Na bola, nos cartões, no sorteio. Sairia de todo jeito um finalista neste domingo.
Em uma tarde histórica, em três cores, o Clássico das Emoções caminhava de forma agônica para os bizarros critérios de desempate. O gol de Elton logo aos quinze minutos fez com que a definição do finalista do Estadual fosse revezada o tempo inteiro com cartões e o sorteio, através de um bingo.
Amarelo para o Santa? Logo em seguida um alvirrubro recebia. Advertência para o Náutico? Não demorava cinco minutos para um tricolor também levar um cartão. Se a ideia era disciplinar a disputa, atrapalhou, pois o árbitro Giberto Castro economizou o quanto pôde nos cartões nos Aflitos, repleto de gente.
Os times marcavam a distância, com temor de botar a tudo a perder. Mas as faltas duras aconteceram, algumas na correção verbal. A chuva foi o tempero final da tarde, com mais uma apresentação raçuda do Santa em um clássico.
Após o gol sofrido no primeiro tempo, o time de Marcelo Martelotte, até então invicto como visitante, até perigou levar o segundo. Pouco atacava, tentando conter o ímpeto do Timbu. O seu meio-campo estava travado. Parecia esperar por um venenoso contragolpe, digno de uma cobra coral. Veio, letal.
O clima já era tenso quando, aos 32 minutos, Renatinho foi derrubado por Alison. Na área, num pênalti claríssimo. Envolvido numa polêmica sobre uma possível transferência para o próprio Alvirrubro, Dênis Marques quis nem saber e converteu muito bem. A vaga coral estava quase garantinda na decisão.
Seis minutos depois, outro pênalti sem contestação, do outro lado. Elton até definiu a vitória timbu por 2 x 1. Insuficiente para brecar a caminhada tricolor em busca do tri. A Cobra Coral mostrou força, camisa. E nem precisou de sorte.