Pokémon GO nos estádios do Recife

Os pokémons nas ruas próximas aos estádios do Recife. Crédito: Cassio Zirpoli/reprodução/PokemonGO

O game Pokémon GO chegou ao Brasil em 3 de agosto de 2016, já como febre mundial e com status de jogo de celular mais popular na história dos Estados Unidos. Atualmente, são 7 milhões de downloads por dia, com os brasileiros dando uma senhora força. Com o estilo de jogo focado na “realidade aumentada”, com cada jogador localizado via GPS (Sistema de Posicionamento Global, na sigla em inglês), as cidades do país foram digitalizadas no game da Niantic. No Recife, monumentos, esculturas e pinturas tornaram-se referências para o Pokémon GO (como “pokéstops”, para reabastecimento de itens, ou “ginásios”, para batalhas online). Neste contexto, estão os estádios de futebol.

O blog fez um levantamento nos quatro principais campos, capturando imagens e mostrando a força aproximada dos monstros mais comuns em cada local. Uma prévia para os usuários. Até porque nas partidas (de futebol) a jogatina nos celulares deverá se tornar bem comum entre os torcedores…

Os próprios clubes já entraram na onda: Náutico, Santa Cruz e Sport.

Aflitos
O Náutico contém três pokéstops em sua área, sendo um deles o próprio estádio. Ou seja, pela localização (por aproximação), apenas pessoas que circulem dentro do clube podem alcançar o ícone. Assim como a sede tombada, um pequeno timbu também foi digitalizado com pokéstop. Na Rua da Angustura, é comum a presença de Weepinbell (força por volta de 205). Em relação à ginásios, o mais próximo fica a duas quadras do clube, na Rua do Futuro.

O cenário do game PokemonGO nos Aflitos. Crédito: Cassio Zirpoli/reproduação/PokemonGO

Arena Pernambuco
Na Zona Oeste, apesar de mapeada pelo game, existem poucos pontos de captura. Um deles é justamente a Arena, em São Lourenço, com um pokéstop e um ginásio de batalha. Pela pouca circulação de pessoas (à parte dos jogos), o nível do ginásio “O Jogador” ainda é baixo. No estacionamento leste é possível encontrar pokémons como Eevee (força 159) e Pidgeotto (força 139).

O cenário do game PokemonGO na Arena Pernambuco. Crédito: Cassio Zirpoli/reproduação/PokemonGO

Arruda
Entre os grandes clubes locais, apenas o Tricolor tem um ginásio de batalhas dentro de sua área. O nome é sugestivo: Mundão do Arruda. Além disso, tem uma pokéstop (da calçada, dependendo do sinal, é possível alcançar) baseada no mural do centenário do Santa Cruz. Sobre os pokémons, é possível encontrar na Rua das Moças tipos básicos como o Bellsprout (força 106).

O cenário do game PokemonGO no Arruda. Crédito: Cassio Zirpoli/reproduação/PokemonGO

Ilha do Retiro
Em termos de área, só perde para a arena (10 hectares x 27 hectares). No Sport existem três pokéstops: entrada do arco e a estátua de Ademir Menezes, acessíveis na rua, e a bola da Copa 2014, dentro do clube. Na Avenida Prefeito Lima Castro, na entrada da arquibancada frontal, é possível encontrar Staryu (força 143). Já o ginásio de batalhas mais próximo fica na Escola Politécnica. Porém, o nível já está alto, com um pokémon de força 2.759 (Dragonite).

O cenário do game PokemonGO na Ilha do Retiro. Crédito: Cassio Zirpoli/reproduação/PokemonGO

Podcast – A análise dos empates de Náutico, Sport e Santa no Brasileiro

A semana pré-olímpica dos clubes pernambucanos foi repleta de empates no Campeonato Brasileiro. Na terça, o Náutico encerrou o turno na Segundona desperdiçando inúmeras chances. Na quarta, na elite, o Sport não conseguiu superar o lanterna. Na quinta, o Santa estancou a sangria e igualou as ações com o Grêmio. O 45 minutos analisou todas as partidas, tanto os sistemas adotados quanto as atuações individuais, já projetando as rodadas seguintes.

Ao todo, somando as três gravações, 88 minutos de podcast… Ouça!

02/08 – Oeste 0 x 0 Náutico (28 min)

03/08 – Sport 1 x 1 América-MG (35 min)

04/08 – Grêmio 0 x 0 Santa Cruz  (25 min)

A 19ª classificação da Segundona 2016

A classificação da Série B 2016 após 19 rodadas. Crédito: Superesportes

O primeiro turno da Série B acabou sem acabar. A tabela original marcava uma terça-feira cheia na 19ª rodada, mas dois jogos foram adiados (para 16 de agosto) por motivos singulares. Bahia x Atlético-GO não foi realizado porque a Fonte Nova já está reservada para os Jogos Olímpicos. Já Sampaio x Goiás não ocorreu porque o time maranhense havia jogado no domingo – ou seja, sem tempo hábil para descanso. E a partida anterior só foi no domingo, no Serra Dourada, por causa do amistoso da Seleção Olímpica no dia anterior.

Por sinal, a Olimpíada do Rio segue influenciando a Série B, que será paralisada por duas semanas. Com a tabela disforme – com um dos times do G4 com um jogo a menos -, uma “análise de turno” acaba em xeque. De toda forma, especificamente sobre esta rodada, o Náutico empatou sem gols com o Oeste e acabou em 6º lugar. Nas duas vezes em que subiu, em 2006 e 2011, o Timbu chegou à metade já no G4. Mais uma estatística para ser derrubada.

Digno de registro: 56.400 pessoas foram ao Castelão, para o empate (também sem gols) entre Ceará e Vasco, vice-líder e líder. Até o momento, é o maior público nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro em 2016…

Evolução da campanha timbu
1ª rodada – 15º (0 pt)

2ª rodada – 11º (3 pts)
3ª rodada – 15º (3 pts)
4ª rodada – 8º (6 pts)
5ª rodada – 9º (7 pts)
6ª rodada – 5º (10 pts)
7ª rodada – 4º (13 pts)
8ª rodada – 4º (16 pts)
9ª rodada – 4º (16 pts)
10ª rodada – 4º (17 pts)
11ª rodada – 6º (18 pts)
12ª rodada – 8º (18 pts)
13ª rodada – 5º (21 pts)
14ª rodada – 8º (21 pts)
15ª rodada – 8º (21 pts)
16ª rodada – 11º (21 pts)
17ª rodada – 8º (24 pts)
18ª rodada – 5º (27 pts)
19ª rodada – 6º (28 pts)

No G4, um carioca, cearense, um alagoano e um goiano.

A 20ª rodada do representante pernambucano
20/08 (16h00) – Náutico x Criciúma (Arena Pernambuco)

Sem poder de decisão, Náutico empata com o Oeste e encerra o turno em 6º lugar

Série B 2016, 19ª rodada: Oeste-SP 0 x 0 Náutico. Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão

O jogo seguia em branco na Arena Barueri até os 43 do segundo tempo. O Náutico já havia perdido boas chances e teria mais uma ali, num contragolpe com três jogadores. Em velocidade, para decidir, para buscar o três pontos. A bola foi rolada para Rony, que, da marca do pênalti, bateu mascado, no cantinho. O goleiro espalmou e Léo Santos, que decidira o jogo anterior, chegou no rebote. Bateu em cima do goleiro, num lance para deixar a torcida possessa.

O empate em 0 x 0 encerrou a campanha alvirrubra no primeiro turno da Série B, com a sexta colocação. Segue vivíssimo na disputa, mas, definitivamente, poderia estar numa condição melhor. O jogo em São Paulo foi uma mostra disso, expondo a deficiência dos atacantes. Friamente, essa análise não faz sentido. Afinal, estamos falando de um time com 30 gols marcados (média de 1,57), o segundo maior índice da competição. Entretanto, oportunidades como essa última contra o Oeste já custaram pontos. Custaram um lugar no G4.

Desde a implantação do sistema vigente, com vinte clubes e pontos corridos, o Náutico ascendeu à elite duas vezes. Em ambas, chegou à metade do Brasileiro já no grupo de acesso. Curiosamente, com goleadores. Em 2006, a dupla Felipe (16 gols) e Kuki (11). Em 2011, Kieza (21), o artilheiro. Agora, terá que fazer um returno entre 35 e 37 pontos. Muita coisa. Precisará matar jogos “ganháveis”, como esse. Com Rony, Adan, Léo Santos, Bérgson… vai ter muito trabalho.

As campanhas no turno quando subiu…
2006 – 2º lugar (35 pts, 61.4%), 10 vitórias, 5 empates, 4 derrotas, 34 GP, 27 GC
2011 – 3º lugar (34 pts, 59.6%), 9 vitórias, 7 empates, 3 derrotas, 24 GP, 18 GC 

Na luta pelo acesso…
2016 – 6º lugar (28 pts, 49.1%), 8 vitórias, 4 empates, 7 derrotas, 30 GP, 23 GC

Série B 2016, 19ª rodada: Oeste-SP 0 x 0 Náutico. Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão

A 18ª classificação da Segundona 2016

A classificação da Série B 2016 após 18 rodadas. Crédito: Superesportes

As duas vitórias seguidas na Arena Pernambuco recolocaram o Náutico na disputa. Apagando a má sequência, de três derrotas consecutivas, que deixou o time em 11º lugar, a oito pontos do G4, o Timbu superou Avaí e Tupi. Agora figura em 5º, a cinco pontos tanto do CRB quanto do Atlético-GO, que encerrou a 18ª rodada somente neste domingo – uma vez que no sábado o Serra Dourada foi o palco da vitória da Seleção Olímpica no amistoso contra o Japão.

A lição de casa foi feita, com o alvirrubro necessitando agora voltar a pontuar longe do Recife. Na última rodada do turno, irá a São Paulo enfrentar o Oeste. Levando em conta que CRB e Atlético têm adversários complicados (Luverdense e Bahia), também fora de casa, há a chance de chegar à metade da Série B a apenas dois pontos do grupo de acesso. Estaria de ótimo tamanho, considerando a enorme oscilação do time na competição.

Evolução da campanha timbu
1ª rodada – 15º (0 pt)

2ª rodada – 11º (3 pts)
3ª rodada – 15º (3 pts)
4ª rodada – 8º (6 pts)
5ª rodada – 9º (7 pts)
6ª rodada – 5º (10 pts)
7ª rodada – 4º (13 pts)
8ª rodada – 4º (16 pts)
9ª rodada – 4º (16 pts)
10ª rodada – 4º (17 pts)
11ª rodada – 6º (18 pts)
12ª rodada – 8º (18 pts)
13ª rodada – 5º (21 pts)
14ª rodada – 8º (21 pts)
15ª rodada – 8º (21 pts)
16ª rodada – 11º (21 pts)
17ª rodada – 8º (24 pts)
18ª rodada – 5º (27 pts)

No G4, um carioca, cearense, um alagoano e um goiano.

A 19ª rodada do representante pernambucano
02/08 (21h30) – Oeste x Náutico (Arena Barueri, Barueri-SP)

Podcast – Análise das vitórias de Náutico e Sport e da derrota do Santa Cruz

Como na semana passada, alvirrubros e rubro-negros saíram vitoriosos, com os tricolores amargando mais uma derrota, a 10ª na competição. O 45 minutos analisou os jogos do Trio de Ferro, em gravações exclusivas. Na sexta, o Timbu bateu o vice-lanterna na arena e se reaproximou do G4 da Série B. No sábado, dois jogos à noite, com o Sport e Santa diante dos Atléticos. Enquanto o Leão se distanciou do Z4 da Série A, a Cobra Coral voltou à zona de descenso. O podcast fez um balanço das atuações individuais, das mudanças dos técnicos e da situação na tabela. Ao todo, 75 minutos. Ouça agora ou quando quiser.

29/08 – Náutico 1 x 0 Tupi (20 min)

30/08 – Sport 2 x 0 Atlético-PR (28 min)

30/08 – Atlético-MG 3 x 0 Santa Cruz (27 min)

Jogando para o gasto, Náutico vence o Tupi e volta a se reaproximar do G4

Série B 2016, 18ª rodada: Náutico x Tupi. Foto: Ricardo Fernandes/DP

O Náutico voltou a se reaproximar do G4 da Série B. Ao vencer pela segunda vez seguida na arena, desta vez contra o Tupi, chegou a 27 pontos, ficando a cinco do CRB, surpreendido no Rei Pelé. Há duas rodadas, essa diferença era de dez pontos! Ainda que os demais concorrentes joguem no sábado, a recuperação ocorreu. De forma distinta. Sexta passada, um jogo tranquilo contra o Avaí. Uma semana depois, mesmo com treinos, ritmo e recuperação física, o futebol visto diante do vice-lanterna desagradou. A vitória por 1 x 0 só valeu pela tabela, que no fim das contas, é o que interessa nesta campanha.

Porém, o aperreio no finzinho foi desnecessário, com o timbu levando um abafa. Já não conseguia prender a bolar com qualidade e muito menos puxar contragolpes. Bem diferente do que indicava a escalação inicial, com Alexandre Gallo repetindo a formação pela segunda vez – só havia conseguido na 5ª rodada! Um meio-campo com João Ananias, Maylson e Renan Oliveira. Mais à frente, Hugo. Desses, apenas o volante atuou nos 90 minutos. Maylson se machucou ainda no primeiro tempo e Renan e Hugo saíram por opção tática. Para fechar o time? A contradição está no fato de o Náutico ter terminado com quatro atacantes, Rony, Jefferson Nem, Daniel Morais e Léo Santos.

Foi uma espécie de 4-2-4, com a linha ofensiva sem ação na reta final – ao menos o jovem Léo Santos havia aberto o placar no início da segunda etapa, no seu pioneiro gol como profissional. Os 3.067 espectadores saíram celebrando o resultado, mas com alguma dúvida sobre o rendimento na próxima terça, contra o Oeste, no encerramento do turno, em Barueri. Depois desse jogo, uma parada de 18 dias para os Jogos Olímpicos. Tempo para mais treinos, ritmo e recuperação física… dessa vez, espera-se, de forma definitiva.

Série B 2016, 18ª rodada: Náutico x Tupi. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Séries A e B do Nordestão em 2018, um desejo dos clubes. Das federações?

Copa do Nordeste com rebaixamento e acesso? Arte: Cassio Zirpoli/DP

Que a Copa do Nordeste é um torneio mais rentável que os nove campeonatos estaduais, não há discussão. De 2013 a 2016, a movimentação financeira do regional passou de R$ 16 milhões para R$ 26 milhões. Cotas maiores, públicos maiores, alcance maior. Para discordar disso, somente sentado na cabeceira de uma federação. Por isso, os clubes vêm tentando ampliar o regional. Não necessariamente com mais participantes, mas visando o nível técnico, num formato corrido, com mais clássicos, com acesso e rebaixamento…

Em maio, no Recife, os sete maiores clubes se reuniram para discutir a reformulação da Copa do Nordeste, a partir de 2018. O objetivo era reduzir o torneio de 20 para 12 clubes, com a entrada, somente no primeiro ano, do G7, via ranking histórico. Dois meses depois, outra vez na capital, um novo encontro com o grupo (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza) e três convidados (América de Natal, ABC e Botafogo de João Pessoa). Foi a primeira reunião após a divulgação do calendário da CBF para 2017, que enxugou o regional (de 12 para 8 datas) e esticou os estaduais (de 14 para 18).

Entretanto, como o documento da confederação deixava aberta a possibilidade de negociação de datas, as federações devem ceder, ao menos no próximo ano, mantendo os mesmos formatos e regulamentos, tanto no Nordestão (fase de grupo, quartas, semi e final) quanto no Pernambucano (hexagonal, semi e final). Até porque os 20 clubes da Copa do Nordeste de 2017 já estão definidos. Com o imbróglio resolvido, o foco avançou a 2018, ganhando força a ideia de Séries A e B, com doze clubes cada. A segunda divisão seria composta pelas vagas oriundas dos estaduais, além do (dos) rebaixado (s) da primeirona. Inicialmente, ainda em abril, se discutiu a implantação de um torneio de acesso no formato de grupos. Hoje, as duas competições seriam idênticas, com turno completo.

Entre os locais, participaram Emerson Barbosa e Toninho Monteiro, diretores do Náutico, Arnaldo Barros, vice-presidente do Sport, e Alírio Moraes, mandatário do Santa Cruz. O dirigente coral ilustrou o desejo dos clubes e os obstáculos…

” A pauta na verdade foi a construção de uma proposta para ser levada às presidências da Liga (do Nordeste), federações estaduais e CBF quanto ao modelo de campeonato em 2018. Há um entendimento entre os clubes (da região) que devemos ter uma Série A e uma Série B, cada qual com 12 clubes. Nesse contexto, os campeonatos estaduais perderiam importância e espaço. Ou seja, muitas discussões à vista.”

Formato proposto pelos clubes*
Série A – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
Série B – 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
*Acesso e descenso de uma ou duas equipes por ano, ainda em discussão 

Composição das divisões em 2018 (adaptação)
Série A – 7 clubes via ranking histórico e mais 5 vagas vias estaduais
Série B – 12 vagas via campeonatos estaduais (PE, BA e CE com 2 times)

Composição das divisões a partir de 2019
Série A – 11 (ou 10) melhores da A de 2018 e o campeão (ou 1º e 2º) da B
Série B – 12º lugar (ou 11º e 12º) da A 2018 e 11 (ou 10) vagas via estaduais**
** A definir quais estados teriam duas vagas

Na prática, a Lampions teria não só que evitar a redução (de 12 para 8), como aumentar a agenda (de 12 para 15). Um formato divisional com oito datas soa inviável. Com doze, poderia haver um turno e decisão em jogo único, até mesmo em estádios pré-definidos. Porém, haveria risco sobre o interesse do público devido ao duríssimo critério de classificação, para apenas duas equipes.

Na visão do blog, levando em consideração o respeito aos critérios técnicos de composição, o formato sugerido pelos clubes é o avanço natural (também em termos de transmissão e patrocínios), lembrando a edição de 2001, que deixou o formato grupos e mata-mata e partiu para o turno único (na ocasião com 16 clubes), semifinal e final. Deu tão certo que o Nordestão de 2001 foi considerado pela imprensa nacional como o torneio regional de maior sucesso na época.

Curiosamente, no ano seguinte houve a implantação de uma divisão de acesso. Sim, o projeto atual não é inédito. Em 2002 o lanterna Confiança foi rebaixado, com 1 vitória, 1 empate e 13 derrotas. No segundo semestre a liga organizou um torneio seletivo com seis clubes – uma segunda divisão de fato, mas sem esse nome -, com vitória do Corinthians Alagoano. Tudo ok, caso a CBF não tivesse tirado o regional do calendário oficial em 2003, num processo (judicial) com sequelas até hoje. Não por acaso, os clubes estão tentando emular o passado.

Difícil será dobrar as federações sobre essa “independência” do Nordestão…

Índice do Itaú aponta Santa eficiente e Sport e Náutico com bons trabalhos

Ranking de eficiência esportivo-financeira no futebol brasileiro em 2015. Crédito: Itaú BBA

O relatório produzido pelo Itaú BBA sobre as finanças de 27 clubes, incluindo o trio recifense, traz o raio x dos balanços divulgados e a situação das dívidas fiscais, após a entrada em vigor do Profut. Concluindo o estudo, a equipe do banco criou o “Índice de Eficiência do Futebol”, rankeando as gestões. Para isso, cruzou o desempenho esportivo (colocações nos campeonatos disputados) e o desempenho financeiro (custos, investimentos e despesas).

Confira o gráfico em uma resolução maior clicando aqui.

Os resultados foram divididos em seis categorias (detalhes abaixo), de eficiente a perdulário. Entre os locais, o Santa teve o melhor desempenho, marcando 15 pontos e classificado como “eficiente” – foi campeão estadual e conseguiu o acesso à elite, mesmo com o modesto orçamento de R$ 15,1 milhões. Já Sport e Náutico aparecem com “bom trabalho”. Gastaram de forma regular, mas não ganharam campeonatos e permaneceram em suas divisões. Ambos zerados. No Leão, por pouco, pois foi o 6º lugar na Série A – a 4ª posição teria rendido dez pontos. Apesar do índice, o ano Timbu não foi bom, pois a permanência na Série B, mesmo racionalmente, não pode ser encarada como algo positivo.

A pior gestão, segundo o Itaú, foi a do Vasco de Eurico Miranda, rebaixado pela terceira vez nos pontos corridos (2008, 2013 e 2015). No ano, os cruz-maltinos tiveram a quarta maior cota de televisão (R$ 70 milhões, só abaixo de Flamengo, Corinthians e São Paulo). Isso pesou mais, em termos de administração, que o fato de o clube ter conquistado o título carioca, após doze anos de jejum.

Veja como é feito o índice de eficiência aqui.

Ranking de eficiência esportivo-financeira no futebol brasileiro em 2015. Crédito: Itaú BBA

Eficientes
São os que conseguiram mais conquistas gastando menos por ponto. Eficiência é conseguir resultados ao menor custo.

Eficazes
São os que conseguiram mais conquistas gastando mais por ponto. O resultado veio, mas a um custo excessivo

Bom trabalho
Gastaram relativamente pouco e apesar de não conquistarem nada, permaneceram em suas Séries

Deixaram a desejar
Estes também permaneceram em suas Séries, mas gastando muito mais. Ou seja, o gasto foi improdutivo.

Não deu
Gastaram pouco, era o possível, e o resultado não só não veio como o clube ainda foi rebaixado de Série

Perdulários
Gastaram muito e o resultado ao final da temporada foi negativo. Pode até ter conquistado um título menor, mas o rebaixamento de Série pôs tudo a perder.

O milionário ranking de dívidas fiscais dos clubes e o tempo de amortização

Ranking do Profut em julho de 2016. Crédito: Itaú BBA

O Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut) foi sancionado pelo governo federal em 5 de agosto de 2015, com o objetivo de refinanciar as dívidas fiscais dos clubes em até vinte anos. O primeiro quadro após a MP 671 mostra o tamanho do buraco. Os 27 times presentes no relatório do banco Itaú BBA (Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros de 2016) devem R$ 3,2 bilhões. No estudo, a partir dos balanços divulgados em abril, há a projeção de amortização cada um. Até mesmo de quem não aderiu ao Profut, como Sport, Palmeiras e Chape.

Por decisão do presidente Humberto Martorelli, o Leão ficou de fora por já ter negociado o seu passivo – ou seja, poderia cumprir sem ser submetido à rígida regra do projeto, como utilizar no máximo 80% da receita com futebol. No estado, a maior dívida fiscal é a do Náutico, de R$ 115 mi. O aumento (de 56% no passivo geral) se deve à atualização feita na gestão de Glauber Vasconcelos (2014/2015) nas informações fiscais junto à receita federal e à normalização da declaração de débitos e créditos tributários federais de 2010 a 2013. Segundo a nota do alvirrubro, houve uma redução de 70% do valor das multas, 40% do valor dos juros e 100% dos encargos legais por débitos até agosto de 2015.

Já o Santa acertou o parcelamento de R$ 15,3 milhões, apesar de o relatório apontar uma dívida fiscal de R$ 26 mi. Para manter o tricolor no Profut, o mandatário Alírio Moraes, que assinou a adesão, busca a regularização das certidões negativas de tributos federais, FGTS, INSS e de demandas com a Justiça do Trabalho e com a Prefeitura do Recife. Até porque não basta “pagar”, é preciso estar de acordo com todos os trâmites burocráticos.

As maiores dívidas fiscais do futebol brasileiro
1º) R$ 535 milhões – Botafogo
2º) R$ 347 milhões – Flamengo
3º) R$ 268 milhões – Vasco
4º) R$ 258 milhões – Atlético-MG
5º) R$ 237 milhões – Fluminense
6º) R$ 190 milhões – Corinthians
7º) R$ 167 milhões – Cruzeiro
8º) R$ 166 milhões – Santos
9º) R$ 146 milhões – Bahia
10º) R$ 124 milhões – Coritiba

As dívidas fiscais do Trio de Ferro
1º) R$ 115 milhões – Náutico
2º) R$ 47 milhões – Sport
3º) R$ 26 milhões – Santa Cruz 

Como o Itaú calculou a amortização
Para fins de avaliação, utilizou todas as dívidas fiscais registradas no passivo exigível a longo prazo, que em tese abarcam todos os tributos renegociados. Considerou para fins de análise que todos os clubes optaram pelo padrão de 240 meses, dentro das regras de correção pela Selic e escalonamento de pagamento, sendo: 50% da parcela em 2016 e 2017; 75% da parcela em 2018 e 2019; 90% da parcela em 2020; 100% da parcela a partir de 2021.

À parte dos balanços financeiros produzidos e divulgados pelos clubes, a ESPN divulgou em 23 de março de 2015 uma lista com as dívidas dos clubes com a União, através do relatório obtido junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional , com dados entre fevereiro de 2014 e fevereiro de 2015.

As maiores dívidas com a União
1º) R$ 284,2 milhões – Atlético-MG
2º) R$ 235,0 milhões – Flamengo
3º) R$ 215,4 milhões – Botafogo
4º) R$ 186,5 milhões – Corinthians
5º) R$ 173,9 milhões – Fluminense
6º) R$ 148,8 milhões – Vasco
7º) R$ 129,6 milhões – Internacional
8º) R$ 101,9 milhões – Guarani
9º) R$ 73,8 milhões – Palmeiras
10º) R$ 68,6 milhóes – Portuguesa

As dívidas do Trio de Ferro com a União
1º) R$ 59,1 milhões – Sport
2º) R$ 45,6 milhões – Náutico
3º) R$ 42,4 milhões – Santa Cruz