Nas duas últimas rodadas, Náutico e Santa Cruz somaram apenas um ponto cada. Com isso, ambos se afastaram do G4. O Alvirrubro foi derrotado pelo Ceará, no 8º revés como visitante, e viu o G4 ficar a cinco pontos (eram dois), agora em 8º lugar. O Tricolor perdeu em casa do Paysandu, vendo a diferença para a zona de classificação à elite subir para seis pontos. Na tabela, caiu para o 9º lugar. Com Botafogo e Paysandu desgarrando (ambos venceram nas duas rodadas), o foco a curto prazo vai para Salvador, com Vitória e Bahia empatados em 41 pontos.
Com o Serra Dourada reservado para um evento em 4 de setembro, Atlético-GO x Criciúma foi reagendado para 22/09. O resultado não interfere na campanha dos pernambucanos
No G4, um carioca(líder), um paraense e dois baianos.
A 25ª rodada dos representantes pernambucanos
12/09 (16h30) – Santa Cruz x Luverdense (Arruda)
12/09 (16h30) – América-MG x Náutico (Independência)
Entre os anúncios oficiais do Náutico sobre a saída de Lisca (23h44) e a chegada de Gilmar Dal Pozzo (15h03), se passaram apenas 15 horas e 19 minutos, com uma madrugada no meio. Claro, há chance de a articulação com o novo técnico ter sido mesmo rápida, mas também soa como uma evidência de que o comando timbu já vinha em xeque internamente.
Com a demissão de Lisca após a derrota para o Ceará, no Castelão, a direção alvirrubra tratou logo de chegar a um acordo com alguém vivido na Série B, e nesta mesma edição. Dal Pozzo trabalhou na Segundona até 15 de julho, quando deixou o ABC com 3 vitórias, 3 empates e 4 derrotas.
“A mudança tem como objetivo a busca de melhores resultados para a conquista do acesso à Série A. O Náutico agradece o treinador pelos serviços prestados à frente da equipe alvirrubra e o deseja sorte nos próximos desafios.”
De fato, o futebol do clube vinha numa curva descendente. Pela insistências em algumas peças (Rogerinho e Gil Mineiro), mas também (talvez) pela limitação do elenco, sem os reforços planejados, um pouco acima do orçamento. Ao sucessor (interino à parte), serão 14 rodadas para fazer algo diferente na equipe.
Confira os números de Lisca Doido deixa os Aflitos.
Lisca em 2014 (26 jogos, 5 meses)
10 vitórias
7 empates
9 derrotas
47,4% de aproveitamento
Lisca em 2015 (35 jogos, 6 meses)
15 vitórias
8 empates
12 derrotas
50,4% de aproveitamento
Lisca em 2014/2015 (61 jogos)
25 vitórias
15 empates
21 derrotas
49,1% de aproveitamento
Alvirrubro, você concorda com a mudança no comando técnico do time?
A prévia de Ceará x Náutico trazia ao menos duas formas de observar o nível técnico do confronto nordestino. Pela classificação da Série B, com os alvirrubros em 6º lugar, mirando sempre o G4, e os alvinegros em 18º, tentando sair do Z4. E num retrato mais curto da tabela, com as últimas dez rodadas, o Vozão subia para o 12º lugar e o Timbu caía para o 14º. Aí, era possível enxergar o momento de cada um. Numa curva descendente, o time de Lisca necessitava pontuar fora de casa, ainda mais com dois jogos seguidos longe da Arena.
A descrença no Castelão era real, mas melhorou com o primeiro tempo, num jogo franco, com boas oportunidades para cada lado. Hiltinho chegou a acertar a trave. Como três zagueiros, a saída de um para a entrada de um meia poderia gerar mais articulação, mas a escolha de Rogerinho (mudança de praxe de Lisca) não surtiu efeito. Aliás, surtiu, com mais espaço para um rival mordido. O atual campeão regional jogou como se fosse uma final, chegando à vitória com um gol de Rafael Costa, que desperdiçara várias chances, 1 x 0.
Na área técnica, o treinador alvirrubro chutava copinhos d’água, irritado com o desempenho. Talvez consciente de sua parcela de culpa ou pela falta de reação fora do estado. Com o revés (e o empate do CRB fora), o rendimento como visitante agora é o pior da Segundona: 1 vitória, 3 empates, 8 derrotas e saldo -12. Aproveitamento de 16%, quase incompatível com o acesso. Nas duas classificações nos pontos corridos, 24% em 2006 e 33% em 2011.
Dois empates em 1 x 1 marcaram a 23ª rodada dos pernambucanos, com ABC x Santa e Náutico x Sampaio. A frustração ficou só na sexta-feira. No Tricolor, pelo pênalti desperdiçado aos 42 minutos do segundo tempo. No Alvirrubro, por causa da agenda com dois jogos seguidos fora de casa, onde não vem rendendo. Por mais que sigam fora do G4, no dia seguinte a tabela ajudou. Na briga pela liderança da Série B, o Botafogo bateu o Vitória nos descontos, em Salvador. Ou seja, os dois baianos estacionaram nos 38 pontos, pois o Baêa já havia perdido. Idem com o América Mineira, em casa, dando sequência ao momento do time de Givanildo Oliveira. O saldo final foi a subida do Náutico ao 6º lugar e a redução de três para dois pontos ao G4. O Santa se manteve em 8º, mas agora a três pontos da zona de classificação.
* Com o Serra Dourada reservado para um evento na sexta, a data original da partida, Atlético-GO x Criciúma foi reagendado para 22/09. O resultado não interfere na campanha dos pernambucanos
No G4, um carioca (líder), um paraense, um maranhense e um baiano.
A 24ª rodada dos representantes pernambucanos
07/09 (19h00) – Ceará x Náutico (Castelão)
08/09 (19h00) – Santa Cruz x Paysandu (Arruda)
A cada nova gestão no futebol, um plano é traçado. Organização das finanças, ampliação do quadro social, estruturação física e, sobretudo, resultados positivos no carro-chefe, o próprio futebol. À parte do organograma profissional dos clubes, vamos aos maiores objetivos nos gramados, segundo os planejamentos estratégicos de cada grande clube do Recife.
Náutico(estabilidade na Série A) Presidente no biênio 2014/2015, Glauber Vasconcelos só estipulou metas a curto prazo. Mais que um título, mesmo estadual, que encerraria o jejum desde 2004, o objetivo é o acesso à Série A. Através de sua assessora, o dirigente informou que é preciso um período estável na elite (paralelamente à reorganização administrativa, com a cota de tevê subindo de R$ 3 milhões para R$ 24 mi) para poder “disputar títulos nacionais a longo prazo”.
Santa Cruz (título da Copa do Brasil e/ou primeira participação internacional)
O planejamento coral, de 2015 a 2017, foi apresentado em março pelo presidente Alírio Moraes. No futebol, o ponto alto seria no último ano, com o inédito título da Copa do Brasil. Condição atrelada ao acesso já no início do mandato. Entretanto, há o plano B, pois o Tricolor vislumbra a sua primeira participação internacional em 2018, tanto na Libertadores (via copa) quanto na Sul-Americana, cuja classificação ocorre a partir do Brasileirão.
Sport (grande campanha na Libertadores)
O mandatário do Leão, João Humberto Martorelli, foi o único a estipular uma meta fora de sua gestão. Eleito para o biênio 2015/2016, ele enxerga 2020 como o ápice neste processo de evolução (receita acima de R$ 100 milhões, estrutura completa no CT e 50 mil sócios), com o clube firme entre os oito primeiros da Série A e credenciado à disputa da Taça Libertadores da América, “com muita força”, segundo suas próprias palavras no programa Camarote PFC.
O Náutico foi econômico ou realista? Santa e Sport acertam em mirar a Libertadores a curto prazo? O título nacional é um sonho possível? Comente.
O Sport chegou a uma expressiva marca em sua história, com o maior número de sócios ativos, entre titulares e dependentes, 40 mil. Considerando só os titulares, o número também é recorde, com 25 mil adimplentes. É o ponto alto da campanha Sport de Verdade, que alavancou o quadro de sócios na Ilha. Com um departamento de marketing focado só neste trabalho, facilitando o cadastro online, captando sócios nos jogos, com divulgação massiva e, sobretudo, a prioridade na compra de ingresso, foram 24.700 adesões desde janeiro.
Segundo o Futebol Melhor, a campanha nacional de descontos para sócios-torcedores, o Leão se firma em 10º lugar. Já começa a fomentar a situação de outros grandes clubes, com boa parte da receita oriunda do quadro social. O Rubro-negro não divulgou a subdivisão de categorias entre os 40 mil, mas é possível projetar a receita “mínima”. Com cinco mil remidos (que já não pagam mais mensalidades), seriam 15 mil dependentes para 5 mil titulares com planos de R$ 40 (3 dependentes por sócio), e os demais (15.012) ficariam com o plano de R$ 25. Somando tudo, R$ 575 mil mensais. É o menor cenário, lembrando.
Não por acaso, o presidente João Humberto Martorelli disse o seguinte: “O sócio será o nosso principal patrocinador”.
O próximo passo é regularizar sócios antigos (são 60 mil cadastrados) e interiorizar o alcance. Tanto que o Sport projeta 35 mil titulares até dezembro. Pelo ritmo, deve superar o recorde local, do Santa, com 27 mil em 1999.
Sócios titulares em 4 de setembro de 2015 25.000 – Sport 10.406 – Santa Cruz 3.291 – Náutico
Esse contexto é factível nos três grandes clubes do estado… É o caminho.
Foi apenas a terceira vez que o Náutico não venceu como mandante na Série B. Não venceu, mas se manteve invicto na Arena. Ficou no 1 x 1 com o Sampaio, recalculando o seu aproveitamento em casa para 83%, ainda elevadíssimo. Talvez se encerre aí o “lado positivo” da apresentação na 23ª rodada.
Partindo do óbvio, ou seja, do princípio, o Alvirrubro entrou desatento como há muito não se via. A Bolívia Querida impôs um ritmo veloz, trocando passes. Criou bastante nos primeiros minutos, chegando duas vezes na cara do gol em cinco minutos, com uma boa dose de sorte aos pernambucanos para manter o zero. E acabou ali, pois no minuto seguinte, Diones fez de cabeça, deixando o Paio na liderança àquela altura, para deixar claro que não era uma partida simples. Lisca sabia disso. Não faz um ano foi que comandou o Sampaio.
À parte do gol timbu (três dedos de Hiltinho, assistência de cabeça de Douglas e categoria de Patrick Vieira ), o jogo foi mesmo complicado, com uma pressão maior na meta de Júlio César, irritado com a lenta recomposição. Somente na base do abafa o Timbu travou o adversário, mas sem força para ganhar pela décima vez em casa. No fim, poucas vaias em São Lourenço. Havia a insatisfação com o empate, que afasta o time do G4, ainda mais com duas partidas fora do estado, onde o rendimento é pífio. Mas o motivo real das poucas vaias foi numérico mesmo. Eram apenas 2.954 torcedores.
O novo Regulamento Geral de Competições da FPF entrou em vigor em 26 de maio de 2015. Ou seja, 22 dias após a decisão do Campeonato Pernambucano entre Santa e Salgueiro, no Arruda. Trata-se da regra para organizar todos os torneios locais, com disposições técnicas, financeiras etc. A última edição do RGC havia sido designada para 2013/2014. Agora, o documento de 45 páginas traz novidades relacionadas à Arena Pernambuco, por mais que o termo “Arena Pernambuco” não esteja lá. Nas entrelinhas, é mais claro que o sol.
Para começar, o item ‘a’ do terceiro parágrafo do artigo 12 dá à FPF o mando dos clássicos, semifinais e finais do certame, em um forte indicativo de jogos na Arena. No mesmo capítulo (“das disposições técnicas”), está escrito: “as tabelas das competições somente poderão ser modificadas se obedecidas as seguintes condições”, numa referência à inversão de campo de campo, a maior polêmica no Estadual de 2015. Para evitar novas discussões sobre o tema, a federação passa a não considerar inversão caso o jogo seja em um “estádio público sob concessão”. Só um palco do estado está neste contexto, em São Lourenço.
Finalizando, no sétimo capítulo (“das disposições financeiras”), o texto diz que um time visitante poderá reservar até 49% dos ingressos! A ressalva, além do acordo com o mandante (óbvio), é fazer o requerimento com cinco dias de antecedência e garantir a compra antecipada. Em que isso se refere à Arena? Simples, um mata-mata capital x interior, com o mando interiorano reagendado para o estádio da Copa. Em vez de 20% para os torcedores “visitantes” (do Recife), com 9.242 ingressos (renda insuficiente), uma cota de 22.644 bilhetes.
O atacante Rogério chegou ao Náutico em 2011, ainda com os traços de timidez de Pesqueira. Ficou dois anos no clube dos Aflitos, que adquiriu 65% dos seus direitos econômicos. Em 2015, emprestado ao Vitória e já com cara de boleiro, acabou tendo a grande chance na carreira, com o interesse do São Paulo.
E o clube do Morumbi chegou mesmo a um acordo com o “Neymar do Nordeste” (como vem sendo chamado na imprensa paulista), comprando toda a parte que cabia ao Alvirrubro. Pela “vitrine”, o time baiano ficou com R$ 200 mil no negócio. Aos pernambucanos, um repasse líquido de R$ 1 milhão.
Desta forma, Rogério tornou-se o 7º jogador de alcance milionário no clube de Rosa e Silva, e o 26º do estado. No blog, a lista completa com as maiores vendas durante o Plano Real. O critério é simples: para entrar na lista, precisa ter gerado ao menos R$ 1 milhão para o clube. Para efeito de mercado, porém, a ordem é feita a partir da dolarização das transferências.
Ressalvas sobre os negócios: * Rômulo foi negociado por US$ 9,95 milhões, com 25% para o Porto. * Douglas Santos foi vendidos por US$ 3,36 milhões, com 60% para o Náutico. * Joelinton foi negociado por US$ 2,48 milhões, com 70% para o Sport. * Wellington foi negociado por US$ 6,59 milhões, com 6,4% para o Náutico. * Rogério foi fatiado entre Náutico (65%) e Porto (35%), que não vendeu a sua.