O Náutico perdeu do Londrina, em São Lourenço, e se complicou na disputa pelo acesso à elite nacional. A distância em relação ao G4 subiu de três para seis pontos, perdendo ainda uma posição. Acabou ultrapassado pelo próprio adversário paranaense, com um futebol sem brilho, mas conquistando pontos importantes – por sinal, somou seis diante dos alvirrubros.
O revés também derrubou a probabilidade de acesso do Timbu. Na rodada passada, o departamento de matemática da UFMG apontava 21%. Caiu pela metade. Pois é. Após a derrota para o Criciúma, o time se recuperou vencendo o Vila, fora de casa. Agora, ao perder outra vez em casa, vai ao Maranhão enfrentar o lanterna. A Série B não cansa de oferecer oportunidades…
As dez maiores probabilidades de acesso após 22 rodadas…
O Náutico parece abdicar das oportunidades de alcançar o G4. A derrota para o Londrina por 2 x 0, na Arena Pernambuco, é um duro golpe na confiança de quem faz o clube. E sobretudo de quem vive o clube. O segundo revés seguido como mandante, intercalado por um lampejo de recuperação em Goiânia, deixa o timbu na condição de “quase” na tabela da Série B, num momento de equipes mais encorpadas tecnicamente e mais consistentes taticamente.
Se o grupo de acesso já está a seis pontos, o que na prática deve demandar ao menos três rodadas (caso consiga), o time pernambucano ainda vê a ascensão do Bahia, candidato desde sempre, mas que havia largado muito mal. Na retomada pós-Olimpíada, o tricolor soteropolitano somou sete dos nove pontos disputados. Era essa competitividade que se esperava no reforçado Náutico.
Ao mostrar fragilidade ofensiva mais uma vez, além de um meio-campo com o freio de mão puxado (a composição com Hugo e Renan Oliveira precisa ser revista), a equipe acabou também sem poder de reação. O gol de Germano, concluindo uma falta na área, completamente desmarcado, deixou o segundo tempo quase inglório. O time mal conseguia chegar na meta parananense. E quando chegou, o individualismo atrapalhou, recorrente em momentos de pressão. O gol de Keirrison, algoz já no jogo da ida, “autorizou” a revolta dos três mil espectadores. Gente consciente de que nem sempre haverá chances…
O Troféu Givanildo Oliveira, a simbólica disputa entre Sport e Santa Cruz em homenagem ao centenário do clássico, foi oficializado pela FPF em 19 de fevereiro. Na ocasião, o regulamento apontava a possibilidade de a própria entidade ficar com a taça, em caso de empate na pontuação somando todos os confrontos em 2016. Com a disputa já na reta final, a direção da federação resolveu fazer uma alteração, abrindo mão dessa possibilidade. Ou seja, a partir de agora, igualdade na tabela (não há saldo) resultará na divisão do troféu.
A retificação no “campeonato paralelo” lembra o centenário de Náutico x Sport, em 2009. Na época, o troféu, também ofertado pela FPF, foi disputado em apenas um jogo, no dia seguinte ao centésimo aniversário do Clássico dos Clássicos. Com o 3 x 3, pelo Brasileirão, cada clube ganhou uma peça, idêntica. Voltando ao presente, a entrega da taça ficou para o último Clássico das Multidões, no returno da Série A, na Ilha. E com a devida a presença de Givanildo Oliveira, o maior campeão pernambucano da história, com 16 faixas como jogador e técnico, sendo nove pela Cobra Coral e sete pelo Leão.
Em 2017 será a vez do centenário do Clássico das Emoções, com a FPF já articulada para repetir a homenagem, nos moldes desta temporada.
Confira a situação do Troféu Givanildo Oliveira…
Jogos disputados em 2016 21/02 – Sport 2 x 1 Santa Cruz (Estadual, Ilha) 10/04 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (Estadual, Arruda) 04/05 – Santa Cruz 1 x 0 Sport (Estadual, Arruda) 08/05 – Sport 0 x 0 Santa Cruz (Estadual, Ilha) 01/06 – Santa Cruz 0 x 1 Sport (Série A, Arruda) 24/08 – Santa Cruz 0 x 0 Sport (Sul-Americana, Arena)
Jogos a disputar 31/08 – Sport x Santa Cruz (Sul-Americana, Arena) 11/09 – Sport x Santa Cruz (Série A, Ilha)
Classificação após 6 clássicos 9 pontos – Sport 6 pontos – Santa Cruz
Para dar Sport Em vantagem, com uma vitória a mais, o time rubro-negro precisa de uma vitória em dois jogos ou dois empates. Ambos os clássicos têm mando leonino.
Para dar Santa O tricolor só tem uma alternativa para ter a taça de forma exclusiva: vencendo os dois jogos. Em seis clássicos na temporada, venceu apenas uma vez.
Para dividir o título A pontuação final precisa ser, necessariamente, 10 x 10. Assim, precisa ocorrer um empate e uma vitória coral. Um segundo troféu seria confeccionado.
A briga contra o descenso já chegou à clássica margem de 45 pontos para escapar. Tudo por causa das vitórias de Cruzeiro, Vitória e Figueirense e dos empates de Sport, Coritiba e Internacional. Ou seja, a turma lá de baixo pontuou na 21ª rodada, forçando o ponte de corte. No cenário local, o fim de semana teve o 1 x 1 do Leão na Arena e o revés do Santa no Mineirão. Há algumas semanas o blog vem projetando dois cenários para evitar a queda, um com 46 pontos, a margem mínima com 100% de segurança (até hoje).
O segundo cálculo deveria considerar a campanha do 16º lugar, mas a tabela tem dois jogos a menos, envolvendo clubes na briga contra o descenso – Flu x Figueira (03/09) e Botafogo x Grêmio (04/09). Por isso, o blog utilizou o 16º aproveitamento, no caso, o do Coritiba (39,3%). Ao final de 38 rodadas, esse índice (arredondado para cima) resultaria nos supracitados 45 pontos – três pontas a mais que a rodada passada. Veja o que é preciso no Brasileirão…
Sport – soma 27 pontos em 22 jogos (40,9%)
Para chegar a 46 pontos (margem segura): Precisa de 19 pontos em 16 rodadas …ou 39,5% de aproveitamento Simulações: 6v-1e-9d, 5v-4e-7d, 4v-7e-5d
Para chegar a 45 pontos (rendimento atual do 16º): Precisa de 18 pontos em 16 rodadas …ou 37,5% de aproveitamento Simulações: 6v-0e-10d, 5v-3e-8d, 4v-6e-6d
Santa Cruz – soma 19 pontos em 22 jogos (28,7%)
Para chegar a 46 pontos (margem segura): Precisa de 27 pontos em 16 rodadas …ou 56,2% de aproveitamento Simulações: 9v-0e-7d, 8v-3e-5d, 7v-6e-3d
Para chegar a 45 pontos (rendimento atual do 16º): Precisa de 26 pontos em 16 rodadas …ou 54,1% de aproveitamento Simulações: 8v-2e-6d, 7v-5e-4d, 6v-8e-2d
A 23ª rodada dos representantes pernambucanos
07/09 (16h00) – Santa Cruz x Chapecoense (Arruda) Histórico no Recife na elite: nenhum confronto
08/09 (19h30) – Corinthians x Sport (Itaquerão) Histórico em SP na elite: 3 vitórias leoninas, 4 empates e 5 derrotas
A Copa do Nordeste voltou ao calendário oficial da CBF em 2013, após um acordo judicial entre a Liga do Nordeste e a entidade. Entretanto, a exibição da competição sempre foi restrita na televisão por assinatura, um dos principais meios de consumo de futebol. Isso porque o canal detentor dos direitos de transmissão, o Esporte Interativo, não estava inserido nas principais operadoras, Net, Claro e Sky. Em 2017, enfim a cobertura será completa, com a Lampions à disposição na grade com três ou até quatro jogos ao vivo por rodada.
Inicialmente, o alcance do torneio era de 3.633.059 domicílios, ou 18,7% do mercado, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Pouco. A situação só começou a mudar quando o EI foi adquirido pelo grupo americano Turner Broadcasting System, comprando em seguida os direitos de exibição da Champions League, exclusiva por três temporadas. Net e Claro cederam em dezembro de 2015, com o aumento imediato de 10 milhões de lares. Não por acaso, a audiência do regional de 2016 foi 30% maior em relação a 2015, chegando a 16,8 milhões de pessoas. As finais entre Santa Cruz e Campinense, no Arruda e no Amigão, foram vistas por 4,2 milhões de telespectadores.
Isolada, em termos de transmissão da Liga dos Campeões da Uefa, a Sky ainda via a ascensão da Netflix, concorrente no conteúdo a la carte, e a retração de assinaturas em um ano, de 19,3 mi para 18,9 milhões. Assim, a empresa acabou chegando a um acordo com o Esporte Interativo, num comunicado silencioso, via e-mail aos assinantes. Em quatro linhas, o prazo para o início dos dois canais, 29 de setembro, e o incremento, com Champions e Nordestão. Em tempo: os direitos de transmissão do regional estão negociados até 2022.
Alcance do Nordestão na tevê paga 2013 – 18,7% (3,6 milhões de assinaturas) 2014 – 18,7% (3,6 milhões) 2015 – 18,7% (3,6 milhões) 2016 – 70,9% (13,7 milhões) 2017 – 100% (18,9 milhões*)
Assinantes de tevê paga (18.909.693*) 11.693.001 – Sudeste 2.857.939 – Sul 2.211.921 – Nordeste 1.348.080 – Centro-Oeste 798.752 – Norte * Dado da Anatel sobre todas operadoras, de junho de 2016
Participações pernambucanas no Nordestão** 2013 – Santa (6º), Sport (7º) e Salgueiro (13º) 2014 – Sport (campeão), Santa (4º) e Náutico (11º) 2015 – Sport (4º), Salgueiro (7º) e Náutico (9º) 2016 – Santa (campeão), Sport (4º) e Salgueiro (6º) 2017 – Náutico, Santa e Sport ** Após a volta oficial do regional
O Campeonato Brasileiro foi licenciado no game Pro Evolution Soccer. Após oito anos assinando contratos apenas com os clubes, individualmente, a produtora Konami firmou um acordo de duas temporadas com a própria CBF, para usufruir também da chancela da competição, com vinte clubes, além do troféu, bola oficial e tabela (no PES 2017 e PES 2018). Pelo trailer oficial, exclusivo sobre a Série A, ao menos seis estádios foram digitalizados: Mineirão, Arena Corinthians, Morumbi, Beira-Rio, Maracanã e Vila Belmiro.
A composição do campeonato nacional no game é a de 2016. Ou seja, com Santa Cruz e Sport. Essa é a primeira vez que o tricolor figura oficialmente no game – inclusive com o presidente Alírio Moraes presente no lançamento no Rio, na sede da CBF -, enquanto o rubro-negro vai para a quinta participação consecutiva. O Náutico também já fez parte, entre 2013 e 2015. Com o licenciamento, uniformes (titulares e reservas), distintivos, nomes de jogadores (Grafite, Diego Souza, João Paulo, Rithely etc) e patrocinadores serão replicados no PES. Alguns jogadores também devem ter caracterizações em 3D, como ocorre com Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, por exemplo.
Entre as ideias para o novo jogo, até mesmo uma “preliminar” das partidas reais com o game simulado nos telões dos estádios. No anúncio da parceria CBF/Konami, a direção da confederação já adiantou o interesse de licenciar outros torneios nacionais, como a Série B e a Copa do Brasil. Com o mata-mata nacional seria preciso reproduzir 86 times! Incluindo quatro pernambucanos…
Obs. A narração brasileira será de Milton Leite, substituindo Sílvio Luiz.
O 45 minutos analisou as apresentações dos grandes clubes pernambucanos no fim de semana, coletiva e individualmente. Começamos com a vitória alvirrubra em Goiânia, reaproximando o clube do G4 da Série B. Pela elite, Santa e Sport abriram e encerraram o domingo, respectivamente. Em BH, pela manhã, os corais chegaram a sete rodadas sem vitória. Na Arena, à noite, dando sequência ao acordo com o governo do estado os leoninos suaram bastante buscar o empate, diante de um time que não vence (agora) há 14 jogos.
Ao todo, somando as três gravações, 90 minutos de podcast… Ouça!
O Sport sem Diego Souza é um time extremamente previsível, com ataques apressados, gerando contragolpes na mesma intensidade. Quando resolve sair com um pouco mais de calma, a bola roda pelos zagueiros e pelos volantes, até alguma tentativa de bola enfiada por alguém do quarteto. Gabriel Xavier, que poderia exercer o papel, acaba quase sempre jogando mais à frente, nas pontas. Contra o Inter não foi diferente. Havia a expectativa pelo retorno do camisa 87, mas ele acabou ficando de fora mais uma vez. Rogério, contundido no clássico, também foi um desfalque. Dos mais importantes, pois trama velocidade e habilidade com mais eficiência que os companheiros de ataque. As ausências aumentaram a desconfiança dos sete mil espectadores na arena.
Diante de um time em crise, o Leão tinha a possibilidade de explorar a pressão proporcionada pelo longo jejum de vitórias (agora de 14 partidas). Os papéis foram invertidos em um pênalti bem questionável a favor dos gaúchos, convertido por Seijas. Nove minutos e um time completamente atrás da linha da bola. Com Celso Roth na área técnica, não havia qualquer surpresa. Tampouco a catimba, com um cai-cai sem fim. O preciosismo do árbitros (vamos dizer assim) também atrapalhou. Era sinalização de cobrança de falta com a bola rolando, lateral no lugar errado. Tudo de um lado, travando o jogo.
Mal em campo, o Sport ao menos batalhou. Correu e chegou ao empate, 1 x 1, aos 44 do segundo tempo, com Vinícius Araújo, vaiado ao ser anunciado como solução na última substituição. Antes de mandar para as redes, perdera uma chance incrível, mas enfim acertou a sua primeira finalização na barra neste Brasileirão – acredite. Valeu um ponto ao Sport e manteve o Colorado em baixa, sobretudo agora, no Z4. Agora, para voltar jogar de forma consistente e com a expectativa de uma pontuação melhor, a volta de DS87 ao leão é indispensável.
O Santa Cruz chegou a sete partidas sem vitória no Brasileiro, se firmando na penúltima posição. Num Mineirão com 49 mil pessoas, a atuação no primeiro tempo até sugeriu um bom resultado. O time pernambucano controlou o jogo, errou poucos passes (90,5% de eficiência, via Footstats) e se arriscou no ataque. Teve duas chances, com Grafite, em jejum, e Léo Moura, que acertou o travessão, com a bola caprichosamente quicando pouco à frente da linha.
Na volta do intervalo, com o sol do meio-dia, o tricolor teve nem tempo de impor seu ritmo, com o Cruzeiro definindo antes dos dez minutos. Num corte de cabeça de Luan Peres, para frente, Robinho dominou e mandou de longe. A bola bateu na trave e entrou. Quanto ao corte do zagueiro, trata-se mais de uma descrição do que falha, pois a finalização foi de rara felicidade. Na sequência, aí sim uma desatenção, com os mineiros cobrando rapidamente um lateral, próximo ao meio-campo. Segundos depois, dois contra um na área, com Danny Morais sem muito o que fazer. A bola sobrou limpa para Ábila fazer 2 x 0.
A partir daí, até o mais fiel tricolor baixou a guarda. O time já não concatenava mais jogadas – Keno, o principal escape, não produziu nada, e Grafite esteve sempre marcado -, tendo ainda que se preocupar com a possibilidade de uma goleada. Ficou nisso. Na volta ao Recife, antes da breve parada para os dois jogos da Seleção nas Eliminatórias da Copa, o Santa Cruz terá o decisivo clássico contra o Sport, valendo vaga nas oitavas da Sula. Com o empate sem gols na ida, chega em boas condições. A classificação, e a consequente viagem ao exterior, talvez seja a mudança de foco que o time tanto precisa atualmente…
A reação em Goiânia, com a vitória do Náutico sobre o Vila Nova, voltou a colocar o time pernambucano na disputa real pelo G4, ou seja, ficando a uma rodada de ingressar no grupo de acesso. Apesar dos três pontos em relação ao CRB, a maior surpresa da Série B até o momento, o Timbu ainda precisa ultrapassar outros dois adversários, o Brasil de Pelotas (também surpreendente) e o Bahia (aos trancos e barrancos, recuperou o fôlego, justificando o pesado investimento). Segue no bolo e se reforçando, acima da média da competição.
As dez maiores probabilidades de acesso após 21 rodadas…