A visitação pública, a abertura e o grande teste da arena

Arena Pernambuco em março de 2013. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Como aconteceu no Castelão, em Fortaleza, e na Fonte Nova, em Salvador, a abertura da Arena Pernambuco será simbólica. Nada de bola rolando ou casa cheia. Será uma solenidade simples, dando mais dias para o acabamento do empreendimento e realização dos testes finais com o sistema eletro-eletrônico.

Entre os dias 21 de abril e 14 maio, haverá uma visitação pública gratuita e guiada, nos fins de semana, com o objetivo de apresentar a arena à população, como informou ao blog o secretário extraordinário da Copa, Ricardo Leitão.

A saída da visitação será na sede da Secopa, na Tamarineira, em ônibus fretados pelo governo do estado. Já a inscrição será pela internet (veja aqui).

À parte disso, confira o cronograma oficial da Arena Pernambuco.

14 de abril, a entrega da obra ao estado, numa visitação com público restrito. Sem jogos de futebol ou lotação. Apenas convidados na manhã de domingo.

14 de maio, um jogo festivo envolvendo operários que trabalharam na obra. Ao todo, mais de 4,7 mil homens trabalharam no empreendimento. Nesta data, já com uma solenidade oficial envolvendo autoridades, serão 15.000 pessoas.

22 de maio, o primeiro teste oficial do estádio, com a presença do Náutico num amistoso observado pela Fifa e com adversário a definir. Já comercializando ingressos, serão 30 mil entradas, ou 64,9% da capacidade total.

24 de maio, a “entrega das chaves” para a Fifa, que irá operar o estádio durante a Copa das Confederações, com três jogos no local.

28 de junho, a “devolução” da arena ao consórcio Arena Pernambuco Negócios e Participações Ltda, iniciando a operação da parceria público-privada de fato.

O “Fator Náutico” no público do Estadual, com 18% de diferença entre os turnos

Pernambucano 2013, 2º turno: Náutico 0x2 Ypiranga. Foto: Yuri de Lira/DP/D.A Press

O Náutico teve dez jogos nos Aflitos nos dois primeiros turnos do Campeonato Pernambucano de 2013, sendo quatro no primeiro, insosso, e seis no segundo, a competição de fato. Os números mostram o peso das fases.

No primeiro, o Timbu levou 29.306 torcedores ao estádio dos Aflitos, com média de 7.326. Foi o campeão da fase. No segundo turno, o principal do Estadual, o Alvirrubro atuou seis vezes em Rosa e Silva, incluindo um clássico, com 51.933 pessoas no borderô. O índice desta fase é de 8.655, com um aumento de 18%.

No geral, com 8.123, o Náutico segue em terceiro lugar na “campeonato das multidões”, ainda com liderança coral. Por sinal, o Santa Cruz deve disparar na última rodada do turno, no clássico contra o Sport, no Arruda.

No geral, com 96 jogos realizados, o certame já registrou 523.090 torcedores, segundo o borderô oficial da federação, com média de 5.448. Em relação à renda bruta geral, o montante é de R$ 3.595.864, com média de R$ 39.954.

Confira abaixo as cinco maiores médias de público após a 10ª rodada do segundo turno.

1º) Santa Cruz (5 jogos como mandante)
Total: 66.202
Média: 13.240
Contra intermediários (5) – T: 66.202 / M: 13.240

2º) Sport (6 jogos como mandante)
Total: 63.041
Média: 10.506
Contra intermediários (5) – T: 44.434 / M: 8.886

3º) Náutico (10 jogos como mandante)
Total: 81.239
Média: 8.123
Contra intermediários (9) – T: 65.562 / M: 7.284

4º) Salgueiro (6 jogos como mandante)
Total: 47.178
Média: 7.863

5º) Central (8 jogos como mandante)
Total: 49.048
Média: 6.131

Dados da FPF. Confira os dados do Campeonato das Mutidões de 2012 aqui.

Pernambucano 2013, 2º turno: Porto 1x1 Santa Cruz. Foto: Lucas Fitipaldi/DP/D.A Press

A inexplicável mudança de horário do Estadual. Imoral e ilegal

Regulamento do Pernambucano 2013.

As últimas rodadas dos campeonatos de futebol costumam contar com as partidas organizadas no mesmo horário, devido aos interesses em jogo. Uma classificação aqui, uma liderança ali, um rebaixamento acolá.

Ocasionalmente, alguns jogos reúnem equipes sem aspiração alguma. Já classificadas, com a primeira posição garantida ou mesmo rebaixadas. Assim acontece no Campeonato Brasileiro, por exemplo.

A tabela básica da Série A tem dez jogos no último domingo. Eventualmente, alguns acontecem no sábado, justamente pelos motivos citados.

Em Pernambuco, três jogos irão definir a ordem de classificação dos quatro semifinalistas do campeonato estadual. Fato que determina de forma direta o mando de campo no mata-mata.

Santa Cruz x Sport, Ypiranga x Pesqueira e Serra Talhada x Náutico. Segundo a tabela, todos os jogos estavam marcados para o domingo, às 16h

Até que na noite desta segunda-feira a FPF alterou o horário do jogo no Sertão.

A apresentação do Timbu começará às 18h30, atendendo a uma solicitação para a transmissão pela tevê por assinatura. Já entrará em campo sabendo dos resultados e a combinação exata para definir o seu futuro adversário…

Obviamente, a repercussão negativa foi instantânea. O blog entrou em contato com a direção da FPF. Eis o que disse o diretor de futebol Murilo Falcão, através da assessoria de imprensa.

“Não existe regimento algum da Fifa ou da CBF que determine isso. E também nem está no regulamento do campeonato”.

Murilo poderia até ter razão sobre o regulamento e bancar a mudança, o que já seria imoral, ao ignorar o princípio desportivo das competições no país, mas nem isso. Basta ler o artigo 30 da fórmula vigente. Ou seja, também era ilegal.

Dirigentes de Santa Cruz e Sport se pronunciaram logo depois, indignados com o posicionamento. Por sinal, o que passa na cabeça da direção da federação pernambucana de futebol ao tomar uma atitude assim…

Que não vai repercutir? Que alguém vai gostar? Que é o ideal para o torneio?

Qual é a opinião do torcedor sobre a rodada final com horários diferentes?

Atualização às 21h20: ao constatar depois a “existência” do artigo 30, a direção de futebol da FPF voltou atrás na decisão, mantendo o jogo às 16h. Prepare-se para 2014. Pelo visto, esse artigo não é de interesse futuro na entidade.

Ato da FPF sobre Serra Talhada x Náutic

Degustação da Arena para ganhar o apoio do torcedor, a nova tática das PPPs

Arena

As arenas estão sendo inauguradas Brasil afora. A grande maioria será gerida através de parcerias público-privadas. Nas concessões, empresas num contato direto com os clubes, os grandes clientes futebolísticos dos novos palcos.

Até agora três estádios da Copa do Mundo de 2014 foram abertos. Nem todos os grandes clubes das respectivas praças assinaram contrato para jogar lá.

Em Belo Horizonte, o Cruzeiro acertou com o consórcio por 25 anos. Recebeu R$ 2 milhões na adesão e terá 100% da bilheteria de 54.201 ingressos, mas precisa arcar com 70% dos custos operacionais dos jogos. Atlético e América não cederam e seguem no Independência, com 19 mil lugares.

Em Foraleza, somente após a abertura do estádio a concessionária conseguiu firmar os contratos com Ceará, Fortaleza e Ferroviário, por cinco anos. Os dois mais populares ganharam R$ 500 mil de aporte e receberão mensalmente R$ 130 mil, ou R$ 260 mil em caso de presença na Série A.

Aqui, como se sabe, só o Náutico tem um acordo para mandar seus jogos na Arena Pernambuco. Válido até 2043, é o mais longo do mercado. O Timbu recebeu R$ 1,5 milhão na adesão e R$ 4,8 milhões em investimentos no seu CT.  A sua cota mensal é de R$ 500 mil. Se deixar a elite, cai para R$ 350 mil.

Na recém-aberta Fonte Nova, o Bahia deu andamento ao memorando de entendimentos assinado em 2010 e fechou com o consórcio até 2018. No contrato, R$ 9 milhões por ano, dando a bilheteria para a empresa.

E o Vitória? Dono do estádio Barradão, com capacidade para 35.000 pessoas, o rubro-negro de Salvador vem protelando uma decisão final. Após várias rodadas de negociação, o clube aceitou uma proposta inédita no país.

O Vitória assinou um acordo de apenas cinco jogos, todos neste ano. Trata-se de uma “degustação”, palavra usada pelo próprio presidente do consórcio Arena Fonte Nova, Frank Alcântra, em entrevista ao blog.

A ideia é oferecer o novo serviço de arena ao clube, sobretudo à sua torcida. A tática seria justamente ganhar o apoio popular, gerando uma “simpatia” com a remodelada Fonte Nova. Na estreia, goleada de 5 x 1 num Ba-Vi.

Enquanto isso, as negociações locais com Santa Cruz e Sport aparentam tratar só de valores e projeções de mercado. Até o momento, não foi cogitada uma degustação da arena para tricolores e rubro-negros como mandantes…

Arena

Ranking dos pênaltis e dos cartões vermelhos (10)

Cobranças de pênalti na 10ª rodada do Pernambucano 2013, com Sport 5x1 Belo Jardim, Porto 1x1 Santa Cruz e Náutico 0x2 Ypiranga. Crédito: Rede Globo/reprodução

Uma rodada bastante agitada nas penalidades. Os árbitros não economizaram e marcaram cinco infrações na grande área em jogos do Estadual.

No sábado, na Ilha do Retiro, foram três. Duas a favor do Sport, sendo que a primeira foi iniciada num impedimento. Ambas convertidas, por Roger e Felipe Azevedo. O Belo Jardim também teve uma chance, mas Magrão defendeu a cobrança de Muller.

A 10ª rodada do Pernambucano continuou no domingo. Em Caruaru, no início do segundo tempo, o Porto teve um pênalti diante do Santa Cruz. Joelson deslocou Tiago Cardoso e marcou. O árbitro Cláudio Mercante observou invasão no lance e mandou voltar. Joelson mandou no mesmo canto e converteu. No fim da tarde, Diogo decretou a vitória do Ypiranga nos Aflitos.

Confira os dados sobre as penalidades e os cartões vermelhos, contabilizados apenas do 2º turno, com os doze clubes.Portanto, o ranking só terá mais uma atualização.

Pênaltis a favor (32)
6 pênaltis – Porto
5 pênaltis – Sport e Ypiranga
4 pênaltis – Náutico e Belo Jardim
3 pênaltis – Serra Talhada
2 pênaltis – Pesqueira
1 pênalti – Petrolina, Chã Grande e Central
Nenhum pênalti – Santa Cruz e Salgueiro

Pênaltis cometidos
5 pênaltis – Belo Jardim
4 pênaltis – Serra Talhada
3 pênaltis – Ypiranga, Salgueiro, Chã Grande, Central e Petrolina
2 pênaltis – Porto, Pesqueira e Santa Cruz
1 pênalti – Sport, Náutico

Observações
Sport defendeu 1 cobrança e desperdiçou 1 penalidade
Porto perdeu 1 pênalti
Serra Talhada defendeu 1 cobrança
Salgueiro defendeu 2 cobranças
Pesqueira perdeu 1 pênalti
Belo Jardim perdeu 1 pênalti

Cartões vermelhos (só para os grandes)

1º) Náutico – 2 adversários expulsos; 1 cartão vermelho
1º) Santa Cruz – 2 adversários expulsos, 1 cartão vermelho
3º) Sport – 1 adversário expulso, 1 cartão vermelho

Confira as edições anteriores dos rankings: 2009, 2010, 2011 e 2012.

Flamengo com 22,4% dos nordestinos. Os sete maiores clubes da região têm 19,5%

Pesquisa de torcidas no Nordeste em 2013. Crédito: Pluri Consultoria

É na região Nordeste onde o Flamengo confirma a sua massa de torcedores como a maior do futebol no país.

O Mengo tem 22,4% da preferência dos nordetinos, segundo estudo produzido pela Pluri Consultoria. Os dados nacionais da pesquisa já haviam sido divulgados. Agora, mensurando os números através de 21 mil entrevistados, uma rodada de novas informações sobre cada região (veja aqui).

O percentual divulgado sobre o time carioca é considerável, ainda mais se for levado em conta que os sete clubes mais populares do Nordeste, sendo três pernambucanos, dois baianos e dois cearenses, somam 19,5%. Sport, Bahia, Santa Cruz, Vitória, Náutico, Ceará e Fortaleza. Nem assim.

Mais do que focar esse número, é preciso avaliar se a diferença vem crescendo ou diminuindo. Há uma década os três estaduais passaram a ser exibidos na tevê com sinal aberto. Antes, era campeonato carioca (e paulista) goela abaixo.

Essa inversão na mídia local já foi suficiente para estancar as torcidas de fora?

De acordo com a última projeção levantada pelo Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012, o Nordeste tem 53.907.144 habitantes.

Ou seja, o Flamengo conta com 12.075.200 torcedores só na região.

Já os sete maiores times da região agregam 10.511.893.

Pernambucano em 2 linhas – 10ª/2013

Campeonato Pernambucano 2013, 10ª rodada: Sport 5x1 Belo Jardim, Porto 1x1 Santa Cruz e Náutico 0x2 Ypiranga. Fotos: Bernardo Dantas, Ricardo Fernandes e Paulo Paiva, todos do DP/D.A Press

A 10ª rodada do Pernambucano definiu quase todos os rumos da competição. Os quatro semifinalistas já são conhecidos. Como ocorre desde que o formato foi criado, os três grandes do Recife estarão lá. Do interior, novo revezamento. Após Central (2010), Porto (2011) e Salgueiro (2012), agora é a vez do Ypiranga.

Na rodada final, no próximo domingo, estará em jogo a liderança do Estadual, no Clássico das Multidões. Vantagem do empate para o Sport. Náutico e Ypiranga sonham com a vice-liderança. Tudo por vantagens mínimas no mata-mata de 2013. Até lá o Timbu terá que listar um novo nome no lugar de Mancini.

Foram 14 tentos na rodada, com a média regular de 2,33. No geral, o #PE2013 chegou a 251 gols em 96 partidas nos dois turnos, com média de 2,61. Os atacantes alvirrubros Elton e Rogério passaram em branco, mas seguem como artilheiro e vice-artilheiro, com 14 e 12 gols, respectivamente.

Sport 5 x 1 Belo Jardim – Tentando criar variações táticas, Sérgio Guedes acertou nas substituições. Desde que o banco começou a ajudar, o time evoluiu.

Porto 1 x 1 Santa Cruz – Sem DM9, o bicampeão foi a Caruaru para manter a liderança. Tropeçou e terá que vencer o Clássico das Multidões. Casa cheia?

Náutico 0 x 2 Ypiranga – Em pleno aniversário do Timbu, a Máquina de Costura conseguiu uma de suas vitórias mais emblemáticas. Vitória e semifinal.

Petrolina 2 x 0 Serra Talhada – Geovane e Alan marcaram os gols da Fera, a maior surpresa do turno, pois o desempenho na 1ª fase não dava esperanças.

Pesqueira 2 x 0 Chã Grande – No duelo dos caçulas, já mirando o octogonal do descenso, a Águia, com gols de Alex e Jonathan Balotelli, chegou ao 5º lugar.

Salgueiro 0 x 0 Central – Eram candidatos a um lugar na semifinal. Frustraram bastante seus torcedores e agora vão ter correr para evitar o rebaixamento.

Confira a tabela da competição clicando aqui.

Destaque da rodada: Sport. Segunda goleada seguida e líder pela primeira vez.

Carcaça da rodada: Dênis Marques. Faltou ao treino e deixou o time na mão.

Classificação do Pernambucano 2013 na 10ª rodada do 2º turno. Crédito: Superesportes

Empate ruim para Porto, Santa Cruz e Dênis Marques

Pernambucano 2013, 2º turno: Porto 1x1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O interior pernambucano vem sendo castigado pela longa seca. Falta água para pessoas, animais, plantações. Quanto mais para o gramado de um campo futebol. Reformado há apenas um ano, o piso do estádio Luiz Lacerda apresenta uma situação crítica no contexto atual do Campeonato Pernambucano. Lá estiveram na tarde deste domingo Porto e Santa Cruz.

Objetivos distintos, acesos na competição. O mandante querendo um lugar na semifinal mais uma vez e o visitante querendo manter a ponta do turno. Ambos fracassaram. Após um primeiro tempo fraco, o jogo animou um pouquinho. Recomeçou com o Gavião do Agreste abrindo o placar logo aos quatro minuto.

Joelson, o antigo “Goelson” do Arruda, marcou de pênalti. Precisou cobrar duas vezes. De cabeça, Flávio Caça-Rato empatou a partida aos 17 minutos. O empate em 1 x 1 deixou o Santa na vice-liderança e o Porto eliminado.

Sobre Caça-Rato, o atacante entrara para substituir Dênis Marques, cortado da partida por causa de uma falta mal explicada durante a semana. A presença de DM9, na mira da diretoria pelo extracampo, é o mistério da vez no Arruda. E é lá que liderança será decidida no próximo domingo, no Clássico das Multidões. O empate em Caruaru obriga o Santa a vencer para terminar em primeiro lugar.

Pernambucano 2013, 2º turno: Porto 1x1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Aniversário do Náutico e presente da sulanca para Mancini

Pernambucano 2013, 2º turno: Náutico 0x2 Ypiranga. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Aniversário, jogo em casa, padrão novo à prova. Ao Náutico, era vencer e consolidar a liderança do Estadual, com apenas mais uma rodada pela frente, no próximo fim de semana. Contudo, o adversário inspirava cuidado.

No G4, o Ypiranga foi a Rosa e Silva pelo “empate”, pois continuaria entre os semifinalistas. Era a única vaga aberta, uma vez que os três grandes clubes já haviam alcançado a classificação. A Máquina de Costura foi além. Conquistou a classificação inédita nos Aflitos. Agora, ou irá às Copas do Brasil e do Nordeste, sendo campeão, vice ou terceiro lugar, ou à Série D se ficar em quarto.

O time do Agreste arrumou energia no nervosismo timbu, sobretudo do pressionado técnico Vágner Mancini, e abriu o placar no primeiro tempo, num Peixinho de Danúbio. Leia novamente a primeira frase do post, pois nada daquilo apaziguou a ira da torcida timbu, que vai vendo o time sensação da competição entrando em parafuso a menos de quinze dias da fase decisiva.

As duas derrotas nos clássicos mexeram no ambiente alvirrubro, na diretoria, na comissão técnica e nos jogadores. Com a equipe desarrumada, o Náutico foi para o abafa na etapa final. Criou algumas chances, até acertou a trave.

Mas teve mesmo que engolir seco o revés por 2 x 0, com Diogo ampliando numa cobrança de pênalti aos 34 minutos. Será que Mancini fica até o próximo aniversário do Náutico? Talvez nem até o São João.

Atualização às 21h: Mancini foi demitido em outro trabalho conturbado no Recife.

Pernambucano 2013, 2º turno: Náutico 0x2 Ypiranga. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Reabertura da Fonte Nova com seis gols no Ba-Vi. Cinco do Vitória

Campeonato Baiano 2013, turno principal: Bahia 1x5 Vitória. Crédito: Itaipava Arena Fonte Nova

Salvador – Nem as divas do axé baiano escaparam da rivalidade. A tricolor Cláudia Leitte ouviu poucas e boas da torcida do Vitória durante a sua apresentação antes do primeiro jogo oficial da Fonte Nova. Ecoou forte com a acústica da arena. Mas a cantora teve muito mais apoio, com a torcida do Baêa cantando de cor as letras da musa. Em seguida viria Ivete Sangalo, ainda mais popular na Baía de Todos os Santos. Talvez pelas vaias rubro-negras, os tricolores deram o troco, enquanto a turma do Vitória gastava a garganta cantando com a artista. Logo depois, Cláudia Leitte entrou novamente e as duas cantaram juntas. Aí sim, as duas torcidas, com mais de 40 mil presentes, foram em uníssono, ao ritmo de “A arena é nossa!”.

Era o fim da festa da abertura antes do Ba-Vi em seu “velho” palco. Na verdade, era o início da verdadeira festa. Eram 1920 dias desde o último clássico na antiga Fonte Nova, em 2007. Na ocasião, um histórico 6 x 5 para o Leão da Barra, com quatro gols de Índio. Tricolor convicto, o governador Jaques Wagner revelou o desejo à imprensa minutos antes. “Estou ‘invocado’ com eles (Vitória), mas hoje é festa. Quero um empate com muitos gols”.

Por mais que o governador tenha tentado agradar a todos com o empate, é bem provável que ele tenha ficado ainda mais “invocado”, pois o Vitória até atendeu ao pedido de muitos gols, mas só esse. Bem melhor em campo, o Leão abriu a estatística da nova arena com uma belíssima vitória. Deu sequência aos últimos anos nos quais consolidou vantagem nos clássicos no Barradão e em Pituaçu. O Tricolor de Aço foi derretido no domingo, 5 x 1. O interesse no Ba-Vi era enorme, com o jogo sendo transmitido para todo o país pelo SporTV. Sobre a imprensa, nada menos que 400 credenciados, incluindo profissionais da Al Jazeera da rede de tevê chinesa. Tudo para ver cada detalhe do novo estádio. Da infraestrutura, serviços e, obviamente, futebol.

Campeonato Baiano 2013, turno principal: Bahia 1x5 Vitória. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O primeiro tempo era um misto de faltas e discussões até os 41 minutos, com mais uma falta, na área. O primeiro pênalti assinalado, a favor do Vitória. O primeiro convertido? Sim. Na cobrança, o meia Renato Cajá bateu com tranquilidade, esperando a queda do goleiro. Era o primeiro gol da Fonte Nova, histórico, diante de um sem número de câmeras de vídeo nas mãos da torcida leonina e outras dezenas nas tribunas.

Sem atrações no intervalo, os torcedores, com a agenda cheia desde o início da tarde, circularam na arena, com funcionamento bem melhor que a estreia do Castelão – imprevistos à parte -, se refrescaram e voltaram para conferir in loco ao atropelamento. O Vitória passou como quis pela zaga do time de Jorginho, fritando o óleo do acarajé azedo. Mal começou o segundo tempo e Maxi Biancucchi, o primo do Messi, marcou um golaço por cobertura, aos cinco minutos. Obina teve um gol anulado num lampejo de esperança numa tarde destinada ao rival. Michel ampliou logo depois, num ato automático ao levante da torcida do Bahia, que começou a deixar o estádio.

Zé Roberto até diminuiu, só para dar o último fio de esperança. Logo dissipado num contragolpe de Vander, que acabara de entrar. No fim, Escudero escorou um cruzamento rasteiro. Era festa demais. Primeiro jogo na Fonte, triunfo do Vitória. O clube, dono do Barradão, tem contrato assinado para mais quatro jogos. Uma espécie de degustação para tentar firmar um acordo mais longo no futuro. Com a festa desta tarde será difícil convencer a torcida rubro-negra a voltar para o estádio Manoel Barradas.

Campeonato Baiano 2013, turno principal: Bahia 1x5 Vitória. Crédito: Itaipava Arena Fonte Nova