STF derruba último recurso do Flamengo e título de 1987 segue exclusivo do Sport

Ribamar, meia do Sport em 1987, com a taça das bolinhas pelo título brasileiro. Foto: Ribamar/Arquivo pessoal

Após o gol de cabeça de Marco Antônio, na Ilha, o Sport já comemorou o título brasileiro de 1987 outras sete vezes, todas na justiça. A última trinta anos depois. Os ministros Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, finalmente votaram o agravo regimental do recurso extraordinário do Flamengo. Era um “juízo de admissibilidade de prequestionamento e repercussão geral” do processo de nº 881864. Somente com a aprovação da Primeira Turma a decisão da CBF seria julgada na mais alta instância do poder judiciário do país – em 2011, a entidade declarou dois campeões em 87. Apenas um ministro não votou, Luiz Fux, que se absteve por ser pai do advogado do Fla.

Assim como aconteceu há mais de um ano, no primeiro recurso do clube carioca junto ao Supremo, em decisão monocrática de Marco Aurélio Mello, foi negado o seguimento do caso – encerrado no Superior Tribunal de Justiça em abril de 2014. No STJ, vitória leonina  por 4 x 1. No STF, 3 x 1, com Barroso, que havia pedido vista há oito meses, sendo o único contrário.

Nos dois casos valeu a prerrogativa do Sport, cujo título vencido no campo foi confirmado de maneira exclusiva após o caso original transitar em julgado há 16 anos. Agora, tentava-se julgar um novo caso, a partir de uma decisão da confederação brasileira que ignorou por completo a sentença original – o Fla, presente no Módulo Verde, integrou o campeonato vencido pelo Sport, segundo esta ação, o que inviabilizaria a leitura de dois campeões paralelos.

Um resumo cronológico do Brasileirão, ainda exclusivo do Leão da Ilha:

Andamento do Campeonato Brasileiro de 1987
08/09/1987 – Reunião na CBF, com o Clube dos 13, define quadrangular

11/09/1987 – Início do Módulo Verde, com 16 times (e o Clube dos 13)
13/09/1987 – Início do Módulo Amarelo, com 15 times (América desistiu)
13/12/1987 – Flamengo campeão do Módulo Verde (1 x 0 no Inter)
13/12/1987 – Sport e Guarani dividem o Amarelo (11 x 11 nos pênaltis)

14/01/1988 – Justiça exige unanimidade no Conselho para mudar fórmula
15/01/1988 – Conselho Arbitral extraordinário não consegue unanimidade
24/01/1988 – Inter não comparece ao jogo na Ilha. Sport vence por W.O.

27/01/1988 – Fla não comparece ao jogo na Ilha. Sport vence por W.O.
07/02/1988 – Sport 1 x 0 Guarani, a final do Campeonato Brasileiro

Andamento do caso original, na Justiça Federal
10/02/1988 – Sport entra com ação pedindo o reconhecimento do título

02/05/1994 – Decisão da 10ª Vara da Justiça Federal a favor do Sport
24/04/1997 – TRF nega a apelação requerida pela União
23/03/1999 – STJ aceita a sentença original a favor do Sport
16/04/2001 – Fim do prazo à ação rescisória. Caso transitado em julgado

Andamento do segundo caso, após a divisão da CBF
21/02/2011 – Decisão administrativa da CBF declara dois campeões em 1987

27/05/2011 – Justiça Federal derruba ato da CBF, valendo a sentença de 1994
08/04/2014 – STJ também mantém a sentença original
04/03/2016 – STF nega recurso do Flamengo, em decisão monocrática
18/04/2017 – STF nega recurso do Flamengo, em decisão da Primeira Turma

Fim? O Fla pretende ir à Corte Arbitral do Esporte (CAS, em inglês), na Suíça.

Série A 1987, final: Sport 1 x 0 Guarani. Foto: Ribamar/arquivo pessoal

As redes sociais dos 40 principais clubes do Brasil até abril de 2017, via Ibope

As redes sociais dos principais clubes do Brasil em 17/04/2017. Crédito: Ibope-Repucom

O Ibope publicou a nova atualização das bases digitais dos clubes do país, somando os perfis oficiais nas redes sociais mais utilizadas no futebol. O levantamento de abril traz os 20 clubes da Série A e mais 20 clubes com os maiores quadros nas Séries B, C e D. Ao todo, são onze nordestinos presentes, sendo o Sport o melhor no âmbito nacional. Das quatro redes quantificadas nos últimos 30 dias, o rubro-negro foi o time da região que mais somou torcedores em três, e hoje só não lidera no face – são 39 mil pessoas de diferença em relação o Bahia, o vice nas demais redes. Se no quadro nacional o Trio de Ferro aparece com o Sport em 13º, Santa em 22º e Náutico em 31º, no ranking regional as colocações são 1º, 5º e 9º, respectivamente.

Na briga pelo topo brasileiro, o Corinthians lidera, sendo o único já na casa de 18 milhões, mas o Flamengo vem reduzindo a diferença mês a mês. Na sequência, o São Paulo completa o patamar acima de 10 milhões.

Diferença entre Corinthians (1º) e Flamengo (2º)
01/2017 – 1.008.259 pessoas
02/2017 – 879.730 pessoas (-12,7%)
03/2017 – 775.363 pessoas (-11,8%)
04/2017 – 704.300 pessoas (-10,0%)

Voltando ao Nordeste, o Santa começa a se consolidar em 5º lugar, abrindo 9,5 mil pessoas sobre o Fortaleza na soma das plataformas, depois de meses numa disputa ferrenha. Já o Vitória manteve o maior crescimento mensal no facebook após revitalização de seu perfil oficial. Ainda assim, tem apenas a 6ª torcida nesta rede. No geral, segundo o levantamento, o leão baiano teve o 5º maior crescimento no quadro combinado, com 9,96% – lista liderada pelo Atlético-GO, com 14,64%. A seguir, a evolução dos times da região a partir da lista divulgada por José Colagrossi, diretor do Ibope-Repucom.

Os nordestinos com mais usuários nas redes e a evolução mensal
1º) Sport (2.621.394 seguidores) +47.011 (maior evolução no mês)
2º) Bahia (2.401.988) +32.417
3º) Vitória (1.532.134) +28.110
4º) Ceará (1.010.189) +8.088
5º) Santa Cruz (843.853) +14.631
6º) Fortaleza (834.353) +5.206
7º) América-RN (381.241) +2.717
8º) ABC (369.839) +6.066
9º) Náutico (354.629) +5.560
10º) CRB (227.263) +4.349
11º) Sampaio Corrêa (186.456) -46.777 (saída do perfil oficial no twitter)

Ranking do NE no facebook
1º) Bahia (1.094.509 curtidores) +297
2º) Sport (1.055.328) +5.768
3º) Ceará (644.225) +475
4º) Fortaleza (582.230) +455
5º) Santa Cruz (570.843) +1.960
6º) Vitória (410.167) +8.950 (maior evolução no mês)
7º) América-RN (245.312) -13
8º) ABC (222.104) +898
9º) Náutico (210.504) +808
10º) Sampaio Corrêa (142.255) +395
11º) CRB (133.607) +489

Ranking do NE no twitter*
1º) Sport (1.299.657 seguidores) +28.579 (maior evolução no mês)
2º) Bahia (1.144.366) +26.471
3º) Vitória (985.773) +13.736
4º) Ceará (217.091) +3.817
5º) Santa Cruz (144.613) +8.676
6º) Fortaleza (136.053) +2.135
7º) Náutico (101.588) +3.247
8º) ABC (98.019) +3.310
9º) América-RN (80.493) +1.564
10º) CRB (44.812) +1.909
* O Sampaio Corrêa não possui perfil oficial

Ranking do NE no instagram
1º) Sport (240.468 seguidores) +10.833 (maior evolução no mês)
2º) Bahia (141.348) +4.948
3º) Ceará (136.714) +3.262

4º) Vitória (128.734) +5.149
5º) Santa Cruz (108.106) +2.810
6º) Fortaleza (107.066) +2.508
7º) América-RN (52.763) +1.061
8º) ABC (47.120) +1.864
9º) CRB (45.357) +1.892
10º) Sampaio Corrêa (42.850) +996
11º) Náutico (42.537) +1.505

Ranking do NE no youtube*
1º) Sport (25.941 inscritos) +1.831 (maior evolução no mês)
2º) Bahia (21.765) +701

3º) Santa Cruz (20.291) +1.185
4º) Ceará (12.159) +534
5º) Fortaleza (9.004) +108
6º) Vitória (7.460) +275
7º) CRB (3.487) +59
8º) América-RN (2.673) +105
9º) ABC (2.596) +94
10º) Sampaio Corrêa (1.351) +65
* O Náutico não possui perfil oficial

Obs. Uma pessoa pode ter contas em diferentes plataformas, com a lista contando cada uma delas. E pode seguir perfis rivais, também contabilizados. 

Confira o levantamento anterior clicando aqui.

Planilha de propina da Odebrecht traçou paralelo entre partidos políticos e clubes

Os partidos como "clubes" na delação da Odebrecht. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A delação de ex-executivos da Odebrecht abalou a república, com a abertura de inquérito contra 98 pessoas, incluindo 3 ex-presidentes, 3 governadores, 8 ministros, 24 senadores e 39 deputados federais. A lista de Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal e relator da Operação Lava-Jato, apresenta denúncias sobretudo de doações ilegais em campanhas, no chamado “Caixa 2”. Na planilha da empreiteira, que tinha um departamento apenas para operar a milionária propina em Brasília, os políticos e seus partidos foram detalhados como jogadores e clubes de futebol.

O jornal O Globo trouxe a estrutura de codinomes, a partir do depoimento de Luiz Eduardo Soares, ex-diretor da Odebrecht. Ao todo, 18 clubes serviram como apelidos para os partidos políticos envolvidos, incluindo o Trio de Ferro, com Náutico (Partido Social Cristão), Santa Cruz (Partido Republicano da Ordem Social) e Sport (Partido Socialista Brasileiro). Caso um parlamentar não tivesse o partido definido, entrava como ABC de Natal. Mais. O cargo político de cada um teve um paralelo traçado com a posição em campo.

Goleiro = base partidária
Zagueiro = deputado estadual
Volante = deputado federal
Meia = governador
Ponta = senador
Centroavante = presidente

Por fim, o “valor do passe”, que era o valor da doação ilegal. Parece até piada, mas esse esquema aí, com 78 delações premiadas, incluindo o presidente da construtora, revelou um desvio de recursos jamais visto no país…

Leia o post sobre a delação apontando fraude na licitação da Arena PE aqui.

Os rankings de dívidas fiscais dos clubes brasileiros com a Previdência e a União

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN)

O Sportv divulgou um interessante levantamento sobre as dívidas dos clubes brasileiros junto à Previdência, colhendo dados diretamente na Procuradora Geral da Fazenda Nacional, a PGFN. Somando todos os times, chega-se a R$ 800 milhões – o rombo previdenciário do país é de R$ 450 bi. A lista traz os quatro grandes do futebol carioca entre os cinco primeiros colocados, deixando claro como a gestão no Rio foi mal tratada durante muito tempo.

Entretanto, o ranking é extenso, com o Trio de Ferro do Recife presente, com Náutico 9º, Santa 13º e Sport 19º. Essas dívidas serão parceladas no acordo com o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, o Profut. O programa, sancionado pelo governo federal em 5 de agosto de 2015, tem como objetivo refinanciar as dívidas fiscais dos clubes em até vinte anos, com a primeira parcela sendo paga em 2018.

As maiores dívidas com a Previdência (abril/2017)
1º) R$ 83.863.163  Flamengo 
2º) R$ 54.950.505  Atlético-MG
3º) R$ 49.785.558  Fluminense
4º) R$ 45.667.430  Botafogo
5º) R$ 41.757.794  Vasco
6º) R$ 41.722.323 – Corinthians
7º) R$ 37.356.576 – Portuguesa
8º) R$ 34.474.615 – Guarani
9º) R$ 22.572.074 – Náutico
10º) R$ 16.878.668 – Vitória

As dívidas dos principais clubes do NE com a Previdência (abril/2017)
1º) R$ 22.572.074 – Náutico
2º) R$ 16.878.668 – Vitória
3º) R$ 14.907.200 – Santa Cruz 
4º) R$ 13.741.000 – Bahia 
5º) R$ 9.633.404 – Sport
Subtotal – 77,7 milhões de reais

A reportagem assinada por Fred Justo focou nas dívidas previdenciárias. Porém, a dívida com o poder público é bem maior. No futebol pernambucano, por exemplo, existem pendências de tributos federais, FGTS, INSS e demandas com a Justiça do Trabalho e com a Prefeitura do Recife.

Nesta escala ampla, o banco Itaú BBA esmiuçou os últimos balanços oficiais dos clubes, resultando no relatório Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros de 2016Para fins de avaliação, o banco utilizou “todas as dívidas fiscais registradas no passivo exigível a longo prazo”, que em tese abarcam todos os tributos renegociados. Assim, a dívida fiscal absoluta dos 27 clubes analisados chegou a 3,2 bilhões de reais (lista abaixo). O Botafogo, por exemplo, teria R$ 490 milhões a mais em relação ao ranking acima.

As maiores dívidas fiscais do futebol brasileiro (julho/2016)
1º) R$ 535 milhões – Botafogo
2º) R$ 347 milhões – Flamengo
3º) R$ 268 milhões – Vasco
4º) R$ 258 milhões – Atlético-MG
5º) R$ 237 milhões – Fluminense
6º) R$ 190 milhões – Corinthians
7º) R$ 167 milhões – Cruzeiro
8º) R$ 166 milhões – Santos
9º) R$ 146 milhões – Bahia
10º) R$ 124 milhões – Coritiba

As dívidas fiscais dos principais clubes do NE (julho/2016)
1º) R$ 146 milhões – Bahia
2º) R$ 115 milhões – Náutico
3º) R$ 47 milhões – Sport
4º) R$ 26 milhões – Santa Cruz
5º) R$ 25 milhões – Vitória
Subtotal – 359 milhões de reais

Neste emaranhado, ainda há outro ranking. Há dois anos, a ESPN apresentou um relatório sobre as dívidas dos clubes na União (abaixo), também apurado junto à PGFN, mas sem detalhar a área. Vale destacar que a partir de 2018 o clube que disputar a Série A “não poderá ter dívidas perante a administração pública”, segundo a recém-criada Licença de Clubes da CBF. A regularização de todos os pagamentos – obtendo as certidões negativas – já seria suficiente para o cumprimento do item 30, que também será aplicado nas demais séries de forma escalonada: B (2019), C (2020) e D (2021). Haja Profut…

As maiores dívidas com a União (fevereiro/2015)
1º) R$ 284,2 milhões – Atlético-MG 
2º) R$ 235,0 milhões – Flamengo 
3º) R$ 215,4 milhões – Botafogo 
4º) R$ 186,5 milhões – Corinthians 
5º) R$ 173,9 milhões – Fluminense 
6º) R$ 148,8 milhões – Vasco 
7º) R$ 129,6 milhões – Internacional 
8º) R$ 101,9 milhões – Guarani 
9º) R$ 73,8 milhões – Palmeiras 
10º) R$ 68,6 milhões – Portuguesa

As dívidas dos principais clubes do NE com a União (fevereiro/2015)
1º) R$ 59,1 milhões – Sport
2º) R$ 50,3 milhões – Vitória

2º) R$ 45,6 milhões – Náutico
3º) R$ 42,4 milhões – Santa Cruz
4º) R$ 21,7 milhões – Bahia
Subtotal – 219,1 milhões de reais

Obs. Com a diferença de um ano em cada lista, obviamente é possível a mutação da dívida, para mais ou para menos.

Após 7 meses, “1987” volta a andar. Não o julgamento no STF, mas a admissibilidade

Taça do Brasileiro de 1987 na sede do Sport. Foto: Sport/site oficial

O jornal O Globo trouxe nesta quarta, 5 de abril de 2017, a notícia sobre a decisão do ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, acerca do caso de 1987. Segundo a nota, o magistrado foi favorável ao pleito carioca.

Logo,  título foi o seguinte:

“Barroso libera para julgamento no STF recurso do Flamengo por título de 87”

Obviamente, o caso de quase trinta anos repercute bastante, sobretudo no Recife e no Rio de Janeiro. E estava parado desde 2 de agosto, após o pedido de vista do ministro. Com a devolução dos autos, a notícia foi compartilhada no portal globoesporte.com, do mesmo grupo. Daí, ganhou as redes sociais:

“Recurso do Fla por Brasileiro de 87 é liberado para julgamento no STF”

Entretanto, os títulos estavam errados…

Que o caso é arrastado, todo mundo sabe. Porém, neste trâmite burocrático, as fases da justiça precisam ser compreendidas. Dando o devido peso a cada.

Em 4 de março de 2016, após dez meses com a papelada nas mãos, o ministro Marco Aurélio Mello, também do STF, negou seguimento ao caso na maior instância do poder judiciário do país. Caberia a ele decidir se o processo sobre a divisão do título poderia ser julgado no STF, num “juízo de admissibilidade de prequestionamento e repercussão geral”, após o repasse do Superior Tribunal de Justiça, onde o Sport ganhou a causa como único campeão. Após o veto, o Fla ainda pôde recorrer no recurso extraordinário de nº 881864 para tentar a admissibilidade. No caso, com o “julgamento de agravo regimental no recurso extraordinário”, com a participação de cinco ministros – como diz o site do STF. Foi quando, no início desta parte, Barroso pediu vista há sete meses. Bem diferente do julgamento de fato.

Após uma hora no ar, a manchete do site acabou sendo mudada, pelos motivos expostos acima:

“STF votará admissibilidade de recurso do Fla sobre Brasileiro de 87”

Ou seja, o caso voltou à pauta do tribunal. Mas isso sequer representa o voto de Barroso, que só pode ser dado em sessão oficial (por mais que já indique hoje a decisão tomada). Segue Sport 1 x 0 Fla, mais quatro votos a seguir.

Em caso de vitória do Mengo, enfim o julgamento do caso no Supremo. Não o do caso original, que assegura o Sport como campeão, mas aquele de 2011, com a declaração da CBF sobre dois campeões paralelos – é bom avisar logo.

A tabela detalhada da Série A de 2017, com a agenda da 1ª até a 10ª rodada

Sport no Campeonato Brasileiro da Série A. Arte: Cassio Zirpoli/DP (sobre imagem da CBF)

A CBF divulgou a tabela detalhada sobre as 10 primeiras rodadas da Série A, com locais, horários e transmissões na tevê. Único representante do estado em 2017, o Sport terá dois jogos exibidos na Globo Nordeste neste primeiro recorte, a estreia contra a Ponte (domingo) e o confronto contra o Galo (quarta-feira). Em relação à elaboração da tabela há uma ressalva. Com o Maracanã num imbróglio administrativo, vários jogos no Rio estão com o local “a definir”.

Tabela do Leão (entre parênteses, os jogos com tv para o Recife*)
1ª) Ponte Preta x Sport (14/05, 16h) – Globo
2ª) Sport x Cruzeiro (21/05, 19h)
3ª) Sport x Grêmio (29/05, 20h)
4ª) Avaí x Sport (04/06, 18h30)
5ª) Sport x Flamengo (07/06, 21h45)
6ª) Vasco x Sport (10/06, 19h)
7ª) Sport x São Paulo (15/06, 19h)
8ª) Sport x Vitória (18/06, 19h)
9ª) Atlético-MG x Sport (21/06, 21h45) – Globo
10ª) Santos x Sport (24/06, 19h)
* À parte do pay-per-view, presente em todos os jogos

Confira a tabela básica da competição, com as 38 rodadas, clicando aqui.

Abaixo, as 100 partidas já programadas pela confederação.

O ranking de patrocínio-master no Brasil em 2017, com disputa acirrada no NE

Os maiores patrocínios do Nordeste em 2017: Sport, Bahia, Vitória, Náutico, Ceará, CRB, ABC, Santa Cruz e Fortaleza

À parte do investimento da Crefisa no Palmeiras, com um valor visivelmente acima do mercado, quase todos os outros grandes clubes seguem com instituições bancárias como patrocínio-master. Com a baixa entre as empresas privadas, os clubes toparam até os valores congelados por parte da Caixa Econômica Federal, que cedeu apenas os bônus por títulos na temporada. O blog compilou os valores líquidos dos principais patrocínios dos clubes, o que não necessariamente é o valor total. Como exemplo, Flamengo, Corinthians e São Paulo, os mais populares do país, que expõem marcas nas mangas, barra da camisa e até dentro dos números. Aqui, reforçando, estão os valores de 2017 relacionados ao “master”, no peito da camisa, sem possíveis bônus.

O valor do Palmeiras, quase três vezes o do vice, é mesmo uma exceção, até porque contempla todo o uniforme, pois o clube não detalhou os espaços.

Confira o levantamento do Ibope com todos os patrocínios da Série A aqui.

Já no caso corintiano, que recebeu R$ 30 milhões da Caixa em 2016, o novo contrato é de oito meses. Em tese, justifica a redução de 12 milhões de reais. Porém, caso fosse proporcional, o valor de maio a dezembro deveria ser de 20 mi, e não 18 mi. Já o tricolor paulista receberia R$ 15,7 milhões da Prevent Senior, mas a empresa quis o distrato. Assim, com o espaço vago, acertou um contrato pontual, de três meses – caso fosse anual, a Corr Plastik pagaria R$ 20 milhões, o possível “valor da marca”. Entre os principais times do eixo Rio-SP-RS-MG, apenas o Fluminense seguia sem um patrocinador-master.

Ranking de patrocínio-master no Brasil
1º) R$ 72,0 milhões – Palmeiras (Crefisa – privado)*, Série A
2º) R$ 25,0 milhões – Flamengo (Caixa), A
3º) R$ 18,0 milhões – Corinthians (Caixa)**, A
4º) R$ 12,9 milhões – Grêmio (Banrisul), A
4º) R$ 12,9 milhões – Internacional (Banrisul), B
6º) R$ 11,0 milhões – Cruzeiro (Caixa), A
6º) R$ 11,0 milhões – Atlético-MG (Caixa), A
6º) R$ 11,0 milhões – Santos (Caixa), A
6º) R$ 11,0 milhões – Vasco (Caixa)**, A
10º) R$ 10,0 milhões – Botafogo (Caixa), A
11º) R$ 6 milhões – Sport (Caixa), A
11º) R$ 6 milhões – Bahia (Caixa), A
11º) R$ 6 milhões – Vitória (Caixa), A
11º) R$ 6 milhões – Atlético-PR (Caixa), A
11º) R$ 6 milhões – Coritiba (Caixa), A
16º) R$ 5 milhões – São Paulo (Corr Plastik – privado)***,A 

* O valor pago por todo o uniforme 

** Em negociação, de maio a dezembro
*** Válido por três meses (abril, maio e junho)

No cenário nordestino há um triplo empate neste quesito, entre Sport, Bahia e Vitória, justamente os representantes da região na Série A desta temporada. Os dois rubro-negros, do Recife e Salvador, já recebem este valor (R$ 6 mi) há três anos. Caso o banco tivesse ao menos corrigido o patrocínio a partir da inflação, a cota hoje seria de R$ 7,3 milhões. Detalhe: caso um dos três conquiste a Copa do Nordeste, a Caixa daria mais R$ 300 mil.

Também chama a atenção o valor do Santa Cruz, pouco mais de 1 milhão, abaixo até de ABC e CRB, com torcidas (e marcas) bem menores – e o contrato foi assinado enquanto o tricolor estava na elite. Os corais chegaram a encaminhar um acordo de R$ 3,6 milhões com a Caixa, que acabou não se concretizando (até aqui) devido à ausência das certidões negativas por parte do clube, uma exigência burocrática. Hoje, os dois menores contratos entre os grandes do Nordeste são justamente os não estatais. Ambos com a MRV.

Ranking de patrocínio-master no Nordeste
1º) R$ 6 milhões – Sport (Caixa), Série A
1º) R$ 6 milhões – Bahia (Caixa), A
1º) R$ 6 milhões – Vitória (Caixa), A
4º) R$ 2,4 milhões – Náutico (Caixa), B
4º) R$ 2,4 milhões – Ceará (Caixa), B
6º) R$ 1,5 milhão – CRB (Caixa), B
6º) R$ 1,5 milhão – ABC (Caixa), B
8º) R$ 1,08 milhão – Santa Cruz (MRV Engenharia – privado)*, B
9º) R$ 840 mil – Fortaleza (MRV Engenharia – privado), C
* Válido até abril

Calculando as cotas do Brasileirão de 2017 a partir do futuro modelo da Globo

Distribuição de cotas do Brasileirão, segundo a Rede Globo. Crédito: Globo/reprodução

O formato atual de distribuição de receita do Campeonato Brasileiro tem data para acabar. Vai até 2018, com todos os contratos possíveis através da Rede Globo – tv aberta, tv fechada, PPV, sinal internacional e web. A partir de 2019, com a entrada do Esporte Interativo na tevê por assinatura, haverá uma divisão, de clubes e receitas. Forçada pela concorrência, a Globo resolveu adotar um sistema semelhante ao da Premier League. A divisão será 40% em parcelas iguais, 30% em rendimento e 30% em audiência, em vez de 50%, 25% e 25% da liga inglesa. Valerá por seis edições, englobando a transmissão aberta – o pay-per-view segue à parte. Hoje, 21* clubes estão acordados com a emissora para o período, incluindo Náutico, Santa Cruz e Sport. Todos eles se reuniram no Rio com a cúpula do canal, com o diretor-geral Carlos Henrique Schroder presente. Debateram o “futuro”. Foi a primeira vez que a empresa se pronunciou publicamente sobre o novo modelo (veja aqui).

Embora clubes como Bahia, Coxa e Santos tenham assinado com o Esporte Interativo, a tendência é que sigam com a Globo no sinal aberto. Logo, a regra deve ser geral. Como curiosidade, o blog simulou as cotas da Série A de 2017 com o novo modelo. O montante de “cotas fixas” é de R$ 1,306 bilhão, já com a ampliação recente da Chape, que passa a ganhar R$ 32 mi, em vez de R$ 23 mi. Para a projeção, a única ressalva seria a receita do SportTV, presente no número, mas que seria repassada apenas aos contratados da Globo, claro. Portanto, em vez do atual sistema de (oito) castas, com um hiato de R$ 147 milhões entre a maior cota (Flamengo e Corinthians) e a menor (Ponte, Avaí e Atlético-GO), a diferença máxima seria a metade disso, R$ 73 milhões. No caso, entre Flamengo e Avaí, recém-promovido. Mais equilíbrio.

* América-MG, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Brasil-RS, Chapecoense, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Inter, Londrina, Náutico, Ponte Preta, São Paulo, Sport, Santa, Vasco, Vila Nova e Vitória.

Projeção de cotas do Brasileiro de 2017 com o modelo a ser adotado a partir de 2019. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

No quadro, o blog projetou a cota conferindo os seguintes valores na divisão por classificação em 2016: 20x para o campeão (ou seja, 20 x R$ 1.865.714, o valor base), 19x para o vice, 18x para o 3º lugar e assim sucessivamente, até o 4º da Série B, com 1x. Já na coluna de audiência, o valor considerado foi 30% da verba que cada clube receberá de fato, pois trata-se da única fonte de informação para definir a atual visibilidade de cada um neste momento.

Lembrando que essa demonstração é referente apenas às cotas fixas. É importante reforçar isso pois há o rateio de meio bilhão de reais no PPV, através do Premiere, até então calculado pelo número de assinantes apurado em pesquisa do Datafolha, ampliando a disparidade. Em 2015, o Sport, com 1,4% dos assinantes, ganhou R$ 6,75 milhões. O Fla, com 19,2%, recebeu R$ 68 mi. E aí deve estar o grande segredo sobre a mudança no formato, pois o impacto econômico do PPV segue ascendente no bolo – mantendo Fla e Timão bem à frente. Hoje, corresponde a 27,6%. Em 2019, já salta para 33,2%, com 650 milhões de reais. Imagine em 2024…

Projeção de cotas do Brasileiro de 2017 com o modelo a ser adotado a partir de 2019. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

A participação do sócio-torcedor no Brasileirão, com Sport e Santa, via Itaú

Ranking de público do Brasileirão 2016. Crédito: Itaú/reprodução

Campeão em campo, o Palmeiras também terminou em primeiro lugar no ranking de público do Brasileirão de 2016, com 3.700 espectadores a mais que o rival Corinthians. Ambos jogando em arenas de alto padrão. O Sport aparece em 9º e o Santa Cruz em 13º. A partir desta lista (acima), o Banco Itaú BBA produziu relatório sobre o impacto do sócio-torcedor nos públicos e rendas dos clubes durante a competição, com os quadros na sequência.

A relevância do sócio-torcedor nos públicos em 2016. Crédito: Itaú BBA/relatório

Uma equipe de profissionais da empresa analisou os borderôs de cada clube, com 19 mandos de campo. No geral, a média da Série A caiu 9% em relação a 2015. Em termos de receita, queda foi ainda pior, 18%. Entre os 15 clubes detalhados no estudo, Sport (média de 16 mil) e Santa Cruz (9,8 mil), numa análise preliminar das finanças dos clubes – cuja versão final deve sair após a divulgação dos balanços oficiais, no fim de abril.

No segundo semestre, os rivais locais tiveram 28 mil e 6 mil sócios titulares em dia, respectivamente – com dependentes também tendo acesso aos jogos, claro. Em campo, os sócios leoninos representaram 48% do público presente na Ilha, enquanto os sócios corais chegaram a 35% das partidas no Arruda. Como nos últimos quatro jogos o Leão liberou o acesso aos associados adimplentes, a relevância na bilheteria foi menor, caindo para 34%.

Análise do Itaú sobre o quadro geral dos sócios-torcedores no Brasileirão:
“Primeiramente, notamos quais são os clubes que conseguem atrair mais sócios aos jogos, e os destaque são Corinthians, Internacional, Cruzeiro, Atlético-PR e Coritiba, todos com presença acima de 70% do público médio vindo dos programas. No lado oposto, São Paulo, Santos, Fluminense e Botafogo não conseguem engajamento suficiente, estando perto ou abaixo de 20% do total presente. As explicações podem ser as mais diversas, seja o tamanho do estádio do Morumbi, que não traz incentivo, seja a falta de um estádio fixo na cidade, como foi para Fluminense e Botafogo.”

A relevância do sócio-torcedor na arrecadação em 2016. Crédito: Itaú BBA/relatório

O relatório segue com a análise em estados com mais de um clube na competição nacional, como foi o caso de Pernambuco. A seguir, um comparativo do banco sobre Sport e Santa. Na participação do sócio torcedor, os dados ficaram equilibrados entre a 5ª e a 13ª rodada, justamente no período de transição entre as campanhas, com o Sport saindo do Z4 e Santa entrando no Z4. Sobre o último gráfico, com a ocupação, pesa o tamanho dos estádios, com 50 mil lugares no tricolor e 27 mil no rubro-negro.

A relação público/renda de Sport e Santa no Brasileirão 2016. Crédito: Itaú/reprodução

Análise do Itaú sobre o desempenho dos pernambucanos:
“O Santa Cruz apresentou queda ao longo do campeonato, pois no início havia a empolgação do retorno à Série A mas a confirmação da queda à Série B desanimou o torcedor. Ao mesmo tempo, o Sport apresentou vários jogos com público elevado. Na ocupação, vemos claremente esta diferença, quando o Sport atingiu 80%de taxa de ocupação, enquanto o Santa Cruz terminou o campeonato perto de 10%. O ticket médio andou próximo ao longo do campeonato, mas o Sport teve um ponto fora da média no jogo contra o Flamengo (10º jogo) e o SantaCruz contra o Corinthians (15º).”

A relação público/renda de Sport e Santa no Brasileirão 2016. Crédito: Itaú/reprodução

A relação público/renda de Sport e Santa no Brasileirão 2016. Crédito: Itaú/reprodução

A relação público/renda de Sport e Santa no Brasileirão 2016. Crédito: Itaú/reprodução

Os patrocínios da Caixa Econômica em 2017, com bônus de título em 7 torneios

Clubes patrocinados pela Caixa em 2017

A Caixa Econômica Federal congelou o valor dos patrocínios aos clubes pelo terceiro ano seguido. Sequer corrigiu a inflação, gerando insatisfação entre os vários times que estampam a marca na área nobre do uniforme. Maior patrocinadora do futebol brasileiro desde 2014, a instituição financeira já acertou com 15 clubes, adotando em quase todos um bônus em caso de título. Foi a contrapartida encontrada para dar um mínimo de aumento – só possível, naturalmente, em caso de taça. No Nordeste, por exemplo, o título da Lampions Laegue foi estimado em R$ 300 mil para um clube patrocinado. E dos seis nordestinos, cinco entraram na disputa, exceção feita ao Ceará, na Premeira Liga, fora da gratificação extra.

Investimento da Caixa nos clubes brasileiros
2014 – R$ 111,9 milhões (15 clubes)
2015 – R$ 100,5 milhões (12 clubes)
2016 – R$ 134,1 milhões (21 clubes)
2017 – R$ 91,3 milhões (15 clubes)*
* Até 15/03, com 12 já anunciados no Diário Oficial e 3 com acertos firmados

Com o modelo de bonificação, cada clube tem um alcance diferente. Flamengo e Atlético-MG estão no topo deste quesito, nesta temporada, com até R$ 5 milhões adicionais. Para isso, precisam conquistar a Copa do Brasil, o Brasileirão, a Libertadores e o Mundial. Até hoje, clube algum conseguiu uma façanha deste naipe. Entre os torneios em disputa, apenas a Copa Sul-Americana ficou de fora – ao menos até agora.

Abaixo, os valores fixos dos clubes em 2017 e quanto cada um pode ganhar. Como o banco sequer fez o anúncio oficial de seus patrocinados, como costuma ocorrer e Brasília, a lista pode aumentar. Hoje são 15 clubes, entre eles Sport e Náutico, ambos com o acordo já publicado no Diário Oficial da União. Até porque outros clubes, ou com contratos antigos ou ainda em negociação para a renovação, seguem com a Caixa no peito. Vide Corinthians, Vasco, Atlético-PR, Botafogo, Goiás e Londrina

Clubes patrocinados pela Caixa em 2017

Ao todo, a Caixa irá premiar os campeões, entre seus patrocinados, de sete torneios. Lembrando que o banco já patrocina o Nordestão e a Copa Verde, cujo investimento faz parte das cotas distribuídas a todos os participantes. Em 2016, os campeões foram Santa Cruz e Paysandu. Na ocasião, nenhum era patrocinado pela Caixa. Portanto, não há garantia de distribuição do bônus…

Bônus por título aos patrocinados da Caixa em 2017