O Central foi o primeiro interiorano a disputar o Campeonato Pernambucano, na estreia do profissionalismo no futebol local, em 1937. Depois, só voltaria na década de 1960, se firmando como uma força tradicional. Embora represente uma cidade de quase 400 mil habitantes e tenha o maior estádio particular do interior nordestino, o clube jamais disputou o título estadual. Em 56 participações, havia alcançado no máximo o vice, em 2007, numa edição com turnos. Agora, na 57ª campanha, a patativa chegou à decisão. Fazendo valer o seu ótimo desempenho em 2018, venceu o Sport por 1 x 0 na semifinal, num Lacerdão cheio. Resultado justo, considerando o scout alvinegro em Caruaru (5V, 2E e 0D) e o scout rubro-negro como visitante (0V, 4E e 2D)
O leão, cuja folha era superior a de todos os outros dez times, foi mesmo irregular no Estadual, se desfazendo de suas principais peças entre janeiro e março. Na semi, o Sport foi a campo com o ataque bem desfalcado, sem André (vendido), Rogério (machucado) e Leandro Pereira (afastado). À frente, então, Índio, que jogou 45 minutos e deu uma chute, ruim. Apesar disso, o visitante conseguir jogar mais no campo ofensivo – e eventualmente criou mais chances, em triangulações e através da bola parada, com 8 x 5 no 1T. O Central de Mauro Fernandes parecia mais precavido, talvez pelo péssimo histórico diante do leão. As melhores chances foram em arremates de fora da área, bem defendidas por Magrão, em seu jogo de nº 700 pelo leão.
No intervalo, observando a clara deficiência nas conclusões, Nelsinho acionou Everton Felipe, recuperado de uma cirurgia no joelho. O meia entrou no lugar de Índio e foi o responsável pelo primeiro bom ataque. De fato, o Sport dominava boa parte das estatísticas, como posse (64%), passes certos e desarmes. No futebol, sabemos, isso não é determinante. Tanto o Central teve mais finalizações no 2T, com 4 x 2. E uma delas foi fatal. Aos 14 minutos, num lançamento do dono da casa, Ronaldo Alves falhou e Itacaré se aproveitou, cruzando da linha de fundo para Leandro Costa, que empurrou para o gol vazio. Foi o 6º gol do atacante, construindo uma vantagem definitiva na noite, na base da garra, para a festa da torcida caruaruense, esperando há décadas a oportunidade de colocar o Central no topo. A oportunidade, enfim, chegou…
Central no Estadual na era do mata-mata
2010 – Semifinal (4º lugar)
2011 – Fase principal (5º lugar)
2012 – Fase principal (10º lugar)
2013 – Fase principal (10º lugar)
2014 – Fase principal (5º lugar)
2015 – Semifinal (4º lugar)
2016 – Fase principal (6º lugar)
2017 – Fase principal (6º lugar)
2018 – Final (a definir)
Retrospecto (todos os mandos)
267 jogos
176 vitórias rubro-negras (65,9%)
62 empates (23,2%)
29 vitórias alvinegras (10,8%)