Calendário 2017 mantém Nordestão com 12 datas e até 5 torneios no 1º semestre

Calendário oficial do futebol brasileiro em 2017, com ajuste na Copa do Nordeste e nos Estaduais

A Sul-Americana começará durante a fase final do Campeonato Pernambucano, o Nordestão acabará com o Brasileiro já em andamento e um time da região poderá jogar até CINCO competições oficiais no primeiro semestre.Pelo calendário oficial, um clube nordestino poderá jogar, de janeiro a maio, até 37 partidas, somando Estadual (12), Nordestão (12), Copa do Brasil (8), Brasileiro (3) e Sula (2). Podendo chegar até 39 considerando o “regulamento pernambucano” (detalhes a seguir). Quem estaria neste contexto? Hoje, o Santa Cruz. Sport, Náutico, Bahia, Vitória e Fortaleza jogarão ao menos quatro – e olhe que o Leão da Ilha também pode chegar a cinco. Complicado?

De fato, o calendário do futebol brasileiro em 2017 promete bastante.

Calendário mínimo (janeiro-maio)
22 jogos, Santa – PE (10), NE (6), Brasileiro (3), Sula (2) e Copa do Brasil (1)
20 jogos, Sport – PE (10), NE (6), Brasileiro (3), Copa do Brasil (1)
20 jogos, Náutico – PE (10), NE (6), Brasileiro (3), Copa do Brasil (1)

Após o anúncio do novo calendário, a CBF divulgou os ajustes no Nordeste, tanto no regional quanto nos estaduais (acima, a agenda completa). Nesse buruçu, há um ponto positivo: apesar da redução da Lampions League  anunciada na versão original do documento, com quatro datas a menos, foi mantida a estrutura dos últimos anos, com doze datas. Assim, teremos a fase de grupos* (6 jogos), quartas de final (2 jogos), semifinal (2 jogos) e final (2 jogos). Partidas entrelaçadas no calendário. Das quartas à semi, por exemplo, quase um mês de distância. Por sinal, trabalhar o “foco” das equipes será essencial.

*As chaves do Nordestão 2017
A – Náutico, Santa Cruz, Campinense e o 2º representante do Ceará (a definir)
B – Bahia, Fortaleza, Moto Club e Altos-PI
C – Sport, Sampaio Corrêa, River e Juazeirense-BA
D – ABC, CRB, CSA e Itabaiana
E – Vitória, América de Natal, Botafogo e Sergipe

A diretoria de competições da confederação brasileira, ressaltando o “caráter transitório” do novo calendário (modificado após as mudanças da Conmebol, que ampliou a Libertadores e a Sul-Americana), já traz a solução para a tradicional rodada de carnaval. Que no Nordeste, sobretudo no Recife e em Salvador, não costuma ocorrer por motivos de segurança, com a polícia militar ocupada nas festas populares. O torneio será adequado às datas vagas na Copa do Brasil (a segunda fase desta será em jogo único, mas como conta com jogos em duas semanas, poderia abrir mão de uma). Nota-se que o calendário será “orgânico”, ganhando forma à medida em que os clubes avançam de fase, com mata-matas em quatro dos cinco torneios presentes no semestre.

Para os estaduais da região, a CBF liberou 12 datas para os estaduais, ao contrário das 18 para os certames das outras regiões. Ocorre que em Pernambuco a FPF realizou o conselho arbitral com 14 datas na fase principal (hexagonal, com dez, semifinal e final, ambas em ida e volta). Como opção, respeitando o período de férias e pré-temporada, o calendário nacional ainda dispões de três datas extras entre os dias 15 e 22 de janeiro. Entretanto, o início da fase principal do Campeonato Pernambucano de 2017 está marcado para 29 de janeiro, com o clássico entre Náutico e Santa Cruz, na Arena Pernambuco. Vamos, então, a algumas possibilidades.

Situações hipotéticas para a formatação do Pernambucano
1) A FPF anteciparia o hexagonal, o que causaria desgaste com o Trio de Ferro
2) A FPF utilizaria outras brechas no calendário (Copa do Brasil e Sula) para realizar o torneio com 14 datas e no período da CBF. Mas quase sem folgas
3) A FPF teria que mudar o regulamento, o que parece bem improvável… 

Para ficar claro como será complicado, basta dizer que o dia 3 de maio, uma data extra dada pela CBF, poderá ser utilizada no Estadual desde que o clube envolvido na reta final do torneio não esteja envolvido simultaneamente nas oitavas de final da Copa do Brasil e na primeira fase da Sul-Americana… Como controlar esse desempenho? No cenário local, isso poderia ocorrer de forma dupla, com Santa e Sport. E boa sorte à FPF para encontrar a solução.

As alterações possíveis na Copa do Nordeste, segundo a CBF

Calendário oficial do futebol brasileiro em 2017, com ajuste na Copa do Nordeste e nos Estaduais

As alterações possíveis no Campeonato Pernambucano, segundo a CBF

Calendário oficial do futebol brasileiro em 2017, com ajuste na Copa do Nordeste e nos Estaduais

Ceará entra na Primeira Liga e levanta dúvidas sobre a Liga do Nordeste

Reunião da Primeira Liga em 13/09/2016, em Brasília. Foto: Primeira Liga/facebook

Em 10 de setembro de 2015, após discussão acerca da legalidade, o estatuto da Primeira Liga foi publicado. Dizia o seguinte: “(…) composta exclusivamente por entidades de prática desportiva da modalidade futebol, que disputem competições na categoria profissional sediadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com patrimônio e autonomia administrativa, financeira e jurídica própria, distinta de seus filiados”.

Fundadores
América-MG, Atlético-MG, Atlético-PR, Avaí, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Inter, Joinville e Paraná

Um ano depois, no balanço da agremiação, houve uma reunião em Brasília, definindo o modelo comercial de venda de direitos de transmissão da televisão, naming rights e patrocínios, além da inclusão de novos membros. Na primeira ampliação, seguindo o estatuto, entraram Brasil de Pelotas, Londrina e Tupi, reforçando o interior gaúcho, paranaense e mineiro. Porém, o encontro acabou abrindo espaço para Mato Grosso (Luverdense), Goiás (Atlético-GO) e, o mais surpreendente, Ceará. Sim, o Ceará Sporting, campeão nordestino em 2015, aderiu à liga, que, na prática, concorre justamente com a Lampions League, organizada pela Liga do Nordeste, na qual o clube alencarino é um dos 16 membros fundadores (em 2001). Segundo a resolução na capital federal, os seis novos membros não vão participar da Primeira Liga em 2017, deixando em aberto a possibilidade a partir de 2018, data-chave no Nordeste.

Entre os sete principais clubes da região (três do Recife, dois de Salvador e dois de Fortaleza), o Vozão é, curiosamente, a única ausência do torneio de 2017. Perdeu a vaga no campo, ao ficar de fora da decisão estadual. Difícil desvincular essa ausência da entrada na outra liga, até porque financeiramente o Ceará vem ganhando bastante dinheiro na Copa do Nordeste – cuja movimentação financeira nesta temporada foi de R$ 26 milhões. Em 2015, quando o clube conquistou o inédito título, faturou R$ 5.895.664 entre cotas e bilheteria. Por outro lado, num olhar inicial, a articulação pode ser uma pressão indireta sobre a definição do futuro do Nordestão, com o supracitado G7 do Nordeste discutindo a formação de duas divisões a partir de 2018, cada uma com doze clubes, o que, a médio prazo, garantiria a participação à parte dos certames locais.

As primeiras dúvidas do blog e alguns pitacos:

A presença do Ceará na Primeira Liga pode ser vista como uma ameaça à Liga do Nordeste?
Em relação à imagem da liga nordestina, sim. E também na composição do Nordestão, pois os torneios ocorrem em datas semelhantes.

Algum clube pernambucano faria o mesmo caso não se classificasse à Copa do Nordeste?
Nos bastidores, convites já foram feitos, também em caso de ausência…

Tecnicamente, seria mais vantajoso disputar qual torneio?
Pelo calendário da CBF, o Nordestão deve ter 12 datas, contra apenas 7 da Primeira Liga, além de oferecer uma vaga na Sul-Americana. Para o próximo triênio, já em negociação na Primeira Liga, a questão financeira pode pesar.

Com o Ceará na Primeira Liga, abre a possibilidade de a Liga do Nordeste também aceitar clubes de outras regiões?
Com a Copa Verde em vigor, todas as regiões estão contempladas. Ou seja, neste momento parece surgir uma disputa de “mercado”. Cabe à Liga NE se proteger. Em 2014, na condição de única liga do país, vetou o Flamengo.

Essa interseção pode ser o embrião de uma fusão para a liga nacional?
Num viés positivista, sim. Porém, com a leitura anterior… dificilmente.

Outras dúvidas? Outros pontos de vista? Está aberto o necessário debate.

No papel, junto à CBF e à tevê, a Copa do Nordeste está garantida até 2022. É um sucesso, entre vários motivos, também pela presença do próprio Ceará.

A premiação absoluta da Copa do Nordeste 2016 chega a R$ 14.820.000

Copa do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A premiação total da Copa do Nordeste de 2016 aumentou em 33% em relação à última edição. Em quatro anos, são quase R$ 10 milhões a mais. A curiosidade é que das cinco campanhas possíveis (primeira fase, quartas, semi, vice e campeão), justamente a cota do primeiro lugar sofreu uma baixa. No acordo costurado entre os clubes na reunião da Liga do Nordeste, no Recife, a receita foi distribuída de forma mais equânime. Em 2015, por exemplo, o campeão Ceará ganhou R$ 2,74 milhões, ou R$ 1,5 milhão a mais que o Bahia, o vice. Na próxima temporada, o campeão ganhará R$ 2,3 milhões (mais a vaga na Sul-Americana, claro), com a diferença para o vice caindo para R$ 500 mil.

Além da redistribuição de R$ 250 mil aos classificados às quartas, pesou na redução do campeão a ausência do bônus da CBF, de R$ 1 milhão, ofertado em 2015. Por outro lado, chegar às quartas da Lampions League, numa campanha básica, superando a fase de grupos, representará quase R$ 1 milhão a oito times, num acréscimo de 52%. A simples participação significa meio milhão.

Nesta nova equação financeira, bancada pelo Esporte Interativo, detentor dos direitos de transmissão até 2022, ainda há outra particularidade. Na primeira fase, com vinte equipes, os dois maranhenses e os dois piauienses não ganham cota. Sob contrato, os novos integrantes estão num período de testes, até 2017, e a liga já tinha um acordo de divisão para os 16 times originais. Portanto, Imperatriz, Sampaio Corrêa, River e Flamengo só podem receber a premiação a partir das quartas. Finalizando o acordo, os clubes não terão despesas com arbitragem, viagens e hospedagens. A regra para as viagens é a seguinte: até 500 km, ônibus; acima de 500 km, avião, com 26 passagens garantidas.

Representantes locais em 2016: Santa Cruz, Salgueiro e Sport.

As cotas absolutas (somando as fases) para as campanhas no Nordestão:

2016
Campeão – R$ 2,385 milhões
Vice – R$ 1,885 milhão
Semifinalista – R$ 1,385 milhão
Quartas de final – R$ 935 mil
Primeira fase – R$ 505 mil*
Total: R$ 14.820.000
* Exceto para os clubes do Piauí e do Maranhão.

2015
Campeão – R$ 2,74 milhões
Vice – R$ 1,24 milhão
Semifinalista – R$ 890 mil
Quartas de final – R$ 615 mil
Primeira fase – R$ 365 mil*
Total: R$ 11.140.000
* Exceto para os clubes do Piauí e do Maranhão.

Premiações: Sport R$ 890 mil, Salgueiro R$ 615 mil, Náutico R$ 365 mil

2014
Campeão – R$ 1,9 milhão
Vice – R$ 1,2 milhão
Semifinalista – R$ 850 mil
Quartas de final – R$ 600 mil
Primeira fase – R$ 350 mil
Total: R$ 10.000.000

Premiações: Sport R$ 1,9 milhão, Santa Cruz R$ 850 mil, Náutico R$ 350 mil

2013
Campeão – R$ 1,1 milhão
Participação – R$ 300 mil
Total: R$ 5.600.000

Premiações: Sport R$ 300 mil, Santa Cruz R$ 300 mil, Salgueiro R$ 300 mil

Nos bastidores do sorteio do Nordestão, a costura dos presidentes da Liga até 2021

Sorteio da Copa do Nordeste de 2016, em 24/09/2015, em Natal. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Natal – Com a cúpula do futebol da região, entre clubes e federações, reunida para o sorteio da Copa do Nordeste de 2016, em um hotel costeiro em Natal, havia a expectativa sobre a eleição do novo presidente da Liga do Nordeste, para o triênio 2016-2018. Seria antes mesmo do evento. Se o atual presidente, Alexi Portela, parecia desgastado após a polêmica sobre a composição da Lampions League desta temporada, numa virada de mesa que excluiu o Santa Cruz, nos bastidores houve o entendimento.

No dia da apresentação do torneio, chegou a notícia sobre a remarcação da eleição da liga, para 1º de outubro, em Salvador, terra de Portela. O ex-mandatário do Vitória deve ser reeleito no comando da “Liga dos Clubes de Futebol do Nordeste”, a LCFN, que teve como primeiro presidente, em 2001, Luciano Bivar. O bate-chapa foi para o espaço e Eduardo Rocha, que já dirigiu o América de Natal e a própria liga até 2010, continuará como superintendente executivo da organização, cujo torneio faturou R$ 29 milhões este ano.

Nos corredores do hotel, devidamente paramentado para o lançamento da 13ª edição do regional, já é dada como certa até a eleição seguinte da Liga do Nordeste, com o próprio Eduardo Rocha de volta, de 2019 a 2021. Na possível casadinha de uma década entre baianos e potiguares, os pernambucanos – Náutico, Santa e Sport são membros fundadores – seguem apenas votando, sem tomar à frente das decisões.

Sorteio da Copa do Nordeste de 2016, em 24/09/2015, em Natal. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

CBF, a responsável pelo Nordestão. Quando não quis, acabou sem dó

Copa do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Antes do ponto de vista do blog, é preciso ler a nota de esclarecimento da CBF, publicada nesta segunda sem um motivo aparente.

“A Confederação Brasileira de Futebol e a Liga do Nordeste gostariam de esclarecer que a CBF é a única responsável pela organização e coordenação da Copa do Nordeste, apoiada na operação pelas Federações de cada Estado envolvido na competição. O modelo é o mesmo para todas as 13 competições oficiais da CBF das quais a Copa do Nordeste é integrante.

Cabe à Liga do Nordeste a responsabilidade pelos aspectos comercial, de marketing e promoção da competição. Mesmo assim, todas essas ações são desenhadas e planejadas em conjunto pela CBF, Liga do Nordeste e empresas de TV e marketing contratadas.

CBF, Liga do Nordeste e Federações comemoram a realização e o sucesso de mais uma edição da Copa do Nordeste, a terceira consecutiva. Aproveitam para parabenizar os clubes pelo desempenho na grande competição que disputaram e agradecem o apoio e incentivo da imprensa, dos torcedores, patrocinadores e apoiadores.”

O sucesso do Nordestão chama a atenção, fato. A necessidade de a CBF chamar para si esta visibilidade é que causa surpresa. É sempre bom lembrar que foi a própria entidade que implodiu o torneio em 2003, ao retirá-lo do calendário oficial, após pressão das federações – e tendo a implantação dos pontos corridos no Brasileirão como desculpa perfeita. Voltando àquela época, a Lampions League vivia o seu auge, com 16 times no formato de turno.

Em 2001 e 2002, o faturamento foi de R$ 26 milhões. Apesar do contrato assinado com a tevê e patrocinadores, o torneio ruiu. Sem datas em 2003, Bahia, Sport, Santa e Náutico ficaram de fora. Com isso, o torneio teve 12 times (o Vitória topou a briga) e apenas 14 jogos. A Liga do Nordeste, a mesma parceira na atualidade, foi à justiça para recuperar o dano e o caso se arrastou por uma década – intercalado por outro torneio sem calendário, em 2010. O imbróglio virou uma indenização de R$ 30 milhões. Derrotada, a CBF articulou um acordo para evitar o pagamento e aceitou organizar dez edições.

Em 2015, o regional teve a maior movimentação financeira de sua história, na ordem de R$ 29 milhões, com a maior média de público do primeiro semestre (7.818). A ponto de clubes como Flamengo e Goiás quererem participar – francamente, não cabe a presença de times de outras regiões. Com o interesse consolidado no público e os times priorizando a Lampions em detrimento dos estaduais, a competição passou ser tratada como “modelo”.

A CBF organiza a competição? Não há discussão nisso. Mas é impossível esquecer que essa relação só começou após uma batalha nos tribunais, à parte do que era melhor para o futebol da região. A partir de 2023, sem obrigação de chancela, a confederação só realizará a Copa do Nordeste se quiser. Quando não quis, acabou sem dó. Portanto, não há garantias.

A evolução de público e renda do Nordestão no triênio 2013-2015

Copa do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O primeiro triênio da Copa do Nordeste, nesta sua volta ao calendário oficial da CBF, apresenta números significativos. Considerando a soma da renda bruta nas partidas e as cotas de participação, o regional movimentou R$ 53,8 milhões de 2013 a 2015, sendo R$ 27,1 mi em bilheteria e R$ 26,7 mi em premiações. A esse montante é necessário somar os investimentos dos patrocinadores, na ordem de R$ 18,2 milhões, totalizando uma movimentação financeira de R$ 72 milhões. Nada mal para um “período de teste” no mercado.

A recém-encerrada edição de 2015, vencida pelo Ceará, registrou a maior renda, tanto no número absoluto quanto na média, de R$ 152 mil. Colaborou bastante para este cenário a arrecadação de R$ 1,8 milhão na decisão no Castelão, com o recorde de público do regional (63.399 pagantes). O Vozão, aliás, parece ser o maior beneficiado no torneio até agora. Foi o clube que mais faturou (renda + cota) nos três regionais, nos quais foi semifinalista, vice e campeão, respectivamente. Ao todo, gerou R$ 12,1 milhões.

Em relação à média de público da Lampions, o índice varia entre 7.600 e 8.400 pagantes. A expectativa da Liga do Nordeste, segundo o presidente da liga, Alexi Portela, é alcançar o número de 20 mil espectadores em 2018, no “auge” do Nordestão, cuja previsão de faturamento atual é de R$ 50 milhões.

Confira os dados do Nordestão e dos clubes pernambucanos de 2013 a 2015:

2015
jogos 74 (1 de portões fechados)
Público: 570.777 pagantes (média: 7.818)
Renda: R$ 11.129.796 (média: R$ 152.462)
Cota: R$ 11,14 milhões
Total: R$ 22.269.796

2014
jogos 62 (1 de portões fechados)
Público: 463.749 pagantes (média: 7.602)
Renda: R$ 8.436.174 (média de R$ 138.297)
Cota: R$ 10 milhões
Total: R$ 18.436.174

2013
62 jogos (1 de portões fechados)
Público: 517.709 pagantes (média: 8.487)
Renda: R$ 7.577.603 (média de R$ 124.223)
Cota: R$ 5,6 milhões
Total: R$ 13.177.603

Movimentação financeira*
2015 – R$ 29 milhões
2014 – R$ 23 milhões
2013 – R$ 20 milhões
*O número leva em conta a soma de bilheteria dos jogos, cotas da televisão e patrocinadores.

2015
Maior arrecadação (cota + renda): Ceará (campeão), com R$ 5.895.664

Sport (4º)
Público: 62.796 pessoas em 5 jogos (média: 12.559)
Renda bruta: R$ 899.850
Cota: R$ 890 mil
Total: R$ 1.789.850

Salgueiro (7º)
Público: 19.102 pessoas em 4 jogos (média: 4.775)
Renda bruta: R$ 58.486
Cota: R$ 615 mil
Total: R$ 673.48

Náutico (9º)
Público: 4.027 pessoas em 3 jogos (média: 1.342 pessoas)
Renda bruta: R$ 49.585
Cota: R$ 365 mil
Total: R$ 414.585

2014
Maior arrecadação (cota + renda): Ceará (vice), com R$ 3.607.640

Sport (campeão)
Público: 83.777 pessoas em 5 jogos (média: 16.755)
Renda bruta: R$ 1,275 milhão
Cota: R$ 1,9 milhão
Total: R$ 3.175.000

Santa Cruz  (4º)
Público: 44.335 pessoas em 5 jogos (média: 8.867)
Renda bruta: R$ 785.210
Cota: R$ 850 mil
Total: R$ 1.635.210

Náutico (10º)
Público: 31.715 pessoas em 3 jogos (média: 10.571)
Renda bruta: R$ 763.275
Cota: R$ 350 mil
Total: R$ 1.113.275

2013
Maior arrecadação (cota + renda): Ceará (4º lugar), com R$ 2.615.434

Santa Cruz (6º)
Público: 91.758 pessoas em 4 jogos (média: 22.939)
Renda bruta: R$ 1.134.515
Cota: R$ 300 mil
Total: R$ 1.434.515

Sport (7º)
Público: 70.810 pessoas em 4 jogos (média: 17.702)
Renda bruta: R$ 791.015
Cota: R$ 300 mil
Total: R$ 1.091.015

Salgueiro (13º)
Público: 27.441 pessoas em 3 jogos (média: 9.147)
Renda bruta: R$ 249.460
Cota: R$ 300 mil
Total:R$ 549.460

O lapso do secretário-geral da CBF sobre as ligas. Sim, elas estão previstas na lei

Walter Feldman, secretário-geral da CBF a partir de 2015. Foto: PSDB/divulgação

O mandato de quatro anos do novo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, começa em 16 de abril de 2015. No comando, uma figura terá bastante peso, o secretário-geral Walter Feldman, de 61 anos. Médico por formação e político por vocação, na descrição da própria entidade, ele concedeu entrevista ao Estado de S. Paulo, publicada na íntegra no site oficial da confederação. Chama a atenção a visão do dirigente sobre as ligas. Abaixo, as citações.

“(sobre a liga) Não tem nenhum sentido, na lei brasileira, entrar na organização independente e autônoma da sociedade civil. Em alguns pontos a MP ultrapassa a fronteira e em outros vai muito além da fronteira. É assustador, porque chegou a esse ponto que a Casa Civil fez: vamos colocar tudo o que a gente quer no novo futebol. Quem sabe passa?”

“O Bom Senso quer coisas muito boas para o futebol, mas tem exageros também. Trabalha com a ideia de liga e com a ideia de participação de jogadores e sistemas decisórios que são muito complicados porque não estão enquadrados nos modelos de organização da sociedade brasileira”.

Não nenhum sentido na lei brasileira?
A criação de ligas esportivas no Brasil está prevista na lei federal de nº 9.615, desde 1998. Mais conhecida como Lei Pelé, a norma já teve diversas revisões, entre 1999 e 2013, mas sem nunca riscar do papel o artigo 20, que autoriza a criação das ligas autônomas em relação às confederações: “As entidades de prática desportiva participantes de competições do Sistema Nacional do Desporto poderão organizar ligas regionais ou nacionais”.

Não está enquadrado nos modelos de organização da sociedade?
Em mais um lapso de Feldman, pois a Lei Pelé rege o desporto nacional como um todo, outras modalidades à parte do futebol já contam com ligas, como o basquete (NBB e LBF) e o vôlei (Superliga). Apesar de hoje estar subordinada à CBF, vale destacar a própria Liga do Nordeste, com mais de 15 anos de história. Não por acaso, quando a confederação acabou com o Nordestão em 2003, a liga levou o caso à justiça, ganhando uma ação superior a R$ 30 milhões – o resultado disso foi o acordo para a volta do torneio, em 2013.

A tabela oficial do Nordestão de 2015, com todos os jogos no meio da semana

Grupos da Copa do Nordeste de 2015. Arte: Esporte Interativo/facebook

Quase um mês após o sorteio dos grupos, a CBF divulgou a tabela da Copa do Nordeste de 2015. O próximo torneio será o primeiro com os nove estados da região, o que aumentou o número de participantes de 16 para 20 clubes.

A curiosidade na tabela básica é o fato de todos os jogos estarem marcados para as quartas-feiras. Posteriormente, alguns jogos deverão ser modificados para terças e quintas, para condicionar a transmissão na tevê.

Pernambuco será representado por três clubes: Sport, Náutico e Salgueiro. O Santa Cruz tenta, através do STJD, uma mudança na composição do Nordestão, mas não há nada concreto em relação ao caso.

Abaixo, as datas e horários de todos os jogos da primeira fase. Da primeira fase vão avançar os cinco líderes e os três melhores segundos colocados.

Em seguida, quartas de final, semifinal e a grande decisão, ida e volta.

O campeão nordestino receberá uma premiação de R$ 3,185 milhões.

A nova lista de campeões do Nordeste

Campeões do Nordeste, segundo a Liga do Nordeste (1975-2014). Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Post atualizado em 24/05/2017

Uma reviravolta histórica na lista de campeões do Nordeste está a caminho. Por mais curioso que possa parecer, a lista de campeões do futebol regional sempre foi controversa, até mesmo sobre a definição do primeiro ganhador. O Sport em 1994, na Copa do Nordeste organizada em Alagoas, ou o Vitória, campeão do Torneio José Américo de Almeida Filho, em 1976? O próprio álbum oficial da competição de 2014 veio com uma lista incomum. Pois o status pode pertencer até ao CRB, em 1975.

O blog apurou que a Liga do Nordeste, através de seu presidente, Alexi Portela, encaminhou à CBF a lista de campeões oficiais do Nordestão, englobando não só os torneios organizadas pela liga como outros de peso semelhante. O pedido de análise à diretoria de competições (ainda não respondido) leva em conta as duas versões do Torneio José Américo de Almeida Filho, organizado na década de 1970 para movimentar os clubes fora do Brasileirão. Em setembro de 2012 a CBF já havia sinalizado pela primeira vez o reconhecimento do título baiano, através de seu guia anual. Agora, pode ocorrer a equiparação ao Nordestão, junto a 1975.

A suposta primeira edição teve apenas seis times de três estados, nenhum deles da cena principal. No caso, Alagoas (CRB), Paraíba (Botafogo, Treze e Auto Esporte) e Rio Grande do Norte (ABC e Potiguar). O Clube de Regatas Brasil foi o campeão ao bater o Botafogo de João Pessoa nos pênaltis. A CBF ainda não estipulou um prazo para a resposta, mas, considerando que o pedido veio da própria Liga do Nordeste, eis a nova lista de campeões…

Lista de campeões* 

Torneio José América de Almeida Filho
1975 – CRB*
1976 – Vitória*

Copa do Nordeste
1994 – Sport
1997 – Vitória
1998 – América-RN
1999 – Vitória
2000 – Sport
2001 – Bahia
2002 – Bahia
2003 – Vitória
2010 – Vitória
2013 – Campinense
2014 – Sport
2015 – Ceará
2016 – Santa Cruz
2017 – Bahia

Maiores campeões*
5 Vitória (*)
3 Sport e Bahia
1 CRB (*), América-RN, Campinense, Ceará e Santa Cruz

* Títulos de 1975 e 1976 sob análise de chancela.

O blog listou outros 16 torneios Nordeste e Norte-Nordeste, desde 1946, sem chancela da CBF, além do caminho necessário para oficializá-los. Confira aqui.

Os grupos do Nordestão 2015 e o novo caminho ao mata-mata

Zeca Brito e a Taça do Nordestão de 2015. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Recife foi palco de um evento bem organizado para o lançamento da Copa do Nordeste de 2015, com direito à apresentação da bola oficial, do novo troféu dourado e do mascote Zeca Brito. Claro, também foram sorteados os cinco grupos, numa transmissão ao vivo no canal Esporte Interativo.

Conforme informado anteriormente, Sport e Náutico foram cabeças de chave, junto a Bahia, Vitória e Ceará, através do ranking da CBF. Então, vamos aos grupos definidos e a uma breve análise do blog sobre os favoritos às vagas no mata-mata, a partir da tradição dos clubes envolvidos.

Em jogo, um título ainda mais valorizado pelo prêmio de R$ 3,185 milhões…

Grupo A – Vitória, América-RN, Confiança e Serrano
O grupo tem a presença de dois ex-campeões nordestinos, que inclusive disputaram a final de 1998, vencida pelo Mecão. O Leão baiano, tetra, é o favorito natural. Pela disparidade dos dois mais fortes para os demais, há chance de duas equipes avançarem.

Grupo B – Sport, Sampaio Corrêa, Coruripe e Socorrense
Sem dúvida, uma chave tranquila para o Leão da Ilha. Em busca do tetracampeonato, o Rubro-negro é favorito desde já à primeira colocação. Deve ter algum trabalho contra o Sampaio Corrêa, que o eliminou da Copa do Brasil de 2011.

Grupo C – Náutico, Salgueiro, Moto Club e Piauí
O Timbu terá mais uma vez um duelo estadual logo na primeira fase, desta vez contra o Carcará, em sua segunda participação regional. Outra curiosidade é a presença de times do Maranhão e do Piauí, as novidades desta edição.

Grupo D – Ceará, Fortaleza, Botafogo e River
É a chave mais equilibrada, com direito ao Clássico-Rei de Fortaleza. Tamanho equilíbrio, e consequentemente uma pontuação mais baixa no geral, deve complicar a ida do vice-líder às quartas de final. O Castelão deve registrar o maior público da etapa inicial.

Grupo E – Bahia, CRB, Campinense, Globo
Eliminado ainda na primeira fase nos últimos dois anos, agora o Bahia deve avançar. O tricolor da Boa Terra conquistou seu último título em 2002. Também é digno de nota o retorno do Campinense, o surpreendente campeão em 2013.

A tabela deverá ser divulgada em três semanas. No regulamento, serão cinco grupos de quatro times. Os cinco líderes e os três melhores segundos colocados avançam às quartas. No mata-mata a fórmula é a mesma da Copa do Brasil.

Nas quartas de final, a composição das chaves será a seguinte:

Melhor líder x Pior 2º lugar
2º melhor líder x 2º pior 2º lugar
3º melhor líder x 3º pior 2º lugar
4º melhor líder x 5º melhor líder

Já tem os seus favoritos às vagas na segunda fase do Nordestão? Comente.

Grupos do Nordestão de 2015. Imagem: Esporte Interativo/Twitter