Derrota do Brasil de Pelotas e empates de CRB, Londrina, Ceará e Vila Nova. Com isso, a vitória do Náutico sobre o Paysandu foi multiplicada na na 26ª rodada da Série B, deixando o time a três pontos do G4, outrora inviável. Na rodada anterior a diferença era de cincos pontos. Porém, em relação ao posicionamento da tabela atualizada, o alvirrubro segue longe do quarteto. Ganhou uma colocação, figurando agora em 11º, com todo mundo embolado.
Abaixo, as projeções de acesso e campanhas mínimas possíveis ao Timbu.
As onze maiores probabilidades de acesso após 26 rodadas
Náutico – soma 36 pontos em 26 jogos (46,2%) Para chegar a 63 pontos (chances: histórico 70% e projeção atual 99%*): Precisa de 27 pontos em 12 rodadas …ou 75,0% de aproveitamento Simulações: 9v-0e-3d, 8v-3e-1d
Para chegar a 57 pontos (rendimento atual do 4º lugar, o Bahia): Precisa de 21 pontos em 12 rodadas …ou 58,3% de aproveitamento Simulações: 7v-0e-5d, 6v-3e-3d, 5v-6e-1d
* Em 7 das 10 edições da Série B nos pontos corridos, 63 pontos garantiram o acesso. Em relação à campanha em 2016, a projeção é da UFMG
A 27ª rodada do representante pernambucano 24/09 (16h20) – Paraná x Náutico (Durival de Britto, em Curitiba)
Os resultados ajudaram, com tropeços de cinco concorrentes, e o alvirrubro finalmente fez a sua parte, vencendo em casa. Em uma rodada gigantesca, o Náutico jogou melhor que o Paysandu, fez 3 x 1 e chegou a 36 pontos, a apenas três pontos do G4. Em termos de colocação na tabela, ainda falta bastante, com Série B mais embolada que nunca, tanto que o time pernambucano está em 11º.
Vinícius foi o nome do jogo. Ainda que a sua participação nos contragolpes e na recomposição tenha sido discreta, finalizou bem demais. Marcou os três gols, sendo dois de fora da área no primeiro tempo (o segundo foi uma pintura), e encerrou a partida convertendo uma penalidade sofrida por Rony. Assim, a primeira vitória sob o comando de Givanildo Oliveira (cujo discurso em relação ao acesso não muda) recoloca o time numa condição favorável, mais uma vez obrigado a buscar um triunfo como visitante. No próximo sábado, contra o Paraná, há quatro rodadas sem vencer, eis uma boa chance.
Há a possibilidade de vermos novamente um time com um meio-campo técnico, como foi a composição contra o Papão. Giva colocou o estreante Marco Antônio com Renan Oliveira e Vinícius, o máximo que o atual elenco dispõe após a saída de Hugo. Marco Antônio, ao menos neste primeiro momento, jogou mais recuado, numa situação que pode ser invertida com Renan Oliveira (mais uma vez parando na trave). O encaixe deste trio pode ser decisivo nesta reta final. Por sinal, na saída da arena os 2.645 torcedores gritaram “Vamos subir, Náutico! Vamos subir, Náutico!”. Há dez dias parecia devaneio. Hoje, nem tanto…
A evolução timbu foi paulatina. A vitória do Náutico sobre o Paysandu, em Belém, manteve uma sequência de quatro rodadas pontuando, com o clube entrando no G4. No sábado, uma boa oportunidade para a torcida fazer a sua parte. Nos três jogos na Arena, todos às 21h30, o público total só chegou a 4.731 alvirrubros, média de 1.577. Neste primeiro jogo à tarde, a expectativa é bem maior, sobretudo para ajudar a manter o time no grupo de acesso.
Na liderança, o Vasco já abriu três pontos sobre o vice-líder e seis sobre o quinto lugar. Dono da maior cota de tevê – R$ 100 milhões, contra R$ 5 mi dos não-cotistas -, o clube chegou a 34 jogos de invencibilidade ao vencer o Joinville. Sobre os cotistas, o Goiás, dono da segunda maior (ao lado do Bahia), com R$ 35 milhões, está na zona de rebaixamento. Indesculpável.
Com autoridade, o Náutico venceu o Paysandu em pleno Alçapão da Curuzu, de virada, num resultado importantíssimo. Historicamente, na Série B, poucos clubes conseguem buscar esse resultado lá. Ao ganhar na condição de visitante pela primeira vez, o time encaixou uma ótima sequência, com dez pontos em quatro rodadas. Saltou do 15º lugar para o G4. Abrindo a rodada na terça-feira cheia, o Timbu precisou ter muita calma para buscar o placar.
Se a atmosfera já não era aprazível, o gol sofrido aos 44 segundos foi um duro golpe. Ainda mais com a grotesca falha de Júlio César, perdendo o controle da bola nos pés de Lucas, sem trabalho para marcar. Até ali, o time pernambucano não sofria um gol há 309 minutos, somando tempo regulamentar e descontos desde o jogo contra o Londrina. Na teoria, o Náutico de Gallo era mais arrumado, ainda mais levando em conta a crise do Papão, com apenas uma vitória, na beira da zona do rebaixamento. Transformar em prática era preciso. Dito e feito.
Forçando a marcação (22 x 17 nos desarmes e 20 x 10 em faltas) e trocando passes curtos, o Náutico melhorou – inclusive Júlio César, com duas boas defesas. O gol de empate, aos 26, foi o mais bonito da noite, com a participação de quatro jogadores. Enfiada, cruzamento, corta-luz e finalização, de Maylson. Na retomada, dois gols de Jefferson Nem (um aos 10 segundos!), definindo o 3 x 1. Cria da base, o atacante de 20 anos chegou a quatro gols, artilheiro do time no torneio. Em ascensão, como o Náutico.
Chegando a três jogos sem perder e sem sofrer gols, com duas vitórias e um empate, o Náutico subiu dez colocações, ficando a um ponto do G4. A vitória alvirrubra sobre o Joinville colocou o time na disputa que interessa na Série B, servindo inclusive como fator motivacional para a campanha – time e torcida. Antes de finalmente atuar à tarde na Arena Pernambuco, após três partidas às 21h30, a equipe terá que enfrentar o caldeirão do Papão da Curuzu.
Enquanto isso, na liderança, o Vasco começa a disparar. O time, dono da maior cota de tevê – R$ 100 milhões, contra R$ 5 mi dos não-cotistas -, já abriu seis pontos sobre o quinto lugar. Além disso, chegou a 33 jogos de invencibilidade.
Com três edições, a Copa Verde mantém com ponto alto a classificação à Copa Sul-Americana. Foi assim com os campeões Brasília, Cuiabá e Paysandu, assegurando participações internacionais nos anos seguintes. Financeiramente, porém, o mata-mata segue com um investimento bem modesto. Idealizado pela CBF em 2014, a partir do sucesso do Nordestão, cuja transmissão é feita pelo mesmo canal, o torneio tem uma cota de apenas 6% em comparação à matriz.
Em 2016, somando as cotas das oitavas, quartas, semi e título, o Papão ganhou R$ 275 mil. Isso corresponde a 11% da premiação do Santa Cruz, o campeão nordestino na mesma temporada. O valor repassado ao bicolor paraense é um pouco mais da metade da cota da primeira fase do Nordestão. A disparidade (técnica?) entre os torneios de integração se mantém em todas as etapas. Mais. Enquanto a premiação absoluta do Nordestão subiu 33% em um ano, na Copa Verde o valor foi congelado, devido ao painel de patrocínios mais enxuto.
À parte de Paysandu e Remo, o torneio carece de forças populares. A entrada do Vila Nova, na terceira edição, ajudou. Por outro lado, o Goiás, o único “cotista” da tevê nas regiões, não quis participar, preferindo seguir em busca de um lugar na própria Copa do Nordeste (possibilidade já rechaçada) ou na Primeira Liga.
Veja as cotas, somando as fases, das campanhas finais nas Copas Verde e do Nordeste. Entre parênteses, o percentual da Verde sobre a etapa no Nordestão.
Copa Verde 2016 (18 times) Campeão – R$ 275 mil (11%), Paysandu Vice – R$ 145 mil (7%), Gama Semifinalista – R$ 95 mil (6%), Remo e Aparecidense Quartas de final – R$ 45 mil (5%), Rio Branco, Nacional, Cuiabá e Vila Nova Primeira fase (oitavas) – R$ 15 mil (3%) Total: R$ 910.000* (6%) * Exceto para os eliminados na fase preliminar
Copa do Nordeste 2016 (20 clubes) Campeão – R$ 2,385 milhões, Santa Cruz Vice – R$ 1,885 milhão, Campinense Semifinalista – R$ 1,385 milhão, Bahia e Sport Quartas de final – R$ 935 mil, Ceará, Fortaleza, CRB e Salgueiro Primeira fase (grupos) – R$ 505 mil* Total: R$ 14.820.000 * Exceto para os clubes do Piauí e do Maranhão
Somando as duas principais divisões, a Umbro é a marca mais presente no Campeonato Brasileiro de 2016, com seis clubes. O número poderia ser maior caso o Náutico não tivesse rescindido o contrato na véspera da competição, fechando com a Topper, de volta ao mercado. Os 40 times inscritos nas Séries A (gráfico acima) e B (abaixo) estão divididos entre 18 fornecedoras, cinco a mais que 2015. Uma delas pertence ao próprio “patrocinado”. No caso, a Lobo, do Paysandu – na Itália, a Roma já fez o mesmo.
De volta ao Brasileirão, o Santa Cruz já irá mexer com tabuleiro, na ferrenha disputa de mercados. O clube estreia o padrão produzido pela Dry World, substituindo a Penalty. Com isso, a marca canadense sobe para a 3ª colocação no ranking de fornecedoras. A Adidas, que veste o Sport, se mantém à frente na elite, agora de forma isolada. Na última edição, com os mesmos cinco clubes (mas com o Flu no lugar do Coxa), a empresa alemã dividia o posto com a Umbro, que sofreu com as quedas de Vasco e Joinville.
Em relação aos contratos (ao menos aqueles divulgados), o Flamengo segue firme com acordo mais rentável. São R$ 35 milhões anuais, com mais sete temporadas pela frente, expondo o status atual dessas parcerias. Quanto à exposição, as 760 partidas das duas divisões estão na grade da televisão, incluindo o pay-per-view. Logo, o alcance das marcas depende da audiência de cada clube firmado…
As fornecedoras na Série A Adidas – Coritiba, Flamengo, Palmeiras, Ponte Preta e Sport Umbro – Atlético-PR, Chapecoense, Grêmio e Cruzeiro Dry World – Atlético-MG, Fluminense e Santa Cruz Nike – Corinthians e Internacional Lupo – América-MG e Figueirense Kappa – Santos Puma – Vitória Topper – Botafogo Under Armour – São Paulo
As fornecedoras na Série B Kanxa – Bragantino, Luverdense e Oeste Kappa – Brasil-RS e Criciúma Numer – Atlético-GO e Sampaio Corrêa Penalty – Bahia* e Ceará* Umbro – Joinville e Vasco Rinat – CRB e Vila Nova Fila – Avaí Dry World – Goiás Karilu – Londrina Topper – Náutico Lobo – Paysandu Errea – Paraná* Gsport – Tupi
* Bahia (Umbro), Ceará (Topper) e Paraná (Topper) podem mudar no Brasileiro.
Marcas das Séries A e B 6 Umbro, 5 Adidas, 4 Dry World, 3 Kappa, 3 Kanxa, 2 Nike, 2 Lupo, 2 Numer, 2 Penalty, 2 Rinat, 2 Topper, 1 Puma, 1 Under Armour, 1 Fila, 1 Karilu, 1 Lobo, 1 Errea e 1 Gsport
Maiores contratos R$ 35 milhões/ano – Flamengo (10 anos, até 2022) R$ 30 milhões/ano – Corinthians (10 anos, até 2025) R$ 27 milhões/ano – São Paulo (5 anos, até 2019) R$ 20 milhões/ano – Atlético-MG (5 anos, até 2021) R$ 19 milhões/ano – Palmeiras (2 anos, até 2016)
O primeiro campeonato estadual do Brasil aconteceu em 1902, organizado pela Liga Paulista de Foot-Ball, com apenas 21 partidas. O São Paulo Athletic, de Charles Miller, foi o primeiro campeão. O introdutor do esporte no país sagrou-se, também, o primeiro artilheiro, com 10 gols. Desde então, o mapa futebolístico mudou bastante no âmbito estadual, com a última mudança em 1988, na criação do estado do Tocantins. Portanto, em 114 anos de história de bola rolando, na base da rivalidade nacional, já foram realizados 2.400 campeonatos estaduais, considerando as 27 unidades da federação.
O levantamento soma até o extinto campeonato fluminense, disputado até 1978, antes da fusão com o Estado da Guanabara, formado pela cidade do Rio de Janeiro. O blog contou os períodos amador e profissional de todos os estados. Na década de 1930, aliás, foram realizados torneios paralelos oficiais no Rio e em São Paulo. Se em Pernambuco a transição ocorreu de forma pacífica em 1937, em Roraima o torneio só foi profissionalizado em 1995, com três participantes, sendo o último segundo a CBF. Entretanto, a competição já era organizado pela federação roraimense desde 1960, com os mesmos filiados.
Entre os grandes campeões, 71 clubes ganharam ao menos dez títulos, incluindo Sport 40, Santa 28 e Náutico 21. O maior vencedor é o ABC de Natal, o único com mais de 50 taças em sua galeria. E olhe que já chegou a ser decacampeão (1932-1941), feito só igualado pelo América Mineiro (1916-1925).
Os 71 maiores campeões estaduais* (último título): * A partir de 10 conquistas
A Copa Verde foi criada em 2014 como uma alternativa ao futebol profissional nas regiões Norte e Centro-Oeste a partir do sucesso do Nordestão. Tendo como principais personagens Paysandu e Remo, apesar das surpreendentes conquistas de Brasília e Cuiabá, o mata-mata interregional ainda não deslanchou junto à torcida. Somente o Re-Pa corresponde a 29% do público registrado até hoje, com 84 mil espectadores em quatro clássicos no Mangueirão.
Em uma tentativa de movimentar a disputa, a organização resolveu dar sentido ao “Verde” do nome, com a óbvia necessidade de caracterização. Nos jogos no Amapá, Acre e Mato Grosso do Sul, a princípio, haverá a troca de garrafas pets por ingressos, incentivando a reciclagem do lixo. Até 500 entradas por jogo. Em campo, haverá o “cartão verde”, para o melhor lance de fair play.
Por fim, o campeão receberá a partir de 2016, além do troféu dourado, uma árvore da flora brasileira para ser plantada no CT ou na sede. Sem dúvida, uma das premiações mais inusitadas do futebol. Com as medidas, a CBF reconheceu a Copa Verde como a “primeira competição carbono zero” do país.
Média de público 2015 – 4.351 2014 – 5.429
Participantes* 2016 – 18 clubes** 2015 – 16 clubes 2014 – 16 clubes * O Espírito Santo também integra o torneio ** Os clubes de Goiás enfim demonstraram interesse.
O que é carbono zero? Com o desmatamento e o aumento da poluição, o planeta sofre uma contínua e perigosa alteração climática. A responsabilidade humana é total. Carbono Zero é a campanha para neutralizar (ou reduzir) a emissão de gases do efeito estufa. Com reflorestamento, controle da energia, veículos e resíduos.
O calendário do futebol brasileiro vem num contínuo processo de revisão. Quase sem datas e com pouca gente disposta a ceder, entre CBF, federações estaduais, clubes e ligas. Ainda assim, surgem ideias. Uma delas, uma velha ideia, com a reedição da Copa dos Campeões. Entre 2000 e 2002, a CBF organizou o torneio nacional de tiro curto envolvendo os vencedores das copas regionais e os campeões paulista e carioca, com sedes fixas. Valia vaga na Liberta! A primeira edição, em Alagoas e na Paraíba, foi um sucesso, com premiação de R$ 1,4 milhão ao campeão e média de público de 20 mil pessoas.
Palmeiras, Flamengo e Paysandu ergueram as taças antes da descontinuação em 2003 por causa do fim (forçado) dos regionais e a implantação dos pontos corridos na Série A, com 24 clubes e 46 longas rodadas. Hoje, são 20 equipes e 38 rodadas, o suficiente para mais um torneio? As poucos, os regionais estão voltando. O Nordestão em 2013, a Copa Verde (no lugar da Copa Norte) em 2014 e a Primeira Liga (Copa Sul-Minas-Rio) em 2016. O presidente da nova entidade, Gilvan Tavares, com apoio de Fla, Flu, Inter, Grêmio, Cruzeiro e Atlético, já sinalizou um torneio envolvendo os três campeões a partir de 2017.
“Temos que pensar em muitas coisas. Nem todos os grandes clubes brasileiros conseguem classificação à Libertadores. É o sonho de todo o clube. Quem sabe a gente não consiga para o futuro uma coisa diferente? Não tem o torneio do Nordeste? A liga Verde, a Sul-Minas Rio? Quem sabe a gente não consegue fazer o torneio com os campeões de cada uma dessas competições, com uma vaga na Libertadores. A CBF não tinha pensado nisso. Hoje surgiu essa ideia.”
Embrionária, a ideia enfrenta várias barreiras. Calendário, formato, participantes e um plano de marketing, com emissoras interessadas. Na visão do blog, o torneio teria vida útil independentemente de uma vaga à Libertadores.
O que você acha da possibilidade de uma reedição da Copa dos Campeões?
2000
Palmeiras 2 x 1 Sport (Maceió)
2001
Flamengo 5 x 3 São Paulo (João Pessoa)
Flamengo 2 x 3 São Paulo (Maceió)
2002
Paysandu 1 x 2 Cruzeiro (Belém)
Paysandu 4 x 3 Cruzeiro, 3 x 0 nos pênaltis (Fortaleza)