Ceará entra na Primeira Liga e levanta dúvidas sobre a Liga do Nordeste

Reunião da Primeira Liga em 13/09/2016, em Brasília. Foto: Primeira Liga/facebook

Em 10 de setembro de 2015, após discussão acerca da legalidade, o estatuto da Primeira Liga foi publicado. Dizia o seguinte: “(…) composta exclusivamente por entidades de prática desportiva da modalidade futebol, que disputem competições na categoria profissional sediadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com patrimônio e autonomia administrativa, financeira e jurídica própria, distinta de seus filiados”.

Fundadores
América-MG, Atlético-MG, Atlético-PR, Avaí, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Inter, Joinville e Paraná

Um ano depois, no balanço da agremiação, houve uma reunião em Brasília, definindo o modelo comercial de venda de direitos de transmissão da televisão, naming rights e patrocínios, além da inclusão de novos membros. Na primeira ampliação, seguindo o estatuto, entraram Brasil de Pelotas, Londrina e Tupi, reforçando o interior gaúcho, paranaense e mineiro. Porém, o encontro acabou abrindo espaço para Mato Grosso (Luverdense), Goiás (Atlético-GO) e, o mais surpreendente, Ceará. Sim, o Ceará Sporting, campeão nordestino em 2015, aderiu à liga, que, na prática, concorre justamente com a Lampions League, organizada pela Liga do Nordeste, na qual o clube alencarino é um dos 16 membros fundadores (em 2001). Segundo a resolução na capital federal, os seis novos membros não vão participar da Primeira Liga em 2017, deixando em aberto a possibilidade a partir de 2018, data-chave no Nordeste.

Entre os sete principais clubes da região (três do Recife, dois de Salvador e dois de Fortaleza), o Vozão é, curiosamente, a única ausência do torneio de 2017. Perdeu a vaga no campo, ao ficar de fora da decisão estadual. Difícil desvincular essa ausência da entrada na outra liga, até porque financeiramente o Ceará vem ganhando bastante dinheiro na Copa do Nordeste – cuja movimentação financeira nesta temporada foi de R$ 26 milhões. Em 2015, quando o clube conquistou o inédito título, faturou R$ 5.895.664 entre cotas e bilheteria. Por outro lado, num olhar inicial, a articulação pode ser uma pressão indireta sobre a definição do futuro do Nordestão, com o supracitado G7 do Nordeste discutindo a formação de duas divisões a partir de 2018, cada uma com doze clubes, o que, a médio prazo, garantiria a participação à parte dos certames locais.

As primeiras dúvidas do blog e alguns pitacos:

A presença do Ceará na Primeira Liga pode ser vista como uma ameaça à Liga do Nordeste?
Em relação à imagem da liga nordestina, sim. E também na composição do Nordestão, pois os torneios ocorrem em datas semelhantes.

Algum clube pernambucano faria o mesmo caso não se classificasse à Copa do Nordeste?
Nos bastidores, convites já foram feitos, também em caso de ausência…

Tecnicamente, seria mais vantajoso disputar qual torneio?
Pelo calendário da CBF, o Nordestão deve ter 12 datas, contra apenas 7 da Primeira Liga, além de oferecer uma vaga na Sul-Americana. Para o próximo triênio, já em negociação na Primeira Liga, a questão financeira pode pesar.

Com o Ceará na Primeira Liga, abre a possibilidade de a Liga do Nordeste também aceitar clubes de outras regiões?
Com a Copa Verde em vigor, todas as regiões estão contempladas. Ou seja, neste momento parece surgir uma disputa de “mercado”. Cabe à Liga NE se proteger. Em 2014, na condição de única liga do país, vetou o Flamengo.

Essa interseção pode ser o embrião de uma fusão para a liga nacional?
Num viés positivista, sim. Porém, com a leitura anterior… dificilmente.

Outras dúvidas? Outros pontos de vista? Está aberto o necessário debate.

No papel, junto à CBF e à tevê, a Copa do Nordeste está garantida até 2022. É um sucesso, entre vários motivos, também pela presença do próprio Ceará.

A 23ª classificação da Segundona 2016

A classificação da Série B 2016 após 23 rodadas. Crédito: Superesportes

O Náutico perdeu do lanterna, em São Luís, e viu a diferença para o G4 da Série B subir pela terceira rodada seguida, desta vez de seis para sete pontos. Ou seja, apenas três rodadas perfeitas fariam o clube retornar ao grupo de acesso a curto prazo. Lá em cima, aliás, duas surpresas presentes. Além do CRB, há algum tempo, agora também há o Brasil de Pelotas, já na vice-liderança – há dois anos estava na Série D. Mesmo atuando em um estádio em obras, com limitação de público, detém em campo um aproveitamento de 56%.

Voltando ao Timbu, na próxima rodada terá um clássico regional contra o Bahia, numa disputa direta pelo acesso. Em ascensão, o tricolor da Boa Terra conquistou dez dos doze pontos disputados pós-Jogos Olímpicos.

As dez maiores probabilidades de acesso após 23 rodadas… 

UFMG
68,7% – Vasco
58,7% – Brasil
58,0% – Atlético-GO
49,9% – CRB
45,6% – Londrina
43,4% – Ceará
34,4% – Bahia
8,4% – Avaí
7,0% – Náutico
6,9% – Oeste
Projeção atual do 16º lugar: 63 pontos (99,5% de chance)

Chance de Gol
94,7% – Vasco
57,8% – Atlético-GO
57,0% – CRB
45,8% – Bahia
45,0% – Brasil
40,5% – Londrina
35,4% – Ceará
12.4% – Náutico
3,8% – Criciúma
3,0% – Luverdense
Projeção atual do 16º lugar: 63 pontos (80% de chance)

No G4, hoje: um carioca, um gaúcho, um goiano e um alagoano.

A 24ª rodada do representante pernambucano
10/09 (16h30) – Náutico x Bahia (Arena Pernambuco)

A 22ª classificação da Segundona 2016

A classificação da Série B 2016 após 22 rodadas. Crédito: Superesportes

O Náutico perdeu do Londrina, em São Lourenço, e se complicou na disputa pelo acesso à elite nacional. A distância em relação ao G4 subiu de três para seis pontos, perdendo ainda uma posição. Acabou ultrapassado pelo próprio adversário paranaense, com um futebol sem brilho, mas conquistando pontos importantes – por sinal, somou seis diante dos alvirrubros.

O revés também derrubou a probabilidade de acesso do Timbu. Na rodada passada, o departamento de matemática da UFMG apontava 21%. Caiu pela metade. Pois é. Após a derrota para o Criciúma, o time se recuperou vencendo o Vila, fora de casa. Agora, ao perder outra vez em casa, vai ao Maranhão enfrentar o lanterna. A Série B não cansa de oferecer oportunidades…

As dez maiores probabilidades de acesso após 22 rodadas… 

UFMG
77,4% – Vasco
63,8% – Atlético-GO
53,6% – Ceará
53,3% – CRB
44,3% – Brasil
32,8% – Londrina
22,1% – Bahia
10,9% – Náutico
8,6% – Avaí
7,7% – Oeste

No G4, hoje: um carioca, um goiano, um alagoano e um cearense.

A 23ª rodada do representante pernambucano
03/09 (21h00) – Sampaio Corrêa x Náutico (Castelão, São Luís)

Copa do Nordeste 2017, a primeira edição com 100% de alcance na tv por assinatura

Comunicado da Sky sobre a inclusão do Esporte Interativo na grade

A Copa do Nordeste voltou ao calendário oficial da CBF em 2013, após um acordo judicial entre a Liga do Nordeste e a entidade. Entretanto, a exibição da competição sempre foi restrita na televisão por assinatura, um dos principais meios de consumo de futebol. Isso porque o canal detentor dos direitos de transmissão, o Esporte Interativo, não estava inserido nas principais operadoras, Net, Claro e Sky. Em 2017, enfim a cobertura será completa, com a Lampions à disposição na grade com três ou até quatro jogos ao vivo por rodada.

Inicialmente, o alcance do torneio era de 3.633.059 domicílios, ou 18,7% do mercado, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Pouco. A situação só começou a mudar quando o EI foi adquirido pelo grupo americano Turner Broadcasting System, comprando em seguida os direitos de exibição da Champions League, exclusiva por três temporadas. Net e Claro cederam em dezembro de 2015, com o aumento imediato de 10 milhões de lares. Não por acaso, a audiência do regional de 2016 foi 30% maior em relação a 2015, chegando a 16,8 milhões de pessoas. As finais entre Santa Cruz e Campinense, no Arruda e no Amigão, foram vistas por 4,2 milhões de telespectadores.

Isolada, em termos de transmissão da Liga dos Campeões da Uefa, a Sky ainda via a ascensão da Netflix, concorrente no conteúdo a la carte, e a retração de assinaturas em um ano, de 19,3 mi para 18,9 milhões. Assim, a empresa acabou chegando a um acordo com o Esporte Interativo, num comunicado silencioso, via e-mail aos assinantes. Em quatro linhas, o prazo para o início dos dois canais, 29 de setembro, e o incremento, com Champions e Nordestão. Em tempo: os direitos de transmissão do regional estão negociados até 2022.

Alcance do Nordestão na tevê paga
2013 – 18,7% (3,6 milhões de assinaturas)
2014 – 18,7% (3,6 milhões)
2015 – 18,7% (3,6 milhões)
2016 – 70,9% (13,7 milhões)
2017 – 100% (18,9 milhões*)

Assinantes de tevê paga (18.909.693*)
11.693.001 – Sudeste
2.857.939 – Sul
2.211.921 – Nordeste
1.348.080 – Centro-Oeste
798.752 – Norte
* Dado da Anatel sobre todas operadoras, de junho de 2016

Participações pernambucanas no Nordestão**
2013 – Santa (6º), Sport (7º) e Salgueiro (13º)
2014 – Sport (campeão), Santa (4º) e Náutico (11º)
2015 – Sport (4º), Salgueiro (7º) e Náutico (9º)
2016 – Santa (campeão), Sport (4º) e Salgueiro (6º)
2017 – Náutico, Santa e Sport
** Após a volta oficial do regional

A 21ª classificação da Segundona 2016

A classificação da Série B 2016 após 21 rodadas. Crédito: Superesportes

A reação em Goiânia, com a vitória do Náutico sobre o Vila Nova, voltou a colocar o time pernambucano na disputa real pelo G4, ou seja, ficando a uma rodada de ingressar no grupo de acesso. Apesar dos três pontos em relação ao CRB, a maior surpresa da Série B até o momento, o Timbu ainda precisa ultrapassar outros dois adversários, o Brasil de Pelotas (também surpreendente) e o Bahia (aos trancos e barrancos, recuperou o fôlego, justificando o pesado investimento). Segue no bolo e se reforçando, acima da média da competição.

As dez maiores probabilidades de acesso após 21 rodadas… 

UFMG
85,8% – Vasco
69,6% – Atlético-GO
55,4% – Ceará
37,6% – CRB
29,9% – Brasil
25,6% – Bahia
21,7% – Londrina
21,0% – Náutico
15,1% – Oeste
9,7% – Paysandu 

Chance de Gol
98,6% – Vasco
69,5% – Atlético-GO
51,2% – Ceará
47,3% – CRB
46,9% – Náutico
37,5% – Bahia
15,6% – Brasil
13,7% – Londrina
6,5% – Criciúma
4,2% – Paysandu

No G4, hoje: um carioca, um goiano, um cearense e um alagoano.

A 22ª rodada do representante pernambucano
30/08 (20h30) – Náutico x Londrina (Arena Pernambuco)

Na 1ª convocação de Tite, a revelação de um jogador no Nordeste em condições

Tite, o técnico da Seleção Brasileira. Foto: Lucas Figueiredo/MoWa Press (site da CBF)

Após observações nos jogos pelo país e no exterior e conversas com técnicos, começou o trabalho efetivo de Tite na Seleção Brasileira, com o anúncio dos 23 convocados, incluindo sete campeões olímpicos. A lista visa os confrontos contra Equador (01/09, Quito) e Colômbia (06/09, Manaus), ambos pelas Eliminatórias da Copa 2018. Em seguida, um vídeo com viés nordestino.

Goleiros – Alisson (Roma), Grohe (Grêmio) e Weverton (Atlético-PR)
Zagueiros – Gil (Shandong Luneng), Maquinhos (PSG), Miranda (Internazionale), Rodrigo Caio (São Paulo) 
Laterais – Daniel Alves (Juventus), Fagner (Corinthians, Filipe Luis (Atlético de Madrid), Marcelo (Real Madrid)
Meias – Casemiro (Real Madrid), Giuliano (Zenit), Lucas Lima (Santos), Paulinho (Guangzhou Evergrande), Phelippe Coutinho (Liverpool), Rafael Carioca (Atlético-MG), Renato Augusto (Beijing Guoan), Willian (Chelsea)
Atacantes – Gabigol (Santos), Gabriel Jesus (Palmeiras), Neymar (Barcelona), Taison (Shakhtar Donetsk) 

À parte da lista, chamou a atenção a resposta de Tite ao ser questionado pelo jornalista Kilmer de Campos, da Rádio Assunção, de Fortaleza, sobre convocações do futebol nordestino. Começou com “busco ser extremamente isento “, sem ter a pretensão de ter um olhar com mais cuidado para um ou outro (centro). No fim, revelou que há um jogador no Nordeste sendo monitorado.

“Já estava aqui relutando, mas não posso falar o nome dele, que todos os técnicos que trabalharam com ele no Nordeste falam bem também. Não vou falar, mas a gente fica acompanhando essa evolução independentemente do local onde esteja.” 

Considerando os principais clubes, onde estaria esse nome, no Recife, em Salvador ou em Fortaleza? Em tempo, no século XXI apenas três jogadores foram chamados para a seleção principal atuando em clubes da região…

2001 – Leomar (Sport)
2003 – Nádson (Vitória)
2013 – Douglas Santos (Náutico)

As 28 campanhas nordestinas no 1º turno da Série A com 20 clubes, de 2006 a 2016

Campanhas dos clubes nordestinos na Série A por pontos corridos com 20 clubes (2006-2016). Arte: Cassio Zirpoli/DP

Legenda: pontos (P), jogos (J), vitórias (V), empates (E), derrotas (D), gols a favor (GP), gols sofridos (GC) e colocação no turno (C)

O formato vigente do Campeonato Brasileiro, disputado em pontos corridos e com vinte clubes participantes, foi implantado em 2006, após um período de transição. Mais enxuto, e bem mais difícil, a Série A teve 28 participações do Nordeste de 2006 a 2016. Foram oito clubes distintos, de quatro estados (PE 14, BA 10, CE 3 e RN 1). Encerrada a participação de Sport, Vitória e Santa no primeiro turno desta temporada, o blog compilou todas as campanhas na primeira metade da competição, traçando um ranking de desempenho. Vale lembrar que cada turno vale uma taça, oferecida pelo jornal Lance!, sendo o Troféu Osmar Santos no 1º turno e o Troféu João Saldanha no 2º turno.

Em todos os anos ao menos um nordestino esteve presente, tendo no máximo três times. Na maioria das vezes, numa briga contra o descenso. Ao fim do campeonato, em apenas três vezes os representantes da região terminaram entre os dez primeiros colocados, sendo duas vezes com o Vitória, em 2008 (10º) e 2013 (5º), e uma com o Sport, em 2015 (6º).

O resumo do 1º turno do Campeonato Brasileiro de 2006 a 2016

Participações
7 – Sport
6 – Vitória
5 – Náutico
4 – Bahia
2 – Ceará e Santa Cruz
1 – Fortaleza e América-RN

Fora do Z4 (17 vezes)
Sport (5), Vitória (5), Bahia (3), Ceará (2) e Náutico (2)

No Z4 (11 vezes)
Náutico (3), Santa (2), Sport (2), América (1), Bahia (1), Fortaleza (1) e Vitória (1)

Melhor colocação
5º lugar, com o Vitória em 2008

Pior colocação
Lanterna (5 vezes), com Santa (2006), América (2007), Sport (2009), Náutico (2013) e Vitória (2014)

Obs. Em 2016, Sport e Vitória ainda podem ser ultrapassados pelo Figueirense, que tem um jogo a menos, mas não mudaria o quadro sobre o descenso.

A 19ª classificação da Segundona 2016

A classificação da Série B 2016 após 19 rodadas. Crédito: Superesportes

O primeiro turno da Série B acabou sem acabar. A tabela original marcava uma terça-feira cheia na 19ª rodada, mas dois jogos foram adiados (para 16 de agosto) por motivos singulares. Bahia x Atlético-GO não foi realizado porque a Fonte Nova já está reservada para os Jogos Olímpicos. Já Sampaio x Goiás não ocorreu porque o time maranhense havia jogado no domingo – ou seja, sem tempo hábil para descanso. E a partida anterior só foi no domingo, no Serra Dourada, por causa do amistoso da Seleção Olímpica no dia anterior.

Por sinal, a Olimpíada do Rio segue influenciando a Série B, que será paralisada por duas semanas. Com a tabela disforme – com um dos times do G4 com um jogo a menos -, uma “análise de turno” acaba em xeque. De toda forma, especificamente sobre esta rodada, o Náutico empatou sem gols com o Oeste e acabou em 6º lugar. Nas duas vezes em que subiu, em 2006 e 2011, o Timbu chegou à metade já no G4. Mais uma estatística para ser derrubada.

Digno de registro: 56.400 pessoas foram ao Castelão, para o empate (também sem gols) entre Ceará e Vasco, vice-líder e líder. Até o momento, é o maior público nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro em 2016…

Evolução da campanha timbu
1ª rodada – 15º (0 pt)

2ª rodada – 11º (3 pts)
3ª rodada – 15º (3 pts)
4ª rodada – 8º (6 pts)
5ª rodada – 9º (7 pts)
6ª rodada – 5º (10 pts)
7ª rodada – 4º (13 pts)
8ª rodada – 4º (16 pts)
9ª rodada – 4º (16 pts)
10ª rodada – 4º (17 pts)
11ª rodada – 6º (18 pts)
12ª rodada – 8º (18 pts)
13ª rodada – 5º (21 pts)
14ª rodada – 8º (21 pts)
15ª rodada – 8º (21 pts)
16ª rodada – 11º (21 pts)
17ª rodada – 8º (24 pts)
18ª rodada – 5º (27 pts)
19ª rodada – 6º (28 pts)

No G4, um carioca, cearense, um alagoano e um goiano.

A 20ª rodada do representante pernambucano
20/08 (16h00) – Náutico x Criciúma (Arena Pernambuco)

A 18ª classificação da Segundona 2016

A classificação da Série B 2016 após 18 rodadas. Crédito: Superesportes

As duas vitórias seguidas na Arena Pernambuco recolocaram o Náutico na disputa. Apagando a má sequência, de três derrotas consecutivas, que deixou o time em 11º lugar, a oito pontos do G4, o Timbu superou Avaí e Tupi. Agora figura em 5º, a cinco pontos tanto do CRB quanto do Atlético-GO, que encerrou a 18ª rodada somente neste domingo – uma vez que no sábado o Serra Dourada foi o palco da vitória da Seleção Olímpica no amistoso contra o Japão.

A lição de casa foi feita, com o alvirrubro necessitando agora voltar a pontuar longe do Recife. Na última rodada do turno, irá a São Paulo enfrentar o Oeste. Levando em conta que CRB e Atlético têm adversários complicados (Luverdense e Bahia), também fora de casa, há a chance de chegar à metade da Série B a apenas dois pontos do grupo de acesso. Estaria de ótimo tamanho, considerando a enorme oscilação do time na competição.

Evolução da campanha timbu
1ª rodada – 15º (0 pt)

2ª rodada – 11º (3 pts)
3ª rodada – 15º (3 pts)
4ª rodada – 8º (6 pts)
5ª rodada – 9º (7 pts)
6ª rodada – 5º (10 pts)
7ª rodada – 4º (13 pts)
8ª rodada – 4º (16 pts)
9ª rodada – 4º (16 pts)
10ª rodada – 4º (17 pts)
11ª rodada – 6º (18 pts)
12ª rodada – 8º (18 pts)
13ª rodada – 5º (21 pts)
14ª rodada – 8º (21 pts)
15ª rodada – 8º (21 pts)
16ª rodada – 11º (21 pts)
17ª rodada – 8º (24 pts)
18ª rodada – 5º (27 pts)

No G4, um carioca, cearense, um alagoano e um goiano.

A 19ª rodada do representante pernambucano
02/08 (21h30) – Oeste x Náutico (Arena Barueri, Barueri-SP)

Séries A e B do Nordestão em 2018, um desejo dos clubes. Das federações?

Copa do Nordeste com rebaixamento e acesso? Arte: Cassio Zirpoli/DP

Que a Copa do Nordeste é um torneio mais rentável que os nove campeonatos estaduais, não há discussão. De 2013 a 2016, a movimentação financeira do regional passou de R$ 16 milhões para R$ 26 milhões. Cotas maiores, públicos maiores, alcance maior. Para discordar disso, somente sentado na cabeceira de uma federação. Por isso, os clubes vêm tentando ampliar o regional. Não necessariamente com mais participantes, mas visando o nível técnico, num formato corrido, com mais clássicos, com acesso e rebaixamento…

Em maio, no Recife, os sete maiores clubes se reuniram para discutir a reformulação da Copa do Nordeste, a partir de 2018. O objetivo era reduzir o torneio de 20 para 12 clubes, com a entrada, somente no primeiro ano, do G7, via ranking histórico. Dois meses depois, outra vez na capital, um novo encontro com o grupo (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza) e três convidados (América de Natal, ABC e Botafogo de João Pessoa). Foi a primeira reunião após a divulgação do calendário da CBF para 2017, que enxugou o regional (de 12 para 8 datas) e esticou os estaduais (de 14 para 18).

Entretanto, como o documento da confederação deixava aberta a possibilidade de negociação de datas, as federações devem ceder, ao menos no próximo ano, mantendo os mesmos formatos e regulamentos, tanto no Nordestão (fase de grupo, quartas, semi e final) quanto no Pernambucano (hexagonal, semi e final). Até porque os 20 clubes da Copa do Nordeste de 2017 já estão definidos. Com o imbróglio resolvido, o foco avançou a 2018, ganhando força a ideia de Séries A e B, com doze clubes cada. A segunda divisão seria composta pelas vagas oriundas dos estaduais, além do (dos) rebaixado (s) da primeirona. Inicialmente, ainda em abril, se discutiu a implantação de um torneio de acesso no formato de grupos. Hoje, as duas competições seriam idênticas, com turno completo.

Entre os locais, participaram Emerson Barbosa e Toninho Monteiro, diretores do Náutico, Arnaldo Barros, vice-presidente do Sport, e Alírio Moraes, mandatário do Santa Cruz. O dirigente coral ilustrou o desejo dos clubes e os obstáculos…

” A pauta na verdade foi a construção de uma proposta para ser levada às presidências da Liga (do Nordeste), federações estaduais e CBF quanto ao modelo de campeonato em 2018. Há um entendimento entre os clubes (da região) que devemos ter uma Série A e uma Série B, cada qual com 12 clubes. Nesse contexto, os campeonatos estaduais perderiam importância e espaço. Ou seja, muitas discussões à vista.”

Formato proposto pelos clubes*
Série A – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
Série B – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
*Acesso e descenso de uma ou duas equipes por ano, ainda em discussão 

Composição das divisões em 2018 (adaptação)
Série A – 7 clubes via ranking histórico e mais 5 vagas vias estaduais
Série B – 12 vagas via campeonatos estaduais (PE, BA e CE com 2 times)

Composição das divisões a partir de 2019
Série A – 11 (ou 10) melhores da A de 2018 e o campeão (ou 1º e 2º) da B
Série B – 12º lugar (ou 11º e 12º) da A 2018 e 11 (ou 10) vagas via estaduais**
** A definir quais estados teriam duas vagas

Na prática, a Lampions teria não só que evitar a redução (de 12 para 8), como aumentar a agenda (de 12 para 15). Um formato divisional com oito datas soa inviável. Com doze, poderia haver um turno e decisão em jogo único, até mesmo em estádios pré-definidos. Porém, haveria risco sobre o interesse do público devido ao duríssimo critério de classificação, para apenas duas equipes.

Na visão do blog, levando em consideração o respeito aos critérios técnicos de composição, o formato sugerido pelos clubes é o avanço natural (também em termos de transmissão e patrocínios), lembrando a edição de 2001, que deixou o formato grupos e mata-mata e partiu para o turno único (na ocasião com 16 clubes), semifinal e final. Deu tão certo que o Nordestão de 2001 foi considerado pela imprensa nacional como o torneio regional de maior sucesso na época.

Curiosamente, no ano seguinte houve a implantação de uma divisão de acesso. Sim, o projeto atual não é inédito. Em 2002 o lanterna Confiança foi rebaixado, com 1 vitória, 1 empate e 13 derrotas. No segundo semestre a liga organizou um torneio seletivo com seis clubes – uma segunda divisão de fato, mas sem esse nome -, com vitória do Corinthians Alagoano. Tudo ok, caso a CBF não tivesse tirado o regional do calendário oficial em 2003, num processo (judicial) com sequelas até hoje. Não por acaso, os clubes estão tentando emular o passado.

Difícil será dobrar as federações sobre essa “independência” do Nordestão…