Em sua terceira partida como visitante, o Náutico passou novamente em branco. Desta vez, porém, pontuou. O 0 x 0 na Fonte Nova acabou sendo um resultado aceitável para o time pernambucano devido ao nível do adversário, o segundo mais rico desta Série B. No entanto, é bem provável que o torcedor alvirrubro que assistiu à partida tenha discordado do blog neste parágrafo.
Afinal, é impossível não lembrar do gol perdido por Rafael Coelho, aos 21 da segunda etapa – antes, Rony também desperdiçara. Ali, o contragolpe saiu certinho, de pé em pé, abrindo pela ponta direita, buscando jogadores desmarcados. Até chegar no camisa 9, com plenas condições de marcar. Isolou a bola, na maior chance timbu. Caso algum seguidor baiano também leia esta postagem, a sensação será oposta, lembrando do lance de Luisinho, ex-Santa.
No rebote de uma cobrança de falta, que explodiu no travessão, o atacante ficou com o gol escancarado. Assim como Rafael Coelho, sequer acertou a meta, cabeceando pra fora. No Bahia, é verdade, o ataque não é um deserto, com o Brocador no elenco – nesta noite em branco. Já o Náutico tem na função do “camisa 9” o seu o maior calo. Fora de casa, vem desperdiçando seguidas chances. Ganhou um ponto até agora. Pelas chances criadas, poderia ter mais.
Duas vitórias em casa, duas derrotas fora. O Náutico goleou o Sampaio Corrêa na arena, confirmando o mando mais uma vez. Assim, voltou a subir na classificação. Até agora, o clube vive uma gangorra, natural na Série B. Para consolidar uma arrancada, só em caso de um bom resultado fora. Hoje, com seis pontos, voltou a ficar pertinho do G4, a um de distância. Na verdade, cinco clubes somam sete, um deles o Bahia, próximo adversário alvirrubro
Os vinte participantes da Copa do Nordeste de 2017 estão definidos, pela terceira vez com a presença dos nove estados da região, sendo três times de Pernambuco e Bahia e dois dos demais estados. O formato é o mesmo, com cinco grupos de quatro clubes, avançando os líderes e os três melhores vice-líderes. O sorteio das chaves, dirigido, será em setembro, em João Pessoa. São quatro potes, com cada um indicando um participante de cada grupo.
A divisão dos potes seguiu o Ranking da CBF em vigor, ou seja, a lista de dezembro de 2015. Isso acaba gerando um cenário controverso, com o atual campeão, o Santa Cruz, no segundo pote. Por este motivo, há 40% de chance de ter um grupo com dois grandes clubes do Recife (Sport/Santa ou Náutico/Santa). Quanto às cotas de premiação, que em 2016 totalizaram R$ 14,8 milhões, o montante só deve ser definido no conselho da liga, na Paraíba.
Pote 1: Bahia (18º), Sport (19º), Vitória (20º), Náutico (25º) e ABC (26º) Pote 2: América (29º), Santa (35º), Sampaio (39º), CRB (40º) e Fortaleza (42º) Pote 3: Botafogo (56º), Campinense (72º), River (79º), Moto (97º) e CSA (103º) Pote 4: Sergipe (137º), Itabaiana (164º) Juazeirense (174º), Uniclinic/Altos (s/r)
Entre os times tradicionais, a ausência fica por conta do o ex-campeão Ceará.
Classificações via estadual e histórico no regional (1994-2016)
Alagoas CRB (campeão alagoano): 12 participações, com 1 vice CSA (vice): 10 participações, com 2 semifinais
Bahia Vitória (campeão baiano): 12 participações, com 4 títulos, 3 vices e 1 semifinal Bahia (vice): 12 participações, com 2 títulos, 3 vices e 3 semifinais Juazeirense (3º lugar): 1 participação, com 1 fase de grupos
Maranhão Moto Club (campeão maranhense): 1 participação, com 1 fase de grupos Sampaio Corrêa (vice): 2 participações, com 2 fases de grupos
Paraíba Botafogo (finalista do estadual): 12 participações, com 1 semifinal Campinense (finalista do estadual): 4 participações, com 1 título e 1 vice
Pernambuco Santa (campeão pernambucano): 10 participações, com 1 título e 2 semis Sport (vice): 11 participações, com 3 títulos, 1 vice e 4 semifinais Náutico (3º lugar): 8 participações, com 2 semifinais
Piauí River (finalista do estadual): 2 participações, com 2 fases de grupos Altos (finalista do estadual): estreante
Rio Grande do Norte ABC (campeão potiguar): 11 participações, com 1 vice e 1 semifinal América (vice): 13 participações, com 1 título e 2 semifinais
Sergipe Sergipe (campeão sergipano): 9 participações, com 1 semifinal Itabaiana (vice): 1 participação, com 1 fase de grupos
Vasco e Atlético-GO se mantêm 100% após três rodadas da Série B. Já abriram quatro pontos de vantagem no G4, sendo os únicos times que ainda não sofreram gols na competição. Enquanto isso, o Náutico foi vazado nas três partidas que disputou. Perdeu as duas com visitante porque o ataque não colaborou – perdeu inúmeras boas chances no Sul, passando em branco. A derrota alvirrubra em Londrina derrubou o time do 11º para o 15º lugar. Hoje, o time já precisa de duas rodadas para alcançar a zona de classificação.
No G4, um carioca, um goiano, um catarinense e um baiano.
A 4ª rodada do representante pernambucano 27/05 (21h30) – Náutico x Sampaio Corrêa (Arena Pernambuco)
A vitória sobre o Vila Nova levou o Náutico do 15º para o 11º lugar, reduzindo a diferença do G4 de três para um ponto. É importante que o alvirrubro se mantenha perto do pelotão o quanto antes – questão até motivacional. Lá na zona de classificação à elite nacional, aliás, apenas dois clubes seguem 100%. O Vasco, sem surpresa, e o Atlético-GO, cirúrgico até aqui, com duas vitórias pelo placar mínimo. Enquanto isso, três clubes largaram com 0%, incluindo o Sampaio Corrêa, cotado para brigar na parte de cima da tabela da Série B.
Na noite da próxima terça-feira, uma rodada quase cheia. Serão nove jogos, com Bahia x Joinville fechando a rodada na quarta.
No G4, um carioca, um goiano, um cearense e um baiano.
A 3ª rodada do representante pernambucano 24/05 (19h15) – Londrina x Náutico (Estádio do Café, Londrina)
Campeão carioca invicto, o Vasco entrou na Série B, a terceira de sua história, com a obrigação de subir como campeão. Afinal, só de cota da televisão receberá R$ 100 milhões, com 17 adversários ganhando R$ 5 milhões cada. Disparidade enorme, vista já na estreia. Em São Luís, o cruz-maltino atropelou o Sampaio Corrêa, 4 x 0, com três gols de Nenê, o principal nome da competição.
Enquanto isso, o Náutico foi derrotado na estreia, em Santa Catarina, aparecendo em 15º lugar na primeira atualização da classificação. Outra curiosidade na rodada ocorreu logo na abertura, na noite de sexta-feira, com três vitórias goianas (Vila Nova, Goiás e Atlético).
No G4, um carioca, um goiano, um gaúcho e um baiano.
A 2ª rodada do representante pernambucano 17/05 (21h30) – Náutico x Vila Nova (Arena Pernambuco)
A CBF nunca encomendou uma pesquisa de torcida. Por mais que Ibope, Datafolha, Gallup, Pluri, Paraná Pesquisas, entre outros institutos, já tenham lançados inúmeros estudos, desde 1983, a entidade segue à parte do assunto. Talvez para evitar qualquer tipo de controvérsia, nos âmbitos nacional, regional e estadual. Por isso, chama a atenção o texto publicado pela confederação sobre os 111 anos do Sport, completados neste 13 de maio de 2016. Como costuma fazer, não só com clubes tradicionais, a entidade cita títulos e ídolos. Está lá o Campeonato Brasileiro de 1987, sem qualquer menção à polêmica do assunto. Por outro lado, esqueceu dos títulos da Copa do Nordeste de 1994 e 2000, chancelados pela própria. No trecho seguinte vem o verdadeiro vespeiro:
“Considerado o clube de maior torcida da região Norte-Nordeste”
Não há citação sobre qual instituto considera ou desde quando considera. Por sinal, sobre a declaração, é preciso fazer algumas considerações. Começando pelo fato de que o Flamengo é o mais popular nas duas regiões, segundo todos os levantamentos. Porém, levando em conta só os clubes do Norte e Nordeste, de fato o Sport já aparece à frente (Ibope 2010, Pluri 2013 e Paraná 2013), se revezando com o Bahia. Na pesquisa mais recente deu Baêa (Paraná 2016).
Atualização: a polêmica acabou sendo mesmo grande, tanto que horas depois a CBF editou a frase sobre o tamanho da torcida. Ao menos listou o tri regional.
Os melhores nordestinos nas pesquisas nacionais mais recentes:
Paraná 2016 1,8% – Bahia 1,5% – Sport
Ibope 2014 1,7% – Bahia 1,3% – Vitória 1,2% – Sport 1,0% – Santa Cruz
0,8% – Ceará
Com três edições, a Copa Verde mantém com ponto alto a classificação à Copa Sul-Americana. Foi assim com os campeões Brasília, Cuiabá e Paysandu, assegurando participações internacionais nos anos seguintes. Financeiramente, porém, o mata-mata segue com um investimento bem modesto. Idealizado pela CBF em 2014, a partir do sucesso do Nordestão, cuja transmissão é feita pelo mesmo canal, o torneio tem uma cota de apenas 6% em comparação à matriz.
Em 2016, somando as cotas das oitavas, quartas, semi e título, o Papão ganhou R$ 275 mil. Isso corresponde a 11% da premiação do Santa Cruz, o campeão nordestino na mesma temporada. O valor repassado ao bicolor paraense é um pouco mais da metade da cota da primeira fase do Nordestão. A disparidade (técnica?) entre os torneios de integração se mantém em todas as etapas. Mais. Enquanto a premiação absoluta do Nordestão subiu 33% em um ano, na Copa Verde o valor foi congelado, devido ao painel de patrocínios mais enxuto.
À parte de Paysandu e Remo, o torneio carece de forças populares. A entrada do Vila Nova, na terceira edição, ajudou. Por outro lado, o Goiás, o único “cotista” da tevê nas regiões, não quis participar, preferindo seguir em busca de um lugar na própria Copa do Nordeste (possibilidade já rechaçada) ou na Primeira Liga.
Veja as cotas, somando as fases, das campanhas finais nas Copas Verde e do Nordeste. Entre parênteses, o percentual da Verde sobre a etapa no Nordestão.
Copa Verde 2016 (18 times) Campeão – R$ 275 mil (11%), Paysandu Vice – R$ 145 mil (7%), Gama Semifinalista – R$ 95 mil (6%), Remo e Aparecidense Quartas de final – R$ 45 mil (5%), Rio Branco, Nacional, Cuiabá e Vila Nova Primeira fase (oitavas) – R$ 15 mil (3%) Total: R$ 910.000* (6%) * Exceto para os eliminados na fase preliminar
Copa do Nordeste 2016 (20 clubes) Campeão – R$ 2,385 milhões, Santa Cruz Vice – R$ 1,885 milhão, Campinense Semifinalista – R$ 1,385 milhão, Bahia e Sport Quartas de final – R$ 935 mil, Ceará, Fortaleza, CRB e Salgueiro Primeira fase (grupos) – R$ 505 mil* Total: R$ 14.820.000 * Exceto para os clubes do Piauí e do Maranhão
Quais são os maiores clubes do Nordeste? Para responder a pergunta é preciso definir um recorte, naturalmente. Vamos lá, enumere sete. Para o tal G7 algum time tomaria o lugar na lista acima? Bahia e Vitória, Náutico, Santa Cruz e Sport, Ceará e Fortaleza. Os clubes mais populares da região, representantes dos três maiores centros de futebol, Salvador, Recife e Fortaleza. Donos de 11 dos 13 títulos regionais e com os melhores resultados nacionais, com histórico de disputa de títulos e eventuais conquistas. A tudo isso, considere também as maiores receitas, com o maior potencial de investimento técnico. Em 2015, os sete balanços somaram uma receita operacional de R$ 311 milhões.
Demorou, mas os dirigentes dos sete times se reuniram para uma demanda em bloco, fazendo valer a força de um nicho superior a 13 milhões de torcedores, segundo pesquisa do Ibope de 2014. Em um hotel no Recife, sem alarde, ocorreu um encontro com Arnaldo Barros (vice do Sport), Constantino Júnior (vice do Santa), Kleber Medeiros (vice de marketing do Náutico), Marcelo Sant’Ana (presidente do Bahia), Manoel Matos (vice do Vitória), Evandro Leitão (ex-presidente do Ceará) e Ênio Mourão (vice do Fortaleza).
A reunião não definiu um grupo à parte, como o Clube dos 13, com os times ainda representados pela Liga do Nordeste. O objetivo era propor. Conforme já comentado na imprensa, ocorreu uma articulação para reformular a Copa do Nordeste a partir de 2018. Vários modelos foram especulados, um deles considerando até uma segunda divisão. Ao podcast 45 minutos, Tininho comentou sobre o formato analisado, reforçando a ideia de expansão divisional:
Como é o Nordestão 20 clubes, com cinco grupos de quatro, quartas, semi e final (12 datas)
Como quer o G7 12 clubes, com turno único, semifinal e final (15 datas)
Nota-se um grupo formado por sete clubes querendo enxugar a competição para doze participantes. Logo, apenas cinco vagas ficariam “abertas” aos demais times da região. Ao menos numa primeira edição, composta através de um ranking histórico. Depois, normalizando, teria acesso e descenso anualmente.
O próprio grupo entende que a proposta, repassada à liga, pode ser rechaçada pela CBF, mas já aguarda a contraproposta para firmar uma composição. Questionado se essa postura, a la G12, não daria uma cara de “Copa União”, o dirigente reconheceu a semelhança, mas tratou de indicar a convergência para um critério técnico. O qual poderá englobar os sete maiores times nordestinos…
A Copa do Nordeste de 2016 teve a maior premiação da história, mais de R$ 14 milhões. Contudo, a bilheteria foi a menor desde que o torneio voltou ao calendário oficial da CBF, assim como a média de público. Os 74 jogos – pela primeira vez não houve partidas com portões fechados – proporcionaram uma arrecadação de R$ 6,5 milhões (-40%), com seis mil torcedores a cada apresentação (-23%). Foi a primeira vez que um índice financeiro da competição sofreu redução. Crise econômica, nível técnico, mais jogos na tevê? Sobram explicações para uma avaliação. Mas é fato, os números dizem algo.
Ao todo, a movimentação financeira do Nordestão vencido pelo Santa Cruz ficou pouco abaixo de R$ 26 milhões, o patamar anterior, numa soma de rendas, cotas e o dinheiro gasto com marketing na competição, com ampla divulgação e organização. Para o próximo ano, aliás, a previsão é de um investimento de R$ 5 milhões apenas nesta área. Sobre o público presente, escasso nos 60 jogos na fase de grupos, os maiores clubes da região já articulam uma mudança para 2018, visando jogos de maior apelo, com criação de uma segunda divisão.
Eis os dados de público da Lampions League nesta retomada…
2015 (74 jogos, sendo 1 de portões fechados) Público pagante: 570.777 Média: 7.818
2014 (62 jogos, sendo 1 de portões fechados) Público pagante: 463.749 Média: 7.602
2013 (62 jogos, sendo 1 de portões fechados) Público pagante: 517.709 Média: 8.487
A evolução da média de público.
Ao analisar a soma de todas as receitas da Copa do Nordeste (televisão, renda e marketing), fica consolidado o status de principal torneio da região, bem à frente dos estaduais. Contudo, o número é basicamente a metade do valor estimado pelo presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela, para o auge do torneio, em 2018. Ele projeta R$ 50 milhões, com média de 20 mil pessoas. É possível?