O ranking de cotas do pay-per-view no Campeonato Brasileiro de 2013 a 2015

Além das cotas fixas no Campeonato Brasileiro, a Rede Globo paga aos 18 clubes com contratos duradouros – os acordos atuais vão até 2018 – parcelas extras referentes às vendas de pacotes do pay-per-view, com receitas proporcionais ao número de assinantes de cada clube. Trata-se de um adicional importantíssimo. Em 2013, o canal rateou R$ 280 milhões somente com o PPV. No ano seguinte, R$ 300 mi. Na temporada 2015 o aumento foi de 50%, chegando a R$ 450 milhões, segundo o site MKT Esportivo. E a tendência é que a televisão por assinatura siga ganhando força na negociação do futebol, até porque o Premiere exibe os 380 jogos da competição, vários deles exclusivos.

Em relação à divisão do dinheiro, há uma controvérsia, pois a apuração dos assinantes é feita através de uma pesquisa em conjunto entre Ibope e Datafolha, que em 2014 entrevistaram dez mil pessoas. Não seria mais fácil detalhar cada assinante logo na compra do pacote de PPV? Imagina-se que haja tecnologia para isso, até porque o único ranking oficial de assinantes difere da divisão das cotas. A Sky, uma das principais operadoras envolvidas, disponibiliza um ranking de torcedores, com o cliente indicando o seu clube do coração num cadastro no site da empresa, ação que ainda carece de uma divulgação maior, diga-se. A lista da Sky – que conta com 5,4 milhões de clientes, ou 28% do mercado nacional – engloba qualquer time do país. Comparando com o estudo encomendado pela emissora, restrito a 18 equipes, o Sport sobe 0,09%, enquanto o Bahia salta 1,46%. Pior para alvirrubros e tricolores, sequer citados.

Nº de assinantes em 2015
Bahia
Ibope – 3,7%
Sky – 2,24%

Vitória
Ibope – 2,3%
Sky – 1,41%

Sport
Ibope – 1,5%
Sky – 1,41%

Santa Cruz
Ibope – n/d
Sky – 0,59%

Náutico
Ibope – n/d
Sky – 0,57%

Cotas de PPV
Bahia
2013 – R$ 8,40 milhões
2014 – R$ 11,12 milhões
2015 – R$ 16,65 milhões

Vitória
2013 – R$ 7,28 milhões
2014 – R$ 6,87 milhões
2015 – R$ 10,35 milhões

Sport
2013 – R$ 3,36 milhões
2014 – R$ 4,43 milhões
2015 – R$ 6,75 milhões 

O quadro deixa claro que alguns clubes presentes na Série A (Santa Cruz, Ponte Preta, América-MG, Chape e Figueirense) não devem ser inseridos no rateio de 2016, que por outro lado engloba três integrantes da Série B (Vasco, Bahia e Goiás). Isso porque os clubes “cotistas” ganham independentemente da Série, enquanto os demais, com contratos singulares na elite (renovados a cada edição), têm o PPV embutido no acordo. Justo? Não parece…

Com Net e Claro, o alcance do Nordestão na televisão por assinatura chega a 71%

Copa do Nordeste de 2016. Crédito: Esporte Interativo

A disputa entre a emissora e as operadoras foi longa, com a Copa do Nordeste sofrendo um efeito colateral, mas o caminho em 2016 aponta para uma alta visibilidade. Desde 2013, quando o torneio voltou ao calendário oficial, a exibição na tevê paga era restrita, uma vez que o Esporte Interativo, detentor dos direitos, estava em apenas 18,7% das assinaturas do país, segundo os dados mais recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Ou seja, apenas 3.633.059 domicílios sintonizados – descontando o sinal aberto e as parabólicas.

Do outro lado, Sky, Net e Claro, que acabaram pressionadas em 2015 após a aquisição do EI sobre os direitos de transmissão da Champions League por três anos. As operadoras mantiveram os braços cruzados durante a fase de grupos do torneio europeu. Contudo, com o “drible” através da exibição da algumas partidas nos canais Space e TNT – pertencentes ao grupo americano Turner Broadcasting System, o mesmo do Esporte Interativo -, o acordo parcial saiu. A partir de janeiro de 2016, Net e Claro, que somam 10 milhões de lares, passam a exibir as duas versões do canal esportivo, o EI Maxx e EI Maxx 2.

Assim, o alcance da Lampions League sobe instantaneamente para 13,7 milhões de assinantes, alcançando 71% do mercado de televisão paga. Uma valorização automática da Lampions, cuja premiação na próxima edição, com Santa Cruz e Sport, será de R$ 14,8 milhões, num aumento de 33% em relação ao torneio vencido pelo Ceará. O Nordestão, aliás, tem um exemplo claro do que significa uma oferta maior no catálogo. A decisão de 2014, com o título leonino no Castelão, teve 4,5 milhões de telespectadores, numa transmissão nacional simultânea entre o Esporte Interativo e o Space, presente na Sky e na Net. A tendência é que o número passe a ser recorrente com o novo modelo. Em tempo: os direitos da Copa do Nordeste estão negociados até 2022.

Obs. Em Pernambuco, 292 mil dos 411 mil assinantes podem ver o Nordestão.

Audiência da Copa do Nordeste*
2015
Audiência média: 1,65 milhão
Pessoas sintonizadas por minuto: 323.576

2014
Audiência média: 1,60 milhão
Pessoas sintonizadas por minuto: 315.987

* Dados do Ibope Parabólicas sobre o Esporte Interativo, na tevê paga e nas parabólicas. As plataformas digitais não foram computadas na audiência.

Calculando as cotas das Série A e B de 2016 a partir do modelo da Bundesliga

Bundesliga, a liga de futebol da Alemanha

Segue o debate sobre a divisão de cotas de televisão no Campeonato Brasileiro, cuja polarização entre Flamengo e Corinthians ganha mais força a partir do novo contrato, de 2016 a 2018. Após a projeção da Série A no estilo da Premier League, mais um cenário baseado em um mercado de sucesso, agora através da Bundesliga. Se no Brasil a divisão de receitas é basicamente por audiência e na Inglaterra é um misto de audiência, desempenho e igualdade, na Alemanha vale apenas o desempenho no campeonato nacional, considerando os resultado dos últimos cinco anos. Ou seja, 100% rendimento técnico.

O quadro elaborado por Tiago Nunes projeta como ficaria a situação no Brasil. E conta tanto a Série A quanto a Série B, uma vez na terra dos atuais campeões mundiais a cota é negociada pela própria federação. O contrato de quatro anos, que está na última temporada (2016/2017), prevê 625 milhões de euros por edição, sendo 80% do bolo para a primeira divisão e 20% para a segunda. A distribuição das receitas é um pouco complicada, pontuando cada colocação, com 36 para o campeão, 35 para o vice, até o último lugar da segundona, com 1 pontinho. Lá são 18 times por divisão. Logo, aqui se considerou 40 times (ou seja, 40 pontos para o campeão, 39 para o vice etc). Além disso, cada ano ganha um peso, multiplicando por 5 o mais recente e por 1 o mais antigo.

As cotas das Séries A e B através do modelo da Bundesliga, da Alemanha. Crédito: Tiago Nunes/@TiagoJNunes (www.sapoticast.com)

Nas últimas cinco temporadas, portanto, o melhor desempenho seria o do Corinthians, com 551 pontos, o que renderia ao clube paulista R$ 78,2 milhões em 2016, ou R$ 39,1 milhões a mais que a menor cota da elite, enquanto na realidade a diferença é de R$ 150 mi. Já o Flamengo, o outro expoente, teria apenas a 10ª maior cota, inferior, por exemplo, à do Atlético-PR. Irreal.

Obs. A disparidade técnica na Alemanha vem de outras fontes de receita do Bayern de Munique, como patrocínios, produtos licenciados, sócios etc.

Confira o gráfico inspirado na Bundesliga em uma resolução maior aqui.

As cotas fixas de TV (sem luvas e ppv) em 2015:

Sport 
Oficial – R$ 35 milhões
Premier League – R$ 61,7 milhões
Bundesliga – R$ 55,6 milhões

Santa Cruz
Oficial – R$ 20 milhões*
Premier League – R$ 39,5 milhões
Bundesliga – R$ 39,1 milhões
* Especulação

Náutico
Oficial – R$ 5 milhões
Premier League – não disponível
Bundesliga – R$ 16,7 milhões 

Corinthians 
Oficial – R$ 170 milhões
Premier League – R$ 103,2 milhões
Bundesliga – R$ 78,2 milhões

Flamengo
Oficial – R$ 170 milhões
Premier League – R$ 86,3 milhões
Bundesliga – R$ 59,7 milhões

Valorizando 85%, Marcos Vinícius é a 27ª negociação milionária de Pernambuco

Marcus Vinícius, meia revelado pelo Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Em 27 de abril de 2015, o Náutico anunciou a venda de 50% dos direitos econômicos de Marcos Vinícius ao Cruzeiro, por R$ 900 mil. Em 15 de dezembro, após o desempenho do meia na Série A, o clube mineiro comprou o que ainda cabia ao Alvirrubro, 30%. Com a valorização no período, esse percentual correspondeu a R$ 1 milhão. No total, o Alvirrubro recebeu R$ 1,9 milhão. O restante (20%) segue com o empresário do atleta.

Para mensurar o valor de mercado do jogador formado no CT Wilson Campos, vale projetar os direitos econômicos em 100%. Assim, saiu de R$ 1,8 milhão em abril para R$ 3,3 milhões em dezembro, num aumento de 85% em oito meses. Mensurando as cotações de dólar no período das negociações (R$ 2,92 no primeiro lote e R$ 3,86 no segundo), a transação saiu por R$ 3,34, totalizando US$ 567 mil – apesar de o euro ser a moeda mais utilizada hoje em dia no futebol internacional, o blog opta pelo dólar uma vez que a moeda europeia só foi criada em 1999, sendo impossível calcular valores anteriores.

Com essa negociação “parcelada” em duas vezes, Marcos Vinícius se tornou o 27º jogador a render pelo menos R$ 1 milhão a um clube de Pernambuco. Só este ano foi o segundo nome do Náutico neste patamar – em 3 de setembro, o atacante Rogério foi cedido ao São Paulo por R$ 1 milhão.

Considerando a cotação atual do dólar (R$ 3,88), um jogador teria que sair por R$ 11,3 milhões para quebrar o recorde local, de Jackson, em vigor desde 1998.

Confira as 27 vendas milionárias do estado numa resolução maior aqui.

As 27 vendas milionárias do futebol pernambucano no Plano Real. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Recorde de sócios titulares no Recife, de 1999 no Santa Cruz a 2015 no Sport

Carteiras de sócio do Sport em 2015. Crédito: Sport/site oficial

O presidente do Sport, João Humberto Martorelli, atualizou a lista de sócios titulares do clube após o fim do Campeonato Brasileiro de 2015. O quadro rubro-negro aumentou três mil adimplentes em relação ao último levantamento, chegando a 28 mil. Um número expressivo no cenário local, tanto que superou uma marca de longa data do rival Santa Cruz, até então com o maior número de associados titulares entre os grandes clubes do Recife.

Há 16 anos, o presidente coral Jonas Alvarenga reorganizou o departamento social do clube, barateando a mensalidade (R$ 5) e atrelando a participação exclusivamente ao futebol, que teve como garoto-propaganda o meia argentino Mancuso. Foi um sucesso, com um salto impressionante de um quadro à beira do colapso, com apenas 464 torcedores em dia, para 27 mil sócios no auge da campanha. Desde então, se tentou repetir a situação no trio, sempre empacando na discussão sobre valores, vantagens e interesse. Em 2015, o Leão enfim impulsionou uma das principais fontes de receita da atualidade.

Com mensalidades a partir de R$ 25, Diego Souza à frente da divulgação, amplo desconto para os sócios e boa campanha na Série A, o quadro sofreu uma metamorfose. Somando ativos contribuintes, remidos e dependentes, são 41 mil pessoas. Bem abaixo dos rivais no quesito, o Náutico viveu o seu melhor momento em 2007, com a premissa de assistir a todos os jogos nos Aflitos só com a mensalidade. Chegou a dez mil cadastrados, metade do estádio.  

Ou seja, somando o recorde de cada clube, o máximo de sócios titulares na capital, na história, seria de 65 mil. Inferior à metade do que hoje tem o Inter, o primeiro do país a passar de 100 mil. Em dezembro, somando as metas estipuladas pelo trio, seriam 70 mil sócios. A realidade: 41.824, ou 59% da meta.

Recorde de sócios titulares no Trio de Ferro
28 mil – Sport (2015)
27 mil – Santa Cruz (1999)
10 mil – Náutico (2007) 

Top 3 nacional em 2015
148 mil – Internacional
136 mil – Corinthians
126 mil – Palmeiras 

Top 3 mundial em 2015
270 mil – Benfica (Portugal)
238 mil – Bayern de Munique (Alemanha)
225 mil – Arsenal (Inglaterra)

Sport de Verdade
Sócios: 28 mil sócios titulares (41.804 ao todo)
Meta em dezembro/2015: 35 mil

Percentual da meta: 80,0%
Planos: R$ 25 (torcedor), R$ 40 (contribuinte), R$ 160 (vermelho), R$ 320 (ouro)

Campanha de sócios do Sport em 2015: Sport de Verdade

Sou Santa Cruz de Corpo e Alma
Sócios: 10.406 sócios titulares (15.000 ao todo)
Meta em dezembro/2015: 20 mil

Percentual da meta: 52,0% mil
Planos: R$ 15 (sem fronteira), R$ 30 (torcedor) e R$ 50 (família)

Campanha de sócios do Santa Cruz em 2015: Sou Santa Cruz de Corpo e Alma

Alvirrubro de Carteirinha
Sócios: 3.418 sócios titulares (4.014 ao todo)
Meta em dezembro/2015: 15 mil

Percentual da meta: 22,7%
Planos: R$ 20 (standard), R$ 40 (torcedor), R$ 60 (contribuinte)

Campanha de sócios do Náutico em 2015: Alvirrubro de Carteirinha

Náutico apresenta a 6ª arena no Grande Recife. Futuro dos Aflitos ou sonho?

Arena do "Projeto Casa", do Náutico, apresentado em 2015. Crédito: Náutico/divulgação

Uma arena com 30 mil cadeiras, todas cobertas, além de camarotes e restaurantes panorâmicos. Há dois anos, o projeto, cuja única imagem vazada lembra o Independência, em Belo Horizonte, vem sendo idealizado no Náutico, uma ambição apresentada somente nos últimos dias da gestão de Glauber Vasconcelos. O presidente no biênio 2014/2015 sempre foi um entusiasta do “retorno aos Aflitos”, em busca de uma brecha no contrato com a Arena Pernambuco. Até hoje, não encontrou e o clube segue amarrado por 30 anos.

Mesmo sem encontrar uma saída legal, foi encomendado junto ao arquiteto Múcio Jucá uma ideia de reorganização dos Aflitos, mantendo o estádio lá. Denominado de Projeto Casa, o plano ainda teria duas quadras, um parque aquático, um empresarial, um hotel e até uma praça para a comunidade. Custo? Ainda não se sabe, mas calcule o de sempre, acima de R$ 300 milhões. A receita viria da parceria com uma construtora (três teriam se interessado). Nada muito diferente da situação imaginada pelo Sport, cujo projeto travou na crise.

Política alvirrubra à parte, uma vez que a arena surgiu na véspera de uma eleição, focada entre atuar numa versão modernizada dos Aflitos ou arrendar a área para gerar receita através de um centro comercial, o fato é que este foi o sexto projeto de uma arena para o Grande Recife. O próprio Alvirrubro já havia lançado um há seis anos. O consórcio incluiria a Camargo Corrêa, a Conic Souza e a Patrimonial Investimentos. Contudo, foi abortado em 17 de outubro de 2011, data da assinatura do contrato para mandar os jogos em São Lourenço.

Relembre as cinco arenas anteriores na região metropolitana…

Arena Timbu
Local: Engenho Uchôa (Recife)
Data: 18/11/2009
Capacidade: 30.000
Custo: R$ 300 milhões

Arena Timbu. Crédito: Náutico/divulgação

Arena Sport
Local: Ilha do Retiro (Recife)
Data: 17/03/2011
Capacidade: 45.000
Custo: R$ 400 milhões (depois, o complexo subiu para R$ 750 milhões)

Arena Sport. Crédito: Sport/divulgação

Arena Pernambuco
Local: Jardim Penedo (São Lourenço da Mata)
Data: 15/01/2009
Capacidade: 46.214
Custo: R$ 532 milhões (toda a Cidade da Copa custaria R$ 1,59 bilhão)

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Arena Coral
Local: Arruda (Recife)
Data: 28/06/2007
Capacidade: 68.500
Custo: R$ 190 milhões

Arena Coral. Crédito: Santa Cruz/divulgação

Arena Recife-Olinda
Local: Salgadinho (Olinda)
Data: 29/05/2007
Capacidade: 45.500
Custo: R$ 335 milhões

Arena Recife-Olinda. Crédito: divulgação

Contratado para fazer o Projeto Casa, Múcio Jucá também foi o responsável pela criação da Arena Recife-Olinda, engavetada após o lançamento, por parte do governo do estado, da Arena Pernambuco, o único estádio construído, ainda carente de um plano de mobilidade e longe de uma boa taxa de ocupação

Transfermarkt avalia elencos de Náutico, Santa Cruz e Sport após temporada 2015

Avaliação do Transfermarket sobre as Séries A e B em 2015 (em euros). Crédito: reprodução

Avaliando o mercado de jogadores desde 2000, o site alemão Transfermarkt fez um balanço após o encerramento das Séries A e B do Brasileiro de 2015. No Recife, o quadro aponta uma enorme diferença do Sport para Santa e Náutico – em tese, o elenco valeria 23 milhões de euros a mais que a soma dos rivais. O cenário é recorrente nos demais clubes da segunda divisão, pois a estimativa visa o mercado internacional – ou seja, o acesso coral deverá influenciar diretamente na projeção sobre os direitos econômicos dos jogadores.

O blog já havia publicado sobre o tema em março, durante o Estadual. Comparando os dados, os três grandes terminaram o ano mais valorizados, por causa da chegada de reforços e do rendimento técnico dos remanescentes. De março a dezembro, portanto, o plantel do Leão saltou de 26,85 mi para 38,5 milhões de euros (43%). Muito? Apesar de ter acabado o Brasileirão em 6º lugar, em valor de mercado aparece apenas em 12º. Já o Náutico foi de 4,98 mi para 8,88 milhões (78%), enquanto Santa, apesar do vice-campeonato da Segundona, aumentou apenas 8%, de 5,75 mi para 6,25 milhões.

Quem mais se valorizou no futebol local foi Rithely, passando de 1,5 mi para 4 milhões de euros (R$ 16 milhões). O valor se aproxima da proposta feita pelos chineses este ano (ou seja, um número real). Entre as distorções, enxerga-se a do meia João Paulo, com destaque técnico no Tricolor, mas a 100 mil euros de Alemão, e Raniel, joia da base avaliada em apenas 150 mil (com 19 anos, pode evoluir bastante). E o volante Ronaldo, jovem e bastante utilizando na elite, vale 1/3 do inoperante atacante Samuel? Sobre o Transfermarket, o cálculo é feito a partir de estatísticas de rendimento, idade, histórico de lesões, clubes etc.

Confira o quadro nacional numa resolução maior clicando aqui.

Os 10 atletas mais valorizados nos clubes em dezembro de 2015 (em euros):

Sport (elenco com 27 jogadores: € 38,5 milhões)
1º) 5 milhões – Diego Souza (meia)
2º) 4 milhões – Rithely (volante)
3º) 3 milhões – André (atacante)
4º) 2,5 milhões – Renê (lateral-esquerdo)
5º) 2 milhões – Marlone (meia)
5º) 2 milhões – Hernane Brocador (atacante)
7º) 1,5 milhão – Danilo Fernandes (goleiro)
7º) 1,5 milhão – Samuel (atacante)
7º) 1,5 milhão – Rodrigo Mancha (volante)
10º) 1,25 milhão – Neto Moura (volante)
10º) 1,25 milhão – Régis (meia)
10º) 1,25 milhão – Élber (atacante)

Náutico (elenco com 35 jogadores: € 8,88 milhões)
1º) 750 mil – Ronaldo Alves (zagueiro)
2º) 700 mil – João Ananias (volante)
3º) 650 mil – Fillipe Soutto (volante)
4º) 600 mil – Guilherme Biteco
5º) 550 mil – Dakson (meia)
6º) 500 mil – Júlio César (goleiro)
7º) 475 mil – Gastón Filgueira (lateral-esquerdo)
8º) 450 mil – Hiltinho (atacante)
9º) 400 mil – Douglas (atacante)
9º) 400 mil – Ronny (meia)

Santa Cruz (elenco com 25 jogadores: € 6,25 milhões)
1º) 850 mil – Alemão (zagueiro)
2º) 750 mil – João Paulo (meia)
3º) 550 mil – Anderson Aquino (atacante)
4º) 500 mil – Grafite (atacante)
4º) 500 mil – Vitor (lateral-direito)
6º) 450 mil – Tiago Cardoso (goleiro)
6º) 450 mil – Vinícius Reche (meia)
8º) 350 mil – Daniel Costa (meia)
9º) 300 mil – Luisinho (atacante)
9º) 300 mil – Danny Morais (zagueiro)
9º) 300 mil – Bruninho (volante)
9º) 300 mil – Bruno (goleiro)
9º) 300 mil – Diego Sacoman (zagueiro)

Calculando as cotas do Pernambucano 2016 nos moldes da Premier League

Cotas do Campeonato Pernambucano de 2016 no estilo "Premier League". Crédito: Douglas Batista Cruz (twitter.com/dbatistadacruz)

Se há o debate sobre uma distribuição de receitas da tevê mais justa no cenário nacional, vale também fazer um comparativo dentro do próprio futebol pernambucano. O contrato atual, até 2018, prevê um investimento da Globo Nordeste de R$ 3,84 milhões por edição. Na divisão, o trio de ferro fica com 74% do montante (R$ 950 mil para cada). Os outros nove times, tidos no pacote como “intermediários”, recebem R$ 110 mil. Pois bem, o torcedor Douglas Batista Cruz fez a divisão do Campeonato Pernambucano de 2016 nos moldes da Premier League, com 50% em parcelas iguais, 25% de acordo com a classificação no Estadual de 2015 e mais 25% segundo a audiência.

De cara, Náutico, Santa e Sport receberiam bem menos. A maior cota, dos tricolores, devido ao título, teria uma redução de 42%, caindo para R$ 545 mil. O maior aumento seria o do Salgueiro, atual vice, com incríveis 193%! Em relação à diferença da maior para a menor, cairia de R$ 840 mil para R$ 345 mil…

Agora, dois questionamentos. A lógica nacional vale na esfera estadual? Haveria mercado para um certame local sem alvirrubros, rubro-negros e tricolores?

Confira como ficaria a divisão de cotas no Brasileirão via Premier League aqui.

Padrão vermelho e camisa retrô da Umbro completam a linha 2015/2016 do Náutico

Novas camisas do Náutico para a temporada 2015/2016. Crédito: Náutico/twitter

A Umbro completou a linha 2015/2016 de uniformes do Náutico. Após o lançamento dos dois primeiros padrões em 27 de agosto, a marca produziu uma terceira camisa toda vermelha, lembrando o modelo de 2004, ano do último título estadual dos alvirrubros. A diferença (e trata-se de uma bonita camisa) está na presença de linhas verticais com dois tons de vermelho. Paralelamente ao uniforme alternativo, a fornecedora inglesa também criou uma camisa branca retrô. Uma homenagem ao título pernambucano de 1974, quando evitou o hexa do Santa com o timaço de Jorge Mendonça, Juca Show e Vasconcelos. Ali surgiu o bordão “Hexa é Luxo”. Foi, também, a última taça nos Aflitos.

Nos últimos dias, a Umbro havia apresentado detalhes das camisas com a frase “Passado e presente sempre jogam juntos”. Como já aconteceu anteriormente no Náutico, as duas camisas estão à venda num pacote na Timbushop (R$ 340). Um pouco salgado, não? Apenas a vermelha pode ser comprada separadamente (R$ 200). Saiba mais detalhes aqui.

Vale lembrar que o contrato atual do clube com a Umbro vai até junho de 2017, o que já garante mais uma linha com três camisas oficiais distintas.

Com 41 jogos, Arena Pernambuco termina 2015 com apenas 23% de ocupação

Arena Pernambuco. Crédito: Google Maps

A terceira temporada de operação da Arena Pernambuco, administrada através de uma parceria público-privada, registrou a pior média de público do empreendimento. O quadro considera os jogos oficias de Náutico, Santa Cruz e Sport, que mandaram 41 partidas em São Lourenço da Mata em 2015. O índice de 10,6 mil torcedores deixou a ocupação em apenas 23%, menos de 1/4 das 46.214 cadeiras vermelhas à disposição.

A situação só deve agravar o balanço financeiro do estádio, que já ficou no vermelho nos dois primeiros anos (R$ 29,7 milhões em 2013 e R$ 24,4 milhões em 2014). Apesar de ter sido, pelo segundo ano seguido, o estádio com mais partidas na região metropolitana, a arena sentiu bastante o mau desempenho do Náutico no borderô, uma vez que a agenda alvirrubra corresponde a 70% de todos os jogos marcados no local – e segue como o único clube com contrato fixo. Este ano, a média timbu caiu de 7.812 para 6.076 espectadores, enquanto a arrecadação despencou de R$ 6,6 milhões para R$ 3,4 mi.

Também pesou o baixo número de apresentações dos tricolores, uma no Estadual e outra na Série B, em vez dos seis jogos em 2014. Já o Sport, que subiu o número de partidas no local de 7 para 10, continuou sendo o diferencial a favor, com média de público de 23 mil pessoas e bilheteria de quase R$ 700 mil por jogo. O ponto alto foi o recorde de público e renda, no jogo Sport 2 x 0 São Paulo, com 41.994 pessoas e R$ 1,25 milhão. Vale destacar os amistosos não entram neste levantamento do blog. Em janeiro, por exemplo, 22 mil pessoas assistiram à Taça Ariano Suassuna, com Sport 2 x 1 Nacional do Uruguai.

Em relação ao futuro, a presença do Santa Cruz na Série A pode ser um bom indicativo de receita. Apesar de a direção coral já ter dito que não abre mão do Arruda, a tabela com mais jogos aos domingos pode ajudar na negociação para mandar algumas partidas no estádio da Copa, que ainda sente a falta de público.

Público e arrecadação na Arena PE
2015
Jogos: 41
Público: 437.893 pessoas (média: 10.680)
Ocupação: 23,1%
Renda: R$ 11.017.089 (média: R$ 268.709)
Tíquete: R$ 25,16

2014
Jogos: 43
Público: 529.146 pessoas (média: 12.305)
Ocupação: 26,6%
Renda: R$ 14.467.554 (média: R$ 336.454)
Tíquete: R$ 27,34

2013
Jogos: 21
Público: 247.604 pessoas (média: 11.790)
Ocupação: 25,5%
Renda: R$ 6.360.142 (média: R$ 302.863)
Tíquete: R$ 25,68

Jogos oficiais no Grande Recife
2015 – 90 jogos*
41 na Arena
25 na Ilha do Retiro
24 no Arruda
Ainda houve uma partida de portões fechados, na Ilha. 

2014 – 93 jogos*
43 na Arena
27 na Ilha do Retiro
22 no Arruda
1 nos Aflitos
*O Santa ainda disputou três partidas no Lacerdão, em Caruaru, numa punição do STJD por causa de briga de torcida.

2013 – 96 jogos
33 na Ilha do Retiro
27 no Arruda
21 na Arena*
15 nos Aflitos
*Uma das partidas foi o clássico entre Botafogo e Fluminense, pela Série A.

Desempenho do trio recifense na Arena em 2015
Náutico – 29 jogos
Público: 176.204 pessoas (média: 6.076)
Ocupação: 13,1%
Renda: R$ 3.409.274 (média: R$ 117.561)
Tíquete: R$ 19,34

Sport – 10 jogos
Público: 232.417 pessoas (média: 23.241)
Ocupação: 50,2%
Renda: R$ 6.941.140 (média: R$ 694.114)
Tíquete: R$ 29,86

Santa Cruz – 2 jogos
Público: 29.272 pessoas (média: 14.636)
Ocupação: 31,6%
Renda: R$ 666.675 (média: R$ 333.337)
Tíquete: R$ 22,77

Relembre os balanços anteriores: 2013 e 2014.