O árbitro Emerson Sobral é tido como um dos principais do quadro Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol de Pernambuco (Ceaf). Em 2015, tornou-se recordista de jogos em fases decisivas do Estadual (semifinal e final, desde 2010), com cinco partidas. Inclusive, apitou a decisão da competição pela primeira vez em sua carreira. Paralelamente a este cartaz, vai colecionando punições pelos erros cometidos em campo. Já são três geladeiras na carreira.
18/01/2012 (Estadual) Punido ao errar em dois jogos. No primeiro, deixou de expulsar o zagueiro André Oliveira, do Santa. No segundo, não marcou um pênalti em cima de Rogério, do Náutico, e depois assinalou um pênalti inexistente sobre o mesmo jogador.
24/03/2013 (Estadual) No jogo Ypiranga 2 x 2 Sport, na oitava rodada do segundo turno, assinalou um pênalti polêmico para a Máquina de Costura e marcou uma falta inexistente aos 44 do segundo tempo, no lance que acabou saindo o último gol.
02/09/2015 (Série A) Na partida entre Ponte Preta e Cruzeiro, pelo Brasileirão, em Campinas, deixou de marcar dois pênaltis, um para cada time. No caso do time mineiro, marcou a falta fora da área. No lance da Macaca, sequer assinalou falta.
A CBF detalhou o gancho da seguinte forma: “afastado das próximas rodadas para treinamentos teóricos e práticos junto à Escola Nacional de Arbitragem”. Nada muito diferente, das “reciclagens internas” da FPF. No cenário local, aliás, recebeu como prêmio a indicação (via sorteio) para apitar uma decisão. Não se surpreenda com algo semelhante em escala nacional.
Emerson Sobral é apenas um exemplo de um fraco padrão de controle adotado pelas entidades em relação à arbitragem no futebol, ainda amadora.
O 45 minutos analisou o epate entre Sport e Coritiba, no Couto Pereira, a partir da escolha tática do treinador rubro-negro. Samuel funcionou? Faltou mais intensidade? Marlone pode ser reposicionado em campo? Além do debate sobre o momento do time na Série A, também entrou na pauta da 168ª edição o “tira-teima” entre os técnicos dos grandes clubes pernambucanos. Mercado, ambiente, forma de trabalho, títulos. Em relação aos jogos de Santa e Náutico na Série B, na terça, o conteúdo foi gravado no 167º programa (aqui).
Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Não faz muito tempo, um clube de massa no país era gerido por um presidente, um vice sem muita atividade, dois ou três diretores não remunerados e uma comissão técnica a cada seis meses. A profissionalização no futebol, com cifras milionárias a partir de novas fontes de receita e instituições mais estrututradas, criou um novo organograma. De acordo com a equipe do banco Itaú BBA, que elaborou uma análise econômica dos times brasileiros, a ideia operacional é contar com um CEO (Chief Executive Officer) logo abaixo do presidente, coordenando todas as divisões (administrativa, negócios, futebol etc), com metas estipuladas para cada setor, com prazos de execução de 2 a 3 anos.
Visão da gestão de um clube, segundo o relatório “É voz corrente no meio esportivo que há necessidade de se profissionalizar o futebol. Os clubes, com receitas cada vez mais robustas e recorrentes, necessitam de profissionais capacitados para gerir estes recursos de forma mais eficiente. Não é mais uma paixão. Futebol é negócio.”
Agora, um panorama dos grandes clubes pernambucanos…
Sport (CEO, diretores de futebol e marketing e outros departamentos)
O Leão implantou um software de gestão que já funciona em 16 clubes do país, através da Totvs, com o controle de todas as receitas e despesas, além de uma articulação para melhorar o investir investimento, com mais transparência e ajuda na transição de gestões. Hoje, o Sport conta com um CEO, Leonardo Estevam, responsável pela renovação do sistema de sócios, que priorizou o associado nos jogos e ampliou o quadro em 22,6 mil membros. A meta, a curto prazo, é alcançar um faturamento anual acima de R$ 100 milhões – até hoje, o maior foi o de 2012, com R$ 79 milhões -, aliado a uma redução de custos de até 25%. Com isso, o clube espera ficar entre os oito primeiros do país.
Números significativos em 2015: top ten nacional no quadro de sócios (37.822) e 5,4 milhões de reais líquidos em uma venda (Joelinton).
Santa Cruz (diretores de mercado e comunicação)
Uma consultoria foi contratada para fazer, em 2015, um estudo corporativo com metas e funções específicas no Arruda e o mapeamento de ações dos funcionários. Diretores profissionais (como o de mercado e comunicação) também chegaram para reinserir a marca do Santa no mercado nacional. O trabalho já projetou as finanças de 2016, positiva e negativamente (Séries A ou B, uma ou duas negociações de revelações etc), tudo previsto no plano estratégico de 2015 a 2017. Em relação ao CEO, somente em dezembro, na conclusão da consultoria, será analisada a necessidade. Uma segunda consultoria, a Pluri, vem traçando o perfil do povão como “público consumidor”.
Números significativos em 2015: aumento do quadro social em 150% (hoje com 10.406 titulares) e o dobro de camisas vendidas em relação a 2014.
Náutico (gerentes)
Havia a expectativa de uma profissionalização na gestão 2014/2015, através de Glauber Vasconcelos (o presidente, acompanhado de dois vices executivos), mas a crise provocada pelo descenso anterior e os erros da nova direção (seguidas trocas na comunicação e elevado número de atletas contratados) inviabilizaram uma mudança clara. Também comprometeu o orçamento a falta de um patrocinador-master. O contraponto foi o acerto com a Umbro até junho de 2017. Já a direção é mesmo enxuta. Um diretor de relação com torcedores e mercado (RTM), por exemplo, poderia suavizar o atrito entre sócios e a Arena, que mantém o quadro estagnado – a meta de 15 mil está em apenas 21%.
Número significativo em 2015: folha de pagamento no futebol de R$ 444 mil (1/3 do gasto na primeira divisão)
Uma equipe de profissionais do Banco Itaú BBA realizou uma análise (de 222 páginas) sobre 24 clubes do futebol brasileiro. Um raio x sobre receitas, despesas, dívidas, bilheteria, sócios-torcedores e ações de marketing. Números, a partir dos balanços oficiais de cada um, e um aval dos especialistas, com direito a um comparativo com times da América Latina e da Europa. Entre as equipes analisadas, Náutico e Sport. Confira a íntegra do documento, batizado de Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros de 2015.
Náutico (da página 110 a 114) A queda em 2013 foi dramática para o clube, que ainda não se acertou financeiramente. Tanto que em 2015 continua a disputá-la. Será um trabalho árduo, mas há luz no fim do túnel. É preciso apenas organização e cuidado com os custos. Há que mirar no rival Sport, sem tirar da mente o que aconteceu com o Santa Cruz, até hoje fora dos holofotes. Usar a força da torcida e saber explorar a Arena Pernambuco, sua nova casa. Eis o desafio.
Sport (da página 135 a 139) O Sport já teve uma gestão mais conservadora em termos financeiros. O que vimos em 2014 foi um excesso de investimentos que acabaram por elevar consideravelmente as dívidas do clube. Vamos ver se em 2015 estes investimentos significarão aumento de custos, pois se confirmar é de se esperar que haja geração de caixa negativa, dado que as receitas tendem a se manter estáveis. Vemos um risco não desprezível do clube enfrentar dificuldades se não reorganizar a casa rapidamente.
O 45 minutos detalhou a apresentação do Santa Cruz diante do América. Além das projeções de pontuação na Série B, o foco foi no time, com a disputa no ataque (Aquino pode perder a vaga, com Luisinho e Lelê nas pontas?), tendo a certeza de Grafite, e as seis opções possíveis para a defesa, ainda um calo no time de Martelotte. Em seguida, comentamos mais uma partida ruim do Náutico como visitante, com o esquema travado. O rendimento fora da Arena caiu para 18%. Cadê as duas contratações (as “balas guardadas”) ditas há um mês? Por fim, o balanço sobre o marketing do Sport, com direito a Robben apresentando a camisa nova. Fora a resenha de sempre na gravação…
Confira um infográfico com as principais atrações da gravação aqui.
Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Como de praxe nesta Série B, uma vitória pernambucana em casa e uma derrota pernambucana fora. Na abertura da 22ª rodada, o Náutico perdeu do Criciúma, sofrendo um gol de pênalti, bem marcado na visão do blog. Caiu do 6º para o 7º lugar, com a diferença ao G4 aumentando, de zero (estava fora pelo saldo) para três pontos. Depois, no Arruda, o Santa ganhou do América-MG, mesmo sem Grafite e Anderson Aquino. Se manteve pela enésima vez na 8ª colocação, com os mesmos quatro pontos de distância, mas com o moral renovado após a fraca apresentação em Curitiba.
Até então na liderança, o Vitória caiu de virada para o Bragantino, deixando claro que não há um grande time nessa Segundona. Daí, o equilíbrio fora da curva.
No G4, um carioca, dois baianos e um maranhense.
A 23ª rodada dos representantes pernambucanos
04/09 (19h00) – ABC x Santa Cruz (Arena das Dunas)
04/09 (19h00) – Náutico x Sampaio Corrêa (Arena Pernambuco)
Um gol pênalti, convertido por Lucca, definiu a insossa partida no frio interior catarinense, com vitória do Criciúma sobre o Náutico, 1 x 0. O revés derrubou ainda mais o já péssimo rendimento alvirrubro como visitante na Série B. Com 87% em casa, o melhor índice nas duas principais divisões, o Timbu só não lidera o campeonato por causa do indesculpável desempenho fora da arena. Em onze jogos, o time de Lisca tem uma vitória, três empates e sete derrotas, com 18% dos pontos conquistados. Logo, voltou a aumentar distância ao G4.
Vindo de uma vitória nos descontos, com pura adrenalina, os pernambucanos entraram em campo com o freio de mão puxado. Foi assim até os 32 minutos, quando Júlio César fez uma defesaça num chute de Lucca na pequena área. A bola seguiu para a lateral, e na cobrança rápida voltou à área de novo. Em poucos segundos, pênalti para o Tigre, com Ronaldo Alves chegando atrasado. A cobrança no ângulo dificultou um cenário complicado desde 16 de maio, quando o Náutico conquistou o seu único triunfo como visitante.
Na segunda etapa, o time até abriu as pontas, com um pouco mais de correria, mas faltou qualidade. A espinha dorsal não ajudou. Ronaldo Alves, Gil Mineiro, Rogerinho e Douglas estavam numa noite infeliz. Essa previsibilidade fora do Recife aumenta (de novo) a pressão para os jogos em casa, com a equipe no limite para se manter na briga. Até quando? Até vencer fora…
O game Pro Evolution Soccer 2016 confirmou os clubes brasileiros licenciados. São 20 da Série A, com o Corinthians firmando um contrato de exclusividade e com o Itaquerão digitalizado, e mais 4 times da Série B. Da segundona, apenas Botafogo, Bahia, Vitória e Criciúma foram contemplados na franquia da Konami. Com lançamento em 15 de setembro de 2015, o jogo repete a maior quantidade de times nacionais com nomes e marcas oficiais, do PES 2014. Na ocasião, se chegou ao número porque o Sport, então na Série B de 2013, também disputou a Copa Sul-Americana, um dos torneios licenciados pela desenvolvedora.
E o foco é realmente ampliar o mercado no país, com a manutenção da elite e mais equipes da segunda divisão. Concorrente direto do Fifa Football, mas com uma fatia bem menor no mercado internacional, o Pro Evolution Soccer mira os torcedores brasileiros há quatro anos, quando começou a oferecer todos os times do Brasileirão. Entre 2008 a 2010, quando foi ultrapassou nas vendas, havia apenas um time, o Inter, em alta com os títulos internacionais no período.
O máximo que Pernambuco conseguiu até hoje foi emplacar dois times no jogo, três vezes, sempre com rubro-negros e alvirrubros (o Santa ainda não apareceu). Este ano, Santa Catarina chega com cinco representantes…
Clubes brasileiros licenciados no PES
2008 – 1 time
2009 – 1 time
2010 – 1 time
2011 – 5 times
2012 – 6 times
2013 – 20 times (Náutico e Sport)
2014 – 24 times (Náutico e Sport)
2015 – 21 times (Náutico e Sport)
2016 – 24 times (Sport)
Os 24 clubes apresentados oficialmente estão inseridos no game físico. Qualquer outra equipe que eventualmente apareça em 2016 será no formato downloadable content (DLC), um conteúdo extra a ser baixado via internet.
O IBGE nunca mensurou o tamanho das torcidas dos clubes brasileiros. Ainda assim, o censo é primordial para esse cálculo, claro. Qualquer projeção de torcida feita por outros institutos de pesquisa utiliza as estimativas oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Além do censo absoluto a cada 10 anos (2000, 2010, 2020…), são feitas estimativas anuais, utilizadas das mais diversas formas socioeconômicas (daí, a natural falta de tempo, e interesse, para fomentar algo no esporte). Os dados oficiais da população brasileira em 2015 acabam de ser divulgados pelo IBGE no Diário Oficial da União, tendo como data de referência para os habitantes do país o dia 1º de julho.
A partir disso, o blog recalculou as pesquisas de torcida mais recentes em cada região de interesse para o futebol local (Recife, Grande Recife, Pernambuco e Brasil). Caruaru e Goiana, o únicos municípios fora da região metropolitana com pesquisas específicas já divulgadas, também entraram na conta. As diferenças nos percentuais podem ser explicadas tanto pela margem de erro de cada estudo quanto pelas amostragens (quanto mais gente ouvida, teoricamente melhor). No caso do Ibope, a diferenças entre Pernambuco e Brasil, com o Tricolor tendo mais gente no estado do que em todo o país, se deve ao arrendondamento dos percentuais (para mais ou para menos). Vamos às estatísticas dos clubes pernambucanos mencionados.
Brasil (204.450.649 habitantes)
Ibope 2014
Período: 05/12/2013 a 14/02/2014
Público: 7.005 entrevistados (26 estados e o DF)
Margem de erro: 1,0%
15º) Sport – 1,2% (2.453.407)
17º) Santa Cruz – 1,0% (2.044.506) * O Ibope divulgou os dados nacionais dos 18 primeiros. Náutico não figurou.
Pernambuco (9.345.173 habitantes)
Ibope 2014
Período: 05/12/2013 a 14/02/2014
Público: 300 entrevistados (nº de municípios não divulgado)
Margem de erro: 1,0%
1º) Sport – 26,3% (2.457.780)
2º) Santa Cruz – 24,0% (2.242.841)
4º) Náutico – 5,3% (495.294)
Grande Recife (3.914.317 habitantes)
Exatta 2014
Período: janeiro de 2014
Público: 600 entrevistados
Margem de erro: não divulgada
1º) Sport – 42% (1.644.013)
2º) Santa Cruz – 27% (1.056.865)
3º) Náutico – 10% (391.431)
Recife (1.617.183 habitantes)
Plural 2015
Período: junho de 2015
Público: 800 entrevistados
Margem de erro: 3,46%
1º) Sport – 36% (582.185)
2º) Santa Cruz – 31% (501.326)
3º) Náutico – 10% (161.718)
Caruaru (347.088 habitantes)
Plural 2014
Período: 4 a 5 de janeiro de 2014
Público: 400 entrevistados
Margem de erro: 4,9%
1º) Sport – 17% (59.004)
3º) Santa Cruz – 8% (27.767)
4º) Central – 7% (24.296)
6º) Náutico – 5% (17.354)
10º) Porto – 1% (3.470)
Goiana (78.618 habitantes)
Plural 2015
Período: junho de 2015
Público: 400 entrevistados
Margem de erro: 4,9%
1º) Sport – 25% (19.654)
2º) Santa Cruz – 13% (10.220)
3º) Náutico – 7% (5.503)
O fim de semana registrou apenas uma vitória local. Em casa, claro, pois longe do estado, em 2015, os resultados não estão vindo. Dos 31 jogos como visitante, com Sport, Náutico e Santa nas Séries A e B, foram apenas 2 vitórias, ambas na segundona. Não por acaso, o Leão é o único da elite que ainda não venceu fora. E nem em seu reduto está fácil. O 45 minutos começou o revés diante do Flamengo, na Arena, com a consequência para o jogo em Curitiba, quarta. Na sequência, a suada vitória alvirrubra sobre o Boa Esporte, que deixou o time encostado no G4. Por fim, a displicência coral contra o Paraná, que brecou a ascensão e ainda terminou com Grafite e Aquino suspensos.
Confira um infográfico com as principais atrações da gravação aqui.
Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!