançamento: 30/08/1964
Capacidade: 64.000
Custo: US$ 850 mil
Prazo original de conclusão: 7 anos (1972), cumprido
Presidentes do Santa Cruz: José do Rêgo Maciel (1964) e James Thorp (1971) 

O Arruda vinha sendo erguido aos poucos desde a década de 1960, com sucessivas ampliações. Em 1971, já recebia até 20 mil espectadores. Foi quando o então governador do estado, Eraldo Gueiros, quis transformar o Recife em subsede da Copa da Independência de 1972, a Minicopa, com a participação de 20 seleções. Com três projetos na mesa, acabou optando pelo Arruda, já no meio do caminho. Assim, liberou um empréstimo através do Bandepe, junto ao grupo Campina Grande S/A, para a conclusão do projeto criado por Reginaldo Esteves. Pelé, o rei, assinou o documento como testemunha. Finalizado em um ano pela construtora Corrêa Loyo Engenharia, o estádio recebeu sete jogos do torneio.

Maquete do Arruda. Foto: Acervo/dp

Presidente Médici (construção)
Lançamento: 06/08/1971
Capacidade: 140.000
Custo: não divulgado
Prazo original de conclusão: 3 anos (1974), abortado
Presidente do Sport: Ivan Ruy de Andrade Oliveira 

Apontado como a “mais bela praça de desportos”, no primeiro projeto de Oscar Niemeyer para o Nordeste, o estádio seria o segundo maior do mundo, só abaixo do Maracanã. O projeto – cujo nome foi autorizado pelo então general-presidente – ficaria a menos de 1 km da Ilha do Retiro, na Joana Bezerra, cujo terreno de 26 hectares pertencia ao clube. Coberto, o estádio seria dividido por arquibancada (90 mil lugares), popular (25 mil), cadeiras (24 mil) e camarotes (1 mil), além de um estacionamento para cinco mil carros. Três mil cadeiras chegaram a ser vendidas, mas o sonho parou na terraplanagem da Hofmann Bosworth S/A. O motivo? Dívidas. “O Sport estava devendo dinheiro a Deus e ao mundo. Até o terreno, cedido pela família Brennand, foi negociado para amortizar o débito”, lembra Sílvio Pessoa, presidente em 1974.

Maquete do estádio Presidente Médici. Foto: Acervo/DP

Guararapes (construção)
Lançamento: 01/12/1971
Capacidade: 60.000
Custo: não divulgado
Prazo original de conclusão: 3 anos (1974), abortado
Presidente do Náutico: Luiz Carneiro de Albuquerque 

Hoje em dia, o terreno de 40 hectares na Guabiraba abriga o centro de treinamento do Náutico. A área foi comprada em 20 de julho de 1971 por Cr$ 800 milhões. Para adquirir a propriedade, o clube sorteou 28 carros e 300 prêmios em dinheiro, arrecadando Cr$ 500 milhões (62,5% do total). A ideia, porém, não era fazer um CT, mas sim um moderno estádio, com traços inspirados no Olímpico de Munique, que receberia os Jogos no ano seguinte. O estádio timbu seria erguido pela Ribeiro Franco Engenharia nos moldes da Fonte Nova, utilizando os morros como suporte da arquibancada, diminuindo o custo. Segundo Salomão, ex-coordenador do CT e ex-jogador nos anos 60, o lançamento visava mesmo arrecadar fundos. “Conhecendo a estrutura do futebol, acho que o projeto foi para arrumar dinheiro para pagar dívidas. No final, foi melhor mesmo construir um CT”.

Maquete do estádio Guararapes. Foto: Acervo/DP

1980-1982, a era dos empréstimos do Bandepe

Numa era de gigantismo, com a melhora de infraestrutura sendo sinônimo de estádios maiores, os grandes clubes resolveram investir na ampliação. Se caixa, recorreram ao Bandepe, com influência política para a obtenção de empréstimos Apenas o Santa concluiu a obra, com o Sport parando na primeira parte e investindo o resto em calçamento

Arruda (ampliação)
Lançamento: 20/01/1980
Capacidade: +46 mil lugares (até 110.000)
Custo: Cr$ 282 milhões
Prazo de conclusão: 2 anos (1982), cumprido
Presidente do Santa Cruz: Rodolfo Aguiar

No início de 1980, o projeto de ampliação foi apresentado no Palácio do Campo das Princesas ao então governador Marco Maciel – o filho do nome oficial do Mundão. Ao contrário do estádio coral conhecido hoje em dia, a maquete trazia o anel inferior prolongado a um tamanho gigantesco. A visita visava o financiamento da obra no Bandepe. Além do recurso, era preciso legalizá-la. Numa articulação de um ano junto à Prefeitura do Recife, por causa das residências próximas, o projeto acabou adaptado à forma definitiva, com dois anéis e um lance menor na Rua das Moças. Entre janeiro de 80 e 81, a inflação e novos custo saltaram a previsão de gasto de 70 mi para 282 milhões de cruzeiros. Após a confirmação, o clube divulgou informes publicitários no Diario de Pernambuco com a chamada ““Valeu a pena modificar – Aprovado novo aprovado”.

Maquete original da ampliação do Arruda (1980). Foto: Acervo/DP

Aflitos (ampliação)
Lançamento: 28/11/1981
Capacidade: +25 mil lugares (até 50.000)
Custo: não divulgado
Prazo original de conclusão: não divulgado
Presidente do Náutico: Hélio Dias de Assis

O Arruda já estava em obras quando a direção alvirrubra apresentou o “plano de expansão” dos Aflitos. Contaria com novas gerais, fosso, camarotes, cabines de imprensa e um novo lance de arquibancada onde funcionava o velho placar (balança mas não cai). “Não faremos dos Aflitos o maior estádio, mas o mais aconchegante”, frisou o mandatário.” Lendo assim, até parecia algo pequeno, mas seria um dos maiores estádios particulares do país. Na reportagem do Diario de Pernambuco, o custo foi tratado da seguinte forma: “estimativa dentro da realidade do nosso futebol, ou seja, o Náutico está se preparando para o presente e futuro”. A obra não saiu, com o clube usando parte do recurso obtido no Bandepe para a reforma do calçamento de todo o clube. Ps. A ampliação realizada nos Aflitos entre 1996 e 2002 ficou bem parecida.

Maquete da ampliação dos Aflitos (1981). Foto: Arquivo/DP

Ilha do Retiro (ampliação)
Lançamento:25/04/1982
Capacidade: +55 mil lugares (até 90.000)
Custo: não divulgado
Prazo original de conclusão: 2 anos (1984) na 1ª etapa e 4 anos (1986) na 2ª
Presidente do Sport: José Antônio Alves de Melo

A ideia era aumentar em 157% a capacidade da Ilha, em duas etapas, como registra o texto original do Diario: “a obra foi dividida em forma de blocos, ou seja, o estádio seria ampliado em quatro etapas (…). Entretanto, com as alterações feitas no projeto, os trabalhos ficaram divididos em apenas duas etapas: a primeira compreende 80% das obras e os 20% restantes representam a segunda”. Só a primeira saiu do papel. Imaginava-se 70 mil, mas a lotação máxima (com os tobogãs e as novas cadeiras centrais) seria de 52 mil pessoas. O ex-presidente Jarbas Guimarães ainda foi profético na época: “O futebol pernambucano tinha que manter a sua célula-mater viva, ou seja, nunca construir um estádio estadual, e sim, reformar e ampliar os três estádios particulares”. Como o Náutico, usou parte do dinheiro no calçamento.

Maquete da ampliação da Ilha do Retiro (1982). Foto: Arquivo/DP

2007-2011, a onda das arenas para a Copa do Mundo

Com o Brasil confirmado como sede do Mundial de 2014, em 2004, inúmeros governos estaduais e/ou clubes começaram a articular projetos de arenas, seguindo o pesado caderno de encargos da Fifa. Na época, o discurso era de investimento privado, o que pouco depois se mostraria longe da verdade, com inúmeros financiamentos federais. Ah, os três projetos abaixo ficaram no 3D, com o governo do estado bancando a Arena Pernambuco, criada em 2009, a 19 quilômetros do Marco Zero.

Arena Coral (ampliação e modernização)
Lançamento: 28/06/2007
Capacidade: 68.500
Custo: R$ 190 milhões
Prazo original de conclusão: 7 anos (2014)
Presidente do Santa Cruz: Édson Nogueira

A Arena Recife-Olinda, em Salgadinho, foi o primeiro projeto de arena no estado. Surgiu em 29 de maio de 2007, orçada em R$ 335 milhões. No mês seguinte, o Santa Cruz apresentou uma alternativa, com o plano de mordernização do Arruda, 43% mais barato. Com a capacidade estipular (68,5 mil), o palco poderia receber qualquer jogo da Copa. O custo da obra seria dividido entre reforma (R$ 150 mi) e a construção de um prédio de serviço, sede e estacionamento (R$ 40 mi). “O melhor é que o clube não vai precisar gastar nada. Todo o dinheiro virá da iniciativa privada. Hoje já temos contatos com quatro investidores interessados no projeto”, garantiu David Fratel, diretor da Engipar, a empresa paulista que firmou a parceria com o Tricolor, responsável pela captação de recursos. Os recursos jamais foram captados.

Arena Coral. Imagem: divulgação

Arena Timbu (construção)
Lançamento: 18/11/2009
Capacidade: 30.000
Custo: R$ 300 milhões
Prazo original de conclusão: 5 anos (2014), abortado
Presidente do Náutico: Maurício Cardoso

A direção do Náutico anunciou a ideia de construir uma arena em 2007. Na época, dois projetos já tinham sido lançados, a Arena Coral e a Arena Recife-Olinda. Dois anos depois, refinou a ideia e a apresentou ao então prefeito, João da Costa. Com capacidade para 30 mil pessoas, o projeto seguia os traços modernos dos novos estádios, já contendo um capítulo de ampliação para 42 mil lugares – visando a Copa. Localizado entre a BR-101 e a Avenida Recife, no Engenho Uchôa, o estádio seria operado durante 30 anos pelo consórcio envolvendo Camargo Corrêa, Conic Souza e Patrimonial Investimentos. O estádio, que não chegou a conseguir a autorização da prefeitura, foi deixado de lado quando o timbu começou a negociar o contrato para mandar seus jogos na Arena Pernambuco, o que acabou ocorrendo em 17 de outubro de 2011.

Arena do Náutico. Crédito: divulgação

Arena Sport (construção)
Lançamento: 17/03/2011
Capacidade: 45.000
Custo: R$ 400 milhões (ou R$ 750 milhões pelo complexo)
Prazo original de conclusão: 4 anos (2015)
Presidente do Sport: Gustavo Dubeux 

Aproveitando a onda de investimentos, o Sport articulou a sua própria arena, à parte do empreendimento em construção em São Lourenço. O plano era demolir o clube e erguer um estádio multiuso, um shopping center, dois empresariais e um hotel. No entanto, a direção leonina não esperava tantas barreiras burocráticas junto à Prefeitura do Recife. A principal autorização, dada pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), só viria em dezembro de 2013 – essa demora resultou numa mudança completa na arena, saindo da DDB/Aedas para o escritório Pontual Arquitetos, cujo projeto foi revelado em março de 2012. Ainda assim, era preciso regularizar outros documentos. Quando tudo para iniciar a obra ficou ok, o investidor anunciado, a Engevix, não entrou mais em contato – e posteriormente seria investigada na Lava-Jato.

Arena do Sport. Crédito: divulgação

A tabela do hexagonal do Estadual 2017, já com a grade de transmissão na TV

Os participantes do hexagonal do título do Pernambucano 2017: Santa Cruz, Sport, Náutico, Salgueiro, Belo Jardim e Central. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Salgueiro, Belo Jardim e Central foram os classificados, nesta ordem, para o hexagonal principal do Campeonato Pernambucano de 2017. Se juntam a Náutico, Santa e Sport, pré-classificados por disputarem as Séries A e B. Com o sexteto definido, vamos à tabela, que sofreu ajustes a partir da grade televisão, com a Globo Nordeste no sinal aberto e o Premiere no pay-per-view, além do choque de datas com Nordestão e Copa do Brasil – Sport x Belo Jardim, por exemplo, saiu de 08/02, que era o dia de CSA x Sport, pelo torneio nacional. Além disso, há a exigência da polícia militar, evitando mais de um jogo na capital no mesmo dia. Por isso, três rodadas (3ª, 8ª e 9ª) devem ser modificadas. O regulamento é o mesmo dos últimos anos, com os quatro melhores colocados avançando ao mata-mata, com semifinal (16 e 30 de abril) e final (3 e 7 de maio).

Entre os classificados da primeira fase, Central e Belo Jardim também se garantiram na Série D de 2018 – o Salgueiro está na C. A terceira vaga do estado será dada ao campeão do hexagonal da permanência. Lembrando que em 2017 o estado será representado na quarta divisão por Central, América e Serra Talhada, através das classificações obtidas na última edição do Estadual.

Participações no hexagonal do título (2014-2017)
4 – Central, Náutico, Salgueiro, Santa Cruz e Sport
1 – América, Belo Jardim, Porto e Serra Talhada

Número de clubes por mesorregião
2017 – RMR 3, Agreste 2, Sertão 1, Mata o
2016 – RMR 4, Agreste 1, Sertão 1, Mata 0
2015 – RMR 3, Sertão 2, Agreste 1, Mata 0
2014 – RMR 3, Agreste 2, Sertão 1, Mata 0

A seguir, a tabela do hexagonal, com o horário do Recife. Lembrando que o Belo Jardim vem mandando os seus jogos em Caruaru, uma vez que o Mendonção não foi aprovado na vistoria da FPF (o clube ainda tenta uma mudança).

Post atualizado em 03/04 (após o detalhamento da FPF)

1ª rodada
28/01 (16h00) – Sport x Central (Premiere)
29/01 (16h00) – Náutico x Santa Cruz, Arena (Globo NE)
29/01 (16h00) – Belo Jardim x Salgueiro, Antônio Inácio

2ª rodada
01/02 (20h30) – Central x Náutico, Antônio Inácio (Premiere)
01/02 (21h30) – Santa Cruz x Belo Jardim, Arruda (Globo NE)
02/02 (20h30) – Salgueiro x Sport, Cornélio de Barros (Premiere)

3ª rodada
08/02 (20h30) – Náutico x Salgueiro, Arena (Premiere)
09/02 (20h30) – Central x Santa Cruz, Arena (Premiere)
15/02 (20h30) – Sport x Belo Jardim, Ilha do Retiro (Premiere)

4ª rodada
18/02 (16h30) – Santa Cruz x Sport, Arruda (Globo NE)
19/02 (20h00) – Salgueiro x Central, Cornélio de Barros
20/02 (20h30) – Belo Jardim x Náutico, Arruda (Premiere)

5ª rodada
01/03 (21h45) – Sport x Náutico, Ilha do Retiro (Globo NE)
02/03 (15h00) – Central x Belo Jardim, Carneirão
02/03 (20h30) – Santa Cruz x Salgueiro, Arruda (Premiere)

6ª rodada
05/03 (16h00) – Náutico x Sport, Arena (Premiere)
05/03 (16h00) – Salgueiro x Santa Cruz, Cornélio de Barros (Globo NE)
05/03 (16h00) – Belo Jardim x Central, Antônio Inácio

7ª rodada
18/03 (16hh0) – Santa Cruz x Central, Arruda (Premiere)
18/03 (18h30) – Salgueiro x Náutico, Cornélio de Barros (Premiere)
19/03 (16h00) – Belo Jardim x Sport, Arruda (Globo NE)

8ª rodada
25/03 (16h00) – Náutico x Belo Jardim, Arena (Premiere)
26/03 (16h00) – Sport x Santa Cruz, Ilha do Retiro (Globo NE)
26/03 (16h00) – Central x Salgueiro, Lacerdão

9ª rodada
03/04 (20h00) – Sport x Salgueiro, Ilha do Retiro (Premiere)
05/04 (19h30) – Náutico x Central, Arena (Premiere)
05/04 (21h45) – Belo Jardim x Santa Cruz, Arena (Globo NE)

10ª rodada*
09/04 (16h00) – Central x Sport, Arruda (Globo)
09/04 (16h00) – Salgueiro x Belo Jardim, Cornélio de Barros
10/04 (20h30) – Santa Cruz x Náutico, Arruda (Premiere)

Nº de jogos transmitidos na Globo (9)
6 – Santa Cruz
5 – Sport
3 – Belo Jardim
2 – Náutico
1 – Salgueiro e 
Central

Nº de jogos transmitidos no Premiere (15)
8 – Náutico
5 – Sport, Salgueiro e Central
4 –
Santa Cruz
3 – Belo Jardim

Até 30% de torcida visitante nos clássicos do Campeonato Pernambucano de 2017

Arruda, Arena Pernambuco e Ilha do Retiro. Crédito: Google Maps/2017

Em competições nacionais, a presença da torcida visitante é restrita a 10% da capacidade do estádio, segundo o regulamento geral de competições da CBF. A controversa medida, válida até nos clássicos, foi tomada por questão de segurança, sempre em caráter reducionista. No Recife, de forma excepcional no Estadual, a federação pernambucana elevou o dado para 20%, em 2009, apenas nos confrontos entre Náutico, Santa Cruz e Sport. Em 2017, até 30%, numa releitura do último regulamento geral da FPF. Em 2016, o texto dizia que o visitante poderia reservar até 49% dos ingressos, mas ressalvando sobre o requerimento com cinco dias de antecedência e a garantia a compra antecipada. Ninguém deu conta nos dez clássicos realizados. Agora, há mais tempo para a solicitação, segundo o artigo 82 do RGC 2017 (em itálico). Alguém dá conta?

Art. 82 O clube visitante, salvo disposição diversa do REC, terá o direito de adquirir, com pagamento prévio, a quantidade máxima de ingressos correspondente a 30% (trinta por cento) da capacidade do estádio ou da capacidade permitida pelos órgãos de segurança, desde que se manifeste em até 03 (três) dias úteis antes da realização da partida através de ofício dirigido ao clube mandante, obrigatoriamente com cópia à DCO-FPF. 

§ 1º Caso os órgãos de segurança informem, após inspeção, quantidade diferente da prevista no caput, esta prevalecerá, cabendo ao clube mandante repassar o relatório da referida inspeção à FPF no prazo de 10 (dez) dias de antecedência para a partida ou, em caso de partida eliminatória (mata-mata), antes da partida de ida do confronto.

§ 2º Em cumprimento à disposição do REC ou ao acordo assinado entre os clubes, inclusive para situações de reciprocidade, a disponibilidade de ingressos para o visitante poderá ser superior aos 30% da capacidade do estádio.

Abaixo, as cargas de ingressos dos maiores estádios locais. Regra à parte, vale lembrar que na decisão de 2016, por exemplo, os corais só tiveram 2.235 ingressos, ou 8,12% da capacidade da Ilha, devido ao veto dos bombeiros. Foi criado um parágrafo, o 1º, para evitar uma nova polêmica. A conferir.

Arruda*
Capacidade: 50.582 lugares
Mandante: 45.523 ingressos no Brasileiro (90%) e 35.407 no Estadual (70%)
Visitante: 5.058 ingressos no Brasileiro (10%) e 
15.174 no Estadual (30%)

Arena Pernambuco*
Capacidade: 45.845 lugares
Mandante: 41.260 ingressos no Brasileiro (90%) e 32.091 no Estadual (70%)
Visitante: 4.584 ingressos no Brasileiro (10%) e 13.753 no Estadual (30%)

Ilha do Retiro*
Capacidade: 27.435 lugares
Mandante: 24.691 ingressos no Brasileiro (90%) e 19.204 no Estadual (70%)
Visitante: 2.743 ingressos no Brasileiro (10%) e 
8.230 no Estadual (30%)

* Os limites autorizados pelo Corpo de Bombeiros, por questão de segurança

O balanço dos clássicos na Arena PE de 2013 a 2016, com média de 11 mil pessoas

Clássicos pernambucanos na Arena Pernambuco. Fotos: Arquivo/DP

Desde abertura oficial da Arena Pernambuco, em junho de 2013, já foram realizados 16 clássicos pernambucanos no local, considerando o período até 2016. Os duelos ocorreram em quatro competições distintas: Pernambucano, Nordestão, Série B e Copa Sul-Americana, com públicos entre 4 mil (ou 10% de ocupação da capacidade) e 30 mil (65%). Precisamente, o borderô registrou a entrada de 181.884 torcedores. Em quatro temporadas de clássicos, portanto, a média é de 11.367. Em relação à arrecadação, números melhores (por causa do preço aplicado no estádio), com R$ 4.382.275, com um índice de R$ 273.892.

Para 2017, ao menos quatro clássicos estão garantidos, todos com mando do Náutico. Dois pelo Estadual, contra tricolores (29/01) e rubro-negros (05/03), com o primeiro já na abertura da fase principal, um Clássico das Emoções na Lampions (12/03) e outro pela Segundona, em data a definir. Como nos anos anteriores, negociações entre o governo estadual e Santa e Sport podem resultar em mais duelos – além de fases mata-matas com o Náutico presente.

A seguir, um resumo de cada clássico no local entre 2013 e 2016.

Náutico x Sport
O primeiro clássico da história da Arena foi logo um duelo internacional, pela Sula. Apesar da derrota, os leoninos avançaram nos pênaltis. Embora tenha sido mandante só uma vez, o rubro-negro venceu a maioria dos jogos. Sobre os públicos, quatro foram abaixo de 10 mil, com a média se mantendo acima disso graças à decisão do Estadual 2014, com 30 mil, ainda recorde em clássicos.

7 jogos (6 mandos alvirrubros e 1 rubro-negro)
2 vitórias do Náutico (28%)
1 empate (14%)
4 vitórias do Sport (57%)

86.850 torcedores, média de 12.407
R$ 2.248.625 de renda absoluta, média de R$ 321.232

Os clássicos dos Clássicos na Arena Pernambuco entre 2013 e 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Santa Cruz x Náutico
Com oito gols, o primeiro duelo, vencido pelos corais, é o recorde de tentos na arena, considerando os clássicos. Apesar da média menor em comparação a Náutico x Sport, o Clássico das Emoções apresenta mais regularidade nos públicos, com cinco acima de 10 mil espectadores. Destoa o jogo pela primeira fase do Estadual 2015, com 4,6 mil espectadores, a menor assistência até hoje.

7 jogos (6 mandos alvirrubros e 1 tricolor)
3 vitórias do Santa Cruz (43%)
2 empates (28%)
2 vitórias do Náutico (28%)

82.947 torcedores, média de 11.849
R$ 1.959.725 de renda absoluta, média de R$ 279.960

Os clássicos das Emoções na Arena Pernambuco entre 2013 e 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Sport x Santa Cruz
O inédito Clássico das Multidões pela Sula, no centenário do confronto, acabou ocorrendo integralmente na Arena depois que os dois rivais se acertaram com o governo do estado. Ou seriam os dois jogos ou nenhum. Se salvou apenas a festa tricolor, avançando às oitavas, pois a presença das torcidas foi frustrante nos dois jogos, com os menores públicos do clássico nesta década.

2 jogos (1 mando 1 rubro-negro e 1 tricolor)
0 vitória do Sport (0%)
1 empate (50%)
1 vitória do Santa Cruz (50%)

12.087 torcedores, média de 6.043
R$ 173.925 de renda bruta, média de R$ 86.962

Os clássicos das Multidões na Arena Pernambuco entre 2013 e 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Com a 3ª campanha de sócios na década, Santa retoma plano de ingresso garantido

Setores do Arruda para a campanha de sócios "Santa Forte". Crédito: reprodução (santaforte.com.br)

Em menos de seis anos, a Santa Forte é a terceira campanha de sócios apresentada pelo Santa Cruz. O novo projeto é focado no escalonamento de descontos a todos os setores do Arruda aos associados, incluindo um acesso livre a partir do anel superior às quatro categorias (de um total de seis) a partir de R$ 25. Com isso, o clube tenta retomar o quadro adimplente, que teve uma queda de 50% no segundo semestre de 2016. No contexto voltado para o futebol, o plano básico é o Todos com o Santa, que também garante desconto de 75% para a arquibancada na barra do canal, à direita das cabines de televisão.

No topo está o plano Fita Azul, com os anéis inferior e superior liberados, além de 25% de desconto para as cadeiras cativas. Com a mudança drástica em relação ao projeto anterior, o “Santa Cruz de Corpo e Alma”, será feita a transição automática dos planos dos sócios em dia, hoje seis mil. Originalmente, o plano de metas de Alírio Moraes para o triênio 2015-2017 visava 45 mil sócios nesta temporada. Hoje, a meta está em 20 mil (número ainda bom).

O recorde do Santa é de 1999, na gestão de Jonas Alvarenga. Na ocasião, baratou a mensalidade para R$ 5, também atrelando exclusivamente ao futebol. Com Mancuso de garoto-propaganda, o clube passou de um quadro à beira do colapso, com apenas 464 torcedores em dia, para 27 mil adimplentes

Abaixo, as últimas campanhas e os planos (e maiores vantagens) de cada uma.

Santa Cruz Forte (2017, com descontos em ingressos no Mundão)
Fita Azul (R$ 99,99) – Cadeiras (25%) e sociais/escudo/barra/superior (100%)
Tri-Super ( R$ 54,99) – Cadeiras (25%), sociais (50%) e inferior/superior (100%)
Mais Querido (R$ 34,99) – Sociais (50%), escudo (75%) e barra/superior (100%)
Todos com o Santa (R$ 24,99) – Escudo (25%), barra (75%) e superior (100%)
Identidade Coral (R$ 9,99) – Prioridade de compra
Ninho tricolor (R$ 5) – Para crianças até 10 anos. Descontos em ações do clube

Lançamento (21/01/2017): 6.003 sócios

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2017, "Santa Forte". Crédito: Santa Cruz/twitter (@SocioSANTAFORTE)

Santa Cruz de Corpo e Alma (2015-2017)
Sócio-família (R$ 50) – 50% de desconto para o titular e dependentes
Sócio-torcedor (R$ 30) – 50% de desconto para o titular
Sem fronteira (R$ 15) – para torcedores de outros estados
Curumim (R$ 10) – para crianças até 12 anos, com promoções exclusivas

Lançamento (26/01/2015): 4.332 sócios
Auge (05/2016): 12 mil titulares (+177% sobre o lançamento)
Fim (20/01/2017): 6.003 sócios (-50% sobre o auge e +38% sobre o lançamento)

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2015-2017: Sou Santa Cruz de Corpo e Alma

Guerreiro Fiel (2011-2015)
Prata (R$ 30) – acesso livre às sociais
Ouro (R$ 50) – ingresso para o titular e desconto para dependentes
Master (R$ 100) – dois ingressos por jogo
Patrimonial (R$ 30) – ingresso para o titular e desconto para dependentes

Lançamento (07/07/2011): 4.900 sócios
Auge (10/2014): 16 mil titulares (+226% sobre o lançamento)
Fim (25/01/2015): 4.332 sócios (-72% sobre o auge e -11% sobre o lançamento)

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2011-2015: Guerreiro Fiel