“A Fifa anunciou hoje que o seu secretário-geral Jerôme Valcke foi colocado em licença e liberado de suas funções efetivas imediatamente até novo aviso. Além disso, a Fifa tomou conhecimento de uma série de denúncias envolvendo o secretário e solicitou uma investigação formal pelo Comitê de Ética da Fifa.”
O afastamento do dirigente um ano após o Mundial de 2014 é emblemático. Ocorreu após as denúncias de que Valcke teria ficado com ingressos da Copa, revendendo ilegalmente com ágio de até 200%, faturando dois milhões de euros, segundo o O Estado de S. Paulo – ato negado pelo francês.
Jerôme Valcke, para quem não lembra, sugeriu um chute no traseiro do Brasil para acelerar as obras. Por mais que a frase não tenha sido bem digerida no país, a declaração se justificou pelo andamento dos estádios. No Recife, ele esteve duas vezes, em 2012 (abaixo) e 2013 (acima). Na primeira visita, a Arena Pernambuco estava em 80%. Na segunda, acompanhado por Eduardo Campos, Geraldo Júlio e Ronaldo, 90%. E só chegou nesse dado por causa do plano de aceleração – que encareceu bastante o empreendimento (até R$ 743 milhões).
26/06/2012 “Há muito trabalho a ser feito, mas tomamos a decisão de aceitar o Recife como sede. Existe a tabela com seis cidades, não só pela beleza, mas com base nos relatórios. Temos a confiança que o estádio ficará mais avançado nos primeiros dias de novembro.”
05/03/2013 “Estou muito satisfeito com que estou vendo. O governador encontrou as pessoas certas e fez com que as equipes trabalhassem bem. Nenhum estádio pode estar 100% na entrega da obra. Por isso, fazemos testes antes das competições. Recife tem a confiança da Fifa.”
Esse “alívio” no texto só houve nas rápidas passagens no Recife. Da Suíça, onde coordenou as ações no Brasil, ele teve acesso às imagens via web e aos relatórios enviados quinzenais da obra, sempre com duras cobranças à cúpula do estado, repassadas à Odebrecht e, consequentemente, aos operários.
A Arena foi a última a ficar pronta para a Copa das Confederações, mas fica a impressão sobre o verdadeiro desejo do executivo para a conclusão dos estádios. Um caixa 2 bem debaixo de Joseph Blatter? Pois é. Da postura de “chefe de estado” nas andanças no país, num trato dado pelos políticos pernambucanos, à saída de cena pela porta dos fundos…
Foi apenas a terceira vez que o Náutico não venceu como mandante na Série B. Não venceu, mas se manteve invicto na Arena. Ficou no 1 x 1 com o Sampaio, recalculando o seu aproveitamento em casa para 83%, ainda elevadíssimo. Talvez se encerre aí o “lado positivo” da apresentação na 23ª rodada.
Partindo do óbvio, ou seja, do princípio, o Alvirrubro entrou desatento como há muito não se via. A Bolívia Querida impôs um ritmo veloz, trocando passes. Criou bastante nos primeiros minutos, chegando duas vezes na cara do gol em cinco minutos, com uma boa dose de sorte aos pernambucanos para manter o zero. E acabou ali, pois no minuto seguinte, Diones fez de cabeça, deixando o Paio na liderança àquela altura, para deixar claro que não era uma partida simples. Lisca sabia disso. Não faz um ano foi que comandou o Sampaio.
À parte do gol timbu (três dedos de Hiltinho, assistência de cabeça de Douglas e categoria de Patrick Vieira ), o jogo foi mesmo complicado, com uma pressão maior na meta de Júlio César, irritado com a lenta recomposição. Somente na base do abafa o Timbu travou o adversário, mas sem força para ganhar pela décima vez em casa. No fim, poucas vaias em São Lourenço. Havia a insatisfação com o empate, que afasta o time do G4, ainda mais com duas partidas fora do estado, onde o rendimento é pífio. Mas o motivo real das poucas vaias foi numérico mesmo. Eram apenas 2.954 torcedores.
O novo Regulamento Geral de Competições da FPF entrou em vigor em 26 de maio de 2015. Ou seja, 22 dias após a decisão do Campeonato Pernambucano entre Santa e Salgueiro, no Arruda. Trata-se da regra para organizar todos os torneios locais, com disposições técnicas, financeiras etc. A última edição do RGC havia sido designada para 2013/2014. Agora, o documento de 45 páginas traz novidades relacionadas à Arena Pernambuco, por mais que o termo “Arena Pernambuco” não esteja lá. Nas entrelinhas, é mais claro que o sol.
Para começar, o item ‘a’ do terceiro parágrafo do artigo 12 dá à FPF o mando dos clássicos, semifinais e finais do certame, em um forte indicativo de jogos na Arena. No mesmo capítulo (“das disposições técnicas”), está escrito: “as tabelas das competições somente poderão ser modificadas se obedecidas as seguintes condições”, numa referência à inversão de campo de campo, a maior polêmica no Estadual de 2015. Para evitar novas discussões sobre o tema, a federação passa a não considerar inversão caso o jogo seja em um “estádio público sob concessão”. Só um palco do estado está neste contexto, em São Lourenço.
Finalizando, no sétimo capítulo (“das disposições financeiras”), o texto diz que um time visitante poderá reservar até 49% dos ingressos! A ressalva, além do acordo com o mandante (óbvio), é fazer o requerimento com cinco dias de antecedência e garantir a compra antecipada. Em que isso se refere à Arena? Simples, um mata-mata capital x interior, com o mando interiorano reagendado para o estádio da Copa. Em vez de 20% para os torcedores “visitantes” (do Recife), com 9.242 ingressos (renda insuficiente), uma cota de 22.644 bilhetes.
O fim de semana registrou apenas uma vitória local. Em casa, claro, pois longe do estado, em 2015, os resultados não estão vindo. Dos 31 jogos como visitante, com Sport, Náutico e Santa nas Séries A e B, foram apenas 2 vitórias, ambas na segundona. Não por acaso, o Leão é o único da elite que ainda não venceu fora. E nem em seu reduto está fácil. O 45 minutos começou o revés diante do Flamengo, na Arena, com a consequência para o jogo em Curitiba, quarta. Na sequência, a suada vitória alvirrubra sobre o Boa Esporte, que deixou o time encostado no G4. Por fim, a displicência coral contra o Paraná, que brecou a ascensão e ainda terminou com Grafite e Aquino suspensos.
Confira um infográfico com as principais atrações da gravação aqui.
Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Na sequência da postagem sobre as metrópoles com mais estádios no mundo, uma vista dos principais palcos do Grande Recife, a partir do Google Maps. Para comparar cada estrutura de maneira mais justa, a aproximação foi a mesma (com a relação de 50m), assim como o ângulo e o corte das imagens via satélite, em 3D, atualizadas em 2015. Até porque a cada ano surgem edificações próximas, assim como as novas pinturas das arquibancadas.
Apesar da capacidade inferior em relação ao Mundão (de 13.830 lugares), a arena da Copa ocupa uma área maior, explicada pelo estacionamento interno, pelas áreas livres para bares e ações pontuais, e, sobretudo, pela fachada de almofadas de etileno tetrafluoretileno, que ocupa 25 mil metros quadrados.
Dos seis estádios presentes, apenas o Grito da República, em Olinda não tem gramado. Também pudera, a inauguração está atrasada há dois anos, apesar da arquibancada já erguida. Confira também as imagens do Google Street View passando nas sedes dos três grandes clubes da capital pernambucana.
O projeto do Centro de Treinamento do Santa Cruz foi apresentado em 3 de março de 2012, com um investimento de R$ 5 milhões nos 10 hectares da área em Paulista. Bem antes disso já havia a necessidade de um local adequado para a preparação tricolor, que via os rivais despontarem com a estruturação de seus CTs. Parado e até com promessa de crowdfunding, houve um lampejo em janeiro de 2015, através do plano de metas do atual presidente coral, Alírio Moraes. Até julho se projetava um campo e um vestiário. Conforme reportagem publicada pelo Diario de Pernambuco, a obra do CT não saiu do papel.
Paralelamente a isso, o time profissional do Santa buscou alternativas à parte do Arruda, cujo desgaste no gramado (jogos e treinos) é evidente. Assim, nesse tempo todo, a delegação já treinou no CT do Náutico, no CT do Sport, no Ademir Cunha e agora até na Arena Pernambuco, mesmo sem jogar lá – cujo acesso ocorria só na véspera das partidas. Pois é. Neste ano, o clube firmou um acordo com a Prefeitura de Paulista para utilizar o campo até 2016, mas o palco acabou reservado para um jogo do Sub 20, havendo o contato com o consórcio para enviar o Expresso Coral a São Lourenço.
Nesse cenário, que não condiz de forma alguma com um clube do tamanho do Santa, chegou a ocorrer uma situação surreal, em 7 de dezembro de 2012. Pela manhã, o elenco foi ao CT Wilson Campos, o reduto alvirrubro na Guabiraba. À tarde, os tricolores foram à Paratibe, no CT José de Andrade Médicis, dos rubro-negros. Na ocasião, o Arruda estava vetado para um amistoso da Seleção.
E para completar, a repercussão de parte da torcida nas redes sociais à supracitada reportagem praticamente ignora o papel da imprensa….
Buenos Aires, la ciudad con más campos de fútbol del mundo
Este foi título da reportagem produzida pelo jornal El País, que numa tradução simples estabelece a capital argentina como a região metropolitana com mais estádios a partir de dez mil lugares. Numa paixão futebolística nítida em cada esquina da cidade de 13 milhões de habitantes, existem 36 palcos, do imponente Monumental de Nuñez (do River Plate, com 61.688 lugares) ao acanhado Malvinas (do San Miguel, com 10.000). Para se ter uma ideia, a quantidade é superior ao dobro do segundo colocado. O ranking publicado pelo periódico, aliás, apresenta cidades com muita tradição no futebol.
1º) Buenos Aires (36) 2º) São Paulo (15) 3º) Londres (12) 4º) Rio de Janeiro (9) 5º) Madri (5)
O blog analisou o mais recente cadastro nacional de estádios brasileiros, produzido pela CBF e cuja 5ª versão inscreveu 782 praças esportivas, elaborando uma lista nacional. Com este levantamento, o Grande Recife ficou numa posição surpreendente, superior a Madri, diga-se. Adicionado o estádio Grito da República, em Olinda, previsto (enfim) para dezembro de 2015 e com gasto acima do previsto, seriam seis palcos acima da capacidade estipulada.
Nesta apuração, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro aparecem com números inferiores em relação ao do ranking mundial, mas há uma justificativa plausível. No caso paulistano, a popular Rua Javari, do Juventus, teve a sua capacidade oficial reduzida para apenas 4.004 espectadores, apesar do recorde de 15 mil pessoas apinhadas. O mesmo ocorreu em dois locais tradicionais na Cidade Maravilhosa, o Moça Bonita (Bangu) e o Luso Brasileiro (Portuguesa).
Abaixo, as onze metrópoles brasileiras com mais estádios.
Caso alguém atualize a lista mundial, a RMR ficaria em 5º lugar…
1º) São Paulo (14) – 20,93 milhões de habitantes e 7,94 mil km²
66.795 – Morumbi (São Paulo)
45.000 – Arena Corinthians (São Paulo)
45.000 – Allianz Parque (São Paulo)
37.730 – Pacaembu (São Paulo)
31.452 – Arena Barueri (Barueri)
21.004 – Canindé (São Paulo)
16.744 – Anacleto Campanella (São Caetano)
14.384 – Francisco Ribeiro (Mogi das Cruzes)
14.185 – Bruno Daniel (Santo André)
13.440 – 1º de Maio (São Bernardo)
13.400 – Ícaro de Castro (São Paulo)
12.430 – José Liberatti (Osasco)
12.000 – Parque São Jorge (São Paulo)
10.117 – Nicolau Alayon (São Paulo) Total de lugares: 353.681 Média por estádio: 25.262 Um estádio a cada 1,49 milhão de pessoas Um estádio a cada 567 km²
2º) Rio de Janeiro (7) – 12,11 milhões de habitantes e 8,14 mil km²
78.838 – Maracanã (Rio de Janeiro)
44.661 – Engenhão (Rio de Janeiro)
24.584 – São Januário (Rio de Janeiro)
18.000 – Ítalo Del Cima (Rio de Janeiro)
15.000 – Campo dos Cordeiros (São Gonçalo)
13.544 – Edson Passos (Mesquita)
12.000 – Caio Martins (Niterói) Total de lugares: 206.627 Média por estádio: 29.518 Um estádio a cada 1,73 milhão de pessoas
Um estádio a cada 1,16 mil km²
3º) Recife (6) – 3,88 milhões de habitantes e 2,77 mil km²
60.044 – Arruda (Recife)
46.214 – Arena Pernambuco (São Lourenço)
32.923 – Ilha do Retiro (Recife)
22.856 – Aflitos (Recife)
15.000 – Grito da República (Olinda)
12.000 – Ademir Cunha (Paulista) Total de lugares: 189.037 Média por estádio: 31.506 Um estádio a cada 646 mil pessoas
Um estádio a cada 461 km²
4º) Curitiba (5) – 3,46 milhões de habitantes e 16,58 mil km²
42.372 – Arena da Baixada (Curitiba)
35.000 – Pinheirão (Curitiba)
34.872 – Couto Pereira (Curitiba)
17.200 – Durival de Brito (Curitiba)
10.000 – Vila Olímpica (Curitiba) Total de lugares: 139.444 Média por estádio: 27.888 Um estádio a cada 692 mil pessoas
Um estádio a cada 3,31 mil km²
4º) Porto Alegre (5) – 4,18 milhões de habitantes e 10,34 mil km²
56.500 – Arena Grêmio (Porto Alegre)
56.000 – Beira-Rio (Porto Alegre)
45.000 – Olímpico (Porto Alegre)
10.000 – Complexo Esportivo (Canoas)
10.000 – Cristão Rei (São Leopoldo) Total de lugares: 177.500 Média por estádio: 35.500 Um estádio a cada 836 mil pessoas
Um estádio a cada 2,06 mil km²
4º) Brasília (4) – 2,85 milhões de habitantes e 5,80 mil km²
72.788 – Mané Garrincha (Brasília)
27.000 – Boca do Jacaré (Taguatinga)
20.310 – Bezerrão (Gama)
10.000 – Augustinho Lima (Sobradinho) Total de lugares: 130.098 Média por estádio: 32.524 Um estádio a cada 712 mil pessoas
Um estádio a cada 1,45 mil km²
7º) Belém (3) – 2,38 milhões de habitantes e 3,56 mil km²
45.007 – Mangueirão (Belém)
16.200 – Curuzu (Belém)
12.000 – Baenão (Belém) Total de lugares: 73.207 Média por estádio: 24.402 Um estádio a cada 793 mil pessoas
Um estádio a cada 1,18 mil km²
7º) Belo Horizonte (3) – 5,76 milhões de habitantes e 9,46 mil km²
61.846 – Mineirão (Belo Horizonte)
23.018 – Independência (Belo Horizonte)
22.000 – Arena do Jacaré (Sete Lagoas) Total de lugares: 106.864 Média por estádio: 35.621 Um estádio a cada 1,92 milhão de pessoas
Um estádio a cada 3,15 mil km²
7º) Fortaleza (3) – 3,81 milhões de habitantes e 6,96 mil km²
63.903 – Castelão (Fortaleza)
20.262 – Presidente Vargas (Fortaleza)
10.500 – Domingão (Horizonte) Total de lugares: 94.665 Média por estádio: 31.555 Um estádio a cada 1,30 milhão de pessoas
Um estádio a cada 2,32 mil km²
7º) Natal (3) – 1,50 milhão de habitantes e 3,25 mil km²
32.050 – Arena das Dunas (Natal)
15.082 – Frasqueirão (Natal)
10.068 – Barretão (Ceará-Mirim) Total de lugares: 57.200 Média por estádio: 19.066 Um estádio a cada 500 mil pessoas
Um estádio a cada 1,08 mil km²
7º) Salvador (3) – 3,91 milhões de habitantes e 4,37 mil km²
50.025 – Fonte Nova (Salvador
35.000 – Barradão (Salvador)
32.157 – Pituaçu (Salvador) Total de lugares: 117.182 Média por estádio: 39.060 Um estádio a cada 1,30 milhão de pessoas
Um estádio a cada 1,45 mil km²
O Náutico encerrou o 1º turno com 32 pontos, a um do G4. A campanha na Série B pode ser observada de duas formas. Uma na arrancada, pois na sexta rodada chegou a ter 16 pontos dos 18 possíveis, caindo de rendimento depois. Outra com o atual esforço do time (tecnicamente no limite) para se manter em cima, enquanto não chegam os reforços pedidos por Lisca (o meia Biteco e o atacante Daniel Morais?). Prefiro a segunda opção, porque o início foi além do esperado para um elenco em formação. Com os rivais consolidados, o Timbu oscila entre o mau rendimento fora de casa e o ritmo forte como mandante.
Na Arena, contra o Bragantino, é verdade que a escalação quase melou. Com três zagueiros, o time pouco produziu. Até teve um gol anulado, após uma troca de passes infantil dentro da área, com o definidor nitidamente em posição irregular. Voltando à estrutura tática, Lisca desfez o 3-5-2 aos 25 minutos. Flávio ficou chateado ao sair após um vacilo, mas ficou claro que a troca foi por outro motivo. Entrou Rogerinho, criticado pela torcida. Além da pouca objetividade, o meia ainda não havia balançado as redes. Mas a tarde seria dele. Sete minutos depois, recebeu a carga na área. Pênalti bem convertido por Patrik Vieira.
No segundo tempo, num jogo perigoso, Rogerinho desafogou ao escorar um cruzamento. A partir daí, ficou franco. A ponto de Stéfano Yuri, outro em branco até hoje, ser lançado antes do meio campo, avançar, driblar o goleiro e marcar mais um. O sábado só não foi de goleada porque o Braga descontou aos 48, mesmo após uma grande defesa de Júlio César. O ponto negativo no 3 x 1 foi o público, com apenas 5.523 espectadores. A torcida do Náutico cobra bastante (diretoria, jogadores e imprensa), mas precisa apoiar mais até novembro, num incremento que seria (será) vital para o possível retorno à elite.
Uma investigação da Polícia Federal apontou um superfaturamento de R$ 42,8 milhões na construção da Arena Pernambuco. Provavelmente, o dado está entre o valor original da construção, de R$ 479 milhões, e o custo final da obra, estipulado pela empresa responsável, a Odebrecht, na casa de R$ 743 milhões. Além do valor da “obra”, há um adendo milionário: o gasto com o projeto executivo (R$ 9,35 mi) e o custo pré-operacional (R$ 44,26 mi) totaliza mais R$ 53,61 milhões. Dinheiro demais, interesse demais e agora na malha fina da PF.
Um dos principais pontos da apuração é o fato de a Odebrecht, vencedora da concorrência, ter elaborado o projeto básico do edital de licitação, de 78 páginas e lançado em fevereiro de 2010, com o aval do comitê gestor de parcerias público-privadas no estado – não por acaso, também alvo da operação. A relação apontaria uma nítida vantagem à empreiteira. Ou, literalmente, fraude, na visão da polícia. O curioso é que na época da entrega dos envelopes na licitação, dois meses depois, já se sabia da colaboração, tratada pelos envolvidos como natural. Menor ainda foi a surpresa com a vitória da Odebrecht.
Observação: na época, o secretário de planejamento do estado era Geraldo Júlio (atual prefeito da capital), enquanto o secretário de administração era Paulo Câmara (atual governador), e ambos integravam o comitê gestor das PPPs.
Saiba mais detalhes sobre a investigação clicando aqui.