A partida entre Brasil e Uruguai, na Arena Pernambuco, terá 44.739 torcedores, um recorde, com a carga esgotada com antecedência. O jogo válido pelas Eliminatórias vem sendo tratado com cuidado pelos organizadores, com inúmeras secretarias estaduais envolvidas, até a de saúde. Com o estado sendo o local no país com mais notificações de casos envolvendo os três vírus transmitidos pelo mosquito aedes aegypti – o zika, a febre chikungunya e a dengue -, a multidão receberá uma atenção especial (e curiosa).
A CBF, através de um patrocinador, irá distribuir 100 mil sachês de repelente, da marca Cimed, dentro e fora do estádio em São Lourenço, além de panfletos para evitar a proliferação do mosquito. A ação faz parte da campanha “Xô, inseto”. Ainda que a confederação brasileira tenha negado, especula-se que a Canarinha não treinará no Recife por temer esse quadro. O centro de treinamento do Sport, em Paratibe, numa área tão isolada quanto a arena, já havia sido solicitado, mas direção mudou a programação oficial da Seleção.
O time de Neymar e companhia chegará na capital às 14h do dia 24 de março, fazendo um treino de reconhecimento da arena à noite, às 19h. No dia seguinte, a data do clássico, o voo para Porto Alegre será apenas duas horas após o apito final. Ao todo, a Seleção só ficará 36 horas no Recife. Correndo do Aedes…
O 45 minutos analisou as estreias de Santa e Náutico na Copa do Brasil. Não tecnicamente, pois os jogos não foram transmitidos na televisão. E aí sim entrou a pauta, pois ambos estavam na grade original, segundo a tabela da CBF. Analisamos os motivos e as consequências, além das articulações de cada um sobre a transmissão do Brasileirão a partir de 2015. Claro, projetamos o Clássico das Emoções de domingo, pelo Estadual. Também entrou na discussão o polêmico vídeo com dois jovens da base do Sport dançando no CT.
Confira um infográfico com a pauta do programa aqui.
Neste podcast, com 1h21, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
O Náutico empatou sem gols com o Vitória da Conquista, em seu primeiro jogo oficial no ano à parte do Estadual. No interior baiano, Dal Pozzo contou com força máxima, com o objetivo de obter a classificação antecipada na Copa do Brasil, mas acabou vendo um jogo equilibrado, justificando a campanha do rival no Nordestão (10 pontos em 5 jogos). Além de não furar o bloqueio – tendo leve vantagem na etapa complementar -, perdeu Caíque e Niel para o Clássico das Emoções, domingo. Mais problemas para um elenco enxuto, no limite técnico.
Voltando à copa, o 0 x 0 forçou o jogo de volta na arena, em 7 de abril, logo no 115º aniversário do Alvirrubro. Ao menos a partida acontecerá antes da fase decisiva do torneio local. Digo isso porque o foco (financeiro) é considerável. Por participar da Copa do Brasil, cuja vaga só foi carimbada em dezembro, após a divulgação do ranking da CBF, o Timbu já embolsou R$ 240 mil. Caso elimine o Vitória, confronto no qual é tido como favorito, ganhará mais R$ 300 mil.
E assim vai fomentando o orçamento para o segundo semestre, rumo ao acesso – ainda mais agora, onde já tem da Rede Globo a garantia de uma cota de R$ 26 milhões em 2017, caso suba. Para completar, a classificação encaminharia um confronto inédito contra o Santa Cruz no torneio, em maio. Valendo uma premiação de R$ 660 mil. Nota-se um interessante (e necessário) quadro financeiro em jogo para o Náutico. O fator casa precisará prevalecer.
Ao reorganizar o seu plano de sócios, com a distribuição das categorias em cada setor do Arruda, o Santa levantou o quadro adimplente, com 10.339 titulares em março de 2016. A novidade no site Santa Cruz de Corpo e Alma foi a criação do Geo Santa, um mapa virtual com a localização dos associados corais, com atualização mensal através do cadastro fornecido ao clube.
A ferramenta utilizada foi o Google Maps, com um perfil destrinchado a cada zoom. O Grande Recife, por exemplo, passa de “9.771” pessoas para estatísticas separadas por municípios a cada aproximação da imagem, sendo Jaboatão a segunda cidade com mais sócios. O destaque do mapa também vai para os membros presentes em outros estados (e até países, como o Chile), em dia através do plano “sócio sem fronteiras”, de R$ 9,90 mensais.
Além da interação com o seu sócio, o Santa pode produzir ações pontuais destinadas a nichos específicos. A ideia poderia ser estendida aos rivais.
Confira o mapa de Pernambuco numa resolução melhor clicando aqui.
A CBF apresentou o novo uniforme da Canarinha em 2016. Apesar dos rumores sobre um padrão monocromático, todo amarelo, atendendo a um apelo sem sentido da Fifa (pois mexe com a tradição da cada seleção), a Nike manteve o formato original dos dois modelos oficiais, com cores distintas nas peças.
1) Camisa amarela, calção azul e meias brancas. 2) Camisa azul, calção branco e meias azuis.
A camisa da Seleção era a mesma desde a Copa do Mundo de 2014. Com o fulminante 7 x 1 a favor dos alemães encalhando os produtos, sobretudo no mercado interno, a confederação e a fornecedora de material esportivo acabaram cancelando o lançamento de um novo padrão pela primeira vez em vinte anos de parceria. Após duas temporadas, já no ritmo das Eliminatórias, com Neymar em alta e com a Olimpíada na agenda, o cenário favoreceu.
E a estreia do novo uniforme verde e amarelo será justamente na Arena Pernambuco, em 25 de março, no clássico contra o Uruguai…
O que você achou do novo uniforme? Gostaria de um padrão monocromático?
Ao todo, 1.097 pessoas viram o jogo em algum momento, com a audiência chegando a ter 409 simultaneamente – incluindo o blog, via celular. Torcedor do Fluminense, Bruno tem o Rio Branco como seu time preferido no Espírito Santo. Apesar da preferência no jogo e consciente que quase todos os telespectadores eram tricolores, seguiu a transmissão. Recebeu elogios e também teve que aguentar a greia, claro. Com direito ao clássico “Pague a Série B!”, direcionado ao Flu. Chegou a “ameaçar desligar” por causa isso. Só ficou nisso.
A câmera ainda foi revezada com um torcedor gaiato do Baêa, Albert Lucas, radicado na cidade. No fim, mesmo com o zoom distante, valeu a pena. O misto do Tricolor, que havia desperdiçado algumas chances, arrancou a vitória aos 49 minutos do segundo tempo, com Raniel rolando a bola para Bruno Moraes, 1 x 0. Um gol que tinha tudo para ser secreto durante horas, mas que acabou antecipado na web devido à tecnologia e à boa vontade de um adversário.
O Náutico firmou um contrato de quatro anos com a Rede Globo, de 2019 a 2024, para a transmissão do Campeonato Brasileiro. Trata-se de um acordo histórico para o clube, que sempre foi obrigado a negociar o contrato ano a ano, na Série A, devido ao desinteresse da emissora em termos nacionais. Com a concorrência batendo à porta após 2018, quando termina o atual contrato (exclusivo), a empresa teve que abrir os cofres e buscar novos times, para tentar frear a investida do Esporte Interativo na tevê fechada, já com Inter, Santos, Atlético-PR e Bahia, entre outros clubes que mudaram de lado.
O acordo timbu, confirmado pelo presidente Marcos Freitas, engloba na verdade cinco contratos: tevê aberta, tevê fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet. Ao fechar com a Globo, recebendo um luva de R$ 3 milhões e garantindo um piso na elite, o Timbu recusou a proposta do EI de R$ 10 milhões/ano. A partir de 2019, o dirigente prevê uma cota de R$ 45 milhões/ano.
Não é possível informar a cota com exatidão pois a nova distribuição prevê a divisão por bases iguais (40%), campanhas (30%) e audiência (30%). O período acertado pelo clube de Rosa e Silva é o mais longo do Recife, uma vez que o Sport ampliou o seu contrato, também com a Globo, até 2020. Seria o mesmo modelo, como “cotista de televisão”? Infelizmente, não. Caso dispute a Segundona, seguirá recebendo a cota básica, hoje de R$ 5 milhões.
Alvirrubro, qual é a sua opinião sobre o contrato de quatro anos com a Globo?
“O Santa Cruz foi pego de surpresa com a informação de que a Rede Globo NE não transmitirá a estreia do clube, fora de casa, na Copa BR.
A partida será às 21h50, diante do Rio Branco-ES.
Mas torcedores corais vão poder acompanhar ao vivo mais uma partida do Santinha na temporada através do Twitter oficial do clube.
Ter toda repercussão da estreia coral no site e demais redes sociais do Tricolor.
Acompanhe conosco. Juntos somos mais fortes!”
O episódio aconteceu no mesmo momento em que o clube negocia os direitos de transmissão do Brasileiro na tevê por assinatura com o Esporte Interativo, de 2019 a 2024. Seriam até R$ 10 milhões por edição, em vez dos R$ 3 milhões do Sportv. O presidente coral, Alírio Moraes, já se reuniu com a direção do canal, controlado pela bilionária Turner, e também já foi chamado por executivos da própria Globo – cujo acerto para a Série A de 2016 está na casa de R$ 26 milhões. No entanto, a repentina saída da grade na estreia da Copa do Brasil acabou associada à negociação pela torcida nas redes sociais. Na visão do blog, hoje, são situações distintas. No futuro, difícil dizer…
Atualização: o blog apurou a informação que a mudança da Globo foi mesmo motivada por questão operacional (gastos) em Cariacica.
Os regulamentos oficiais das duas principais divisões do Campeonato Brasileiro de 2016 têm uma regra ainda incomum no futebol do país: o preço mínimo de ingresso. Divulgados em março, os documentos são idênticos quanto ao formato de disputa, com vinte clubes e pontos corridos, mas diferindo sobre as vagas internacionais, acessos e rendimentos, naturalmente. Na questão da venda de bilhetes, o menor valor da Série A deve ser R$ 40, com direito à meia-entrada, de acordo com o artigo 15. É o dobro do estipulado à Segundona, conforme o artigo 13 do regulamento específico da competição. A ideia foi implantada pela confederação em 2015, se estendendo às demais séries.
Como não houve alteração no segundo ano, fica a dúvida sobre a execução de fato da norma, pois a direção de competições já abriu espaço para promoções, inclusive do Sport, com desconto na venda antecipada aos seus sócios. Na Ilha, em 2015, a prática comum foi R$ 60 (inteira), R$ 30 (sócio) e R$ 10 (sócio). Ainda no Recife há outro exemplo sobre o assunto. Para esta temporada, o Santa, também presente na elite, criou um setor (sul inferior) de livre acesso ao sócio, com mensalidade de R$ 30. Ou seja, a regra acaba tendo uma influência maior sobre os ingresso cobrado aos visitantes – cuja norma não é especificada no regulamento. Em tempo: a renda líquida de cada partida é do mandante.
Preços mínimo do ingresso no Brasileiro: Série A – R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) Série B – R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) Série C – R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)* Série D – R$ 10*
* Valores de 2015, segundo o artigo 19 de cada regulamento. A CBF ainda não divulgou os documentos de 2016.
De símbolo-mor do Campeonato Brasileiro a sinônimo de polêmica. Durante 18 anos, a Taça das Bolinhas foi entregue ao capitão do clube campeão na imagem definitiva de cada temporada do nosso futebol. O tradicional troféu, batizado de “Copa Brasil”, foi criado em 1975 num oferecimento da Caixa Econômica Federal. Obra do artista plástico Maurício Salgueiro, com 60 centímetros e 5,6 quilos, numa composição de 156 esferas, sendo uma de ouro, banhadas a ródio para proteger a prata. Todas suspensas numa base de madeira de lei de jacarandá. Apesar da volta olímpica, a taça acabava voltando ao cofre do banco, com o clube recebendo uma réplica em tamanho reduzido, de 30 centímetros.
A curiosidade era o regulamento específico para a posse definitiva do troféu original: era preciso vencer a competição em três anos seguidos ou cinco vezes de forma alternada. Atlético Mineiro (1971), Palmeiras (1972 e 1973) e Vasco (1974) não receberam taças retroativas. Logo, a história começou com o Inter. E a primeira foto reuniu os ídolos Manga e Figueiroa, num Beira-Rio com 82.568 torcedores. Fortíssimo, o Colorado seria bicampeão em 1976, ficando a um ano da posse. Entretanto, a má campanha em 1977 (25º lugar) acabou com a chance. Ao todo, onze clubes ganharam a Taça das Bolinhas, até 1992.
Só um não recebeu no campo, o Grêmio. Em 1981, após o triunfo no Morumbi, o tricolor fez a festa sem a taça. Tudo por causa de um recurso do Botafogo, eliminado na semifinal, evitando a homologação, o que aconteceria semanas depois, em uma entrega de faixas no Olímpico. Entre 1980 a 1985, os times também receberam um outro troféu, de mais de um metro, devido ao nome do nacional na época, “Taça de Ouro”. Voltando à Taça das Bolinhas, ela saiu de cena em julho de 1992, no Maracanã, quando o Flamengo, liderado por Júnior, sagrou-se campeão brasileiro mais uma vez. O rubro-negro carioca alegava ter sido aquela a sua quinta conquista, colocando até faixa de pentacampeão no palco, com a presença de Ricardo Teixeira, então presidente da confederação.
Ficaria mesmo na propriedade da Gávea? Como o notório imbróglio de 1987 seguia no tribunal – a decisão da Justiça Federal, a favor do Sport, só viria em 1994 -, a CBF instituiu um novo troféu no ano seguinte. Assim, o objeto de desejo da Série A foi esquecido. Até 2007, quando o São Paulo ganhou o seu quinto título e pleiteou (e recebeu) a Taça das Bolinhas. Ato administrativo logo desfeito após uma liminar do Fla, alegando que o troféu não estava mais em jogo naquele ano – de fato, a visão tem sentido. Ainda que 1987 já tenha um posicionamento do Supremo Tribunal Federal, o troféu segue fora do alcance…
Campeões da Taça das Bolinhas: 4 – Flamengo (1980, 1982, 1983 e 1992) 3 – Internacional (1975, 1976 e 1979) e São Paulo (1977, 1986 e 1991) 1 – Guarani (1978), Grêmio (1981), Fluminense (1984), Coritiba (1985), Sport (1987), Bahia (1988), Vasco (1989) e Corinthians (1990)