Quantos campeões existem no Nordeste? 13, 8 ou 7? O blog já tocou no assunto algumas vezes, com a discussão seguindo devido ao impasse sobre a oficialização das competições – 38 ao longo de 72 anos. Volta e meia o debate reaparece pelo fato de o Vitória se considerar pentacampeão da Copa do Nordeste, somando a este contexto um título de outra competição, o Torneio José Américo de 1976, disputado 18 anos antes da primeira edição oficial do Nordestão. Entretanto, não deixa de ser um título de caráter regional. Por isso, o foco nesta publicação é voltado justamente para a visão dos próprios clubes acerca das conquistas – à parte do que eu acho, do que você acha ou do que a CBF acha. Como era de se esperar, não há padronização alguma.
Confira os detalhes de cada torneio de caráter regional realizado no NE aqui.
Uma polêmica clássica se refere à fase Norte-Nordeste da Taça Brasil, que correspondia a uma etapa regionalizada dentro do campeonato nacional. No entanto, na época os vencedores dessas chaves – que em alguns anos se classificavam às quartas e em outros à semi – se proclamavam “Campeões do Norte”, alcunha repercutida na imprensa e comemorada pela torcida. Embora oficialmente fosse uma fase. Para completar, alguns vencedores receberam troféus comemorativos, como o Bahia, e outros não, como o Náutico.
Pelos sites oficiais, entre os vencedores daquele zonal, e foram dez edições, Bahia (3), Náutico (3) e Ceará (1) consideram as conquistas como títulos regionais. Fortaleza (2) e Sport (1), não. A CBF nunca tocou no assunto.
Outra dúvida está pontuada no Torneio Norte-Nordeste, uma competição de fato, organizada pela CBD, a precursora da CBF. Ocorreu de 1968 a 1970. Em 1971, a entidade manteve a disputa sem os principais clubes da região, mas valendo pela primeira fase da Série B do Campeonato Brasileiro. No caso, na primeira edição da história da segundona, com a final Norte-Nordeste x Centro-Sul. Deu Remo, até então quatro vezes vice-campeão em torneios do Nordeste, mesmo sendo do Pará. Em 1972 foi ainda mais curioso, pois foi a única vez em que todos os times presentes na Série B eram do Nordeste. Neste caso, o Sampaio Corrêa se contenta apenas como “campeão da Série B”, excluindo o caráter regional, como fica claro em sua lista de títulos.
Sobre os outros campeões, Santa Cruz, Ypiranga, CRB e Campinense citam as suas conquistas com as denominações originais. Já o América de Natal esqueceu da Taça Almir na atualização de seu site, listando só a Lampions.
Quais títulos deveriam contar? Por que? Quais títulos faltaram na lista?
Os campeões do Nordeste/Norte-Nordeste de 1946 a 2017 (geral, 38 títulos)
7 – Bahia (1948, 1959, 1961, 1963, 2001, 2002 e 2017)
5 – Náutico (1952, 1965, 1966, 1966 e 1967)
5 – Vitória (1976, 1997, 1999, 2003 e 2010)
5 – Sport (1962, 1968, 1994, 2000, 2014)
4 – Fortaleza (1946, 1960, 1968 e 1970)
3 – Ceará (1964, 1969 e 2015)
2 – América-RN (1973 e 1998)
2 – Santa Cruz (1967 e 2016)
1 – Ypiranga (1951)
1 – Remo (1971)
1 – Sampaio Corrêa (1972)
1 – CRB (1975)
1 – Campinense (2016)
Por estado (geral, 38 títulos)
13 – Bahia
12 – Pernambuco
7 – Ceará
2 – Rio Grande do Norte
1 – Alagoas, Maranhão, Pará e Paraíba
Os campeões do Nordeste/Norte-Nordeste de 1968 a 2017 (oficiais, 17 títulos)
4 – Vitória (1997, 1999, 2003 e 2010)
4 – Sport (1968, 1994, 2000 2014)
3 – Bahia (2001, 2002 e 2017)
2 – Ceará (1969 e 2015)
1 – Fortaleza (1970)
1 – América-RN (1998)
1 – Campinense (2013)
1 – Santa Cruz (2016)
Por estado (oficiais, 17 títulos)
7 – Bahia
5 – Pernambuco
3 – Ceará
1 – Rio Grande do Norte e Paraíba
Observação 1: são 13 campeões considerando todos os torneios. Entre os oficiais, 8. Porém, se a lista considerar apenas a da ‘Copa do Nordeste’, o número cai para 7, excluindo o Fortaleza, campeão do Torneio N-NE de 70.
Observação 2: não entraram as edições da Taça Asa Branca, de 2016 (Ceará) e 2017 (Santa), devido ao caráter amistoso, numa disputa entre o campeão da Copa do Nordeste e um convidado de outra região. Naturalmente, o debate segue aberto – inclusive sobre a inclusão dessas competições.
Observação 3: caso você tenha chegado até aqui, a visão do blog sobre o imbróglio é a de que os clubes não precisam ‘converter’ as conquistas. Um título regional mantém o caráter, sem a necessidade de outro nome para tal.
A seguir, a lista de campeões e vices, torneio por torneio…