Papa-taças da Fifa

Copa das Confederações 2013, final: Brasil 3x0 Espanha. Foto: Laurence Griffiths/Fifa

O título da Copa das Confederações desta temporada foi o 26º de uma seleção brasileira em torneios chancelados pela Fifa.

Nesta conta absoluta, futebol campo masculino e feminino, futsal e beach soccer. O Brasil é disparado o país com mais conquistas, quase o triplo do segundo maior vencedor. No caso, a rival Argentina, dona de nove taças.

Das 88 competições oficiais da entidade, a Canarinha ganhou 29,5%!

As modalidades periféricas, na quadra e na areia, turbinam a estatística do Brasil, com nove troféus. Porém, mesmo se o levantamento considerar apenas os títulos no gramado a Seleção contaria com 17… Gigante.

Copa do Mundo (5) – 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002
Copa das Confederações (4) – 1997, 2005, 2009 e 2013
Campeonato Mundial Sub 20 (5) – 1983, 1985, 1993, 2003 e 2011
Campeonato Mundial Sub 17 (3) – 1997, 1999 e 2003
Mundial de Futsal (5) – 1989, 1992, 1996, 2008 e 2012
Mundial de Beach Soccer (4) – 2006, 2007, 2008 e 2009

Ao todo, 22 países já ganharam algum torneio de seleções organizado pela Fifa.

Ranking de campeões da Fifa (88 edições)
26 – Brasil
9 – Argentina
8 – Alemanha
6 – França
5 – EUA
4 – Itália e Espanha
3 – México, Gana, União Soviética (Rússia) e Nigéria
2 – Uruguai, Portugal e Coreia do Norte
1 – Inglaterra, Dinamarca, Iugoslávia, Arábia Saudita, Suíça, Noruega, Japão e Coreia do Sul

Copa do Mundo – 1930/2010 (19 edições)
5 – Brasil
4 – Itália
3 – Alemanha
2 – Uruguai e Argentina
1 – Inglaterra, França e Espanha

Copa das Confederações – 1992/2013 (9)
4 – Brasil
2 – França
1 – México, Dinamarca e Argentina

Mundial Sub 20 – 1977/2011 (18)
6 – Argentina
5 – Brasil
2 – Portugal
1 – Iugoslávia, Alemanha, União Soviética, Gana e Espanha

Mundial Sub 17 – 1985/2011 (14)
3 – Brasil e Nigéria
2 – Gana e México
1 – União Soviética, Arábia Saudita, França e Suíça

Futsal – 1982/2012 (7)
5 – Brasil
2 – Espanha

Beach Soccer – 2005/2011 (6)
4 – Brasil
1 – França e Rússia

Copa do Mundo Feminina – 1991/2011 (6)
2 – EUA
2 – Alemanha
1 – Noruega e Japão

Feminino Sub 20 – 2002/2012 (6)
3 – EUA
2 – Alemanha
1 – Coreia do Norte

Feminino Sub 17 – 2008/2012 (3)
1 – Coreia do Norte, Coreia do Sul e França

O gigante acordou

Copa das Confederações 2013, final: Brasil x Espanh. Foto: Laurence Griffiths/Fifa

A melhor atuação brasileira em muito tempo.

Marcando a saída de bola do adversário, apertando ainda no campo de defesa.

Tocando bem a pelota, envolvendo, variando o jogo.

No ataque, agrediu pelos lados, no alto, com enfiadas de bola… Dominou.

Bastou um minuto para o centroavante Fred comprovar pela enésima vez o faro de gol. Até deitado consegue mandar para as redes.

A Espanha, campeoníssima há três temporadas e líder do ranking mundial, via a sua estrutura desmoronar nos primeiros instantes.

O seu controle de bola, sem pressa, não teria mais espaço.

Em seus títulos na Euro de 2008 e 2012 e no Mundial de 2010 a Fúria não havia sofrido um mísero gol nos mata-matas.

Começar uma decisão já em desvantagem, contra a Seleção Brasileiro e no mítico Maracanã? Difícil.

A Canarinha, com uma base jovem e em busca de organização, lutava para dar esperança a um bom desempenho na verdadeira Copa, em 2014.

Em 22º lugar no ranking da Fifa, a sua pior colocação até hoje, o time dirigido por Felipão foi ganhando corpo no evento teste desde a estreia. Surpreendeu.

Venceu Japão, México, Itália e Uruguai. Foi ganhando confiança…

Copa das Confederações 2013, final: Brasil 3x0 Espanha. Foto: Ronald Martinez/Fifa

Para o tetracampeonato da Copa das Confederações precisaria vencer o melhor time da atualidade.

Precisaria jogar bem. E jogou muito!

Anulou a Espanha, deu olé, levantou a torcida, se impôs. Orgulhou…

Goleou.

Estabeleceu um categórico 3 x 0, com um golaço de Neymar e outro chute certeiro de Fred, além de mais dois gritos de “gol”, com a bola tirada por David Luiz em cima da linha e o pênalti desperdiçado por Sergio Ramos.

Campeão 100%.

Num Maraca repleto neste domingo, uma partida para embaralhar todas as discussões sobre futebol mundo afora.

A Espanha, claro, não, virou um time contestável por causa da derrota acachapante.

E nem o Brasil se tornou o favorito absoluto ao troféu de 2014.

Mas a festa, merecida, marcou o fim do sono de um gigante do esporte.

Ufanismo? Talvez… Mas tem que respeitar esse time verde e amarelo. Sempre.

Copa das Confederações 2013, final: Brasil x Espanh. Foto: Jasper Juinen/Fifa

Bolas de Ouro, Prata e Bronze das Confederações entre os semifinalistas

Bola de Ouro da Copa das Confederações 2013. Foto: Fifa/divulgação

Seis nomes disputam a bola de ouro da Copa das Confederações 2013.

Apesar desta ser a nona edição da competição, o prêmio foi instituído apenas em 1997, no terceiro torneio, quando a Fifa tomou as rédeas de toda a organização.

Das seis bolas de ouro entregues até hoje, quatro foram parar nas mãos de jogadores brasileiros. Desta vez, dois representantes do país estão na disputa pelo prêmio bancado pela Adidas, a mesma do Mundial. O favorito Neymar e o polivalente Paulinho.

Além deles, os espanhóis Iniesta e Sergio Ramos, o italiano Pirlo e o uruguaio Luis Suárez. Saiba mais sobre cada um aqui.

A eleição está computando votos dos jornalistas credenciados no evento no Brasil. É preciso escolher três nomes para as bolas de ouro, prata e bronze.

Votos do blog no prêmio oficial: Ouro/Neymar; Prata/Iniesta e Bronze/Paulinho.

Na sua opinião, quem serão os três melhores jogadores do torneio?

Bola de Ouro na Copa das Confederações
1997 – Denilson (Brasil)
1999 – Ronaldinho (Brasil)
2001 – Robert Pires (França)
2003 – Thierry Henry (França)
2005 – Adriano (Brasil)
2009 – Kaká (Brasil)

Atualização: O blog acertou a ordem dos três melhores da Bola de Ouro…

Lacuna na mobilidade das Confederações no Recife alerta sobre obras para 2014

Esquema de mobilidade no Recife para a Copa das Confederações 2013. Crédito: Arte sobre dados da Secopa/PE

O balanço feito pela Fifa sobre a Copa das Confederações apontou apenas uma falha gritante. A distância dos campos de treinamento no Recife.

As longas distâncias e o trânsito da cidade realmente foram um entrave claro.

Aproveitando o tema, vamos a um balanço dos investimentos listados na matriz do estado para o evento teste. Nem todos ficaram prontos a tempo.

Se nem a arena ficou 100%, faltando o trabalho de acabamento em alguns setores e a iluminação da fachada, na mobilidade o caminho foi semelhante.

Estruturalmente, apenas a duplicação da BR-408, com o viaduto e o acesso à arena, e acanhada Estação Cosme e Damião, inaugurada em cima da hora.

Outras ações, contudo, foram parcialmente concluídas. Como os terminais integrados do TIP e Cosme e Damião. No Ramal da Copa, parte do trecho só tem uma pista. Mesma situação no viaduto de Ouro Preto, no sentido subúrbio.

Terminal marítimo? O prazo era março. A obra segue em andamento…

Ao todo, o investimento em mobilidade para o torneio seria R$ 717 milhões. Que a execução das obras para o Mundial, de R$ 2,2 bilhões, não seja o mesmo ritmo. O legado é importante, assim como sua utilização nos torneios da Fifa.

O dia em que um clássico carioca foi atração no Recife

Amistoso 1947: Fluminense 1x1 Flamengo. Fotos: Revista Campeão/Recife

Fla-Flu.

Durante muito tempo, o maior jogo do país, com ícones disseminados pelas ondas do rádio na imaginação de torcedores de norte a sul.

Da Rádio Nacional, com alcance até o Recife.

O ano era 1947…

Nos campos pernambucanos o Sport gastava todas as suas energias para acalentar o sonho de receber a Copa do Mundo.

O Náutico, de forma paulatina, erguia o seu estádio em Rosa e Silva.

O andarilho Santa Cruz apenas desejava ter uma casa.

O nível técnico nos gramados era uma evolução de apenas dez anos de profissionalismo. A disparidade ficou clara naquele histórico 13 de julho.

Pela primeira vez o Nordeste receberia o grande clássico do Rio de Janeiro

O Fluminense, campeão carioca, tinha no seu plantel ninguém menos que o atacante Ademir Menezes. No Flamengo estava Jair Rosa Pinto.

Nomes consagrados na Seleção Brasileira. Oportunidade rara.

O convite aos dois clubes era proporcionar um verdadeiro espetáculo no Recife.

A Ilha, segundo o relato do Diario de Pernambuco, ficou abarrotada (veja aqui).

Numa estrututra muito menor que a atual, o público foi de 25 mil pessoas.

O retorno financeiro foi evidente, com a maior bilheteria da época no futebol da região, com Cr$ 4.252.600.

O empate em 1 x 1 foi repercutido durante dias.

Há 66 anos, o clássico carioca realmente foi uma atração.

Os tempos mudaram…

Amistoso 1947: Fluminense 1x1 Flamengo. Foto: Diario de Pernambuco

Seleção de base no raio de influência do laboratório do clube-empresa

Desportivo Brasil, Red Bull Brasil e Audax São Paulo

A convocação da seleção brasileira juvenil em 2013 apresenta um contexto cada vez mais presente nas composições da base nacional.

Três jogadores atuam em clubes poucos conhecidos no país, sediados em São Paulo e com algo em comum: a gestão via clube-empresa.

O goleiro Carlos, o lateral Victor Hugo e o atacante Bruno Gomes atuam no Red Bull Brasil, Audax São Paulo e Desportivo Brasil, respectivamente.

Estão entre os vinte nomes chamados pela CBF para o time Sub 17, ao lado de atletas revelados por São Paulo, Corinthians, Flamengo, Internacional…

Nada de torcida ou tradição. E não faz falta. Essas agremiações com menos de uma década de história contam com novos centros de treinamento e trabalhos maciços na formação de novos jogadores. A administração é toda voltada para isso, para obter o retorno financeiro através da venda de direitos econômicos de atletas, formados em laboratório. Aqueles que se mandam para a Europa sem ao menos vestir a camisa de um time renomado no país.

O perfil dessa convocação seria uma possível tendência, como consequência direta da estruturação dos clubes de empresários?

No estado, os casos mais famosos foram Unibol e Intercontinental (veja aqui).

Desportivo Brasil Participações Ltda.
Cidade: Porto Feliz. Administradora: Traffic, desde 19/11/2005

Red Bull Futebol e Entretenimento Ltda.
Cidade: Campinas. Administradora: Red Bull, desde 19/11/2007

Audax São Paulo Esporte Clube
Cidade: São Paulo. Administradora: Pão de Açúcar, desde 17/05/2004

Perdendo a compostura em castellano por causa de futebol

Twitter de torcedores espanhóis aos brasileiros após Espanha x Brasil

As redes sociais ainda formam um campo livre para todo tipo de preconceito.

No Brasil, episódios do tipo já terminaram até em processo na justiça.

No futebol, através da Copa das Confederações, o twitter acabou se transformando num canal para xingamentos entre espanhóis e brasileiros.

As vaias recebidas pela Fúria na entrada do time no Castelão, uma vez que boa parte do público estava a favor da seleção da Itália, fizeram com que alguns torcedores espanhóis perdessem a compostura via racismo.

Entre os diversos xingamentos, vários usuários usaram a palavra “mono”.

A tradução da palavra do espanhol para o português?

Macaco.

Falta de educação, do terceiro ao primeiro mundo… Repugnante.

Jogos com outras bandeiras na Arena Pernambuco, o preço pela rentabilidade

Arena Pernambuco. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

No Brasil, apenas cinco estados contam com torcidas locais massificadas, com a preferência da população acima de 50%. Rio Grande do Sul (97%), Rio de Janeiro (96%), São Paulo (94%), Minas Gerais (63%) e Pernambuco (60%).

Historicamente, mesmo com desempenhos apenas medianos no campeonato nacional, Náutico, Santa Cruz e Sport concentram a maioria dos torcedores pernambucanos. Uma “resistência” ligada culturalmente aos três times.

Não por acaso surpreendeu a notícia sobre o agendamento do clássico carioca entre Botafogo e Fluminense na Arena Pernambuco.

O consórcio, com mesmo nome do estádio, dá um forte indício de que partidas com times de outros estados deverão ocorrer na operação em São Lourenço. Mesmo que o estado já conte com um representante na Série A, por exemplo.

A partida no dia 7 de julho acabou gerando a mudança de data de Náutico x Ponte Preta, para o dia 6, o que tornou o episódio ainda mais insólito.

Repercutiu não só com alvirrubros, mas com tricolores e rubro-negros, com o principal cliente ficando em segundo plano, apesar do discurso das partes.

Esse clássico seria marcado em São Paulo, Porto Alegre ou Belo Horizonte?

Ampliando a discussão… A reclamação seria a mesma com times do exterior?

Aqui, claro, o objetivo é a rentabilidade do empreendimento público-privado. Mas veremos até que ponto isso pode gerar uma antipatia no torcedor local. É o risco desse negócio, que de fato precisa ser lucrativo. Com ou sem o Náutico.

Você concorda com a realização de jogos envolvendo times de outros estados na Arena Pernambuco?

  • Sport - Não (41%, 595 Votes)
  • Náutico - Não (17%, 239 Votes)
  • Sport - Sim (15%, 221 Votes)
  • Santa Cruz - Não (11%, 157 Votes)
  • Náutico - Sim (9%, 130 Votes)
  • Santa Cruz - Sim (7%, 106 Votes)

Total Voters: 1.444

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O aguardado duelo entre os dois ícones do futebol mundial

Brasil x Espanha

A disputa entre brasileiros e espanhóis não é das mais tradicionais no futebol.

Até hoje foram apenas oito partidas. A última delas em 1999!

Nesse intervalo, a Fúria evoluiu o seu jogo, criou uma nova maneira de controlar a bola e se impôs no mundo.

A própria Seleção viu a necessidade de se adaptar a este novo tempo.

Mas um duelo entre ambos foi inviabilizado por inúmeras circunstâncias, como eliminação deles lá e eliminação nossa acolá.

Mas chegou a hora de um confronto de grande porte. Um verdadeiro teste.

Entre o maior campeão mundial, conhecido pela escola tradicionalíssima, mas em busca de um recomeço, e o atual campeão do mundo, a nova inspiração.

Domingo, Maracanã. Brasil x Espanha, pela taça da Copa das Confederações.

Ao Brasil, com uma jovem equipe em formação, vale o tetra e a volta da soberania. À Espanha, pronta há três temporadas, um troféu inédito.

Habilidade, posse de bola, tradição, confiança etc. Futebol em alto nível.

Para o time verde e amarelo, independentemente do resultado, ficará a lição para a Copa do Mundo do ano que vem.

Seja lá qual for o resultado, o jogo será bem estudado para um possível jogo ainda mais importante em 2014. Por Felipão e Del Bosque…

Festa em Iracema e Fúria na finalíssima

Copa das Confederações 2013, semifinal: Espanha (7) 0x0 (6) Itália. Foto: Robert Cianflone/Fifa

O jogo mais longo da Copa das Confederações.

120 minutos, fora o desconto dado pelo ábitro, que insistia em deixar a bola rolar.

No Castelão, um jogo quente, com muita entrega e desgaste.

E nenhum golzinho… Nem no tempo regulamento nem no tempo extra.

Ao contrário das apresentações anteriores, quando teve amplo domínio da posse de bola, desta vez os espanhóis tiveram “apenas” 54% de posse.

Até porque os italianos também se arriscaram no ataque, mesmo sem Balotelli.

O saldo do confronto europeu foi de uma bola na trave para cada lado. Portanto, haveria de ter um golzinho nos tiros livres para definir o vencedor…

Como na Eurocopa de 2008, no mesmo placar.

Na ocasião, a Fúria avançou nos pênaltis por 4 x 2.

Nesta quinta, todos os dez jogadores converteram a primeira série, cravando um 5 x 5 sem chance alguma para os goleiros Casillas e Buffon.

Na disputa alternada, mais gols…

Até que o italiano Bonucci chutou por cima.

Jesús Navas não vacilou, 7 x 6. Festa em Iracema e Fúria na decisão.

No domingo, no Maracanã, o jogo mais esperado da competição no país. Brasil x Espanha será um choque de duas escolas distintas.

O jogo que a torcida queria, mas que não foi tão fácil quanto se imaginava.

Copa das Confederações 2013: Espanha x Itália. Foto: Claudio Villa/Fifa