O (novo) calendário da CBF para 2017, com Sul-Americana paralela ao Estadual

O calendário da CBF para 2017 revisado após as mudanças da Conmebol

Quatro meses após a divulgação do calendário oficial do futebol brasileiro em 2017, a CBF teve que lançar um novo cronograma, forçado pelas mudanças efetuadas pela Conmebol, aumentando a Libertadores e a Sul-Americana, em participantes e período de disputa. A confederação brasileira ressalta que ajustes ainda podem ser feitos, mas hoje a única lacuna é a ausência das datas da Copa do Nordeste, ainda numa negociação entre a Liga do Nordeste e as federações estaduais. Reflexo do poder descabido (e alertado pelo blog) dado às federações na versão anterior do calendário, reduzindo a Lampions de 12 para 8 datas, justamente para ampliar os estaduais de 14 para 18 datas.

Enquanto isso, uma certeza: a Copa Sul-Americana começará no primeiro semestre, paralelamente aos Estaduais. No cenário local, com participações recorrentes (6 vezes no período 2013-2016), trata-se de um ponto importante. Ainda mais no quesito “prioridade”, que costumeiramente inibe a campanha internacional durante o Brasileiro (na visão do blog, um erro dos recifenses).

Com a Sula partindo em 5 de abril, na reta final do hexagonal local, fica difícil imaginar um time reserva no torneio em detrimento do Campeonato Pernambucano – ainda mais com a facilidade que o trio tem em relação à classificação à semifinal. Pelo novo calendário da CBF, a fase final dos estaduais ocorreria nos dias 16, 23 e 30 de abril e 7 de maio. Já a primeira fase da Sul-Americana aconteceria nos dias 05/04 e 10/05, com a segunda fase apenas em 28 de julho, com o Brasileirão já na 10ª rodada.

Última rodada do hexagonal do título do Pernambucano
2014 – 30/03
2015 – 05/04
2016 – 10/04
2017 – a definir

Obs 1. Como campeão nordestino de 2016, o Santa Cruz tem direito à vaga na Sul-Americana de 2017. Já o Sport precisa ficar entre onze primeiros da Série A para participar pela 5ª vez. Caso termine em 12º ou 13º, poderia haver uma disputa judicial, uma vez que a Conmebol reduziu de 8 para 6 vagas, com o campeonato nacional em andamento (saiba mais aqui).

Obs 2. Finalmente acabaram, de forma oficial, o regulamento esdrúxulo de condicionar a participação na Sula à eliminação precoce na Copa do Brasil. A partir de agora, o clube poderá disputar os dois torneios simultaneamente.

Abaixo, a agenda até a final dos estaduais. Veja o documento completo aqui.

Calendário do futebol brasileiro em 2017. Crédito: CBF/divulgação

Participação na Libertadores ou na Sula? A partir de 2019, só se tiver time feminino

Troféus da Libertadores e da Sul-Americana

A partir de 2019, todos os clubes que participarem da Taça Libertadores ou da Copa Sul-Americana terão que contar com departamentos de futebol feminino. Sim, para a disputa masculina no continente, também será preciso desenvolver a prática feminina. A ativação da categoria é uma das 41 exigências formuladas para a nova “Licença de Clubes”, criada pela Conmebol e contendo cinco tópicos (esportivo, infraestrutura, administrativo, legal e econômica). Apenas com esta licença o clube estará apto a participar dos torneios continentais. O prazo de execução das medidas está distribuído entre 2018 e 2021.

Entre as punições previstas pela confederação sul-americana, no ato da inscrição nas copas supracitadas, a agremiação poderá ser advertida, receber uma multa ou ter a licença suspensa, cancelada e até negada indefinidamente. Já no ano de estreia da licença serão 24 exigências (confira aqui).

Em relação à norma do departamento feminino, eis a tradução do regulamento:

“O clube solicitante deverá ter um time de futebol feminino na categoria principal ou associar-se a um clube que possua. Além disso, deverá ter ao menos uma categoria de base feminina ou associar-se a um clube que possua. Nos dois casos, o solicitante deverá prover suporte técnico, material esportivo e infraestrutura (campo de jogo e local de treinamento) necessários e em condições adequadas para o desenvolvimento dos dois times. Finalmente, se exige que as equipes participem de competições nacionais e/ou regionais autorizadas pela respectiva associação membro.”

Caso válida anteriormente, a título de curiosidade, a regra teria impedido a participação do Náutico na Sula de 2013 e do Sport em 2015 e 2016.

Vamos à situação atual da categoria nos grandes clubes do Recife…

Náutico
As alvirrubras já foram bicampeãs estaduais (2005/2006), mas passaram quatro anos sem atividade, até 2014, quando um novo grupo foi montado, com 19 jogadoras, no embalo da ativação dos esportes amadores em Rosa e Silva. Além do Pernambucano, onde foi vice em 2015, passou a disputar a Copa do Brasil. Treinam e jogam nos Aflitos, em estado de conservação inadequado desde que o time masculino passou a atuar na Arena Pernambuco, em 2013.

Time feminino do Náutico em 27 de abril de 2015. Foto: Patrícia Lima/Diretoria de Esportes Olímpicos e Amadores do Náutico

Santa Cruz
Após nove anos sem qualquer atividade na categoria, o tricolor reativou o departamento feminino em 2016. Começou com uma peneira no campo do Caxangá Atlético Clube, amplamente divulgada nas redes sociais do clube. Ao todo, 15 meninas foram selecionadas, completando o elenco com as 12 contratadas. Em sua primeira competição, chegou à semifinal do Estadual. O objetivo é participar do Campeonato Brasileiro a partir de 2017.

Time feminino do Santa Cruz em 10 de maio de 2016. Foto: Santa Cruz/site oficial

Sport
Vice-campeão da Copa do Brasil em 2008 e cinco vezes campeão estadual, tendo em sua principal formação a goleira Bárbara, que defendeu a Seleção Brasileira, o time rubro-negro acabou desativado no início de 2015 – apesar da queixa dos torcedores. Os treinos com as meninas eram realizados no campo auxiliar da Ilha, com o gramado em mau estado. Não havia previsão de volta, mas a decisão da Conmebol forçou a reativação.

Time feminino do Sport em 2014.. Foto: Sport/divulgação

Os públicos internacionais no Recife, com 19 partidas oficiais entre 1968 e 2016

Sul-Americana 2016, oitavas: Santa Cruz 3 x 1 Independiente Medellín. Foto: Wellington Araújo/CBN Recife 105.7 FM

Com a participação do Santa Cruz na Sul-Americana de 2016, o Trio de Ferro completou o ciclo de disputas internacionais, com ao menos uma para cada rival pernambucano. Entretanto, até hoje, uma série de campanhas fracas, com um brilhareco em 2009. Com isso, a ocupação nas arquibancadas seguiu o mesmo ritmo, como comprova o primeiro jogo de um torneio interclubes da Conmebol no Arruda. O retrospecto no Grande Recife conta com 19 jogos, incluindo quatro clássicos, mas nenhum borderô chegou sequer a 30 mil espectadores. No geral, uma média de 13 mil pessoas, que cai consideravelmente no recorte da Sula, com times locais presentes em quatro temporadas consecutivas.

Eis os públicos oficiais de todos os jogos internacionais oficiais no Recife

Taça Libertadores da América (3 participações)
21/01/1968 – Náutico 1 x 3 Palmeiras – 8.004 (Ilha)
11/02/1968 – Náutico 1 x 0 Deportivo Gailicia (VEN) – 7.302 (Ilha)
14/02/1968 – Náutico 3 x 2 Deportivo Portugués (VEN) – 6.513 (Ilha)
02/07/1988 – Sport 0 x 1 Guarani – 27.860 (Ilha)
16/08/1988 – Sport 5 x 0 Alianza (PER) – 15.213 (Ilha)
23/08/1988 – Sport 0 x 0 Universitario (PER) – 22.628 (Ilha)
04/04/2009 – Sport 2 x 0 LDU (EQU) – 20.184 (Ilha)
08/04/2009 – Sport 0 x 2 Palmeiras – 19.386 (Ilha)
22/04/2009 – Sport 2 x 1 Colo Colo (CHI) – 20.050 (Ilha)
12/05/2009 – Sport (1) 1 x 0 (3) Palmeiras – 28.487 (Ilha)

Total – 175.627 torcedores em 10 jogos (média de 17.562)
Sport – 153.808 pessoas em 7 jogos (21.972)
Náutico – 21.819 pessoas em 3 jogos (7.273)

Copa Sul-Americana (6 participações)
20/08/2013 – Sport 2 x 0 Náutico – 16.125 (Ilha)
28/08/2013 – Náutico (1) 2 x 0 (3) Sport – 8.320 (Arena PE)
23/10/2013 – Sport 1 x 2 Libertad (PAR) – 17.575 (Arena PE)
28/08/2014 – Sport 0 x 1 Vitória – 6.025 (Ilha)
27/08/2015 – Sport 4 x 1 Bahia – 8.201 (Ilha)
23/09/2015 – Sport 1 x 1 Huracán (ARG) – 7.726 (Ilha)
24/08/2016 – Santa Cruz 0 x 0 Sport – 5.517 (Arena PE)
31/08/2016 – Sport 0 x 1 Santa Cruz – 6.570 (Arena PE)
28/09/2016 – Santa Cruz 3 x 1 Independiente (COL) – 5.474 (Arruda)

Total – 81.533 torcedores em 9 jogos (média de 9.059)
Sport – 62.222 pessoas em 6 jogos (10.370)
Santa – 10.991 pessoas em 2 jogos (5.495)
Náutico – 8.320 pessoas em 1 jogo (8.320)

Libertadores + Sul-Americana (9 participações)
Total – 257.160 torcedores em 19 jogos (média de 13.534)

Sport – 216.030 pessoas em 13 jogos (16.617)
Náutico – 30.139 pessoas em 4 jogos (7.534)
Santa – 10.991 pessoas em 2 jogos (5.495)

Santa vence com três gols de Grafite, mas é eliminado da Sula pelo Independiente

Sul-Americana 2016, oitavas: Santa Cruz 3x1 Independiente Medellín. Foto: Pablo Kennedy/Santa Cruz (facebook)

O Santa Cruz fez uma grande partida contra o Independiente. Sobrou, na verdade, com Grafite brilhando, após quinze jogos de jejum. O camisa 23 marcou três gols, colocando o tricolor com a mão na vaga até os 31 minutos do segundo tempo. O time pernambucano, dessa vez sem poupar ninguém, atacou mais e se defendeu bem, com Néris e Danny Morais implacáveis diante do confuso ataque colombiano – errando tempo de passe e chutes na entrada da área. Entretanto, numa infelicidade do goleiro Edson Kölln, que saiu muito mal numa cobrança de escanteio, a bola sobrou para Ibarguen, que fez o único gol visitante, 3 x 1. O diferencial num confronto equilibrado.

Vestindo a camisa tricolor pela terceira vez, o goleiro substituiu Tiago Cardoso, pela primeira vez no banco em seis anos de clube. A pressão existia e a oportunidade foi dada. Ainda que algum torcedor o culpe pela eliminação, creio que a maior falha foi institucional, com a decisão de poupar Keno, João Paulo e Léo Moura em Medellín, justo na primeira experiência internacional. Com um time esfacelado tecnicamente, perdeu lá por 2 x 0 e deixou a missão indigesta.

Sul-Americana 2016, oitavas: Santa Cruz 3 x 1 Independiente Medellín. Foto: Peu Ricardo/DP

Além disso, aquela decisão da direção foi atrelada à péssima campanha no Brasileiro. E o reflexo veio no Arruda, com apenas 5.474 torcedores. Ao menos o povo estava animado, com 200 músicos corais rasgando o frevo. E foi no ritmo, acelerado, que o Santa comandou o primeiro tempo, com Grafa marcando em duas cabeçadas, aos 13 e aos 30, esta adiantado. Com o placar igualado, na segunda etapa o time atuou de forma mais cadenciada, sem aperreio.

Era buscar a bola e sair com inteligência, contando ainda com a má apresentação do campeão colombiano, inoperante à frente e deixando muito espaço. E deixou mesmo, para Grafite, chegando ao hat-trick internacional aos 25. Foram seis minutos com a classificação às quartas da Sula, um feito ainda inédito no Nordeste, até o baque. Aplaudido no apito final (de forma merecida), o Santa deixa a Sula com R$ 2,1 milhões em cotas e com o gostinho de uma campanha necessária para o clube, moral, técnica, financeiramente. Hoje, tem a pré-vaga para 2017. Quem sabe com decisões institucionais melhores…

Sul-Americana 2016, oitavas: Santa Cruz 3 x 1 Independiente Medellín. Foto: Peu Ricardo/DP

Os estádios aptos à nova final da Taça Libertadores, com Arena PE e Arruda

As 11 bandeiras presentes na Taça Libertadores da América

A partir de 2017, a Taça Libertadores da América poderá ser decidida em apenas uma partida, em campo neutro, emulando o formato em vigor na Liga dos Campeões desde 1956. No cenário sul-americano a novidade levanta discussão acerca da execução, devido à distância (e infraestrutura) entre os dez países membros, além do México, que também participa. Além disso, jogo em campo neutro não é exatamente uma novidade no torneio. De 1960 até 1987, o saldo não era critério. Assim, em caso de igualdade era disputado uma extra num país neutro. Nem sempre com bons públicos. Em 1987, o Estádio Nacional de Santiago recebeu 25 mil pessoas (1/3 da capacidade na época) para o confronto entre Peñarol e América de Cali, com título uruguaio no último minuto da prorrogação.

Para a mudança, um motivo alegado pelo presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, foi a supremacia do mandante do segundo jogo: “Analisando o retrospecto das finais da Libertadores, o mandante do segundo jogo ganhou 70%. A justiça esportiva exige final única e em campo neutro.”

Considerando o regulamento vigente da Liberta (abaixo), exigindo uma capacidade mínima de 40 mil pessoas na final, o blog listou, como curiosidade, 36 canchas possíveis nos países vizinhos. Há ao menos um palco em cada país filiado. No Brasil existem 24 estádios, levando em conta a atual capacidade liberada pelos bombeiros. Arruda e Arena Pernambuco presentes na lista…

Regulamento da Taça Libertadores da América de 2016

Confira outras mudanças na Lubertadores e na Sul-Americana clicando aqui.

Brasil à parte, na América do Sul destaca-se a Argentina, com 13 estádios aptos à finalíssima da Libertadores. Na sequência, Colômbia (5), Venezuela (5), Peru (4), Equador (3), Uruguai (2), Chile (2), Bolívia (1) e Paraguai (1).

Os maiores estádios da América do Sul, excetuando o Brasil

Considerando as novas arenas, inauguradas desde 2013, e estádios remodelados ou antigos (com capacidade reduzida por segurança), até 15 estados brasileiros poderiam receber, em tese, a final da competição. Pela ordem: São Paulo (5), Rio de Janeiro (2), Minas Gerais (2), Rio Grande do Sul (2), Pernambuco (2), Paraná (2), Brasília (1), Ceará (1), Bahia (1), Pará (1), Piauí (1), Amazonas (1), Mato Grosso (1), Goiás (1) e Maranhão (1).

Os maiores estádios do Brasil

Estendendo ao México (convidado desde 1998) a possibilidade de entrar na fila para receber a final, seriam oito palcos fora do continente, incluindo o maior de todos (atualmente), o Azteca, que já recebeu a final da Copa do Mundo em 1970 e 1986. Somando os onze países, portanto, 68 palcos à disposição. pitacos?

Os maiores estádios do México

Libertadores e Sula simultâneas, com mudança à vista no calendário da CBF

Reunião da Conmebol para decidir o formato dos torneios continentais de 2017. Crédito: Conmebol/twitter (@conmebol)

A Conmebol reformulou os formatos e períodos de disputa de Taça Libertadores e da Copa Sul-Americana, numa mudança que será refletida no futebol brasileiro, cujo calendário oficial já foi divulgado pela CBF. Na sede da entidade, em Assunção, foi decidida (texto abaixo, em espanhol) a ampliação de Liberta, que agora irá de fevereiro a novembro, com 15 semanas a mais de duração (42 ao todo). Ou seja, a definição do representante no Mundial de Clubes acontecerá faltando um mês para o torneio da Fifa. Já a Sula finalmente acontecerá de forma paralela ao principal torneio interclubes do continente, durante seis meses, sendo finalizada em dezembro – como já ocorre. Iniciando antes, a Libertadores emulará a transição da Champions League para a Liga Europa, com os dez eliminados de melhor campanha, antes das oitavas de final, sendo incorporados à Sul-Americana. A partir de agora, então, um clube poderá chegar no fim do ano disputando o Brasileiro, a Copa do Brasil e um torneio internacional. Somente!

Segundo Alejandro Domínguez, o presidente da Conmebol, “as mudanças nos torneios de clubes da Conmebol surgem a partir de uma análise técnica e rigorosa das necessidades e características da América do Sul”.

Com a mudança, deve acabar, aleluia, a escolha dos brasileiros entre seguir na Copa do Brasil e disputar a Sula, que ocorrem juntas a partir das oitavas.

“Os clubes não deveriam ter que decidir entre competir o torneio nacional e o continental”, comentou Domínguez. A declaração parece direcionada à CBF, a única a praticar tal norma. Ou então aos times mistos escalados na Sula…

Com isso, as seis vagas da Sula oriundas do Brasileiro (as demais são via Nordestão e Copa Verde) tendem a ser diretas, do 7º ao 12º lugar, sem a necessidade de uma “fila de espera”, como ocorreu de 2013 a 2016 – com queixa recorrente no blog. Caberá à confederação brasileira, portanto, readequar o seu calendário, possivelmente por completo. De antemão, duas alternativas:

1) Qualquer clube poderia disputar a Copa do Brasil simultaneamente à Libertadores ou à Sul-Americana. Com as decisões em períodos próximos, as datas seriam revistas. Em vez de 3 ou 4 datas por fase, apenas 2, no limite. 

2) Os clubes seriam obrigados a fazer uma escolha prévia, entre a copa nacional e o torneio internacional, sem a necessidade de ir a campo e “perder” para confirmar a vaga. Porém, seguindo a afirmação de Domínguez, essa parece ser a vertente mais fraca.

No viés pernambucano, hoje, o Trio de Ferro precisa ficar atento. O Santa Cruz, na condição de campeão regional, já tem a pré-vaga (ou vaga?) para a Sula de 2017. Já o Sport deve buscar o 12º lugar na Série A para ficar na mesma situação. E o Náutico, caso suba, ficaria numa hipotética fila, aguardando desistências (caso os clubes tenham que optar, conforme a segunda alternativa). Complicado? Demais. É o saldo da mistura entre Conmebol e CBF.

Decisão da Conmebol sobre a Libertadores e a Sul-Americana de 2017

Os ingressos no Atanasio Girardot para Independiente Medellín x Santa Cruz

Ingressos para Independiente x Santa Cruz, na Colômbia. Crédito: DIM/twitter (@dim_oficial)

Com 44.739 lugares, o estádio Atanasio Girardot, em Medellín, é um dos principais palcos do futebol colombiano. Em 2016, recebeu a finalíssima da Taça Libertadores da América, na brilhante conquista do Atlético Nacional. Também é a casa do rival Independiente, atual campeão nacional e adversário do Santa Cruz nas oitavas de final da Copa Sul-Americana.

Focando o torneio, em busca de seu primeiro título internacional e de uma possível Recopa contra o arquirrival, o Deportivo Independiente Medellín, ou simplesmente “DIM”, aposta na força da sua torcida, apontada como a 8ª maior do país, com cerca de 2,5 milhões de “hinchas”. Para a partida de ida, no Girardot, ingressos de R$ 24 a R$ 128, segundo a conversão em 19 de setembro, com R$ 1 equivalendo a 894,45 pesos colombianos.

Ou seja, o câmbio deixa uma impressão de ingressos mais caros por por lá.

Estádio Atanasio Girardot, em Medellín, na Colômbia

Também chama a atenção na organização colombiana a venda descentralizada, alcançando todas as regiões da cidade, em oito pontos, incluindo o metrô, como mostra o mapa compartilhada pelo clube nas redes sociais.

Para comparar com os valores locais, eis os preços da Sula no Girardot:

VIP
Sócio – R$ 111,80
Não sócio – R$ 128,57

Arquibancada Ocidental (alta 7, 8 e 9)
Sócio – R$ 83,85
Não sócio – R$ 95,03

Arquibancada Oriental (preferencial)
Sócio – R$ 41,37
Não sócio – R$ 58,14

Geral (Norte/Sul)
Sócio – R$ 24,60
Não sócio – R$ 35,78

Ingressos para Independiente x Santa Cruz, na Colômbia. Crédito: DIM/twitter (@dim_oficial)

O scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz na Sula

O vitória do Santa Cruz sobre o Sport, no segundo jogo da fase nacional da Copa Sul-Americana de 2016, garantiu a classificação coral às oitavas de final. Sem dúvida, foi uma partida mais disputada que a primeira, realizada uma semana antes, na mesma Arena Pernambuco. Sobre a partida, a Conmebol, através da DataFactory, divulgou um longo scout das duas equipes, melhorando a leitura da versão internacional do Clássico das Multidões. Números, posicionamento de arremates, faltas e roubadas de bola, mapa de calor e até as jogadas mais usadas por tricolores e rubro-negros. Vamos lá.

Para conferir o scout do jogo de ida, clique aqui.

Dados gerais com marcação leonina e efetividade coral
No jogo ida, apenas a quantidade de escanteios destoou entre os rivais, a favor do Santa. Desta vez, outros quesitos tiveram números bem distintos, com a troca de passes e as recuperações de bola, maiores do lado leonino. Apesar da marcação forte e da leve vantagem na posse, o Sport não soube o que fazer com a pelota nos pés, errando bastante. Como há uma semana, os corais buscaram mais, finalizaram mais. E conseguiram.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Enfim, finalizações na área (e gol)
Somando os dois clássicos foram 30 finalizações, das quais apenas doze nas duas barras. Dessas, uma foi parar no fundo das redes de Magrão. Como mostra o gráfico, no segundo jogo ocorreram onze tentativas dentro da área. No duelo anterior, apenas duas! Por sinal, a diferença de chutes nos dois jogos, 18 x 12, mostra que a volta foi, sim, melhor. Nem precisava muito, na verdade.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

1 falta a cada 2min34
Em um jogo mais disputado, o número de faltas também aumentou, de 30 para 35. Ao contrário da partida anterior, com scout igualado, neste os leoninos cometeram mais infrações, num jogo com pouca bola rolando. A concentração de faltas no meio, tanto dos leoninos quanto dos corais, é um dos motivos para pouca eficiência dos meias Diego Souza, Pisano e João Paulo, este mais recuado. Nos 180 minutos, Matheus Ferraz foi o mais faltoso, com 9 (amarelo na ida). Apesar do quadro, o trabalho do árbitro peruano Diego Haro repetiu o (bom) nível do chileno Julio Bascuñán. Ambos da Fifa.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Leão recuperando mais bolas e corais marcando à frente
A quantidade de bolas recuperadas pelo Sport impressiona: 30. No jogo anterior, onde também liderou a estatística, foram 13. Rithely, apagado há uma semana, foi o maior ladrão de bolas. Porém, com a bola dominada, o jogo rubro-negro não andou. No lado coral, Uillian Correia aliou a recuperação à saída de jogo, sendo um dos principais nomes da partida. Por sinal, o bote do camisa 5 foi quase sempre certeiro, sem falta. Outro destaque coral vai para a marcação adiantada, com muitas bolas já na entrada da área rival. Não por acaso, saiu assim o gol, num desarme em Serginho.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Sport com troca de passes na defesa e DS isolado
A primeira mudança do clássico ocorreu logo aos sete minutos, com Durval no lugar de Ronaldo Alves, lesionado. E o zagueiro, de volta após algumas semanas, foi o jogador com mais passes no Leão, defensivos e ofensivos, incluindo lançamentos. Segundo o scout, a linha de passe mais recorrente foi Durval/Mark e Rithely/Mark. O chileno, que no jogo passado, pelo Brasileiro, correu 11 quilômetros, voltou a se movimentar, mas sem resultados. Já Diego Souza, o camisa 30 neste torneio, especificamente, pouco fez, isolado. Em relação à ocupação do campo, o mapa de calor aponta justamente a área dos dois volantes, em outro indicativo que a saída de jogo esteve travada na arena.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Linha de passe no Santa em quatro frentes com Léo Moura
Conforme já dito, Uillian Correia teve um papel importante no jogo e na vitória. Foi o jogador com mais passes em toda a partida, 44. Só errou quatro toques, gerando um aproveitamento de 90,9% de acerto. Apesar da atuação discreta, na visão do blog, Léo Moura aparece com quatro linhas de passe no jogo, três defensivas (Danny Morais, Derley e Uillian) e uma ofensiva, com João Paulo. No posicionamento dos atletas, impressiona a distância de Grafite em relação aos companheiros. Ainda assim, nas poucas bolas que recebeu, conseguiu finalizar três vezes – uma delas, num incrível gol perdido. No mapa de calor, o corredor parece claro, com a sequência Léo-Derley-Pisano. 

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Copa América aberta a todos os latinos, com Portugal, Espanha, França, Itália…

Mapa da União Latina (países amarelos)

Em 45 edições, ao longo de um século de história, 18 países já participaram da Copa América. Nem todos sul-americanos, no berço do torneio. Além dos dez filiados à Conmebol, também disputaram sete membros da Concacaf, representando as Américas Central e do Norte, e um da AFC, a confederação asiática. Pois é, o Japão jogou nas canchas sudacas em 1999. Portanto, há precedentes para convites. Daí, a compreensão da declaração do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, no primeiro balanço de sua gestão. Embalado pelos números da edição especial centenária, nos Estados Unidos, com público médio de 46.432 e alcance de 1,5 bilhão de telespectadores acumulados, o dirigente enxerga a participação de países europeus.

“Eu não me limito a pensar da Copa de uma América só com a Concacaf . Sonho, por que não, com uma Copa América com os países latinos como a França, Itália, Espanha , Portugal. Poderíamos fazer um copa distinta.”

Naturalmente, Dominguez citou as seleções mais tradicionais. No entanto, a ideia “latina” ampliaria bastante as possibilidades. Na União Latina, criada em 1954 e sediada em Paris, existem 36 países membros (imagens do post), além de observadores como Argentina e México, já inseridos no contexto da Copa América. Todos possuem línguas (castelhano, francês, italiano, português, romeno e catalão) e/ou culturas de origem latina, a condição básica de adesão. Especificamente entre as opções citadas pelo mandatário, qual seria a mais atrativa para o torneio? A próxima edição será no Brasil. Até segunda ordem, deve seguir o modelo regular, de 2015, com doze países…

Próximas edições da Copa América
2019 – Brasil
2023 – Equador
2027 – Uruguai (a confirmar)
2031 – Bolívia (a confirmar)

Membros da União Latina

O scout de Santa Cruz 0 x 0 Sport na Sula

O empate sem gols entre Santa e Sport, no confronto de ida da fase nacional da Copa Sul-Americana, foi realmente um jogo insosso. Decepcionante, apesar da força máxima usada pelas duas equipes, desconsiderando contusões, naturalmente. Sobre a partida, a Conmebol, através da DataFactory, divulgou um longo scout das duas equipes, o que pode ajudar um pouco a entender o baixo nível técnico do primeiro clássico internacional entre os rivais pernambucanos. Números, posicionamento de arremates, faltas e roubadas de bola, mapa de calor e até as jogadas mais usadas por tricolores e rubro-negros. Vamos lá.

Dados gerais equilibrados
O empate se refletiu, na prática, na posse de bola, com a vantagem mínima para o tricolor (51%). Tanto o número de passes quanto o índice de acertos também foram parelhos. O único dado que destoou foi o de escanteios, com oito a mais para o Santa. Ainda assim, cobranças sem perigo.

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Chutes a gol sem perigo
Foram apenas 12 finalizações, com apenas quatro e direção ao gol. Uma do Santa, com Léo Moura, de fora da área, e três do Sport, todas sem força. A dificuldade de infiltração de ambos os lados fica evidente com o gráfico, com apenas uma chance, cada, dentro da área. O grito de gol passou longe.

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

1 falta a cada 3 minutos
O número de faltas foi elevado, 30. Como na maioria dos dados, equilíbrio. A falta de um armador no jogo talvez (talvez!) justifique o fato de nenhuma infração ter sido cometida no círculo central. Apesar do quadro, a condução rápida do árbitro chileno Julio Bascuñán ajudou no tempo de bola correndo, evitando atritos entre os jogadores e sem preciosismo com distância da marcação etc. 

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Roubadas de bola, pra perder em seguida
Foi um jogo de perde e ganha. Uillian Correia e Derley dando o bote de um lado, com a cobertura dos zagueiros, e Rithely e Paulo Roberto do outro – e Rodney como surpresa na lateral, bem defensivamente. A cada roubada de bola, uma jogada mal construída, num bate-volta sem fim. Quer dizer, durou 90 minutos…

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Faltou criatividade no Santa
A saída de jogo do Santa Cruz foi basicamente com os volantes. João Paulo pouco aparecendo apenas em 7º lugar entre os corais com mais passes (foram 11, nove certos e dois errados). A linha do gráfico conecta os jogadores com mais passes entre si, com Grafite e Keno isolados, sobretudo o camisa 23, brigando pela bola lá na frente. Em relação ao mapa de calor, o time se apresentou mais no campo de ataque que o adversário.

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Sport avançou longe do meio-campo
No Sport, na ausência de Diego Souza, Rithely foi o catalisador de jogadas do time, dialogando com Everton Felipe e Rogério (que não jogaram bem). Entretanto, quem mais tocou na bola foi Paulo Roberto, também líder em passes certos (22). Porém, o também volante ampliou a opção de passe, a ponto de não ter uma linha de destaque com nenhum companheiro. A dobradinha Ronaldo Alves/Rodney Wallace foi uma saída de jogo do Leão, sem sucesso ofensivo. Isolado, Edmílson quase desparece.

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Scout de Santa Cruz 0x0 Sport, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory