Todo Duro x Reginaldo Holyfield, o filme

A 7ª luta entre Reginal Holyfield e Luciano Todo Duro, em 2015. Crédito: reprodução do filme 'A Luta do Século'

Em 12 de agosto de 2015, cinco mil pessoas foram ao Clube Português, no Recife, para assistir a uma luta de boxe entre dois cinquentões. Essa gente toda cresceu vendo a maior rivalidade do pugilismo nacional, com sete lutas ao longo de 22 anos, movendo os dois estados mais populosos do Nordeste.

Por Pernambuco, Luciano Torres, o ‘Todo Duro’. Pela Bahia, Reginaldo Andrade, o ‘Holyfield’. Viveram do boxe, no limite de suas forças, até mesmo em disputas na tevê. No ato final, ainda carismáticos, mas com a técnica e a força já ficando de lado, viraram personagens de um filme. Sobre as suas próprias vidas, estraçaiadas e esbagaçadas. A partir dos bastidores do 7º duelo, o diretor Sérgio Machado escreveu o roteiro e dirigiu o documentário ‘A Luta do Século’, premiado no Festival de Cinema do Rio, em 2016.

Um trecho da sinopse:
“O documentário narra a trajetória dos pugilistas Reginaldo Holyfield e Luciano Todo Duro, que encontraram no boxe uma maneira de escapar da miséria e tornaram-se dois dos maiores ídolos do esporte nordestino”

Enfim, saiu o trailer para o público… Assista e viaje no tempo da resenha.

Quanto a Todo Duro, com 4 x 3 no histórico de embates, trata-se da segunda incursão audiovisual. Em 2011 foi lançado o documentário ‘Vou Estraçaiá’, de Tiago Leitão, focado apenas na carreira do lutador pernambucano

Luciano Torres ‘Todo Duro’ x Reginaldo Andrade ‘Holyfield’
1993 – Todo Duro (por pontos) – Recife/PE
1997 – Holyfield (nocaute no 7º assalto) – Salvador/BA
1998 – Holyfield (nocaute no 5º assalto) – Salvador/BA
2001 – Todo Duro (nocaute no 2º assalto) – Recife/PE
2002 – Todo Duro (nocaute no 7º assalto) – Salvador/BA
2004 – Holyfield (por pontos) – Barreiras/BA
2015 – Todo Duro (por pontos) – Recife/PE

Retrospecto: 7 lutas; 4 vitórias de Todo Duro (2 K.O.) e 3 de Holyfield (2 K.O.)

A volta dos bailes de carnaval aos salões dos times do Recife, com frevos próprios

Os bailes de carnaval nos Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro. Fotos: Arquivo/DP

As antigas festas pré-carnavalescas nas sedes dos Aflitos, Arruda e Ilha

Até meados dos anos 1990, nas semanas que antecediam ao carnaval pernambucano, as sedes sociais de Náutico, Santa Cruz e Sport eram tomadas por torcedores nos bailes oficiais dos clubes. ‘Vermelho e Branco’ nos Aflitos, ‘Preto, Branco e Vermelho’ no Arruda e ‘Vermelho e Preto’ na Ilha do Retiro. Eram festas com estilo próprio, com dezenas de frevos inspirados em cada clube rasgando a madrugada inteira. Outra particularidade naturalmente era a escolha das camisas a cada edição, com o cuidado de não ‘representar’ alguma cor mais popular nos bailes vizinhos (rivais).

Com o crescimento do carnaval de rua – já existem blocos dos três times -, a concorrência das festas privadas pelo Recife, em shows cada vez maiores, além das seguidas mudanças no calendário do próprio futebol, as festas dentro nos clubes caíram no ostracismo, restando versões esporádicas aqui e acolá. Em 2018, uma retomada dupla, a partir dos trabalhos das diretorias sociais do alvirrubro e do rubro-negro. No tricolor, a ideia pode voltar em 2019.

No carnaval, qual é o bloco que você mais se identifica com o seu time?

Baile Vermelho e Branco (19/01)
“Em Pernambuco, o ritmo já é de carnaval. O coração começa a bater mais forte, as pernas involuntariamente estão frevando. Para os alvirrubros a emoção é ainda maior: o Baile Vermelho e Branco está de volta.”

Orquestra Universal + Nonô Germano
Ingressos: R$ 30 pista e mesa a R$ 200 (sócio não paga pista)

Confira mais detalhes do baile timbu clicando aqui

Baile Vermelho e Preto (26/01)
“O Baile Vermelho e Preto, que embalou o Carnaval no Clube e faz parte da memória afetiva de todo rubro-negro, está de volta”

Orquestra Treme-Terra + Almir Rouche
Ingressos: R$20 para sócios, R$30 para não-sócios e mesa a R$ 100

Confira mais detalhes do baile leonino clicando aqui

A ampliação da capacidade de público no Arruda e Ilha em 2018. Redução na Arena

Arruda, Arena Pernambuco e Ilha do Retiro. Crédito: Google Maps

A capacidade oficial de público dos três maiores estádios de Pernambuco sofreram alterações para a temporada de 2018. Embora nenhum lance de arquibancada tenha sido construído (ou demolido), a variação ocorreu devido às análises de engenharia, vigilância sanitária, segurança e bombeiros, com laudos anuais. Segundo os documentos, à  disposição no site da FPF, o Arruda e a Ilha foram ‘ampliados’, enquanto a Arena Pernambuco teve uma redução mínima, mesmo atendendo a todas as exigências possíveis.

No caso da Ilha, é o segundo seguido com aumento, após a drástica redução por medida de segurança. De 27.435 em 2016, passou para 29 mil em 2017 e agora 30 mil em 2018, com o aumento registrado nos setores de arquibancada frontal (+500) e geral da torcida mandante (+500). Ainda assim, o dado segue abaixo da capacidade máxima segundo o cadastro da CBF, de quase 33 mil espectadores. Já no Arruda, uma mudança dupla. Primeiro na capacidade liberada para a temporada, com mais 5 mil lugares no anel superior, chegando a 55 mil no total. A segunda é na própria capacidade oficial, segundo a engenharia, voltando aos 60.044 lugares – a medição da Fifa desde 2012

Por que há diferença entre a capacidade liberada e a capacidade oficial na Ilha e no Mundão? Isso começou em 25 de setembro de 2015, quando os bombeiros emitiram atestados sobre o José do Rego Maciel e o Adelmar da Costa Carvalho, reduzindo ambos. No ano seguinte, Santa Cruz e Sport se reuniram com o Ministério Público para formular um plano escalonado de reformas. Mediado pela Promotoria de Justiça Especializada do Torcedor, o prazo vai até o fim deste ano. Já a Arena Pernambuco mantém os 45.845 assentos vermelhos, mas há uma restrição no “projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico”, reduzindo em 345 lugares, sem especificar.

A seguir, as capacidades setorizadas dos principais palcos…

No fim, a capacidade dos estádios autorizados para o Estadual de 2018, com Náutico e Acadêmica Vitória mandando as suas partidas na arena.

Arruda (55.582 lugares autorizados em 2018)
Anel inferior – 21.400
Anel superior – 20.000
Sociais – 6.100
Sociais ampliação – 1.200
Cadeiras – 5.950
Camarotes/conselho/tribuna – 932
Capacidade em 2017: 50.582 lugares (ampliação de 5.000)
Capacidade oficial: 60.044 lugares (redução de 4.462)

Arena Pernambuco (45.500 lugares autorizados em 2018*)
Anel inferior (nível 1)  – 18.831
Camarote (nível 2) – 1.726
Camarote (nível 3) – 1.995
Anel superior (nível 4)  – 23.293
Capacidade oficial (idem em 2017): 45.845 lugares (redução de 345)
* Não há a informação sobre qual setor seria reduzido

Ilha do Retiro (30.000 lugares autorizados em 2018)
Arquibancada frontal (frontal e curva do placar) – 8.029
Arquibancada sede (tobogã e curva da sede) – 5.452
Arquibancada do placar (visitante) – 2.900
Sociais – 3.500
Cadeira central – 5.311
Cadeira ampliação – 2.050
Assento especial – 2.076
Camarotes/conselho – 682
Capacidade em 2017: 29.000 lugares (ampliação de 1.000)
Capacidade oficial: 32.983 lugares (redução de 2.983)

A capacidade dos estádios liberados para o Pernambucano 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Com a 4ª campanha de sócios na década, Santa amplia plano de ingresso garantido

c

Entre 01/2011 e 01/2018, o quadro coral variou de 4 mil a 16 mil titulares

Em oito anos, o Santa chega à 4ª campanha de sócios. Ampliando a ideia anterior, lançada há um ano, o clube criou o programa ‘Tricolor de Coração’, com cinco categorias de livre acesso aos jogos de 2018 na arquibancada inferior, no setor da barra do canal, e no anel superior. Quanto mais caro o plano, mais descontos em relação aos ingressos para outros setores do Arruda, além de dependentes e direito a voto – só a partir do ‘prata família’. No abertura, a possibilidade de assinaturas anuais, com dois meses grátis. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Agência Caju, numa tentativa de mudar quadro estagnado. A última vez em que o clube teve mais de 10 mil tricolores adimplentes foi em maio de 2016, mês da conquista do Nordestão. 

Esta é a primeira campanha na gestão de Constantino Júnior, eleito para o triênio 2018-2020. No triênio anterior, com Alírio Moraes, o plano de metas visava 45 mil sócios, mas alcançou apenas 26%. Desta vez, a meta não é explícita – no plano de trabalho do novo presidente, o incremento de sócios está na letra ‘m’ do tópico ‘inovação de receitas’, mas sem projeção. Por sinal, o recorde coral foi estabelecido há quase duas décadas, na gestão de Jonas Alvarenga. Em 1999, a mensalidade foi reduzida a R$ 5, atrelando o torcedor exclusivamente ao futebol. Com Mancuso de garoto-propaganda, o quadro tricolor saiu do colapso, com 464 membros, para 27 mil sócios em dia. Corrigindo o valor de 02/1999 para 12/2017, o mais recente no cálculo do IGP-M, daria R$ 21,99, ficando entre os dois planos mais baratos de 2018.

Abaixo, os planos e os dados de sócios das últimas quatro campanhas.

Tricolor de Coração (com descontos em ingressos no Mundão)
Contribuinte (R$ 9,90) – prioridade na compra (as demais também têm)
Bronze (R$ 29,90) – Arquibancada superior/barra (100%)
Prata (R$ 39,90) – Sociais (50%) e superior/barra/escudo (100%)
Prata família (R$ 59,90) – Sociais (50%) e superior/barra/escudo (100%)
Ouro – Sociais/escudo/barra/superior (100%)
Diamante (R$ 199,90) – Cadeiras/sociais/escudo/barra/superior (100%) 

Lançamento (18/01/2018): 6.500 sócios

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2018, o "Tricolor de Coração". Crédito: TV Coral/reprodução

Santa Forte
Lançamento (21/01/2017): 6.003 sócios
Auge (janeiro de 2017): 8,5 mil titulares (+41% sobre o lançamento)
Fim (17/01/2017): 6.500 sócios (+8% sobre o lançamento)

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2017, "Santa Forte". Crédito: Santa Cruz/twitter (@SocioSANTAFORTE)

Santa Cruz de Corpo e Alma
Lançamento (26/01/2015): 4.332 sócios
Auge (maio de 2016): 12 mil titulares (+177% sobre o lançamento)
Fim (20/01/2017): 6.003 sócios (+38% sobre o lançamento)

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2015-2017: Sou Santa Cruz de Corpo e Alma

Guerreiro Fiel
Lançamento (07/07/2011): 4.900 sócios
Auge (outubro de 2014): 16 mil titulares (+226% sobre o lançamento)
Fim (25/01/2015): 4.332 sócios (-11% sobre o lançamento)

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2011-2015: Guerreiro Fiel

Em Arcoverde, o Sport faz estreia ruim no Estadual e fica no 0 x 0 com o Flamengo

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Flamengo de Arcoverde x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Sem a Copa do Nordeste no calendário, por decisão própria, o Sport tem o foco todo voltado para o Campeonato Pernambucano neste início de temporada. Com um investimento muito acima dos dez adversários, com a folha de pagamento correspondendo a 74% de toda a competição, o rubro-negro entra, sim, como franco favorito. Como contrapartida, devido à distância técnica, a pressão sobre qualquer resultado. E na estreia do Estadual de 2018 largou com um empate em 0 x 0 com o Flamengo de Arcoverde.

Um resultado justo, numa partida na qual o mandante teve muita entrega, não permitindo qualquer criação dos leoninos, com poucas chances na noite sertaneja. Na prática, duas cobranças de escanteio bem fechadas de Marlone e alguns arremates de fora da área. Isso no primeiro tempo, pois na volta do intervalo o futebol do Sport caiu. No decorrer, Nelsinho fez as três mudanças, promovendo as entradas do atacante Lenis (Índio), do lateral Felipe Rodrigues (Fabrício) e do meia Thomás (Marlone). Não surtiu efeito, com André isolado, sem receber um passe decente, e com Rogério bem marcado.

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Flamengo de Arcoverde x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Quando ao Fla, um cenário excelente, num confronto que não acontecia há 19 anos. Por sinal, a partida no estádio Áureo Bradley mobilizou o município, com todos os 3 mil ingressos vendidos, proporcionando uma renda de R$ 173,5 mil – com tíquete médio de R$ 57 (!). A resposta do público, apesar do ingresso salgado, mostra o quanto fazia falta jogos deste porte no interior. Com a grana, a fera garante no mínimo duas folhas (R$ 60 mil/mês). Ou seja, uma torcida rubro-negra saiu comemorando nesta rodada de abertura.

Os confrontos na história
12/01/1997 – Flamengo 2 x 1 Sport (Arcoverde) – Amistoso
02/05/1997 – Flamengo 0 x 0 Sport (Arcoverde) – Estadual
03/04/1997 – Sport 2 x 2 Flamengo (Ilha do Retiro) – Estadual
01/03/1998 – Flamengo 0 x 3 Sport (Arcoverde) – Estadual
14/03/1999 – Flamengo 1 x 3 Sport (Arcoverde) – Estadual
17/01/2018 – Flamengo 0 x 0 Sport (Arcoverde) – Estadual

Retrospecto: 2 vitórias do Sport, 3 empates e 1 vitória do Fla

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Flamengo de Arcoverde x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Náutico cede empate duas vezes e para no Altos na abertura do grupo C do NE

Copa do Nordeste 2018, 1ª rodada: Náutico x Altos. Foto: Ricardo Fernandes/DP

As apresentações contra a Itabaiana mostraram um Náutico no limite, físico e psicológico, jogando por tanto já no início da temporada. A cobrança sobre as questões tática e técnica demandariam mais tempo. Passada a classificação, suada, rendendo R$ 500 mil, o time entraria numa prova de fogo, com a sequência entre Estadual e Nordestão, em plena reformulação. No torneio regional, a estreia era vital para mirar uma classificação. Num grupo com o Bahia, a briga parece clara sobre a segunda colocação. Na visão do blog, entre Náutico e Botafogo, com o Altos sendo o fiel da balança. Pontuar diante do campeão piauiense era regra. E já na estreia, o alvirrubro falhou.

Como havia sido na fase preliminar, não jogou bem. A evolução foi tímida, com mais volume de jogo, o que não ocorrera nos empates em branco. Então, após 213 minutos, considerando o tempo normal e acréscimos, saiu o primeiro tento timbu em 2018, através do atacante Fernandinho, aos 21, iniciando dez minutos de lá e lô. A festa dos 2.075 torcedores na arena – menos da metade de sábado – durou quatro minutos, com o time sofrendo o primeiro gol no ano.
Copa do Nordeste 2018, 1ª rodada: Náutico x Altos. Foto: Ricardo Fernandes/DP

No lance do empate, numa cobrança de escanteio, o zagueiro Leone subiu sem marcação. Aos 30, Wallace se aproveitou de um corte mal feito do mesmo Leone e desempatou. No segundo tempo, aos 14, Dudu bateu de muito longe e fez um golaço. E a partir daí o que se viu foi um jogo ruim, com poucas jogadas trabalhadas, chutes sem direção, reclamação, duas expulsões e um frustrante 2 x 2. O ainda invicto Náutico precisa jogar mais futebol…

Estreias do Náutico na volta da Copa do Nordeste
2014 – Náutico 1 x 1 Guarany (Arena Pernambuco)
2015 – Náutico 2 x 2 Salgueiro (Arena Pernambuco)
2017 – Náutico 4 x 0 Uniclinic (Arena Pernambuco)
2018 – Náutico 2 x 2 Altos (Arena Pernambuco)

Retrospecto geral em estreias regionais: 10 participações, 5V, 3E e 2D

Copa do Nordeste 2018, 1ª rodada: Náutico x Altos. Foto: João de Andrade Neto/DP

Raio x dos 24 mil jogadores profissionais em atividade nos 722 clubes do Brasil

Registros e transferências de jogadores, segundo a CBF

Pelo terceiro ano consecutivo, a CBF detalha os jogadores profissionais em atividade no país, através da diretoria de registro e transferências. Em relação à última temporada foram 3.098 contratos a mais, num aumento de 14%. Em 2017, portanto, 24.841 jogadores de futebol firmaram algum tipo de acordo, incluindo 134 gringos, com a grande maioria entrando em campo somente nos quatro primeiros meses, durante os campeonatos estaduais. Embora a entidade não tenha atualizado o dado de contratos ativos durante todo o ano, o número de 2016 deixa isso claro, com apenas 8.938 atletas chegando até janeiro – na ocasião, isso representou 41% do total de profissionais.

Ao todo, foram quase 17 mil transferências nacionais, entre empréstimos, vendas de diretos econômicos e jogadores livres. Inicialmente, o balanço tinha três pilares (registro, transferências e salários), mas nos últimos dois relatórios a confederação não divulgou a divisão de salários dos atletas. No quadro pioneiro, 82% recebiam até R$ 1 mil e 95% no máximo R$ 5 mil. A dura realidade comum. Salário acima de R$ 100 mil? No Brasil, apenas 114.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Segundo o novo balanço, de janeiro a dezembro vigoraram contratos envolvendo 722 clubes profissionais – no viés pernambucano, 22 times disputaram competições oficiais na temporada, a partir das Séries A1 e A2. Além disso, o relatório da confederação também inclui os clubes amadores e formadores, adicionando 397. A seguir, a evolução de clubes filiados.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Entre as transferências nacionais, apenas 40 via compensação financeira, totalizando R$ 81 mi – Raniel, por exemplo, foi do Santa para o Cruzeiro por R$ 2 milhões. Já no âmbito internacional foram 657 saídas, com 130 ocorrendo via empréstimos ou cessão dos direitos econômicos, movimentando quase R$ 1 bilhão (!), com média de R$ 7,0 mi – Erick foi negociado pelo Náutico junto ao Braga por R$ 2,8 mi. No sentido inverso foram 527 nomes, dos quais 40 com valores. E o investimento foi de R$ 227 milhões, com média de R$ 5,6 mi – André veio do Sporting para o Sport ao custo de R$ 5,2 mi.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

As folhas do Pernambucano 2018 chegam a R$ 4,56 milhões, com 74% no Sport

As folhas de pagamento dos clubes no Pernambucano de 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Os cerca de 300 atletas profissionais inscritos no Campeonato Pernambucano de 2018 vão custar cerca de R$ 4,566 milhões a cada mês, somando as folhas de pagamento dos onze clubes participantes. Numa média bruta, cada jogador receberia R$ 15 mil, com as despesas com remunerações de cada agremiação ficando na casa de R$ 415 mil. No entanto, a realidade mostra uma disparidade financeira sem igual no futebol local, superconcentrada – possivelmente, uma das maiores já vistas no cenário nacional também.

As folhas de pagamento no Pernambucano 2018 (% sobre o total)
R$ 3.400.000 – Sport (74,6%), Série A
R$ 250.000 – Santa Cruz (5,4%), Série C
R$ 200.000 – Náutico (4,3%), Série C
R$ 150.000 – Salgueiro (3,2%), Série C
R$ 120.000 – Vitória (2,6%), sem divisão
R$ 100.000 – América (2,1%), sem divisão
R$ 100.000 – Central (2,1%), Série D
R$ 70.000 – Afogados (1,5%), sem divisão
R$ 60.000 – Belo Jardim (1,3%), Série D
R$ 60.000 – Flamengo (1,3%), Série D
R$ 56.000 – Pesqueira (1,2%), sem divisão

Presente na Série A, duas divisões acima dos concorrentes mais próximos, o Sport deve ter uma folha de R$ 3,4 milhões, o que corresponde a 3/4 de todos os vencimentos previstos na competição – restando R$ 1,166 mi para as outras dez equipes. E olhe que o rubro-negro reduziu em 25% a sua despesa em relação ao último Brasileirão – a venda de Diego Souza influenciou neste dado. Por sinal, as folhas dos rivais tradicionais não chegam ao que DS87 ganhava na Ilha. À parte do leão, cujo número é uma apuração, os demais foram informados pelos próprios clubes, com Santa e Náutico estimando o gasto devido à nova realidade, na Série C, e os intermediários detalhando as folhas ao Superesportes. Durante os quatro meses de disputa, entre janeiro e dezembro, a competição vai demandar R$ 18,2 milhões em salários.

Em 2011, no começo da década, as folhas no Estadual foram as seguintes…
R$ 800 mil, Sport (Série B)
R$ 450 mil, Náutico (Série B)
R$ 200 mil, Santa Cruz (Série D)

Passados sete anos, eis as variações para a edição de 2018…
+ R$ 2,6 milhões (+325%), Sport (Série A)
– R$ 250 mil (-55%), Náutico (Série C)
+ R$ 50 mil (+25%), Santa Cruz (Série C)

Embora o abismo financeiro fomente um favoritismo ao Sport, o torneio de 2011 mostra que é possível a superação. Desta vez, terá que ser bem maior…

Taxa de arbitragem no Estadual 2018 vai de R$ 2,7 mil a 13,7 mil. O mandante paga

As taxas de arbitragem para o mata-mata decisivo do Estadual 2018. Crédito: FPF/reprodução

Além da taxa de 8% sobre a renda bruta dos jogos, a FPF ainda cobra outros encargos aos clubes no Campeonato Pernambucano. Em 2018, os mandantes precisam pagar por inúmeros serviços administrativos a cada partida, com estruturas distintas a partir das fases ou clubes envolvidos. A formação mais básica envolve os jogos entre intermediários, com a arbitragem, o delegado do jogo e um assessor, enquanto a mais complexa (e cara) é a da final, com oito funções: árbitro, dois assistentes, 4º árbitro, delegado de arbitragem, delegado do jogo, supervisor de protocolo e assessor de protocolo.

Soma das taxas de arbitragem em cada jogo
Semifinal e final – de R$ 11.985 a R$ 13.774
Clássicos/3º lugar – de R$ 9.809 a R$ 11.257
Mando dos grandes (turno) – de R$ 5.946 a R$ 6.279
Mando dos intermediários (turno) – de R$ 2.705 a R$ 2.955

Como indicam as reproduções do documento emitido pela federação pernambucana de futebol, cada partida é precificada de uma forma, inclusive pelo nível dos árbitros escalados. Logo, os valores da final podem chegar a 11 mil reais de diferença sobre os do turno, de R$ 2,7 mil a R$ 13,7 mil – no caso dos assistentes, a cota equivale a 60% do valor pago ao árbitro, com o 4º árbitro tendo 30% no mesmo modelo. Em comparação com o ano passado, um aumento de 2,9%. Não para aí. Também há a despesa com diárias para os árbitros, com valores pré-determinados pela cidade da partida, tendo o Recife como marco zero (e R$ 40). A diária mais alta é a de Salgueiro, R$ 210.

A responsabilidade de pagamento do mandante, detalhada no artigo 19 no regulamento do Estadual, não é regra geral. Num viés local, basta dizer que na Copa do Nordeste as taxas de arbitragem são pagas pela CBF. No estado, os valores foram estipulados pela diretoria de competições da federação e pela comissão de arbitragem. No documento de 2 de janeiro, as assinaturas dos respectivos diretores, Murilo Falcão e Emerson Sobral.

Na nova fórmula, cada time joga 5 vezes como mandante e 5 como visitante no turno. Descontando os 3 clássicos, o quadro abaixo vale para 12 jogos

As taxas de arbitragem para os jogos com mando dos grandes (no turno) do Estadual 2018. Crédito: FPF/reprodução

O quadro mais barato contempla 8 times, à parte do Trio de Ferro. A escala vale inclusive para confrontos contra os próprios grandes. Ao todo, 40 partidas

As taxas de arbitragem para os jogos com mando dos intermediários (no turno) do Estadual 2018. Crédito: FPF/reprodução

Estreando no Nordestão (e no ano), Santa Cruz empata com o Confiança em Aracaju

Copa do Nordeste 2018, 1ª rodada: Confiança x Santa Cruz. Foto: Filippe Araújo/Confiança, via twitter (@adc_confianca)

Com nove caras novas e apenas dois jogos-treinos, o Santa Cruz foi a campo em sua estreia no grupo A do Nordestão, lá em Aracaju. Num jogo de poucas oportunidades, o tricolor empatou com o Confiança em 1 x 1. Enquanto Júnior Rocha fazia os seus primeiros ajustes no time, durante a preparação em Aldeia, o clube sergipano já atuava pelo campeonato estadual – no sábado, no mesmo Batistão, empatara com o Olímpico. Esta mínima vantagem no ritmo de jogo fez diferença, com o alviazulino mais solto em campo.

Sem Grafite, ainda sem condições, o time pernambucano jogou com três atacantes, mas sem referência, com variação no posicionamento. Do trio à frente, Augusto destoou, errando seguidos contragolpes. Pelo início de temporada, pesa naturalmente a questão física, embora tecnicamente já estivesse em queda no fim do ano passado. Se não teve mais intensidade, o Santa teve um pouco mais de posse, 53%. Num jogo equilibrado, o visitante acabou surpreendendo aos 40 do primeiro tempo, numa falta cobrada pelo atacante Arthur Rezende, com o volante Jorginho aparecendo para marcar o pioneiro gol coral – lance já articulado no último jogo-treino. Ainda sobre o lance, o goleiro se enrolou com a bola, com o assistente confirmando o gol – lance difícil, mas na visão do blog a bola não ultrapassou toda a linha.

Copa do Nordeste 2018, 1ª rodada: Confiança x Santa Cruz. Foto: Filippe Araújo/Confiança, via twitter (@adc_confianca)

Apesar da orientação no intervalo, sobretudo para a bola parada, devido à estatura do ataque adversário, o Santa tomou o empate logo, justamente desta forma. Numa cobrança de escanteio aos 13, Frontini testou para as redes de Machowski. O centroavante sequer pulou no lance, expondo o erro de marcação. Embora o Confiança tenha insistido na bola aérea, a defesa coral não deu mais brechas, com o cansaço evidente na equipe, que já inicia uma maratona. Agora, evolução à vera, com jogos em sequência, na quinta-feira (Vitória) e domingo (América), ambos pelo Estadual.

Estreias do Santa Cruz na volta da Copa do Nordeste
2013 – Santa Cruz 1 x 0 CRB (Arruda-PE)
2014 – Santa Cruz 3 x 2 Vitória da Conquista (Lacerdão-PE)
2016 – Santa Cruz 0 x 1 Bahia (Arruda-PE)
2017 – Campinense 1 x 1 Santa Cruz (Amigão-PB)
2018 – Confiança 1 x 1 Santa Cruz (Batistão-SE)

Retrospecto geral em estreias regionais: 12 participações, 5V, 4E e 3D

Copa do Nordeste 2018, 1ª rodada: Confiança x Santa Cruz. Foto: Filippe Araújo/Confiança, via twitter (@adc_confianca)