Classificação da Série A 2016 – 8ª rodada

A classificação da Série A 2016 após 8 rodadas. Crédito: Superesportes

O Santa Cruz se reabilitou ao vencer o Figueirense, rompendo o hiato de quatro jogos sem vitória. Com o resultado, após esta 8ª rodada do Brasileirão, aumentou a distância em relação ao Z4, de um para três pontos. Mais do que isso. Está na primeira metade da classificação. E ainda viu o rival sair derrotado outra fora do Recife. Em São Paulo, o Sport perdeu do Santos, reforçado por Gabigol e Lucas Lima, e afundou na zona de rebaixamento. É o penúltimo colocado, tendo a companhia do trio mineiro. Antes desta rodada, o leão estava a dois pontos do 16º, agora está a três, começando a complicar a saída do último pelotão em apenas uma rodada – quanto mais tempo, mais pressão. 

Na briga pelo título, o Inter segue bem, com 6 vitórias em 8 jogos, descolando 3 pontos do vice-líder. Melhor ataque do campeonato? Não. Tem a melhor defesa. Se antes brigava com Grêmio e Corinthians, agora o candidato é o Palmeiras.

A 9ª rodadas dos representantes pernambucanos: 

18/06 (16h00) – Palmeiras x Santa Cruz (Allianz Parque)
Histórico em São Paulo pela elite: 2 vitórias corais, 1 empate e 5 derrotas 

19/06 (16h00) – Sport x Fluminense (Ilha do Retiro)
Histórico no Recife pela elite: 6 vitórias leoninas, 6 empates e 3 derrotas

Ronaldo Alves, a primeira negociação milionária entre clubes pernambucanos

Pernambucano 2016, hexagonal: Náutico 1x1 Sport, com Ronaldo Alves cabeceando. Foto: Paulo Paiva/DP

Post atualizado em 17/06/2016 

O zagueiro Ronaldo Alves estabeleceu duas marcas históricas no futebol pernambucano em 2016. Primeiro, tornou-se o primeiro defensor a terminar o Estadual como artilheiro. Marcou seis gols pelo Náutico – um deles num Clássico dos Clássicos -, ficando à frente de todos os atacantes presentes no hexagonal principal. Agora, entra no acervo como o primeiro jogador envolvido numa transação milionária entre dois clubes do estado.

Até hoje, 28 atletas haviam sido negociados por clubes locais (o trio da capital e o Porto de Caruaru) por ao menos R$ 1 milhão. Sempre para fora da “fronteira”. Desta vez, o acerto ocorreu entre Náutico e Sport. Como o contrato do zagueiro de 26 anos estava na reta final (iria até dezembro), a direção alvirrubra aceitou a proposta leonina, esta pressionada pela péssima campanha na Série A, com lacunas defensivas. Ronaldo firmou até 2019. Com Rogério também contratado, o Sport chegou a cinco compras milionárias neste ano. Cofre aberto…

As compras milionárias do futebol pernambucano:
R$ 3.160.000 (2016) – Lenis, Sport (Argentinos Juniors), 50% dos direitos
R$ 2.500.000 (2016) – Rogério, Sport (São Paulo), 25%
R$ 2.500.000 (2014) – Régis, Sport (Chapecoense), 50%

R$ 2.500.000 (2016) – Diego Souza, Sport (Fluminense), 100%*
R$ 1.100.000 (2016) – Ronaldo Alves, Sport (Náutico), 100%
R$ 1.000.000 (2012) – Kieza, Náutico (grupo de investidores), 30%
R$ 1.000.000 (2016) – Agenor, Sport (Joinville), 50% 

*Pelo acordo com o Flu, os leoninos pagaram 50% na transação, tendo que pagar o restante ao fim do vínculo do meia. 

Considerando o plano real, a negociação de Ronaldo Alves foi a 5ª maior compra de um time local e a 22ª venda no mesmo contexto. Em relação à compra recorde, o colombiano Lenis só não foi destronado porque André não topou a volta ao Leão, cuja oferta ao Corinthians foi de R$ 4 milhões.

Nº de jogadores comprados: Sport 6, Náutico 1
Nº de jogadores vendidos: Sport 15, Náutico 9, Santa Cruz 4, Porto 1

As maiores vendas do futebol pernambucano até 16/06/2016

Sem consórcio e garantia de faturamento, Arena PE encara concorrência de aluguel

Arruda, Ilha do Retiro, Aflitos e Arena Pernambuco. Fotos: Cassio Zirpoli/DP (Arruda e Aflitos), Sport (Ilha) e Ministério de Esporte (Arena)

O fim do consórcio Arena Pernambuco, numa parceria público-privada entre o governo do estado e a Odebrecht, depois de apenas três anos de operação (malsucedida) colocou o empreendimento numa inédita situação de concorrência na praça. Sem clube algum de contrato assinado, uma vez que o acordo de 30 anos com o Náutico se dissipou junto à supracitada rescisão, o estádio agora só recebe jogos em caso de acordos pontuais. Cenário tanto com o Trio de Ferro quanto para qualquer outro clube de fora que encare os custos.

Neste primeiro momento, uma gestão temporária através da secretaria de turismo, esportes e lazer, cuja pasta está nas mãos de Felipe Carreras. Sem a muleta de faturamento mínimo garantido, numa cláusula pra lá de dispendiosa aceita pelo governo Eduardo Campos, foi preciso calcular custos jogo a jogo. Eis a primeira proposta apresenta ao Timbu, com dois cenários. Em ambos os casos, não haveria cobrança por aluguel e/ou manutenção da arena.

Até 5.000 pagantes
A renda seria insuficiente até para cobrir os custos da Arena. Contudo, o estado arcaria com toda a despesa. 

Acima de 5.000 pagantes
Renda suficiente para bancar os custos operacionais, com clube e governo dividindo a renda líquida. O estado usaria a sua parte para pagar a conta do cenário menor.

O Náutico não aceitou (até porque, em tese, sempre “apostaria” na presença de sua torcida para ter direito a algo) e nem enviou a contraproposta, acertando a realização de um jogo, contra o Bragantino, em 18 de junho, no Arruda. Endureceu a conversa, deixando aberta o restante da sua agenda em 2016. Estima-se que o custo operacional da Arena seja de aproximadamente R$ 70 mil. Os demais estádios da capital contam com uma tabela de aluguel, criada pela FPF para o Estadual e que pode ser usada pelos clubes para o Brasileiro – apesar de no nacional a cobrança ser livre. Neste caso, contudo, quem aluga também se compromete ao custo operacional.

No Arruda, além de pagar até R$ 24 mil, o clube interessado teria que bancar R$ 50 mil de custo (manutenção, estrutura, luz, limpeza etc). Em tese, valores semelhantes. Porém, o simbolismo da troca de mando timbu pesa na negociação, com rubro-negros e tricolores cada vez mais arredios às propostas do estado. Enquanto o governo tenta evitar um prejuízo maior, até a licitação internacional estimada para agosto, os clubes assumem o discurso de uso da arena sem custo e com garantia de receita – como era com o suspenso Todos com a Nota, com 25 mil ingressos subsidiados por lá.

Sem o antigo consórcio, que a arena só abra com condições de gerar receita…

Ah! Em 2017, o estádio dos Aflitos, com reforma mínima orçada R$ 2,5 milhões, aumentará a concorrência no Recife. As vantagens em São Lourenço terão que ser cada vez maiores…

Aluguel/jogo*
R$ 13.579 – Aflitos/dia
R$ 16.338 – Aflitos/noite
R$ 16.338 – Ilha do Retiro/dia
R$ 19.012 – Ilha do Retiro/noite
R$ 21.728 – Arruda/dia
R$ 24.444 – Arruda/noite*
*Valores corrigidos pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) em relação aos preços tabelados pela federação (e ainda válidos) de 2012.

Custo operacional/jogo
R$ 30 mil – Ilha do Retiro
R$ 50 mil – Arruda
R$ 70 mil – Arena Pernambuco

Aluguel + custo operacional/jogo
R$ 270 mil – Arena Pernambuco**

** Apenas um jogo ocorreu neste modelo, Botafogo x Fluminense, na Série A de 2013, com o aluguel correspondendo a 73% da renda bruta. O alvinegro, mandante, teve um prejuízo de R$ 41 mil. Entretanto, este valor é negociável de acordo com o público projetado.

Após sete anos, Santa rescinde com a Penalty e anuncia nova marca: Penalty

Camisas da Penalty para a temporada 2016 do Santa Cruz. Crédito: Santa Cruz/divulgação

A linha de uniformes corais para 2016 foi apresentada no aniversário do clube, em 3 de fevereiro. Na ocasião, o próprio Santa esvaziou o lançamento, ao anunciar o fim do contrato com a Penalty, que tinha validade até 2019.

“O uniforme será o último produzido pela Penalty, encerrando parceria que começou em 2009, e terá edição limitada. O Santa Cruz negocia com os outros fornecedores de material esportivo para o Campeonato Brasileiro da Série A.” 

Na ocasião, foram dois modelos, o coral horizontal e o branco, utilizados nas vitoriosas campanhas no estadual e no regional. Enquanto isso, a direção aguardava os trâmites burocráticos para anunciar uma nova fornecedora. Com a Dry World, o clube projetava o “maior contrato do Nordeste”. Nos bastidores, o triplo da Penalty, com direito a um “jogador midiático”. Passados quatro meses, com a marca canadense enfrentando problemas de entrega de produtos (a Galo e Flu) e de pagamento de luvas (ao próprio Santa), o clube recuou. 

A Umbro, que acabara de sair da capital após a rescisão do Náutico, surgiu como opção aceitável junto à torcida. Também não andou. E numa reviravolta daquelas, o Santa anunciou a nova marca: a própria Penalty. Agora até 2018, com o compromisso da empresa – cujo presidente, César Ferreira, veio ao Recife para a reativação – para otimizar a distribuição (a maior queixa). Além disso, a reformulação livrou o clube da multa pela rescisão. E se financeiramente foi a melhor proposta, com o tricolor precisando de grana, não havia outra saída. 

Tricolor, o que você achou da nova parceria entre Santa e Penalty?

Projeto de readequação da Ilha, o passo inicial para retomar os 32 mil lugares

Projeto de otimização da Ilha do Retiro. Crédito: Jaime Portugal Arquitetura/Instagram

Com o projeto da arena estagnado, por falta de investidores (R$ 700 milhões em tempos de crise? irreal), o Sport deve partir para reformas pontuais na Ilha do Retiro, visando o conforto, para não ficar tão distante do padrão atual oferecido nos principais estádios do país, e na acessibilidade, que vem limitando a capacidade de público. Por isso, a direção atua em duas frentes.

Com prazo maior, uma comissão de reforma ficou responsável pelo estudo de viabilidade, sobre as verdadeiras necessidades do velho estádio (cadeiras em todos os setores? cobertura? ampliação?). Em outra vertente, para ontem, o objetivo é melhorar o acesso, um dos motivos para a diminuição da capacidade, de 32.983 torcedores para 27.435. Limitação a ponto de não poder liberar 10% (lei) aos visitantes, com o corpo de bombeiros autorizando apenas 2.335 pessoas (em vez de 2.743). Contratado, o escritório Jaime Portugal Arquitetura elaborou esta segunda parte, já concluída, tanto no estádio quanto no entorno.

A princípio, um projeto voltado para a acessibilidade, de cadeirantes e idosos, com rampas e sinalizações, além de numeração das cadeiras. Somando cadeira central, ampliação, especial e sociais, são 12.937 assentos vermelhos. Com a numeração, espera-se uma melhora no processo de venda online. Caberá ao clube adotar ou não as sugestões técnicas. O laudo em vigor dos bombeiros, determinando a capacidade atual, vale até 25 de setembro de 2016, com a Ilha podendo sofrer novas adequações. Inclusive com nova redução.

Projeto de otimização da Ilha do Retiro. Crédito: Jaime Portugal Arquitetura/Instagram

Podcast – Análise da vitória do Santa, da derrota do Sport e de Tite na Seleção

O 45 minutos analisou as partidas de Santa e Sport na 8ª rodada do Brasileirão, com uma vitória coral (sobre o Figueira) e uma derrota leonina (diante do Peixe). Hoje, seis pontos separam os clubes, em situações bem distintas. Esta gravação esmiuçou os jogos e as fragilidades de cada um para a sequência da competições, com as direções se mexendo (lentamente) para corrigir os problemas. No fim, as primeiras impressões do podcast sobre a chega da Tite na Seleção, deixando para Rogério Micale o comando do time olímpico

Neste 252º podcast, estive ao lado de Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!