Os patrocínios privados e estatais do futebol brasileiro em 2016, via Ibope

Os patrocínios dos clubes brasileiros em 2016. Crédito: Ibope/Repucom

Entre patrocínios de camisa e fornecedoras de material esportivo, há uma verdadeira disputa pelo “mapeamento” do futebol brasileiro. O Ibope-Repucom fez um levantamento com todas as empresas que investiram com regularidade no Brasileiro de 2016, abordando 21 clubes – com 20 deles assegurados na elite de 2017, exceção feita ao rebaixado Inter. Considerando as marcas vinculadas em 2016 (quadros acima e abaixo), três clubes tiveram apenas um patrocínio no uniforme, Vasco, Atlético-PR e Sport. Com o contrato de um ano com a Caixa Econômica Federal, o time pernambucano recebeu R$ 6 milhões. Também teve aporte neste tipo de receita através da Adidas, cujo acordo segue desconhecido. Ainda no cenário local, vale destacar que Náutico e Santa tiveram Topper/Caixa e Penalty/MRV como contratos mais duradouros, respectivamente.

Sobre as fabricantes, Nike (2 clubes) e Adidas (5) trouxeram a rivalidade global para os dois times mais populares do país. Nos dois casos, contratos maiores que os do patrocínio-máster, num formato já recorrente. Dos quatro maiores acordos, apenas o Palmeiras irá assinar um novo trato a partir de 2017.

Maiores contratos com fornecedoras de material esportivo em 2016:
1º) R$ 40 milhões/ano – Corinthians/Nike (2016-2025)
2º) R$ 35 milhões/ano – Flamengo/Adidas (2013-2022)

3º) R$ 27 milhões/ano – São Paulo/Under Armour (2015-2019)
4º) R$ 22 milhões/ano – Fluminense/Dry World (2016-2020 – rescindido)
5º) R$ 20 milhões/ano – Atlético-MG/Dry World (2016-2020 – rescindido)
6º) R$ 19 milhões/ano – Palmeiras/Adidas (2015-2016)

Em relação aos patrocínios tradicionais, com as marcas estampadas, a lista tem o Palmeiras como líder absoluto, levando em cona apenas uma empresa. Isso porque a Crefisa pagou ao alviverde (que terminou o ano como campeão brasileiro) por espaços na parte frontal, costas e ombros.

A título de comparação, o rival São Paulo firmou um contrato de 25 milhões por 19 meses com uma marca (na lista abaixo, a média anual), mas teve outros nove anunciantes, com a arrecadação passando de R$ 30 milhões. Enquanto isso, Timão e Fla seguem como os principais expoentes da Caixa. A instituição bancária está presente em 16 dos 21 clubes abordados no estudo do Ibope.

Maiores contratos de patrocínio no uniforme em 2016:
1º) R$ 66,0 milhões – Palmeiras (Crefisa – privado)
2º) R$ 30,0 milhões – Corinthians (Caixa)
3º) R$ 25,0 milhões – Flamengo (Caixa)
4º) R$ 15,7 milhões – São Paulo (Prevent Senior – privado)
5º) R$ 12,9 milhões – Grêmio (Banrisul)
5º) R$ 12,9 milhões – Internacional (Banrisul) 

Confira o levantamento do Ibope-Repucom numa resolução melhor aqui.

Os patrocínios dos clubes brasileiros em 2016. Crédito: Ibope/Repucom

Os 25 clássicos estaduais mais populares do Brasil, com 3 duelos pernambucanos

Os 25 clássicos mais populares do Brasil, segundo a pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, de 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

As pesquisas que mensuram as torcidas brasileiras geram discussões desde a década de 1960. Indo além do tamanho das massas, sempre o foco principal desses levantamentos, o blog resolveu projetar o tamanho absoluto das rivalidades, com os clássicos estaduais mais populares do país – o que não é sinônimo de rivalidade mais acirradas, cuja visão é mais subjetiva. Tomando como base o estudo do Paraná Pesquisas, divulgado em 25 de dezembro de 2016, foi possível chegar a 25 confrontos (quadro abaixo). Desses, 24 envolvem mais de um milhão de torcedores rivais, com as cinco regiões representadas.

Devido à magnitude de seus seguidores (1/3 do total), Flamengo e Corinthians transformaram-se em “puxadores de torcida” para este contexto, com os seis clássicos envolvendo os dois no alto da lista. Sobre essa distorção, basta citar o Fluminense, que no geral ocupa o 13º lugar, mas através do Fla-Flu figura a 5ª posição. Também pudera, o rubro-negro carioca detém 91% do público deste clássico, que é o mais desequilibrado entre todos – a proporção de cada clube está no complemento do post, na caixa de comentários. 

Os clássicos estaduais* mais desequilibrados na divisão de torcidas:

1º) Flamengo (91,0%) x (8,9%) Fluminense
2º) Flamengo (90,5%) x (9,4%) Botafogo
3º) Atlético-PR (84,8%) x (15,1%) Paraná
4º) Coritiba (83,0%) x (16,9%) Paraná
5º) Corinthians (81,5%) x (18,4%) Santos
6º) Flamengo (77,8%) x (22,1%) Vasco
7º) Sport (75,8%) x (24,1%) Náutico
8º) Vasco (74,1%) x (25,8%) Fluminense
9º) Vasco (73,0%) x (26,9%) Botafogo
10º) Bahia (71,4%) x (28,5%) Vitória

Os clássicos estaduais* mais equilibrados na divisão de torcidas:

1º) Goiás (50,0%) x (50,0%) Vila Nova
2º) Botafogo (51,5%) x (48,4%) Fluminense
3º) Atlético-PR (53,3%) x (46,6%) Coritiba
4º) São Paulo (56,0%) x (43,9%) Palmeiras
5º) Grêmio (56,4%) x (43,5%) Internacional
6º) Ceará (57,8%) x (42,1%) Fortaleza
7º) Cruzeiro (58,8%) x (41,1%) Atlético-MG
8º) Figueirense (60,8%) x (39,1%) Avaí
9º) Santa Cruz (62,8%) x (37,1%) Náutico
10º) Remo (63,3%) x (36,6%) Paysandu
* Entre os 25 clássicos citados nesta postagem

À parte de Fla e Timão, o clássico local que reúne mais gente é o Choque-Rei, com Palmeiras e São Paulo. E saindo da ponte aérea o futebol mineiro mostra a sua força, com Galo x Raposa no top ten. No Recife, os três tradicionais clássicos ficaram entre os vinte melhores, com destaque, sem surpresa, para Sport x Santa, com mais de quatro milhões de agregados, entre rubro-negros e tricolores. No Nordeste, só ficou atrás do Ba-Vi, com quase seis milhões, num dado visivelmente favorecido pelo bom desempenho do Bahia nesta pesquisa – embora o Vitória tenha tido um percentual menor que sua média histórica.

Os clássicos estaduais mais populares do Nordeste:

5,7 milhões – Ba-Vi (Salvador)
4,1 milhões – Clássico das Multidões (Recife)
3,9 milhões – Clássico-Rei (Fortaleza)
3,5 milhões – Clássico dos Clássicos (Recife)
2,2 milhões – Clássico das Emoções (Recife)

Paralelamente ao ranking dos clássicos mais populares, o blog lembrou o recorde de público de cada duelo – afinal, a presença in loco também justifica o apelo popular. Com o Maracanã dos velhos tempos – cuja geral suportava 30 mil pessoas em pé -, os duelos cariocas estabeleceram números incomparáveis.

Obviamente, muitas rivalidades ultrapassam bastante as fronteiras municipais e estaduais, como Flamengo x Atlético-MG, Grêmio x Palmeiras, entre outros. Por isso, a lista regional. Ainda que historicamente não tenham a rivalidade mais acirrada, flamenguistas e corintianos, donos das maiores cotas de televisão, reúnem a atenção de 61 milhões de pessoas, com domínio absoluto no Sudeste.

Os confrontos interestaduais mais populares de cada região:

Sudeste: Flamengo (RJ) x Corinthians (SP) – 29,9% (61.618.347)
Sul: Grêmio (RS) x Internacional (RS)- 6,2% (12.777.047)
Nordeste: Bahia (BA) x Sport (PE) – 3,3% (6.800.686)
Norte: Remo (PA) x Paysandu (PA) – 0,9% (2.002.125)
Centro-Oeste: Goiás (GO) x Vila Nova (GO) – 0,4% (1.134.538)  

Abaixo, a projeção das torcidas absolutas dos clássicos a partir da estimativa oficial da população brasileira, atualizada pelo IBGE em 30 de agosto de 2016.

Os 25 clássicos mais populares do Brasil, segundo a pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, de 2016. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Levantamento do Paraná Pesquisas, com 10 mil entrevistados, aponta 6 clubes do Nordeste com torcidas acima de 1 milhão

Pesquisa de torcidas do instituto Paraná Pesquisas, com dados de março a dezembro de 2016. Arte: Cassio Zirpoli

Durante dez meses, entre março e dezembro de 2016, o instituto Paraná Pesquisas ouviu 10,5 mil pessoas no Brasil, resultando em uma das maiores amostragens em pesquisas nacionais de torcida. Percorrendo 25 estados, o levantamento – publicado pelo jornal O Globo – trouxe dados interessantes, como os 40 milhões de brasileiros (19,5%) que não torcem por time algum, embora esse percentual já seja o “líder” há algumas pesquisas. Já o pódio, com Flamengo, Corinthians e São Paulo, é o de sempre, hoje concentrando 37,3%.

No viés nordestino, chama a atenção o fato de seis clubes estarem entre os vinte primeiros colocados e com torcidas acima de um milhão. Todos reconhecidamente populares, mas, considerando os dados divulgados pelos institutos, a última vez que isso havia acontecido fora em 2010, numa pesquisa do Ibope. Há seis anos, o Leão da Ilha estava em primeiro e o Vozão em sexto. Agora, a ordem é a seguinte: Bahia (4,1 milhões, num ótimo 11º lugar geral), Sport (2,6 mi), Ceará (2,2 mi), Fortaleza (1,6 mi), Vitória (1,6 mi) e Santa Cruz (1,4 mi). Margem de erro, metodologia, momento do time etc. O fato é que Bahia e Sport já revezam no topo desde 1998, no estudo Lance!/Ibope. Entre os maiores clubes da região, apenas o Náutico não figurou neste patamar (a última vez que isso aconteceu foi em 2013, na lista da Pluri, com 1,1 milhão).

Voltando ao Paraná Pesquisas, esse foi o segundo levantamento nacional apresentado este ano, possivelmente uma ampliação do quadro anterior, de março a abril (na ocasião, com 4 mil pessoas e apenas 14 times). Abaixo, a projeção do blog sobre a torcida absoluta de cada clube a partir da estimativa oficial da população brasileira, atualizada pelo IBGE em 30 de agosto de 2016.

Paraná Pesquisas / Brasil 2016
Período: março a dezembro de 2016
Público: 10.500 (em 288 municípios de 25 estados)
Margem de erro: 1,0%
População estimada (IBGE/2016): 206.081.432

1º) Flamengo – 16,2% (33.385.191)
2º) Corinthians – 13,7% (28.233.156)
3º) São Paulo – 7,4% (15.250.025)
4º) Palmeiras – 5,8% (11.952.723)
5º) Vasco – 4,6% (9.479.745)
6º) Cruzeiro – 4,0% (8.243.257)
7º) Grêmio – 3,5% (7.212.850)
8º) Santos – 3,1% (6.388.524)
9º) Atlético-MG – 2,8% (5.770.280)
10º) Inter – 2,7% (5.564.198)
11º) Bahia – 2,0% (4.121.628)
12º) Botafogo – 1,7% (3.503.384)
13º) Fluminense – 1,6% (3.297.302)
14º) Sport – 1,3% (2.679.058)
15º) Ceará – 1,1% (2.266.895)
16º) Atlético-PR – 0,8% (1.648.651)
16º) Fortaleza – 0,8% (1.648.651)
16º) Vitória – 0,8% (1.648.651)
19º) Coritiba – 0,7% (1.442.570)
19º) Santa Cruz – 0,7% (1.442.570)
21º) Remo* – 0,6% (1.268.013)
22º) Náutico* – 0,4% (853.739)
23º) Paysandu* – 0,3% (734.112)
24º) Goiás* – 0,2% (567.269)
24º) Vila Nova* – 0,2% (567.269)
26º) Figueirense* – 0,2% (412.156)
27º) Paraná* – 0,1% (294.397)
27º) Avaí* – 0,1% (264.957)
29º) Chapecoense* – 0,1% (235.518)
29º) Joinville* – 0,1% (235.518)

Outros times* – 5,1% (10.510.153)
Sem clube – 19,5% (40.185.879)

* O instituto divulgou até o 20º lugar, com os demais citados apenas de forma regionalizada. A partir disso, o blog calculou percentual geral do 21º ao 30º.

Ranking Conmebol da Libertadores de 2016 lista o Sport em 100º, o único do NE

Ranking Conmebol da Libertadores, versão 21/12/2016. Crédito: Conmebol

A Conmebol atualizou o seu ranking de clubes, que considera apenas as campanhas na Taça Libertadores, sendo utilizado justamente para definir os cabeças-de-chave da edição seguinte. Como há um ano, quando foi criada, a lista de 2016 traz os cem primeiros colocados, com o Sport fechando. Num trabalho em conjunto com a Data Factory, que realiza os scouts dos jogos para o site oficial da entidade, o novo formato contempla histórico e performance recente, na Liberta e em títulos nacionais (que funcionam como bônus).

O ranking obedece três fatores em ordem de importância:
1) Performance nos últimos dez anos da Liberta (2ª edição, de 2007 a 2016)
2) Coeficiente histórico (com a pontuação de 1960 a 2006)
3) Títulos do campeonato nacional (2ª edição, de 2007 a 2016)*
* Apenas um por país, sem contar as copas nacionais. Em caso dois campeonatos nacionais por ano, vale metade da pontuação. 

A faixa da última década na Libertadores é a base da lista, que vai conferindo 100% da pontuação ao primeiro ano até 10% ao ano mais antigo. Caso ultrapasse os dez anos, a campanha passa ser mensurada no segundo quesito, “coeficiente histórico”, sem mais depreciações. É um pouco complicado, mas impõe uma certa justiça entre feitos recentes e a história escrita.

Sobre a atualização, o Boca Juniors manteve a liderança. O hexacampeão tem 1.364 pontos a mais que o rival River Plate, tri. O São Paulo, em 6º lugar, passou a ser o melhor brazuca, pois o Cruzeiro perdeu pontos no coeficiente, caindo de 4º para 7º no geral. Único nordestino, o Sport caiu de 80º para 100º devido à desvalorização da campanha de 2009. São 64 pontos a menos em relação ao ranking de 2015. E assim continuará até 2019, até que volte a participar. Apesar de a Conmebol só ter divulgado os 100 primeiros, o blog calculou a pontuação dos outros 12 brasileiros com histórico na Liberta (incluindo o Náutico, em 1968).

Brasileiros no Ranking 1960-2016 (entre parênteses, a posição geral):
1º) São Paulo (6º) – 4.227 pontos (3 títulos, 18 participações)
2º) Cruzeiro (7º) – 3.827 pontos (2 títulos, 15 participações)
3º) Corinthians (8º) – 3.813 pontos (1 título, 13 participações)
4º) Atlético-MG (9º) – 3.792 pontos (1 título, 8 participações)
5º) Internacional (11º) – 3.378 pontos (2 títulos, 11 participações)
6º) Grêmio (12º) – 3.134 pontos (2 títulos, 16 participações)
7º) Santos (15º) – 3.044 pontos (3 títulos, 12 participações)
8º) Palmeiras (25º) – 2.012 pontos (1 título, 16 participações)
9º) Fluminense (26º) – 1.918 pontos (1 vice, 6 participações)
10º) Flamengo (37º) – 1.501 pontos (1 título, 12 participações)
11º) Vasco (53º) – 902 pontos (1 título, 8 participações)
12º) Atlético-PR (71º) – 488 pontos (1 vice, 4 participações)
13º) Botafogo (79º) – 416 pontos (1 semifinal, 4 participações)
14º) São Caetano (94º) – 228 pontos (1 vice, 3 participações)
15º) Sport (100º) – 212 pontos (2 participações)
16º) Guarani – 138 pontos 1 semifinal, 3 participações)
17º) Bahia – 64 pontos (3 participações)
18º) Criciúma – 56 pontos (1 participação)
19º) Coritiba – 52 pontos (2 participações)
19º) Goiás – 52 pontos (1 participação)
21º) Paraná – 50 pontos (1 participação)
22º) Paysandu – 48 pontos (1 participação)
23º) Santo André – 24 pontos (1 participação
24º) Juventude – 20 pontos (1 participação)
24º) Paulista – 20 pontos (1 participação)
26º) Náutico* – 16 pontos (1 participação)
27º) Bangu – 8 pontos (1 participação)
* O Alvirrubro poderia ter 24 pontos, mas perdeu os pontos de uma vitória (8 no ranking) por causa de uma escalação irregular.

Relembre a versão 2015 do ranking oficial da Libertadores clicando aqui.

Libertadores e Copa Sul-Americana com jogos de janeiro a dezembro de 2017

Calendários da Taça Libertadores e Copa Sul-Americana de 2017. Crédito: Conmebol/site oficial

A Conmebol divulgou os calendários, fase por fase, da Libertadores e da Sul-Americana de 2017, com jogos já em 23 de janeiro, pela Pré-Libertadores, seguindo até 13 de dezembro, na decisão da Sula. De forma simultânea, os torneios vão ocorrer de fevereiro a novembro, num cenário inédito no continente, com ajustes em todos os países filiados. Pelo cronograma oficial, em cada data das copas continentais o jogo pode ser marcado na terça, quarta ou quinta-feira. Em relação à Liberta, a agenda bate com o calendário da CBF, mas na Sula a versão brasileira é mais apertada. Explico: tanto na primeira quanto na segunda fase, oito semanas foram reservadas, mas a confederação brasileira só liberou duas semanas para times do país em cada fase.

A limitação de datas na temporada nacional se deve à quantidade de torneios oficiais possíveis. Presente na Sula, o Sport, por exemplo, também jogará, no primeiro semestre, o Estadual, o Nordestão e a Copa do Brasil, além da Série A, cujo início está marcado para maio. Por sinal, a Sul-Americana só acabará dez dias após o encerramento do Brasileirão! Haja jogo.

Taça Libertadores da América (8 clubes)
4ª fase (grupos) – Palmeiras, Santos, Flamengo, Atlético-MG, Grêmio e Chapecoense
2ª fase (preliminar) – Botafogo e Atlético-PR

Agenda da Liberta para os brasileiros (20 datas)
2ª fase – 01/02 e 08/02
3ª fase – 15/02 e 22/02
Grupos – 08/03, 15/03, 12/04, 19/04, 26/04, 03/05, 17/05, 24/05
Oitavas – 05/07, 09/08
Quartas – 13/09, 20/09
Semifinal – 25/10, 01/11
Final – 22/11 e 29/12

Copa Sul-Americana (6 clubes)
1ª fase – Corinthians, Ponte Preta, São Paulo, Cruzeiro, Fluminense e Sport

Agenda da Sula para os brasileiros (12 datas)
1ª fase – 06/04 e 10/05
2ª fase – 05/07 e 26/07
Oitavas – 13/09 e 20/09
Quartas – 25/10 e 01/11
Semifinal – 22/11 e 30/11
Final – 06/12 e 13/12 

Calculando as cotas da Série A 2017 a partir do modelo da Premier League

Brasileirão x Premier League. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em 2017, o investimento da televisão no Brasileiro será de R$ 1,297 bilhão. Montante referente às cotas fixas, à parte do crescente pay-per-view. Paralelamente à já tradicional discussão sobre a distorção e distribuição das cotas, a Premier League sempre aparece como modelo ideal. Na elite do futebol inglês, a receita oriunda da tevê é dividida da seguinte forma a cada temporada: 50% em cotas iguais entre os vinte times, 25% pela classificação final no campeonato anterior e 25% pela representatividade de audiência de cada um.

Assim, em vez do atual sistema de (sete) castas no Brasil, com um hiato de R$ 147 milhões entre a maior cota (Flamengo e Corinthians) e a menor (Chape, Ponte, entre outros), a diferença máxima, caso fosse adotado o modelo britânico, seria de R$ 60 milhões, no caso entre Flamengo e Bahia, recém-promovido. Mais equilíbrio, sem dúvida. Vamos a uma projeção de valores considerando o atual contrato da Série A, válido para o triênio 2016-2018.

Projeção de cotas de TV na Série A de 2017 a partir do modelo da Premier League. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

No quadro inspirado no campeonato inglês, o blog projetou a cota conferindo os seguintes valores na divisão por classificação: 20x para o campeão (ou seja, 20 x R$ 1.544.047, o valor base), 19x para o vice, 18x para o 3º lugar e assim sucessivamente, até o 4º da Série B, com 1x. Já na coluna de audiência, o valor considerado foi 1/4 da verba que cada clube receberá de fato, pois trata-se da única fonte de informação para definir a atual visibilidade atual de cada um.

Sport no contrato oficial
2017 – R$ 35,0 milhões
2016 – R$ 35,0 milhões

2015 – R$ 27,0 milhões
Total – R$ 97,0 milhões

Sport via Premier League
2017 – R$ 51,9 milhões
2016 – R$ 61,7 milhões

2015 – R$ 40,5 milhões
Total – R$ 154,1 milhões

Após articulação entre clubes brasileiros, concorrência de canais de tevê e até projetos de lei (dois já engavetados, ambos de deputados pernambucanos, em 2011 e 2014), a Rede Globo resolveu incorporar a divisão proporcional, mas com um percentual particular. No caso, a partir do próximo contrato, em 2019, a divisão será 40% de forma igualitária, 30% por colocação e 30% de audiência. No Recife, Náutico, Santa Cruz e Sport já assinaram com a emissora até 2024.

Comparativo entre as cotas fixas das Série A e projeções calculadas via Premier League. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A primeira rodada de Sport, Náutico e Salgueiro na Copa do Brasil de 2017

Sorteio da Copa do Brasil. Foto: CBF/facebook

Um sorteio na sede da CBF, no Rio de Janeiro, definiu todos os caminhos da Copa do Brasil de 2017 até a terceira fase (tabela abaixo), com 80 clubes, entre eles Sport, Náutico e Salgueiro, disputando dez vagas. Na quarta fase haverá um novo sorteio para os confrontos, com os cinco classificados compondo as oitavas de final (a quinta fase) com os oito participantes da Libertadores e outros três pré-classificados, Santa Cruz (Nordestão), Paysandu (Copa Verde) e Atlético-GO (Série B). Lembrando que, agora, as duas primeiras fases são disputadas em jogos únicos. Na 1ª fase, mando do pior rankeado e vantagem do empate ao visitante (os três pernambucanos jogam fora). Na 2ª, sorteio de mando e pênaltis como desempate. A partir da 3ª volta o tradicional “ida e volta”.

Confira o chaveamento completo em uma resolução melhor aqui.

Possíveis adversários:

Sport (vice-campeão)
1ª fase – CSA
2ª fase – River-PI ou Sete de Setembro-MS
3ª fase – Ceará, Boavista-RJ, Portuguesa-SP ou Uniclinic-CE

Náutico (3º lugar)
1ª fase – Guarani-CE
2ª fase – Sampaio Corrêa-MA (fora) ou São José-RS (fora)
3ª fase – Internacional-RS, Princesa-AM, Oeste-SP ou Friburguense-RJ

Salgueiro (4º lugar*)
1ª fase – Sinop-MT
2ª fase – Fluminense-RJ ou Globo-RN
3ª fase – Criciúma-SC, Santo André-SP, CRB-AL ou Altos-PI
* Ganhou a vaga após o Santa ganhar a pré-classificação às oitavas.

Distâncias aéreas na estreia:
1.843 km – Sinop (Sinop) x Salgueiro (Salgueiro)
498 km – Guarani (Juazeiro do Norte) x Náutico (Recife
200 km – CSA (Maceió) x Sport (Recife)

Em 2016, a estreia local foi trágica. Só o Santa avançou, despachando o Rio Branco-ES. O Náutico parou no modesto Vitória da Conquista, enquanto o Sport optou pela Sula, até então com a obrigação da eliminação precoce na Copa do Brasil, jogando com um time mesclado com juniores contra a Aparecidense. Derrota lá e lô. Já o Salgueiro não foi páreo para a Ferroviária de São Paulo.

Desempenho na 1ª rodada da Copa do Brasil (1989-2016):

Santa Cruz
22 participações
16 classificações (72%)
6 eliminações (última em 2012)

Salgueiro
3 participações
2 classificações (66%)
1 eliminação (última em 2016)

Sport
22 participações
19 classificações (86%)
3 eliminações (última em 2016)

Náutico
21 participações
17 classificações (80%)
4 eliminações (última em 2016) 

Total*
71 participações
56 classificações (78%)
15 eliminações (última em 2016)
*Incluindo as participações de Central (2) e Porto (1)

Tabela da Copa do Brasil de 2017. Crédito: CBF/youtube

A distribuição dos milhões das cotas de televisão nas Séries A e B de 2017

As cotas de TV do Campeonato Brasileiro da Série A em 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A volta de Vasco e Bahia, tendo como contrapartida, entre os cotistas, a queda do Inter, impulsionou a receita com televisão do Brasileiro de 2017 (acima). Ao todo, considerando apenas a cota fixa, pay-per-view à parte, a Série A irá distribuir quase R$ 1,3 bilhão. De maneira bem desigual, como se sabe. Apenas Fla e Timão representam 26,2%. São sete subdivisões, com a última reservada aos aos clubes sem contratos para o triênio 2016-2018 – a Rede Globo, detentora dos direitos assinou com apenas 18, independentemente da divisão.

Entre os cotistas está o Sport, com contratos do tipo desde 1997. Já o Santa Cruz, que em 2016 ganhou R$ 23 milhões pela participação na elite, volta à segunda divisão ganhando o mesmo que outros 18 times não-cotistas. Ou seja, R$ 5 milhões. Uma queda de 78%! Se os corais devem ter dificuldades financeiras, o Colorado, rebaixado pela primeira vez em sua história, mantém o montante recebido na primeira divisão (presente na 5ª subdivisão criada pela emissora responsável). Por sinal, o clube gaúcho, sozinho, representa 32,4% de toda a verba a ser repassada aos vinte times da segundona de 2017 (abaixo).

2017 (contrato 2016-2018)
Série A – R$ 1,297 bilhão (com 16 cotistas e 4 não-cotistas)
Série B – R$ 185 milhões (com 2 cotistas e 18 não-cotistas)
A segunda divisão representa 14,2% da primeirona 

2016 (contrato 2016-2018)
Série A – R$ 1,240 bilhão (com 15 cotistas e 5 não-cotistas)
Série B – R$ 255 milhões (com 3 cotistas e 17 não-cotistas)
A segunda divisão representa 20,5% da primeirona

2015 (contrato 2012-2015)
Série A – R$ 923 milhões (com 15 cotistas e 5 não cotistas)
Série B – R$ 150 milhões (com 3 cotistas e 17 não-cotistas)
A segunda divisão representa 16,2% da primeirona

Essa situação, sem amparo financeiro aos rebaixados, vai continuar até 2018, no último ano do contrato vigente. A partir de 2019, entram em vigor dois acordos distintos, um com a Globo (tevês aberta e fechada, PPV, sinal internacional e internet) e outro com o Esporte Interativo (tevê fechada), com períodos até 2024. Neste caso, alvirrubros e tricolores já têm contratos firmados com a Globo – espera-se verbas maiores em caso de campanhas na Série B.

Lembrando que esse levantamento apresentado pelo blog se refere apenas às cotas fixas. Ainda há o rateio de meio bilhão de reais no PPV, através do Premiere, calculado de acordo com o número de assinantes apurado em pesquisa do Datafolha, ampliando a disparidade. Em 2015, o Sport, com 1,4% dos assinantes, ganhou R$ 6,75 milhões. O Fla, com 19,2%, recebeu R$ 68 mi.

As cotas de TV do Campeonato Brasileiro da Série B em 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Santa Cruz é goleado pelo São Paulo na despedida e remontagem é esperada

Série A 2016, 38ª rodada: São Paulo 5 x 0 Santa Cruz. Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

O Santa Cruz foi ao Pacaembu já desfigurado. Sem Keno, já negociado com o Palmeiras, e sem Grafite, que rescindiu o contrato, não se interessando nem pela possibilidade (real) de ser o artilheiro do Brasileirão. Na despedida de 2016, diante do São Paulo, um time com uma fragilidade defensiva além da conta – e considerando que este quesito foi fatal para o rebaixamento coral. O 5 x 0 aplicado pelo tricolor paulista é proporcional ao ritmo que os dois times jogaram. Assistindo a um compacto nota-se o time de preto roubando a bola com facilidade e avançando em velocidade e o time de verde (o Santa, de cor inédita) passando longe das jogadas. Talvez o time que tenha ido a campo seja isso mesmo, mas no geral o Santa sofreu 69 gols. Depois, o time mais vazado foi o lanterna, América, com onze gols a menos! A conta não bate.

2016 (19º lugar)
31 pontos (27,2% de aproveitamento)
8 vitórias, 7 empates, 23 derrotas, 45 gols marcados, 69 gols sofridos (-24)

2006 (20º lugar)
28 pontos (24,5% de aproveitamento)
7 vitórias, 7 empates, 24 derrotas, 41 gols marcados, 76 gols sofridos (-35)

Os números são semelhantes à campanha de dez anos atrás, quando também não teve o pior ataque, mas a defesa foi de longe a pior. Consumada a temporada, iniciada com dois títulos (com o inédito Nordestão) e finalizada fora da primeira divisão, o Santa deve marchar com dificuldades financeiras, começando pela cota de tevê, que cai de R$ 23 milhões para apenas R$ 5 milhões. Com as principais peças saindo e três meses de salários atrasados, a remontagem do grupo é uma realidade. Algo que o clube conseguiu fazer em momentos bem piores, como em 2011, quando iniciou a sua reconstrução. Não coincidentemente, com um sistema defensivo mais apurado. Prioridade.

Série A 2016, 38ª rodada: São Paulo 5 x 0 Santa Cruz. Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

O ranking de títulos nacionais de elite, com 91 estrelas douradas no Brasil

Ranking de títulos nacionais de elite no Brasil de 1959 a 2015. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Palmeiras se consolidou como o maior campeão brasileiro, chegando ao “enea” na era unificada, enquanto o Grêmio tornou-se o primeiro pentacampeão da Copa do Brasil. O fim de 2016 é marcado pelas festas do alviverde e do tricolor gaúcho, há bastante tempo entre os maiores vencedores no futebol do país. Por sinal, é a hora de atualizar a lista de campeões nacionais, levantada há bastante tempo pelo blog. O Verdão, cada vez mais líder, abriu quatro títulos de diferença para a segunda colocação, dividida entre três clubes.

O ranking soma três torneios extintos, a Taça Brasil (1959/1968), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967/1970) e a Copa dos Campeões (2000/2002), e as vigentes Série A (1971/2016) e Copa do Brasil (1989/2016). Além da chancela, a relevância das cinco competições está na indicação dos campeões à Libertadores (observações sobre outros torneios na lista de comentários). 

Ao todo, existem 22 campeões nas 91 disputas organizadas pela CBF e por sua precursora, a CBD. Antes de qualquer discussão sobre o Campeonato Brasileiro de 1987, vale ressaltar que a lista do blog aponta os vencedores reconhecidos pela entidade responsável e pela Justiça (até o momento), independentemente da visão de outros jornais com critérios paralelos ao objeto oficial. Naturalmente, cada torneio tem um peso distinto no cenário nacional, em história, dificuldade etc. Entretanto, em vez de definir um valor específico (o que seria subjetivo, Série A à parte), o blog optou por diferenciar os clubes com o mesmo número de títulos de acordo com último troféu, com vantagem para o mais antigo.

13 – Palmeiras (A: 1972, 1973, 1993, 1994 e 2016; R: 1967 e 1969; CB: 1998, 2012 e 2015; TB: 1960 e 1967; C: 2000)
9 – Santos (A: 2002 e 2004; R: 1968; CB: 2010; TB: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965)
9 – Flamengo (A: 1980, 1982, 1983, 1992 e 2009; CB: 1990, 2006 e 2013; C: 2001)
9 – Corinthians (A: 1990, 1998, 1999, 2005, 2011 e 2015; CB: 1995, 2002 e 2009)
8 – Cruzeiro (A: 2003, 2013 e 2014; CB: 1993, 1996, 2000 e 2003; TB: 1966)
7 – Grêmio (A: 1981 e 1996; CB: 1989, 1994, 1997, 2001 e 2016)
6 – São Paulo (A: 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
5 – Vasco (A: 1974, 1989, 1997 e 2000; CB: 2011)
5 – Fluminense (A: 1984, 2010 e 2012; R: 1970; CB: 2007)
4 – Internacional (A: 1975, 1976 e 1979; CB: 1992)
2 – Bahia (A: 1988; TB: 1959)
2 – Botafogo (A: 1995; TB: 1968)
2 – Sport (A: 1987; CB: 2008)
2 – Atlético-MG (A: 1971; CB: 2014)
1 – Guarani (A: 1978)
1 – Coritiba (A: 1985)
1 – Criciúma (CB: 1991)
1 – Juventude (CB: 1999)
1 – Atlético-PR (A: 2001)
1 – Paysandu (C: 2002)
1 – Santo André (CB: 2004)
1 – Paulista (CB: 2005)

Legenda: Série A (A), T. Roberto Gomes Pedrosa (R), Copa do Brasil (CB), Taça Brasil (TB), Copa dos Campeões (C).