Diego Souza, Alemão e Fillipe Soutto no PES 2015? As imagens digitalizadas do camisa 87 do Leão, do zagueiro coral e do volante alvirrubro não são oficiais. Independentemente dos licenciamentos no Pro Evolution Soccer, da Konami, e no Fifa Football, da EA Sports, programadores mundo afora costumam criar versões alternativas dos games. Geralmente, essas “atualizações” apresentam mais clubes, novos uniformes e elencos. Isso acontece basicamente nos jogos para computadores, através de patchs extraoficiais.
Em Pernambuco, Sport e Náutico foram licenciados para o PES 2015, mas com os times da temporada passada, uma situação de praxe no país. Ou seja, nomes como Samuel Xavier, Fabiano Eller, Maikon Leite e Douglas, contratados este ano, surgiram somente na “surdina” – o próprio Diego Souza, presente, veio com uma imagem genérica. Todos eles estão nos patchs, com upgrades regulares. Além do PES, os rivais centenários também acabaram recriados no Fifa, assim como o Santa Cruz, oficialmente fora dos dois jogos.
Abaixo, o nível técnico estipulado para os três clubes pernambucanos nos dois games. Enquanto no Fifa o Leão tem o melhor ataque (72), meio-campo (69) e defesa (69), no Pro Evolution cada clube liderou um quesito. Ataque, Náutico (70). Meio-campo, Sport (76). Defesa, Santa (72).
Às pressas, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, convocou uma Assembleia Geral Extraordinária com os clubes da Série A de 2015. O objetivo com os dirigentes dos principais times era oferecer vantagens (autonomia) nos arbitrais das próximas edições em troca de apoio, uma vez que o mandatário encontra-se bastante pressionado após a divulgação da investigação do FBI.
Na sede da Confederação Brasileira de Futebol, na Barra da Tijuca, no Rio, 18 clubes foram representados, incluindo 15 presidentes. A composição de uma das mesas, no entanto, foi de uma coincidência incrível. Sentados lado a lado, quatro dos principais personagens do Campeonato Brasileiro de 1987.
Primeiramente, os presidentes de Sport e Flamengo, João Humberto Martorelli e Eduardo Bandeira de Mello, protagonistas da disputa pelo título, entre a posse exclusiva do Leão ou a divisão entre os rubro-negros, dependendo do Supremo Tribunal Federal. Ambos pediram a palavra durante o evento, sobre mudanças estaturárias. Na sequência da bancada, Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo hoje e em 87, quando também presidia o Clube dos 13, grupo que organizou a Copa União, segregando o campeonato nacional. Por último, Eurico Miranda, todo poderoso do Vasco, hoje e ontem. Coube a Eurico representar o Clube dos 13 no conselho arbitral da competição oficial, assinando, em nome dos 16 times do “Módulo Verde”, o regulamento com o cruzamento final.
Em 2015, tanto tempo depois, talvez o assunto nem tenha sido debatido, nem por um segundo, até mesmo porque a pauta atual era bem relevante. Contudo, bastará haver o posicionamento do STF, seja qual for a resposta, para os quatro nomes voltarem ao passado, na época dos incontáveis bate-bocas na antiga sede da CBF, na Rua da Alfândega, bem no centro do Rio de Janeiro…
A maior invencibilidade da história do Campeonato Brasileiro é bem difícil de ser superada. Na atual configuração da competição, um clube precisaria ser campeão invicto, após 38 rodadas, e ainda se manter longe das derrotas por mais cinco jogos no ano seguinte, por exemplo. Haja futebol. Entre as edições de 1977 e 1978, quando terminou em 5º e 9º, respectivamente, o Botafogo estabeleceu a maior série invicta registrada numa Série A, com 25 vitórias e 17 empates, somando inacreditáveis 42 jogos.
Praticamente no mesmo período, o Santa Cruz registrou a maior sequência nordestina, e a segunda no geral, com 35 partidas. Aquele timaço tricolor, com Givanildo, Betinho e Carlos Alberto Barbosa, parou apenas nas quartas de final de 1978, com duas derrotas para o Inter. Curiosamente, as cinco maiores sequências ocorreram na década de 1970, marcada por edições inchadas, com até 94 participantes, tendo inúmeros grupos até as fases decisivas.
Com a implantação do sistema de pontos corridos, aumentando bastante o nível técnico da competição, as marcas caíram bastante. Desde 2003, a melhor estatística pertence ao Corinthians, que chegou a 19 partidas sem derrota em duas oportunidades. Na primeira série, somou os últimos nove jogos de 2010 aos dez primeiros de 2011, quando tornou-se campeão pela 5ª vez. Na segunda sequência, em 2017, passou invicto no primeiro turno inteiro.
Confira as maiores invencibilidades, somando todos os torneios, clicando aqui.
Atualizado até 19 de agosto de 2017
Maiores invencibilidades na Série A – geral 1º) Botafogo – 42 partidas (16/10/1977 a 16/07/1978) 2º) Santa Cruz – 35 partidas (07/12/1977 a 23/07/1978) 3º) Palmeiras – 26 partidas (13/12/1972 a 18/11/1973) 4º) Internacional – 23 partidas (06/08/1978 a 23/12/1979) 5º) Atlético-MG – 22 partidas (16/10/1977 a 29/03/1978) 6º) Cruzeiro – 21 partidas (20/09/1987 a 25/09/1988) 7º) Grêmio – 19 partidas (04/06/1978 a 03/10/1979) 7º) Corinthians – 19 partidas (17/10/2010 a 20/07/2011) 7º) Corinthians – 19 partidas (13/05/2017 a 05/08/2017) 10º) América-MG – 18 partidas (20/10/1973 a 20/1/1974) 10º) Bangu – 18 partidas (24/03/1985 a 31/07/1985) 10º) Atlético-PR – 18 partidas (28/07/2004 a 17/10/2004) 10º) São Paulo – 18 partidas (20/08/2008 a 07/12/2008) 10º) Sport – 18 partidas (02/11/2014 a 05/07/2015)
Maiores invencibilidades na Série A – pontos corridos 1º) Corinthians – 19 partidas (17/10/2010 a 20/07/2011) 1º) Corinthians – 19 partidas (13/05/2017 a 05/08/2017) 3º) Atlético-PR – 18 partidas (28/07/2004 a 17/10/2004) 3º) São Paulo – 18 partidas (20/08/2008 a 07/12/2008) 3º) Sport – 18 partidas (02/11/2014 a 05/07/2015) 6º) Corinthians – 17 partidas (27/06/2015 a 13/09/2015) 7º) Goiás – 16 partidas (09/07/2003 a 21/09/2003) 7º) São Paulo – 16 partidas (22/07/2007 a 30/09/2007) 7º) Flamengo – 16 partidas (21/05/2011 a 14/08/2011)
Maiores invencibilidades na Série A – Pernambuco (geral) Santa Cruz – 35 jogos (1977/1978) Sport – 18 jogos (2014/2015) Náutico – 10 jogos (1983) Central – 5 jogos (1979)
Num 45 minutos dedicado basicamente à Série A, a partir da campanha do Sport, analisamos o jogo no Maraca, contra o Flu, e a boa sequência em casa nas próximas rodadas. O Leão segue fazendo gordura contra o rebaixamento ou já está pontuando por algo mais nobre no campeonato? Nesta 140ª edição também traçamos um paralelo nos desempenhos de Náutico e Santa Cruz no Brasileiro, em qualquer divisão, ao longo da história e nos últimos onze anos, que corresponderam ao jejum do Timbu. Quem se saiu melhor?
O podcast, com 1h29min, conta com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
O empate do Sport diante do Fluminense, no Maracanã, manteve o clube pernambucano no G4. Por sinal, o Leão é o único time que ficou entre os quatro melhores nas seis primeiras rodadas do Brasileirão, em seu melhor início de competição na história dos pontos corridos. Agora, o Rubro-negro terá dois jogos seguidos em casa, aumentando a chance de seguir na dianteira da competição. Paralelamente a isso, cabe à diretoria utilizar parte dos R$ 5 milhões recebidos na venda de Joelinton para reforçar o time, consciente de que é preciso ter elenco para suportar a demanda técnica.
A 7ª rodada do representante pernambucano
13/06 (21h00) – Sport x Joinville (Ilha do Retiro)
Histórico no Recife pela elite: 1 vitória do Sport, nenhum empates e nenhuma derrota.
O Sport foi ao Rio bem desfalcado no ataque após a lesão de Elber e a venda de Joelinton, a ponto de Eduardo Batista levar dois meninos da base para compor o banco. Mas havia uma organização tática estabelecida, independentemente das peças disponíveis. Claro, funcionaria com mais ou menos qualidade dependendo da escalação, mas o desenho era conhecido. Com o Leão ditando o ritmo do jogo e controlando o ímpeto do Flu, o time empatou mais uma fora e seguiu pontuando na elite, chegando a 13 jogos sem derrota no Brasileirão.
A sequência soma as seis primeiras rodadas de 2015 às últimas sete de 2014. Com isso, igualou o seu recorde histórico, de 1975. Agora serão dois jogos no Recife, contra Joinville e Vasco, o que dá esperança para superá-lo. Apesar da postura em campo, os pernambucanos lutaram muito para parar um dos melhores elencos do campeonato, no papel. No primeiro tempo, um futebol pobre das equipes, com 53 passes errados. Ao Leão, o cenário era excelente, ainda mais com 57% de posse. Na segunda etapa, os dois dados caíram, fazendo com que a bola rolasse mais e as chances aparecessem, mais de dez.
Machucado, Fred não voltou do intervalo, substituído pelo veterano Magno Alves, que se mexeu mais que o camisa 9. O Flu, como um todo, melhorou, pressionando a saída de bola, mas efetivamente só exigiu o goleiro Danilo Fernandes duas vezes, ambas com grandes defesas após cabeçadas. Eduardo, por sua vez, enxergou a inutilidade de Mike, colocando o lateral/volante Danilo (que jogou bem) e Régis no lugar de Neto Moura. Por fim, ainda trocou Maikon Leite por Mancha. Houve um pingo de ousadia para buscar algo mais, numa sinal de confiança ascendente. No fim, o 0 x 0 garantiu o 12º ponto do Sport. A festa da torcida rubro-negra no Maracanã, ainda no G4, diz tudo.
Impossível na Série B, o Náutico só não lidera a competição, apesar do aproveitamento de quase 89% após seis rodadas, porque o Botafogo tem um saldo de gols melhor (10 x 7). Ainda assim, a vitória alvirrubra sobre o América Mineiro, 2 x 1, deixou o time com quatro pontos de vantagem sobre o 5º colocado, já dando uma margem de segurança no G4. Enquanto isso, lá embaixo, o Santa Cruz conseguiu respirar, após o suado empate em 2 x 2 com o Luverdense. O complemento da rodada, na noite de sábado, deixou o Tricolor em 16º lugar, fora do Z4 devido ao número de gols marcados. Agora, enfim, deve ter uma sequência de partidas no Mundão.
No G4, dois cariocas (incluindo o líder), um pernambucano e um baiano.
A 7ª rodada dos representantes pernambucanos
12/06 (21h50) – Santa Cruz x Boa Esporte (Arruda)
13/06 (16h30) – Atlético-GO x Náutico (Serra Dourada)
O melhor momento do Náutico sob a gestão do MTA, com a presença folgada no G4 da Série B, incluindo o papel de Lisca no processo, abre a nova edição do 45 minutos, que analisou ainda as consequências do empate do Santa Cruz em Lucas do Rio Verde, parando uma série de três derrotas no Brasileiro. Acalmou o ambiente? Ainda é preciso mudar? Respondemos no programa. A venda de Joelinton, por 2,2 milhões de euros, também entrou na pauta, assim como a categórica conquista do Barcelona na Champions Leagues, com a consagração de Neymar.
O podcast, com 1h20min, conta com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
O gol de Nathan aos 33 minutos do segundo tempo, no Passo das Emas, foi de uma importância ímpar para o Santa Cruz. Até ali, o campeão pernambucano ia somando a quinta derrota, numa crise sem fim na Série B. Perdia de virada, com todos os gols anotados na primeira etapa, e o Luverdense parecia mais próximo de ampliar do que o contrário. O visitante pouco fazia, ainda mais com um zagueiro expulso. Foi assim até o lançamento do meio campo e uma arrancada fulminante, com um toquinho deslocando o atabalhoado goleiro, 2 x 2.
O empate foi visto basicamente pela torcida tricolor, uma vez que o restante do mundo estava sintonizado na final da Champions League, mas a sua consequência poderá ser sentida por todos. O resultado acalma, em tese, o ambiente no Arruda, conturbado após o entrevero entre o técnico Ricardinho e o gerente de futebol Sandro Barbosa. O segundo deixou o clube por não concordar com a permanência do treinador, que “cobrava bastante”.
A cobrança principal do treinador? Salário em dia e um centro de treinamento (prometido) para trabalhar. Os bastidores do Mundão ainda devem se agitar mais um pouco até a próxima sexta-feira, data da partida contra o Boa Esporte, em casa. Até lá, mais pedidos por reforços e por um ambiente estável. À diretoria, o dever de proporcionar esse cenário. Acredite, o gol de Nathan pode ter sido o primeiro passo para um entendimento entre as partes.
Ao vencer o América-MG por 2 x 1, numa instigada Arena Pernambuco, o Náutico chegou a uma sequência impressionante na Série B, com cinco vitórias e um empate nas seis primeiras rodadas. E a marca vai além. Essa série invicta já se tornou a melhor arrancada da história do Alvirrubro na segunda divisão nacional, com 17 participações desde a pioneira edição em 1971. Com o resultado positivo diante do Coelho, o clube superou a marca de 2001.
Até a noite desta sexta-feira, as duas campanhas estavam empatadas, com quatro vitórias e um empate. Aquela largada só parou num revés para o Sergipe, 5 x 0, fora de casa. Não houve apagão desta vez. Houve, sim, a manutenção, de um futebol de muita disposição e obediência tática. Diego abriu o placar no primeiro tempo, com o mandante até cedendo o empate, após belíssima jogada mineira. Porém, um gol de pênalti aos 29 minutos da etapa complementar valeu pelo volume de jogo imposto. Como há três dias, Hiltinho foi derrubado na área. O batedor de praxe, Ronaldo Alves, passou a vez, machucado. Coube a valorizado Douglas bater com muita vontade, refletindo todo o time de Lisca.
A esta estatística pra lá de positiva, vale uma observação sobre o histórico vermelho e branco. Em 1981, o Náutico obteve a sua maior sequência invicta na Segundona, com onze jogos! Foram cinco vitórias e seis empates, sendo três vitórias e três empates nas seis primeiras rodadas. Como uma campanha assim não terminou em título? Porque no confuso regulamento da época, havia o acesso à elite no mesmo ano, e o Náutico, com essa campanha disputou, claro, a elite a partir da segunda fase. Enquanto isso, os “eliminados” seguiram na segunda divisão até a “final”, numa fórmula adotada de 1980 a 1985.