Seguindo a tendência de marca própria, Santa Cruz passa a produzir uniformes

Marcas próprias de Paysandu (Lobo), Juventude (19Treze), Fortaleza (Leão 2018), Joinville (Octo), Treze (Galo) e Santa Cruz (Cobra Coral)

As marcas dos clubes: Lobo, 19Treze, Leão 1918, Octo, Galo e Cobra Coral.

A Penalty fornecia os uniformes oficiais do Santa desde 2009. Nos últimos anos, a relação tornou-se conturbada por causa da distribuição dos produtos. No início de 2016, o clube chegou a anunciar o rompimento, mas voltou atrás quatro meses depois com a garantia de otimização dos serviços. Porém, com o fim do contrato antecipado em um ano, na ocasião até 2018. E acabou mesmo terminando antes do previsto, com a direção anunciando oficialmente o distrato em 2 de maio de 2017. No comunicado, uma ‘rescisão amigável’.

“A Penalty e o Santa Cruz Futebol Clube decidiram, de forma amigável e consensual, rescindir o contrato de parceria que contemplava o fornecimento do material esportivo para o clube. A Penalty ressalta que o relacionamento de longa data foi muito importante para a marca.”

A decisão foi tomada com a certeza sobre o novo formato no mercado do futebol, com marcas próprias – com o tricolor sendo o primeiro pernambucano. Sem contratos vantajosos com fornecedoras, alguns clubes vêm optando pela plena administração do negócio, no custo, na criação, produção, distribuição e venda de uniformes oficiais. Trabalho maior, mas com a receita líquida absoluta. Ideia a partir do sucesso do Paysandu, em campo desde janeiro de 2016, ganhando 45% a mais em cada camisa, segundo o clube. No clube paraense, cuja marca se chama ‘Lobo’, o faturamento no primeiro ano foi de R$ 214 mil/mês. Outros cinco clubes brasileiros seguiram a ideia.

01/2016 – Paysandu (Lobo)
05/2016 – Juventude (19Treze)
09/2016 – Fortaleza (Leão 1918)
01/2017 – Joinville (Octo)
03/2017 – Treze (Galo)
05/2017 – Santa Cruz (Cobra Coral)

No caso coral, a marca própria havia sido lançada há três meses. Na ocasião, entretanto, foi voltada apenas para produtos licenciados à parte das camisas oficiais, que dominam a procura da torcida. No relançamento, com o logo sendo repaginado (original acima), a marca vai estampar os padrões do time.

A evolução financeira do G7 do Nordeste no triênio 2014-2016, via balanços oficiais

O G7 do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Os sete maiores clubes do Nordeste, concentrados nas cidades de Salvador, Recife e Fortaleza, arrecadaram quase meio bilhão de reais em 2016. Somando as receitas operacionais de Bahia, Vitória, Náutico, Santa, Sport, Ceará e Fortaleza, o montante exato foi de R$ 476.840.772, com um aumento de 53% sobre o ano anterior. Num dado bruto, R$ 165 milhões a mais no caixa. Animador? O Flamengo sozinho arrecadou R$ 510 milhões. Embora no cenário nacional a cifra local ainda precise de lastro, concentremos a análise na região. Até porque há, também, uma grande desigualdade interna.

Como se sabe, Bahia, Sport e Vitória, os primeiros da região acima de R$ 100 mi/ano, são cotistas da televisão há muito tempo – o leão baiano foi o último a entrar no bolo, em 1999. Se em 2015 o faturamento do trio representou 73% do G7, agora subiu para 77%. Esse distanciamento foi baseado na renovação dos contratos de televisão para o Campeonato Brasileiro, no meio da briga entre Rede Globo e Esporte Interativo. O Baêa acertou com o EI a exibição na tevê por assinatura, de 2019 a 2024, com luvas de R$ 40 milhões.

Enquanto isso, Vitória e Sport já haviam recebido 18 milhões de reais da Globo referentes às edições de 2019 e 2020 – neste caso, somando todas as plataformas; aberta, fechada, ppv, internet e sinal internacional. Porém, em 2016, ambos estenderam seus contratos até 2024. Somente o Vitória detalhou o novo recurso da Globo, de R$ 40 milhões! A tendência é que o Sport tenha recebido o mesmo. Portanto, os demonstrativos estão turbinados, cenário semelhante a 2012, no ciclo anterior dos acordos de transmissão.

Os outros quatros clubes também negociaram, Náutico e Santa com a Globo e Ceará e Fortaleza com o EI, mas com dados quase irrelevantes neste balanço – apenas o tricolor pernambucano mudou de patamar, não por este acordo, mas pela cota da Série A de 2016, quando recebeu R$ 23 milhões. Entre as consequências, a baixa competitividade – embora o Santa venha tendo ótimo desempenho no cenário local -, precarizando a estruturação. O caso timbu, hoje, é de colapso. O passivo já é 9x maior que a receita líquida.

Abaixo, os dados do G7, considerando receita operacional e o passivo, que é a soma dos passivos circulante e não circulante, com dívidas de curto e longo prazo, entre outros débitos e financiamentos. No geral, R$ 659 milhões (!), com parte já refinanciada no Profut. A divulgação pública desses balanços, com pareceres de auditores independentes, está prevista no artigo 46-A da Lei 9.615, de 24 de março de 1998. Mais conhecida como Lei Pelé. O prazo final é abril. O primeiro a divulgar a demonstração contábil nesta temporada foi o Bahia, em 29 de março. Todos apresentaram no prazo, em jornais e/ou site de federações, com o Sport sendo o último a publicar em seu site oficial.

Análise dos balanços financeiros de 2016: Náutico, Santa Cruz e Sport.

O podcast 45 minutos sobre o tema.

Pela primeira vez um clube da região ultrapassou a barreira centenária. Na verdade foi em dose tripla. Baseados em aumentos fora da curva, com Bahia (40,5 mi), Sport (41,9 mi) e Vitória (59,7 mi). Mesmo na Série C, o Fortaleza teve uma receita 39% maior que a do Náutico. Já no caso coral, o rebaixamento deve fazer com que o patamar volte ao de 2014/2015.

Balanço financeiro dos maiores clubes do Nordeste no triênio 2014-2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

O blog fez três quadros distintos, com o G7, com os cotistas (Bahia, Sport e Vitória) e os não cotistas (Santa, Ceará, Fortaleza e Náutico), considerando os contratos tradicionais da tevê. Enquanto a receita do “G3” subiu 62% no último ano, o faturamento dos outros quatro evoluiu 28%. Por sinal, a receita do quarteto, R$ 105 milhões, é inferior ao menor faturamento do G3 (111 mi).

Balanço financeiro dos maiores clubes do Nordeste no triênio 2014-2016. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Para terminar, um gráfico com a evolução da receita operacional no último triênio. Enquanto as três primeiras colocações parecem fixas, a briga pelo 4º lugar é baseado numa participação na Série A, recebendo a cota principal – uma vez que Bahia, Sport e Vitória recebem a cota da elite mesmo na Série B, com 100% no primeiro ano e 85% a partir do segundo ano por lá.

Bahia elimina o Vitória e chega à 6ª final no Nordestão. Espera um pernambucano

Copa do Nordeste 2017, semifinal: Bahia 2 x 0 Vitória. Foto: Felipe Oliveira/Bahia

O Bahia dominou o Vitória na Fonte Nova. Teve posse de bola, criou as melhores chances, se defendeu bem e, num clássico nervoso, fez a festa. Diante de sua torcida, a totalidade dos 34.999 espectadores, o tricolor soteropolitano fez 2 x 0, gols de Allione e Régis, revertendo a derrota no Barradão. É difícil questionar o resultado. Somente no primeiro tempo o placar de finalizações foi 8 x 1! Só um time jogou bola. Após dois anos, o clube volta à decisão da Copa do Nordeste, desta vez mais encorpado.

Com 76% de aproveitamento, perdeu apenas uma vez, justamente no primeiro Ba-Vi da semifinal. Na fase de grupos, passou com a melhor campanha, sem sofrer gols. Nas quartas, goleou lá e lô. Na semifinal, foi bem melhor que o leão da barra, cujo elenco é, em tese, mais técnico. Em busca do tricampeonato regional, tentando erguer a taça depois de 15 anos, o Baêa irá encarar um rival pernambucano nos dias 17 e 24 de maio.

Diante de Santa (mais perto) ou Sport, o time comandado por Guto Ferreira terá que contornar dois sérios desfalques. Hernane Brocador fraturou a tíbia e está fora. Já o meia Régis, emprestado pelo rubro-negro recifense, recebeu o segundo amarelo ao comemorar o gol que definiu a classificação em Salvador. É, simplesmente, o artilheiro do torneio, agora com 6 gols. Também estão suspensos o lateral-esquerdo Armero e o volante Edson. Ou seja, um Bahia esfacelado nos primeiros 90 minutos. Mas é bom não duvidar da capacidade.

Bahia no Nordestão 2017
10 jogos
7 vitórias
2 empates
1 derrota
21 GP
4 GC

Bahia, 6ª final em 13 participações
1997 – Vice (vs Vitória)
1999 – Vice (vs Vitória)
2001 – Campeão (vs Sport)
2002 – Campeão (vs Vitória)
2015 – Vice (vs Ceará)
2017 – A definir 

Confira a lista de campeões oficiais e não oficiais do Nordeste clicando aqui.

Copa do Nordeste 2017, semifinal: Bahia 2 x 0 Vitória. Foto: Bahia/twitter (@ECBahia)

FPF vai ouvir sugestão de torcedor sobre o regulamento do Pernambucano de 2018

Evandro Carvalho, o presidente da FPF. Foto: Ricardo Fernandes/DP

A fórmula com hexagonal, com a pré-classificação do Trio de Ferro, semifinal e final, totalizando 14 jogos na fase principal do Campeonato Pernambucano, surgiu em 2014. Na época, parecia uma boa ideia, com seis clássicos em dez rodadas e as principais forças do interior envolvidas. Porém, acabou virando um torneio previsível, a ponto de os grandes utilizarem reservas e até juniores, sem prejudicar a classificação. Sem o Todos com a Nota, o interesse do público não se sustentou. Para 2018, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, admite a necessidade de mudança.

Ao blog, afirmou que “pretende ouvir todas as partes interessadas”. Clubes, imprensa e torcedores. Isso mesmo. Após a decisão do titulo entre Salgueiro e Sport, o dirigente pretende reunir jornalistas para ouvir sugestões – já fez outras vezes, embora os encontros tenham sido mais para analisar a edição encerrada. Na sequência, abriria um canal no site oficial da federação para receber as opiniões dos torcedores. Para isso, os interessados em ‘ajudar’ teriam que cumprir alguns pré-requisitos já estabelecidos (abaixo).

Na sequência, a diretoria de competições da FPF selecionaria as melhores ideias (nos dois segmentos), enviando-as aos clubes participantes – dos doze, dez já estão confirmados, com os outros dois oriundos da Segundona, marcada para o segundo semestre. Só então seria convocado o conselho arbitral, que definirá o novo regulamento em novembro, com a publicação em dezembro. Respeitando o Estatuto do Torcedor, a possível nova fórmula vigoraria em 2018 e 2019. Você já tem alguma ideia?

As ponderações para o regulamento do Estadual de 2018:

Datas: 14 na fase principal, com os grandes clubes, mas com a possibilidade de redução (12) e ampliação (16, esta com menos chance).

Composição: turno único; grupos (2 de seis times, 3 de quatro times e 4 de três times); 1ª fase e 2ª fase; hexagonal; octogonal etc. 

Obrigação: a disputa de uma final. Semifinal e quartas de final à disposição.

Critérios: elaboração do desempate na fase classificatória e no mata-mata.

Período: do último fim de semana de janeiro à primeira semana de maio.

Campos possíveis no interior: Cornélio de Barros (Salgueiro, ok), Áureo Bradley (Arcoverde, precisa aumentar o tamanho do campo), Lacerdão (Caruaru, só com reforma) e Carneirão (Vitória, só com reforma).

Clássicos: segundo o dirigente, a tevê paga mais com a realização de pelo menos seis clássicos na fase classificatória. O contrato atual vai até 2018.

Com gol de Pitbull, Santa vence o Sport na Ilha e leva grande vantagem ao Arruda

Copa do Nordeste 2017, semifinal: Sport 1x2 Santa Cruz. Foto: Peu Ricardo/DP

Foi um Santa Cruz muito diferente em campo, o Santa que a torcida tanto pediu a Vinícius Eutrópio. Pediu não, exigiu. A enorme cobrança sobre o técnico visava uma equipe mais disposta a jogar futebol, justificando a sua tradição. O desempenho em Salgueiro, há uma semana, foi muito além do tolerável. Durante a semana, muita conversa e a certeza de que era, sim, preciso mudar. Não bastava tentar conter o Sport na Ilha, recebendo seu maior público no ano, 23.574. Para seguir na briga pelo bi da Copa do Nordeste, os corais precisariam confrontar de fato o adversário, como vem fazendo muito bem desde 2011.

Jogando com três meias e sem abdicar do jogo, mantendo a prudência necessária, o tricolor arrancou um resultado que o deixa pertinho da final. Venceu por 2 x 1. No Arruda, na próxima quarta, tem o empate e pode avançar até mesmo caso perca por 1 x 0. Aos leoninos, portanto, a obrigação de marcar dois gols. Não será fácil, tanto que ainda não conseguiu em três clássicos nesta temporada (1 x 1, 1 x 1 e 1 x 2). Na Ilha, o Sport sentiu a ausência de Rogério, suspenso. Sem o atacante, foram pouquíssimas jogadas de profundidade – coisa que Ney Franco só tentou aos 16 do segundo tempo, com a entrada de Lenis no lugar de Juninho, sem sucesso. Além disso, encontrou um adversário mais solto, com mais qualidade no passe. Após levar perigo duas vezes, em chutes de fora da área, a cobra coral acelerou. Assim, abriu o placar, aos 32 minutos. Thomás fez boa jogada pela esquerda e cruzou para um dos meias, Léo Costa, que escorou de peixinho.

Copa do Nordeste 2017, semifinal: Sport 1x2 Santa Cruz. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Jogando em seu ritmo, procurando espaço sem tanto pressa, o Sport só havia tido uma grande chance até ali, com Juninho. Mais pela linha de impedimento mal feita pelo adversário. Cara a cara com Jacsson, o jovem atacante perdeu. O goleiro foi escalado após o veto em Júlio César, com irritação no olho. Como no hexagonal estadual, quando o Santa atuou com os reservas, teve boa atuação. Só foi vencido em uma penalidade, marcada cinco minutos após o gol coral. Diego Souza carregou a bola no lado direito da área e foi derrubado por Tiago Costa. O camisa 87, que havia desperdiçado contra o Botafogo, converteu desta vez converteu. Chegou a dez gols no ano.

Se o primeiro tempo foi mais franco, no segundo o Santa conseguiu travar bem o meio-campo leonino, com Elicarlos e David ligados. Ronaldo e Fabrício encontraram dificuldades na saída de bola, enquanto Rithely errou muitos passes – inclusive a intensidade dos passes. Se Ney Franco mexeu no time para buscar a vitória, tentando aproveitar do maior volume, Eutrópio também ousou. Tirou Pereira e colocou André Luís, para tentar reter a bola à frente, forçando a jogada de linha de fundo. E o atacante, que entrara há dois minutos, fez fila, encontrando Halef Pitbull. Que hora para acabar o jejum! Eram oito partidas. O centroavante se desvencilhou logo da marcação de Matheus Ferraz e fuzilou as redes de Magrão, dando a vantagem definitiva no jogo de ida. A partir dali, um Sport sem imaginação, insistindo na bola aérea, já com os zagueiros no ataque. Por baixo, também errou, até na pequena área. Ao Santa, a já tradicional festa na geral do placar.

Copa do Nordeste 2017, semifinal: Sport x Santa Cruz. Foto: Santa Cruz/instagram (@santacruzfc)

O balanço financeiro do Náutico em 2016, com a dívida chegando a R$ 155 milhões

O balanço financeiro do Náutico de 2011 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Náutico vive uma séria instabilidade política. Embora seja salutar a alternância no comando, há três gestões os palanques não são desmontados. Atualmente, o executivo é comando por um grupo e o conselho deliberativo por outro outro, com seguidas divergências na aprovação e execução de projetos ($). Inclusive no balanço financeiro, divulgado sem alarde no site oficial. O documento (íntegra abaixo) traz nas cinco páginas o seguinte alerta na cor vermelha: “sujeito a ajustes após conclusão de auditoria/aprovação do conselho fiscal”. Logo, a publicação sobre a operação em 2016 pode ter sido protocolar, para cumprir a lei federal, mas com os dados sob análise interna.

Em campo, o alvirrubro viveu a 12ª temporada sem títulos. No fim do ano, com o técnico Givanildo Oliveira, reagiu e quase voltou à Série A. Perdeu o acesso num duro revés em plena arena, para o quase rebaixado Oeste. Com isso, a (triste) certeza de que o desidratado patamar financeiro seguirá em 2017. No último exercício, o clube teve cerca de R$ 1,3 milhão/mês. Dinheiro para bancar o futebol (profissional e base), para quitar débitos (despesas de gestão e dívidas antigas), para a manutenção do CT etc. Quase inviável numa disputa com os rivais tendo R$ 3 mi (Santa) e R$ 10 mi (Sport) mensais.

Ao todo, o clube faturou R$ 16,7 milhões, com 38% através das cotas de televisão da Série B, do Estadual e da Copa do Brasil (R$ 6,5 mi). Em 2017 a receita do Brasileiro será de R$ 5,8 milhões, num aumento de R$ 600 mil – por sinal, o executivo tentou adiantar uma parte para sanar salários atrasados, mas o conselho vetou. No ano passado, a situação só não foi pior por causa do patrocínio firmado com a Caixa Econômica Federal, de R$ 1,2 milhão, valor superior ao patrocinador-master do tricolor, uma divisão acima.

Mesmo com as certidões negativas atualizadas, após anos tentando, o clube de Rosa e Silva segue se endividando. O blog publica os balanços do Trio de Ferro desde 2011, e em todos o Náutico registrou déficit. Não por acaso, viu o seu passivo subir pela 4ª vez seguida, chegando a R$ 155 milhões, o maior do futebol pernambucano. É quase dez vezes a receita! Bronca. Ao menos o patrimônio, mesmo com o estádio dos Aflitos inviabilizado, segue inalterado, com R$ 134 milhões, valor não atualizado pelo mal detalhado balanço.

Receita operacional
2011 – R$ 19.236.142
2012 – R$ 41.089.423 (+113%)
2013 – R$ 48.105.068 (+17%)
2014 – R$ 15.956.176 (-66%)
2015 – R$ 18.363.286 (+15%)
2016 – R$ 16.723.513 (-8%)

Passivo
2011 – R$ 62.442.207 
2012 – R$ 71.979.517 (+15%)
2013 – R$ 87.916.127 (+22%)
2014 – R$ 137.364.572 (+56%)
2015 – R$ 149.267.447 (+8%)
2016 – R$ 155.639.544 (+4%)

Superávit/déficit
2011 (-1.643.179)
2012 (-392.993)
2013 (-721.320)
2014 (-13.346.684)
2015 (-10.839.793)
2016 (-4.608.166)

Confira a postagem sobre o balanço anterior do alvirrubro aqui.

Balanço do Santa em 2016, com a maior receita da história e redução do passivo

O balanço financeiro do Santa Cruz de 2011 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/D

Havia a certeza de que o Santa Cruz teria a maior receita de sua história em 2016. Apenas a cota de televisão pela participação na Série A, de R$ 23 milhões, já seria suficiente para superar todos os faturamentos anuais na década. Então, some a isso as premiações obtidas pelo clube no Nordestão (campeão), na Copa do Brasil (3ª fase) e na inédita participação na Sul-Americana (oitavas), além de patrocínios, sócios e bilheteria. Ao todo, R$ 36,8 milhões de receita operacional, num aumento de 143% em relação à temporada anterior, quando conquistou o acesso à elite nacional – o relatório foi publicado no Diario de Pernambuco. No histórico tricolor, foi muito dinheiro, mas num comparativo local, a cifra acabou abaixo do esperado.

E não se trata de uma comparação com o Sport, cuja receita em 2016 foi superior à soma dos últimos seis anos do Santa (129 mi x 115 mi), mas sim em relação ao Náutico, também na condição de “não cotista” da tevê. Em 2012 e 2013, em seus últimos anos na elite, o alvirrubro faturou 41 e 48 milhões, respectivamente. Desconsiderando o segundo dado, turbinado pelo contrato com a Arena Pernambuco, o primeiro já mostra uma captação maior.

Sobre o último exercício, o gasto com o futebol subiu consideravelmente, chegando a 31,1 milhões de reais, ou 84% de toda a receita – o rival leonino, por exemplo, gastou 45% com futebol. E justamente por isso surpreende o fato de o passivo ter caído tanto. A redução foi de 15 milhões de reais, a maior no Arruda desde que o blog passou a detalhar os balanços do Trio de Ferro. Via Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro), cujo parcelamento dobrou, chegando a R$ 29 milhões. Quadro importantíssimo, devido ao longo tempo de pagamento, desde que o clube honre o compromisso estabelecido.

Administrativamente, o clube ajustou o quadro de exercícios (anos) anteriores e quitou um empréstimo bancário de R$ 8,7 mi. Por outro lado, as obrigações tributárias seguem pesadas, tanto que não conseguiu todas as certidões negativas, a exigência da Caixa Econômica Federal para firmar patrocínios esportivos. Por isso, acabou sem o acordo previsto de R$ 3,6 milhões, estampando posteriormente a marca da MRV, por R$ 1,08 mi. Ou seja, é uma das explicações para o faturamento abaixo do esperado. Nesta equação com o futebol (custo alto e rebaixamento no fim), o Santa terminou com um déficit de R$ 3,8 milhões, empurrando o débito para a segunda divisão, onde tende a voltar ao patamar financeiro dos cinco anos anteriores.

Receita operacional
2011 – R$ 17.185.073
2012 – R$ 13.133.535 (-23%)
2013 – R$ 16.955.711 (+29%)
2014 – R$ 16.504.362 (-2%)
2015 – R$ 15.110.061 (-8%)
2016 – R$ 36.854.071 (+143%)

Passivo
2011 – R$ 69.775.333 
2012 – R$ 71.536.863 (+2%)
2013 – R$ 71.377.478 (-0,2%)
2014 – R$ 72.727.047 (+1%)
2015 – R$ 77.728.805 (+6%)
2016 – R$ 62.604.879 (-19%)

Superávit/déficit
2011 (+1.443.869)
2012 (-692.408)
2013 (+453.996)
2014 (-1.766.461)
2015 (-3.388.522)
2016 (-3.861.281)

Confira a postagem sobre o balanço anterior do tricolor aqui.

O balanço financeiro do Santa Cruz em 2016

Balanço do Sport em 2016 traz recordes de faturamento (129 mi) e passivo (125 mi)

O balanço financeiro do Sport de 2011 a 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em 2016, o Sport colecionou vários insucessos no campo. No Estadual, no Nordestão e na Copa Sul-Americana. Na Série A, só escapou na última rodada, embora ainda tenha sido premiado com outra vaga na Sula. Esse desempenho não bate com a receita operacional do clube, a maior da história, superando o recorde anterior, vejam só, de 2015. Mais do que isso, o faturamento rubro-negro aumentou em 47,8%. Segundo o balanço financeiro de 2016, publicado na Folha de Pernambuco, o montante chegou a R$ 129,5 milhões, ultrapassando pela primeira vez a barreira centenária. E por pouco não foi a maior da história da região, com R$ 253 mil a menos que o Bahia.

Apesar de ter disputado a Série B, o tricolor soteropolitano teve o caixa turbinado pelas luvas de R$ 40 milhões pelo contrato junto ao Esporte Interativo, visando o Brasileiro na tevê por assinatura, a partir de 2019. O mesmo ocorreu com o Sport, através da Rede Globo, apesar de o relatório não ser bem detalhado (praxe, infelizmente). Esse solavanco financeiro lembra a temporada 2012, no ciclo anterior de renovações com a televisão, o que indica que 2017 não tende, necessariamente, a seguir com receita tão alta. Se no cenário regional Sport e Bahia estão bem à frente, no nacional o hiato é proporcional, com o Flamengo já passando de meio bilhão.

Voltando leão, o carro-chefe do clube, o futebol, gerou uma despesa de R$ 58,6 milhões. Quase a mesmo do ano passado, R$ 58,2 mi. Contudo, em 2016 esse gasto só representou 45,2% da receita. Mais fôlego? Não, pois o clube teve outras despesas pesadas, como administrativo (10 mi), obrigações sociais e trabalhistas (6,2 mi) e inúmeros parcelamos de acordos tributários. Por sinal, considerando todos os parcelamentos (não só tributários), a dívida é de R$ 62 milhões. Ou seja, mesmo com a receita ascendente – bem acima dos rivais -, o clube ainda tem muitas contas a pagar.

Este arrocho pode ser visto na soma dos passivos circulante e não circulante, que seguiu em alta mesmo após o considerável aumento em 2015, devido às “dívidas antigas que faltavam ser reconhecidas”, segundo a própria direção do Sport. Neste contexto, o passivo aumentou em 3,9 milhões. Porém, pela primeira vez em três anos ficou abaixo da receita. Vale destacar ainda que esse passivo não é sinônimo de dívida bruta, pois existem outros fatores contáveis. O principal deles é que o clube considera como “dívida” os R$ 18 milhões adiantados pela Globo, como luvas, para a cessão dos direitos de transmissão do Brasileiro de 2019 e 2020 – e olhe que o contrato foi, posteriormente, estendido a 2024. Tal verba só será utilizada em 2019.

Receita operacional
2011 – R$ 46.875.544
2012 – R$ 79.807.538 (+70%)
2013 – R$ 51.428.086 (-35%)
2014 – R$ 60.797.294 (+18%)
2015 – R$ 87.649.465 (+44%)
2016 – R$ 129.596.886 (+47%)

Passivo
2011 – R$ 45.278.851
2012 – R$ 27.381.926 (-39%)
2013 – R$ 22.751.467 (-16%)
2014 – R$ 73.396.626 (+222%)
2015 – R$ 121.167.577 (+65%)
2016 – R$ 125.080.279 (+3%)

Superávit/déficit
2011 (+321.305)
2012 (+22.541.556)
2013 (-4.963.656)
2014 (-8.627.606)
2015 (-26.528.983)
2016 (-566.411)

Abaixo, o relatório de 2017. Você também pode ver aqui.

Confira a postagem sobre o balanço anterior do rubro-negro aqui.

O balanço financeiro do Sport em 2016

O balanço financeiro do Sport em 2016

O balanço financeiro do Sport em 2016>

Moedas e bolas exclusivas na semifinal do Nordestão, no Recife e em Salvador

As moedas dos árbitros no mata-mata do Nordestão 2017. Crédito: divulgação

Os clássicos mais populares da região decidem as vagas na decisão da Copa do Nordeste de 2017. Jogos de apelo e com características exclusivas. Tanto no Clássico das Multidões quanto no Ba-Vi, foram produzidas bolas com os escudos dos clubes e até moedinhas distintas aos árbitros.

O juízes indicados, Caio Max (Barradão) e Cláudio Francisco (Ilha do Retiro), vão decidir o lado do campo dos times e a posse de bola inicial através de uma peça dourada confeccionada. No duelo baiano, cada jogo tem uma moeda com a data específica gravada, o que só não ocorreu na versão pernambucana devido às várias mudanças na tabela. Logo, um perfil “genérico”.

Confira as moedas anteriores, utilizadas apenas nas finais: 2015 e 2016.

Clássico das Multidões
29/04 (18h30) – Sport x Santa Cruz, Ilha do Retiro
03/05 (21h45) – Santa Cruz x Sport, Arruda

Ba-Vi
27/04 (20h30) – Vitória x Bahia, Barradão
30/04 (16h00) – Bahia x Vitória, Fonte Nova 

Quanto à bola oficial, a Asa Branca IV, a Topper não deve comercializar as versões com os escudos dos clubes, com os modelos restritos a 180 minutos.

As bolas das semifinais da Copa do Nordeste de 2017. Crédito: divulgação

O uniforme principal do Sport para a temporada 2017/2018, homenageando 87

Uniforme do Sport para a temporada 2017/2018

Com o título brasileiro de 1987 completando trinta anos, o uniforme principal do Sport para a temporada 2017/2018 fez uma homenagem ao modelo histórico. Como vem ocorrendo há alguns anos, a camisa chegou às lojas do Recife antes do lançamento oficial do clube, tradicionalmente no aniversário em 13 de maio.

A versão rubro-negra traz a gola vermelha em “v”, com três faixas pretas na frente – a versão 2016/2017 tem quatro. Vale a ressalva pois as costas do modelo ficaram apenas com a cor vermelha – como a camisa de 2015. Além disso, a frase no verso da gola, já recorrente nas linhas oficiais do leão, é a seguinte: “O Brasil é teu”. A expressão ficou eternizada na manchete do caderno de esportes do Diario de Pernambuco, em 8 de fevereiro de 1988.

O novo padrão chega com o mesmo preço da linha anterior: R$ 249,90.

Vale lembrar que esta é a 4ª linha de camisas via Adidas, cujo contrato vigente se encerra em 2018. Seguindo a ordem dos últimos lançamentos, as próximas camisas devem sair em junho (modelo II) e agosto (modelo III).

Rubro-negro, o que você achou da nova camisa do Sport?

Uniforme do Sport para a temporada 2017/2018