Água demais, vontade demais e um gol nos descontos para colocar o Sport no G4

Série B 2013, 5ª rodada: Sport x Palmeiras. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Uma vitória rubro-negra e o G4 apareceria pela primeira vez na segunda divisão. Com a chuva na manhã de sábado deixando o campo pesado, a técnica, que já não seria das melhores, teria que ser suplantada pela pegada à tarde.

Seriam poucas oportunidades em jogadas trabalhadas. Na verdade, apenas uma, logo as três minutos, com Felipe Azevedo chutando por cima após uma tabelinha. A chuva voltou forte aos dez minutos e não parou mais no primeiro tempo, sob os olhares de 21.726 torcedores e suas centenas de guarda-chuvas.

O toró alagou várias partes do gramado. Com o campo encharcado, o duelo mudou bastante. Não era mais possível conduzir a bola, por mais que alguns insistissem, como Lucas Lima, sem sucesso. Chutão, bola pingando perto da área e a busca por uma rara oportunidade. As faltas ficaram mais duras também, reativando a disputa recente entre Sport e Palmeiras.

No intervalo, uma pausa dos céus. Contudo, o estrago já estava feito, beirando o pólo aquático na Ilha, com a drenagem defasada. Aos 10, a primeira mudança no Sport. Martelotte colocou o centroavante Nunes no lugar de Lucas Limas. Em vez da velocidade, sem utilidade, a força na bola aérea, o único vetor ofensivo. Logo nos primeiros instantes Nunes teve duas chances e mostrou o caminho.

No lado oposto, o goleiro Magrão ainda salvaria aos 26 minutos, se esticando todo num chute de Caio. O empate sem gols parecia encaminhado, mas a entrega em campo não deixaria o zero no placar. Nos descontos, ele, o desajeitado Nunes. Autor do 1 x 0. No rebote após uma cobrança de escanteio, ajeitando no braço, marcou o gol que levou o Leão ao G4.

Série B 2013, 5ª rodada: Sport 1x0 Palmeiras. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Recontando a maior rivalidade do Recife

Torcidas de Sport, Santa Cruz e Náutico

O número absoluto de votos foi o mesmo. Como no ano passado, a enquete promovida pelo blog para mensurar o maior rival de cada torcida recifense contabilizou duas mil participações. A presença das três torcidas foi semelhante.

O Sport foi apontado de forma maciça como o maior rival de tricolores e alvirrubros. No caso leonino, o Santa segue como o maior adversário. Contudo, a porcentagem subiu de 69% para 84%, possivelmente turbinada pelos insucessos nas últimas decisões. Confira os dados anteriores aqui.

Somando o Clássico dos Clássicos (1909), o Clássico das Multidões (1916) e o Clássico das Emoções (1918) são mais de 1.500 disputas nos gramados.

Qual é o clássico de maior rivalidade envolvendo o seu clube?

SportRubro-negro – 925 votos
Sport x Santa Cruz – 84,54%, 782 votos
Sport x Náutico – 15,45%, 143 votos

TricolorTricolor – 725 votos
Santa Cruz x Sport – 95,58%, 693 votos
Santa Cruz x Náutico – 4,41%, 32 votos

NáuticoAlvirrubro – 350 votos
Náutico x Sport – 92,00%, 322 votos
Náutico x Santa Cruz – 8,00%, 28 votos

Desempenho histórico do mando de campo nos Aflitos, no Arruda e na Ilha

Estádios do Arruda, Ilha do Retiro e Aflitos. Fotos: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O futebol pernambucano tem entre suas principais particularidades o fato de contar com três clubes de massa, todos eles com os seus próprios estádios.

Ao contrário de outros centros no país, com uma grande praça esportiva recebendo as partidas dos times mais tradicionais, no Recife cada um joga em seu reduto, com as suas características, nas arquibancadas e nos gramados.

Eis então um levantamento com o mando de campo de Santa Cruz, Sport e Náutico no Arruda, na Ilha do Retiro e nos Aflitos, respectivamente. Apesar da inauguração oficial em 1972, com a conclusão do anel inferior, o Mundão já abrigava as apresentações tricolores no campeonato estadual desde 1967.

No Eládio de Barros Carvalho, um contexto semelhante, pois na abertura oficial da casa timbu com a primeira arquibancada foi em 1939. Contudo, o Alvirrubro já atuava no campo da Rosa e Silva desde 1917, ainda no amadorismo.

O blog considerou os primeiros jogos nos estádios, construções à parte. Os dados dos times principais foram atualizados a partir do levantamento do pesquisador Carlos Celso Cordeiro até o dia 7 de junho de 2013.

Santa Cruz no Arruda (1967/2013)
1.365 jogos
820 vitórias (60,07%)
325 empates (23,81%)
220 derrotas (16,11%)

Sport na Ilha do Retiro (1937/2013)
2.011 jogos
1.236 vitórias (61,46%)
441 empates (21,93%)
334 derrotas (16,60%)

Náutico nos Aflitos (1917/2013)
1.764 jogos
1.138 vitórias (64,51%)
334 empates (18,93%)
292 derrotas (16,55%)

O breve relato do futebol pernambucano para a imprensa estrangeira

Guia de imprensa para a Copa das Confederações de 2013. Crédito: Fifa

A Fifa lançou um guia de imprensa para a Copa das Confederações de 2013. Escrito em inglês, a revista tem 155 páginas detalhando a organização e com resumos das seis sedes do torneio no Brasil.

No Recife, além do viés turístico e econômico, há um texto compacto sobre o futebol local, voltado para jornalistas do exterior. Eis a tradução.

“O futebol é um esporte que desperta paixões ferozes, não menos no Recife, onde não é tarefa fácil identificar qual dos três grandes clubes da cidade – Sport Club do Recife, Santa Cruz Futebol Clube e Clube Náutico Capibaribe – possui a maior torcida. Todos os três deixaram a sua marca na história do futebol brasileiro, embora seja o Sport o que garantiu os mais significativos triunfos futebolísticos da cidade, ganhando o Campeonato Basileiro em 1987 e a Copa do Brasil em 2008.”

Além disso, a única lembrança sobre os times locais é o fato de ter o Náutico como mandante na Arena Pernambuco a partir do segundo semestre.

Desnível entre presença na arquibancada e arrecadação no borderô estadual

Maiores arrecadações nos campeonatos estaduais de 2013. Crédito: Pluri Consultoria

Os rankings de público e arrecadação dos campeonatos estaduais deste ano apresentam grandes diferenças nas colocações entre os torneios, o que indica um claro desnível no preço dos ingressos, conforme estudo da Pluri Consultoria.

Na média de público, o Pernambucano ocupou o terceiro lugar no futebol brasileiro em 2013. Mais gente, mais renda. Certo? Teoricamente. O preço do ingresso nessas bandas e o valor pago pelo governo no Todos com a Nota deixaram o Estadual na oitava colocação entre as melhores arrecadações.

A Bahia viu o processo inverso, com uma média de apenas 3.155 torcedores e uma renda média de R$ 86 mil, a terceira maior. Resultado direito da abertura da Arena Fonte Nova, com os clássicos entre Bahia e Vitória e os jogos regulares.

Nas duas listas, os 25 campeonatos estaduais de 2013 com dados oficiais. A federação de Roraima não forneceu os números do borderô, público e renda, enquanto o certame do Amapá será disputado apenas no segundo semestre.

Média de público dos campeonatos estaduais de 2013. Crédito: Pluri Consultoria

Os piores uniformes do futebol pernambucano

Camisas do Santa Cruz (1993), Náutico (anos 90) e Sport (anos 90). Crédito: Manula Galo/Picasa

O lançamento da nova coleção de uniformes de um clube de futebol já se tornou um evento tradicional na agenda da agremiação a cada temporada.

Expectativa sobre o design, preço, modelos contratadas para o desfile etc.

Naturalmente, nem sempre as camisas agradam. Algumas pecam pelo exagero, pela concepção nada atrelada à tradição do time, pelo non sense. Encalhadas no mercado e pelo avesso da história diante da torcida.

Aqui, alguns exemplos nas últimas duas décadas de uniformes pouco ortodoxos nos grandes clubes do estado e também nos times pequenos.

Íntegra: Santa Cruz, Náutico e Sport.

Na Cobral Coral, a inesquecível “camisa eletrocardiograma” produzida pela CCS em 1993. No Alvirrubro, a Kyalami abusou das listras, além do estatuto. Em uma camisa do Sport no fim da década de 1990 a Topper tentou desenhar um leão…

Camisas de Santa Cruz (2001), Náutico (2013) e Sport (1999). Crédito: Manula Galo/Picasa e camisasdosport.blogspot.com.br

O Tricolor teve ainda a enorme cruz no uniforme de 2000, numa mistura de camisa de treino e padrão titular. No Náutico, este ano, a Penalty tentou esbanjar modernidade com faixas assimétricas e um vazio no ombro esquerdo.

Quanto ao Sport, de novo via Topper, o que dizer deste padrão praticamente inspirado no rival? Durou pouco tempo nas lojas, pois a camisa foi recolhida. Nesse cenário de camisas bizarras, espaço para as peças das fabricantes Rota do Mar (Sete de Setembro), Sport (Íbis) e CCS (Vitória). Haja criatividade.

Aqui foram apresentadas modelos entre os dois primeiros padrões oficiais dos clubes, pois nas camisas extras é comum o uso de cores alternativas.

Qual é a camisa mais feia que você já viu no seu clube? Comente.

Camisas de Sete de Setembro (2010), Íbis (anos 90) e Vitória (anos 90). Crédito: Manula Galo/Picasa

A quarta classificação da Segundona 2013

Classificação da Série B 2013, na 4ª rodada. Crédito: Superesportes

Uma terça-feira gorda na segunda divisão. Foram cinco jogos iniciando às 19h30 e outros cinco às 21h50. No início da quarta rodada o G4 era formado integralmente por clubes catarinenses. O Avaí acabou saindo da zona de classificação ao perder do Palmeiras, que tomou a sua vaga.

Já o Sport, no meio da tabela, chegou a flertar com a zona de rebaixamento. Perdia do Guaratinguetá por 1 x 0 até o intervalo. Virou, goleou e está a três pontos do G4. Parte agora para dois jogos em casa.

A 5ª rodada do representante pernambucano
08/06 – Sport x Palmeiras(16h20)

Rendendo só no segundo tempo, Sport consegue a primeira vitória longe da Ilha

Série B 2013, 4ª rodada: Guaratinguetá x Sport. Foto: JEFFERSON MARTINS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Outro desempenho constrangedor no primeiro tempo. No interior paulista, o Sport voltava a apresentar os mesmos erros, numa escala preocupante. Como no jogos anteriores longe da Ilha, o Leão sofreu um gol logo nos primeiros minutos. Na jogada, uma síntese da primeira etapa.

Welton, improvisado na lateral, errou tudo. Instável, Renan foi vencido na marcação. Tobi? Levou mais um drible rápido. No desfecho da jogada iniciada no meio-campo, gol do Guaratinguetá, com Jonas Belusso. E nenhuma reação.

Se a preleção não tem tido efeito prático no Leão, no intervalo a conversa de Marcelo Martelotte com cobranças e orientações tem ajudado. As substituições também. Desta vez, Anderson Pedra entrou no lugar de Welton.

O panoramo começou a mudar aos 6 minutos, quando Lucas Lima, o mais lúcido, foi derrubado na área. Na cobrança, Marcos Aurélio empatou. A igualdade tirava o time da zona de rebaixamento e dava novo ânimo. Inicialmente com ligação direta, mas ao menos pressionando o adversário, fraco tecnicamente.

Bastava acertar três passes e a bola chegava na cara do gol. Faltava a Marcos Aurélio, principal jogador do time, aparecer mais, penalidade à parte. Num lance no qual o desvio de Camilo o deixou em posição irregular, o atacante virou.

E aí o desespero mudou de lado. Mais espaço para o Sport e mais tranquilidade, tudo o que o time precisava nessa turbulência. Aos 23, Felipe Azevedo ampliou. Aos 45, Camilo definiu o 4 x 1. A primeira vitória fora de casa, após quatro rodadas. Nos anos em que subiu no atual formato da Segundona, em 2006 e 2011, o Leão somou 12 e 8 pontos, respectivamente. Em 2013 largou com 6…

Série B 2013, 4ª rodada: Guaratinguetá x Sport. Foto: JEFFERSON MARTINS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Torcidas uniformizadas liberadas no Recife, mais uma vez

Camisas das uniformizadas Inferno Coral, Torcida Jovem e Fanáutico

As torcidas organizadas estão de volta aos jogos de futebol na capital. Em uma audiência no Juizado Especial do Torcedor, Torcida Jovem, Inferno Coral e Fanáutico, acompanhadas de seus advogados, conseguiram nesta segunda um termo de conciliação. Para isso, “ajudou” o fato de a FPF não ter enviado um representante para a audiência. A proibição vigorava desde 20 de fevereiro.

Camisas, bandeiras e baterias foram liberadas para a festa. Que o ônus não seja o de sempre nessas decisões, com o aumento da violência.

A notícia da liberação foi logo repercutida nas páginas das três organizadas no facebook. Impressiona a quantidade de seguidores de cada uma. São 7.475 alvirrubros, 30.378 tricolores e 62.731 rubro-negros. Mais de 100 mil pessoas…

Na prática, vários integrantes das três maiores organizadas do estado continuavam presentes nas partidas no Recife, com os gritos de guerra e aglomerações em setores característicos dos estádios, como a geral da Ilha, no lado esquerdo das cabines, e atrás das barras no Arruda e nos Aflitos, no lado direito. Inclusive com escolta policial, fato comum nas uniformizadas

Nos últimos dez anos foram inúmeras proibições após brigas dentro e fora dos estádios, tiros e confusões em ônibus. As determinações da justiça sempre foram de curto prazo, como agora. Qual é a sua opinião o termo de conciliação?

Decisão liberando as torcidas organizadas no Recife em 3 de junho de 2013

Campeonatos estaduais cada vez mais esvaziados, arenas à parte

Média de público dos campeonatos estaduais de 2013. Crédito: Pluri Consultoria

Em tempos de modernas arenas no país, com a polêmica elitização do público e projeções sobre o aumento na média de assistência nas arquibancadas, é um choque notar a realidade do futebol brasileiro, com o pífio índice registrado nos campeonatos estaduais desta temporada.

Em 2013, as 25 competições com dados oficiais das federações registraram uma média de apenas 2.526 pagantes, com uma queda de 9,4% em relação ao ano passado. Ao todo foram 6,2 milhões de torcedores em 2.467 partidas. Isso corresponde a uma redução de 868 mil pessoas nos jogos locais.

A maior queda na média aconteceu justamente em Pernambuco, segundo o estudo da Pluri Consultoria. Líder disparado nos últimos anos, o Estadual caiu de 9,1 mil para 5,3 mil pessoas a cada partida, ou 42% a menos. Perdeu o posto de maior índice do país, feito usado inclusive em publicidade (veja aqui).

8, o número de campeonatos que tiveram uma elevação na média de público.

14, a quantidade de competições cuja média passou de 1.000 pessoas.

83%, o aumento na média de público do certame do Distrito Federal, potencializada pela final, na abertura do Mané Garrincha, com 22 mil pessoas.

1 milhão, marca alcançada pelo campeonato paulista, o único a ultrapassar esta barreira de torcedores.

11.675, o total de pagantes no campeonato rondoniense, o menor.

Apenas o estado de Roraima não forneceu os dados sobre o borderô. Enquanto isso, o torneio do Amapá começará apenas no segundo semestre.